Amor sem Compromisso escrita por BecaM


Capítulo 19
Noivados e Reencontros




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~Quatro anos depois~

Depois da mudança para a Austrália, eu nunca mais fui a mesma. Minha mãe fez a cirurgia que devia e reagiu perfeitamente, ela está livre do câncer. Mas não foi por isso que eu mudei. Quando terminei com o Aus, entrei em uma pré-depressão. Fiz novas "amizades" e me enturmei. Com a mudança de colégio, resolvi tornar-me outra pessoa, sendo assim, tornei-me uma garota mais confiante, pois é, foi só isso mesmo (risos).

Hoje, tenho 20 anos, sou uma compositora profissional e estou namorando um ex-colega de classe, o nome dele é Jake.

Jake e eu estamos juntos há quase três anos, ele é a única pessoa que realmente me entende, de verdade.

Jake, está viajando com a turma dele do cursinho, eles terminaram a temporada e fizeram uma viagem até Londres. Não sei quando ele volta… Bem, agora eu estou na casa de Maia, ela é minha melhor amiga aqui em Sidney, nós nos entendemos bem, temos muitas coisas em comum, exceto opção sexual. Maia é lésbica. Nunca tivemos problemas com isso, quer dzer, nós. Poucos sabem sobre isso, Maia nem sonha em contar para seus pais tão cedo, eles são o tipo de pessoas “preconceituosas”. E era exatamente esse o assunto da nossa conversa:

– Sabe, é tão irritante a reação das pessoas quando eu digo que sou lésbica! - disse ela - É como se elas pensassem que tipo, eu fosse agarrar qualquer garota quaquer aparecesse na minha frente! Isso é tão… Arg!

– É… Concordo… - falei desconcentrada.

– Ally! - gritou ela - Você tá prestando atenção?

– Ahn? Ah, desculpa. To meio… cansada. - falei bocejando.

– Ficou até tarde falando com o Jake?

– Sim, ele me disse que a cidade é linda e tal, nada mais do que eu já ouvi outras pessoas dizerem.

– Ele já disse as três palavras?

– Que três palavras?

– Você ta com muito sono mesmo hein! As palavras “Eu”, “Te” e “Amo”.

– Ah ta! Sim algumas vezes…

Senti meu celular vibrar. Mensagem do Jake.

Vídeo chat ás 8:00 PM!! Jake.

– Maia, empresta seu computador?

– Por quê?

– O Jake pediu para eu entrar no video chat.

– Já são 8 horas?! - disse ela espantada.

– Sim… E por quê o desespero?

– O Jake me disse que queria falar com você e me disse para passar o video que ele me passou por e-mail.

– Mas ele disse que é video-chat.

– Mudanças de planos!

Maia me puxou até a mesa do computador e ligou-o. Ela me empurrou na cadeira e pôs um DVD para reproduzir. Logo, Jake apareceu na tela:

Oi Ally, e Maia. Bem, esse vídeo é para explicar o que está prestes a acontecer. Há quatro anos, eu conheci uma garota incrível, totalmente diferente das outras. Ela era linda, inteligente, carinhosa e engraçada, na verdade continua sendo… Há mais ou menos três anos, eu a pedi em namoro, mas ela disse as seguintes palavras ‘Ta bom’, e tenho que confessar, foi a primeira vez em que esta resposta, me soou melódica e perfeita. Gostaria de dizer que graças a você, Ally, esses foram os melhores três anos da minha vida, e que, ao seu lado, os próximos anos continuarão sendo perfeitos. Bem… Com todas essas frases, eu quero dizer que: Eu te amo Ally, e sempre te amarei. Agora, se puder, olhe pela janela.

O vídeo se encerrou e logo ouvi tocar uma música muito conhecida entre Jake e eu, Find You do Zedd, quando nos conhecemos era essa música que estava tocando. Desde então, se tornou a nossa música.

Olhei pela janela e vi Jake no quintal segurando duas caixinhas de som, as quais estavam ligadas em um MP3. Olhei em volta, ele não estava sozinho, nossos pais, colegas do colégio e da faculdade também estavam lá. Um grupo pequeno, mas para mim, parecia uma multidão. Abaixei a tela do computador, desci as escadas correndo e fui até o quintal.

Jake desceu da cadeira em que estava em pé e andou até mim. Ele pôs as caixinhas de som no chão e desligou-as.

– Não me disse que tinha voltado. - falei.

– Cheguei agora.

– O que você queria explicar com aquele vídeo?

– Você me aguentou por quase três anos, nunca brigou comigo, nunca reclamou de nada. E isso é incrível. Eu passei toda a minha adolescência a procura da garota com a qual eu teria aquele amor de cinema, e sim - ele olhou para os colegas de turma - eu pensava nisso e não isso não é coisa de boiola. - todos riram - Bem, resumindo, você é a garota que eu tanto procurei. Então, como eu sou um medroso a apaixonado, e não quero perder você, faço-lhe a seguinte pergunta: Allyson Dawson, a senhorita me daria a honra, de se casar comigo?

Ele tirou do bolso um caixinha pequena, abriu-a e revelou um parte de alianças idênticas. Jake me olhou esperando uma resposta, até que eu disse:

– Não… - ele ficou cabisbaixo - Não acredito que você achou em algum momento que eu diria não.

Ele voltou a me olhar, pude ver um pingo de esperança em seus olhos.

– Você ta dizendo que…

– Estou dizendo que sim. Sim, eu aceito!

Eu corri até ele, pulei em seus braços e lhe dei um beijo. Todos vibraram, assobiaram e aplaudiram. Eu nunca me senti tão feliz antes, mas havia algo dentro de mim que me dizia o contrário…

(...)

Após o pedido e todos as pessoas nos parabenizando, meus pais vieram até nós e disseram.

– Nós, não só sabíamos que vocês iriam ficar juntos, como já temos nosso presente de casamento para vocês. - disse meu pai.

Minha mãe me entregou uma pasta com documentos.

– O que é isso?

– São todos os documentos que vocês precisam para se mudar para sua nova casa.

– Ta brincando?! - falei vibrando.

– Além disso, a casa não é em Sidney. - ele fez um suspense - É em Miami! Nesta pasta estão os documentos da nossa antiga casa, e da Sonic Boom.

– Ai meu Deus!!! Eu amo vocês! - falei abraçando-os.

– Sonic Boom? - disse Jake sem entender.

– Era a loja do meu pai, foi lá que eu comecei a adquirir minha paixão pela música.

– E agora ela está no seu nome.

– Obrigada mesmo, vocês são demais.

Abracei-os novamente. Miami que se prepare, pois Ally Dawson está voltando.

POV Austin

Finalmente! Último show da minha terceira turnê, não sei como consegui sobreviver quatro anos sem uma única música nova. A Ally faz muita falta. Ainda não acredito que não a esqueci, ela já deve ter me esquecido…

Hoje, estou no ônibus da turnê, indo direto para Miami, depois de quase um ano. Minha irmã ta na faze “revoltada com o mundo”, ela reprovou de ano umas duas vezes, ou três, não estou por dentro desse assunto. Bem, resumindo, ela continua no ensino médio.

Trish e Dez estão discutindo mais uma vez sobre quem dorme em que cama. Enquanto isso, aqui estou eu, relembrando do meu passado e todas as dores do mesmo…

Desde que Ally foi embora, nunca mais recebi uma única mensagem de texto, um e-mail. Nada. Ela simplesmente sumiu. Sinto falta dela, muita.

(...)

Finalmente chegamos em Miami, eu fui para casa e me despedi de Trish e Dez. Assim que entrei, fui dominado por uma dupla de abraços fortes. Ou trio. Meu pai estava presente, pela primeira vez em quatro anos.

Contamos as novidades, as boas etc, até minha mãe chegar no seguinte assunto:

– A casa dos Dawson foi vendida.

– Sério? - falei já sem esperanças.

– Sim, parece que foi comprada por um casal jovem. Eles se mudaram semana passada mas nunca os vi.

– Er… Legal.

– Eu fiz uma torta, quer entregar para eles?

– Claro, pode ser.

Minha mãe andou até a cozinha e voltou com uma travessa de torta, entregou-me e abriu a porta. Eu saí de casa, andei até a antiga casa da Ally e bati na porta.

– Já vai! - gritou um homem do lado de dentro.

Logo, um cara moreno não muito alto abriu a porta.

– Oi, posso ajudar? - disse ele.

– Er… Oi, eu sou Austin, moro na casa ao lado. Soube que vocês acabaram de se mudar então trouxe uma torta.

– Ah, obrigado. Er… Meu nome é Jake. Por favor entre.

Ele abriu caminho e eu entrei, em seguida fechou a porta. Acompanhei-o até a cozinha e o entreguei a torta.

– O cheiro está delicioso. Aposto que o gosto melhor ainda.

Eu ri, por educação.

– Só um instante, com licença.

Ele andou até a ponta da escada e gritou.

– Amor! O vizinho veio nos conhecer!

– Já estou descendo! - gritou uma voz conhecida.

Comecei a olhar os porta retratos, não havia fotos da garota, somente do Jake e aparentemente sua família. De repente, ouvi um murmurio ao meu lado:

– Não pode ser…

Virei-me e a vi. Ally estava de volta.


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