Heróis do Olimpo - Rebelião escrita por Laurah Winchester


Capítulo 10
Filhos de Apolo e o sumiço das ninfas


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei. ~Le desvia das lanças, flechas e espadas~ Sinto muitíssimo mesmo, galera. Estou tentando ao máximo, mas estive dando início à duas (ou talvez três) novas fanfics, uma com personagens originais já está confirmada, quando eu tiver postado divulgo aqui ;)
Vou organizar um cronograma, mas a verdade é que minha criatividade foi para Tókio e voltou há pouco tempo, fraturada ainda por cima. Triste, eu sei, mas juro de dedinho que não vou abandonar a fic.
Beijos e bora ler esse negócio, negada



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ANNABETH

Depois que Percy saiu com Frank e Hazel, fui para meu chalé a fim de ler um pouco.

Sentei-me em uma cadeira e comecei a analisar uns livros que estavam em cima da mesa redonda.

Sherlock Holmes, Platão, Aristóteles, Pitágoras e a Ilíada. Levantei-me e procurei por algum livro.

Impaciente, peguei um grupo de uns três livros e os joguei na mesa.

Um dicionário de italiano. Não.

Atlas de História Geográfica. Não.

O Alquimista. Um traduzido!

Puxei o livro e abri em uma página aleatória. Página 46.

Meus olhos bateram automaticamente no sétimo parágrafo da página, onde o velho Rei de Salém começava a contar uma história à Santiago, o pastor.

"Certo mercador enviou seu filho para aprender o Segredo da Felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto até chegar a um lindo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.

"Em vez de encontrar um homem santo, porém, nosso herói entrou numa sala e viu uma atividade imensa: mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves e havia uma farta mesa com os mais deliciosos pratos daquela região. O Sábio conversava com todos, e o rapaz teve de esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido.

"O Sábio ouviu atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo de explicar-lhe o Segredo da Felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio e voltasse dali a duas horas.

"— Entretanto, quero lhe pedir um favor — completou o Sábio, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo. — Enquanto estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado.

"O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao final de duas horas, retornou à presença do Sábio.

"— Então — perguntou o Sábio —, você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?

"O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação fora não derramar as gotas de óleo que o Sábio lhe havia confiado.

"— Pois então volte e conheça as maravilhas do meu mundo — disse o Sábio. — Você não pode confiar num homem se não conhece sua casa.

"Já mais tranquilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do Sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que havia visto.

"— Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? — perguntou o Sábio.

"Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado.

"— Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar — disse o mais Sábio dos Sábios. — O segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo e nunca esquecer das duas gotas de óleo na colher."

Refleti a mensagem da história e sorri.

Procurei por outro livro na estante, eu estava tão agitada que não conseguiria ler nenhum inteiro, então decidi apenas folheá-los.

Eu estava folheando um livro de egiptologia quando senti uma mão em meu ombro, ergui a cabeça e vi Piper, ela puxou uma cadeira ao meu lado e se sentou, observando-me, fechei o livro e olhei para ela.

— Você está bem agitada, não é? — perguntou ela.

— Estou sim, não consigo nem ler direito.

Ela riu.

— Também estou assim. — disse ela, puxando um livro e lendo apenas a contracapa.

— O que foi que você viu em Katoptris? — perguntei, ela sorriu de canto.

— Você é bem esperta — murmurou ela — Muita coisa pra raciocinar... Annabeth?

Olhei para ela.

— Você sabe alguma coisa sobre gigantes com cinto, pele de leão, uma espada e uma clava?

Pensei por um momento, mas os únicos gigantes de qual conseguia lembrar eram os hecatonquires, ciclopes e outros humanoides.

Neguei com a cabeça.

— Viu em Katoptris? — perguntei, ela assentiu. Levantei-me e coloquei mais livros na mesa, desta vez de mitologia.

Piper procurou em um enquanto eu procurava em outro.

Abri no capítulo "Gigantes".

— Será que é Órion? — perguntou Piper, desviei meus olhos de meu livro para o seu.

— Pela descrição parece que é, mas será possível? Apolo o matou há muito tempo. — murmurei, Piper me olhou, incrédula.

— Apolo o matou? — questionou. Eu assenti.

— Na verdade, ele enganou Ártemis, fazendo com que a deusa o matasse por engano.

— Por que ele fez isso?

— Ciúmes. Ártemis amava Órion, chegou perto de casar-se com ele, mas Apolo teve ciúmes e provocou sua morte.

Piper arqueou as sobrancelhas.

— Nossa! — arquejou ela.

— Bom, é muito provável que Órion foi para o Elísio.

— Mas... — Piper fez uma careta, como se estivesse sentindo um gosto azedo. — Então por que ele estaria lutando contra Percy?

Me remexi na cadeira.

— Não faço ideia. — murmurei. — Nico havia dito que as almas do Tártaro estão rebeldes, mas eu tenho certeza que Órion não foi para o Tártaro.

— Isso é estranho — disse Piper.

— Mas tenho idéia de uma coisa. — Piper me olhou em expectativa. — Éris pode ter invadido o Tártaro, o que no mínimo é muito suicida até para um deus. E, bom, Éris é uma espécie de deusa da rebeldia, da discórdia, ela pode ter provocado os conflitos. Seus filhos e o pomo da discórdia são pouca coisa em comparação à ela.

— Annabeth — chamou Nico, ele estava na porta do chalé. — Quíron está lhe chamando na Casa Grande.

— Sobre o que é? — perguntei. Nico desencostou do batente.

— Will Solace — disse ele.

Eu e Piper o acompanhamos até a Casa Grande.

Fomos até a sala de estar, mas não havia ninguém lá.

— Enfermaria — sugeriu Nico.

Fomos até lá e encontramos Will deitado em uma das macas, envolto por cobertores. Sua pele estava pálida, os lábios azulados e tremia muito, a expressão era de choque. Sentada na cadeira ao lado estava Sunny, filha de Apolo.

Ariel, também meio-irmã de Will, apareceu na ala e sentou-se do outro lado de Will.

— Ele falou alguma coisa? — perguntou à Sunny, que balançou a cabeça negativamente.

— O que houve? — perguntei.

— Afogado — esclareceu Thalia, encostando-se no batente da porta. — Encontrei Will no fundo do lago, segurando um bloco de concreto de no mínimo 100 quilos.

— Como o tirou de lá? — perguntou Piper.

Thalia deu de ombros.

— Tive uma ajuda de Nico, mas é preciso dizer que quase me afoguei. Tiramos a água de seus pulmões, mas ele estava inconsciente.

— Você está melhor? — perguntou Nico. Thalia assentiu.

— Por que Will fez isso? — perguntei.

— Não sabemos — disse Sunny — Só sei que está todo mundo ficando louco.

— Will? — chamou Ariel, Will separou os lábios.

Ariel tocou o pescoço do irmão.

— A pulsação e a temperatura estão voltando ao normal.

Will se moveu, olhou para Ariel e sentou-se na maca.

— O-o quê...

— Meus deuses, Will! — berrou Ariel, abraçando o irmão.

— O que houve? — perguntou ele, rouco.

— Não se lembra de nada? — perguntou Thalia, incrédula. Will negou com a cabeça.

— Thalia o encontrou preso no fundo do lago. É que... achamos que você que tinha tentado se afogar — disse Sunny.

Will piscou, parecia confuso.

— Até onde sua memória vai? — perguntou Piper.

Will esfregou a palma da mão na testa.

— Eu... Eu saí do chalé, estava indo até a quadra de vôlei, lembro-me de ter levado um nocaute. Nada mais. — murmurou ele.

—Não se lembra de como foi nocauteado? — perguntou Nico.

Will negou com a cabeça.

— Okay, isso é estranho — disse Piper.

— Onde está Quíron? — perguntei.

— Foi falar com os outros centauros. Perguntar se eles viram alguma coisa. — disse Thalia.

Em questão de segundos, Leo aparece ofegante na porta.

— As ninfas... elas... sumiram. — disse ele, o cotovelo estava apoiado no batente e a cabeça estava abaixada, enquanto sua fala era entrecortada pelos ofegos.

— Como assim? — eu e Piper nos levantamos em sincronia.

Ótimo, o acampamento está mesmo virando de cabeça para baixo.

— As ninfas dos bosques... as náiades... Sumiram! Desapareceram! Querem que eu desenhe? — perguntou Leo, nervoso.

Olhei para Ariel, que me incentivou com a cabeça.

— Podem ir, cuidamos dele. Se Quíron chegar eu o aviso o porquê de sua saída. — disse ela.

— Obrigada. — eu disse, depois saí correndo atrás de Piper, Leo, Thalia e Nico.

Corremos em disparada, assustando a maioria dos semideuses que estavam pelo caminho.

Quando chegamos à entrada do bosque encontramos Grover abraçando uma espécie de árvore conífera, o Junípero, enquanto soluçava. Ao seu lado estavam Jason e Calipso, tentando consolar, com fracasso, o sátiro. Eu o abracei.

— Como isso aconteceu? — perguntei. Grover continuou soluçando em meu ombro.

— Não faço ideia — disse Jason — Parece que ninguém as viu o dia inteiro.

— Temos que fazer alguma coisa — disse Piper.

— Um momento — disse Nico, ele desapareceu nas sombras das árvores, esperamos alguns minutos e vimos uma movimentação, mas quem vinha era Nico, Lou Ellen e Rachel.

— Nada delas — disse a ruiva, então olhou para o horizonte, pensativa — Olhem quem está vindo aí.

Não, ela não olhou para o horizonte, e sim para um grupo de garotas vestidas com roupas prateadas e manejando arcos com aljavas penduradas no ombro.

Na frente estava uma garota que devia ter uns quatorze anos, cabelos acobreados, sardas salpicadas nas maçãs do rosto e olhos azuis bem claros, ela usava a tiara de tenente.

— Phoebe! — Thalia chamou, as caçadoras aproximaram-se e nos encararam. — O que estão fazendo aqui?

— Lady Ártemis foi caçar com Apolo, tem algo se movimentando e atrapalhando nossas caçadas. — disse Phoebe. — E o que está acontecendo aqui?

— As ninfas sumiram — eu disse. Phoebe arqueou as sobrancelhas.

— Isso é estranho. Vocês nos acompanham até a Casa Grande? — perguntou Phoebe.

Uma das caçadoras, ruiva e de olhos verdes, revirou os olhos.

— Claro — disse Thalia.

Nós seguimos o grupo de caçadoras até a Casa Grande, onde Quíron já havia voltado.

— Conseguiu descobrir algo? — perguntei, Quíron negou com a cabeça.

— Quem é o garoto na enfermaria? — perguntou uma das caçadoras, esta tinha olhos azuis, cabelo louro-queimado e pele bronzeada. De Apolo, provavelmente.

— Will Solace, conselheiro do Chalé de Apolo — disse Thalia.

A garota remexeu-se, incomodada.

— Tudo bem, Laura? — perguntou Thalia.

— Estão acontecendo coisas estranhas com as garotas de Apolo no grupo — disse Phoebe — Veja Laura, ela foi atacada muito frequentemente por monstros mais raros nestas últimas semanas.

A garota que estava na ala de Will, filha de Afrodite, namorada de Will e ex-caçadora, Hayley, sentou-se em um dos sofás, ao lado de Anya.

— Will comentou que algumas coisas estranhas estavam acontecendo no chalé. — disse ela.

— Que tipo de coisas estranhas? — perguntou Piper, à meio-irmã.

— Louis Baldwin foi atacado por uma espécie de lobo recentemente. Se não fosse por Gabe Ritschel, de Hécate, que viu quando ele estava sendo atacado, provavelmente Louis teria virado carne moída.

— Falando em coisas estranhas... — começou Jason — Leo, você teve noticias de Festus?

Leo balançou a cabeça negativamente, cabisbaixo. Jason suspirou e bagunçou o cabelo do amigo.

— O que vamos fazer? Está tudo ficando louco — disse Nico.

Quíron assentiu.

— O jeito é esperar o retorno de Percy, Frank e Hazel, eles podem ter a resposta para pelo menos uma de nossas dúvidas. — disse ele. — Podem voltar para suas atividades.


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Notas finais do capítulo

Cadê os filhotes de Apolo aí? Haha
Notem que coloquei meu nome na caçadora (Laura), mas ela não tem NADA a ver comigo, mas descobri que a etimologia do meu nome tem muito a ver com Apolo (e cá entre nós que já pensei na caçada), então quis colocar.
Beeijos da #FilhaDeHades



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