Aquela Droga Chamada Amor escrita por Isa Casadevinho
Chegando na porta da casa do Hunter eu já podia prever o que seria e o que teria naquela festa. Tinham carros com garotas e garotos dentro, muita barulheira e gente bêbada saindo da casa. Frank notou minha cara de interrogação e me arrastou pra dentro.
Frank: Aí Wendy, viu o Hunter ou a Jane por aí?
Wendy: Não… Tu tem alguma bala aí?
Frank: Haha valeu aí Wendy – respondeu ele, sem saber onde enfiar a cara.
Eu: O que tá rolando nessa festa, cara?
Frank: Vem comigo – disse ele, me puxando pelo braço.
Continuamos a andar sem rumo naquele mar de gente. Tinha muita gente se drogando, eu tava assustada. Nunca tinha visto algo parecido… Mas parecia que tava todo mundo se divertindo.
Eu: Também quero alguma coisa pra beber.
Tinha uma garrafa de vodca em cima da mesa de jantar. E foi nela mesmo que eu mirei.
Frank: Opa opa, cuidado mocinha – disse, dando uma risada – isso aí é forte demais pra você.
Eu: Não ligo – sorri pra ele e comecei a virar a garrafa.
Continuamos andando e de repente vimos uma guria muito doida virando várias tequilas cercada de um pessoal mais doido ainda. Era a Jane. E eu já não estava me sentindo tão bem.
Jane: VENCI! Agora tu me deve uma branquinha. – disse a Jane, engolindo sua última dose de tequila.
Hunter: Beleza… Tu me venceu dessa vez só. Tô indo lá pegar. – disse o Hunter, trocando os passos em direção a escada. Foi engraçado e perigoso ao mesmo tempo.
Frank e eu nos aproximamos. Nossa, eu tava muito feliz de finalmente termos encontrado-a. Tava na hora de eu me divertir também. Ela tava meio alterada, com o cabelo mais bagunçado do que o normal, mas ainda era a Jane.
Jane: Fala aí gata, demorou pra chegar, hein? Se perdeu no caminho? – disse, gargalhando no final.
Eu: Até que não foi tão difícil chegar aqui. Vi que tu ganhou a competição, pinguça. – eu disse, dando um soquinho no ombro dela e esboçando um sorriso.
Jane: Eu já tenho doutorado nisso, meus queridos. E o prêmio eu vou dividir com vocês.
Hunter desceu a escada (quase rolando dela, é válido ressaltar) e entregou um saquinho pra Jane. E com certeza aquilo ali não era açúcar ou coisa do tipo.
Frank: Opa, mas já? Separa mais pra mim.
Jane: Segura a onda aí, Frank. Vamos deixar um pouquinho pra Zo.
Eu: Não sei se eu tô afim de experimentar esse troço aí não.
Frank: Tá arregando, senhorita fodona?
Odeio que me chamem de arregona.
Eu: Me passa um pouco disso aí.
Mal cheirei aquilo e já me arrependi. Fiquei uma pilha. Dancei por horas na sala e não tava me cansando. E o pior: tava com vontade de cheirar aquele troço de novo, então fiz o favor de ir procurar o Frank. Um monte de gente na minha frente não facilitava as coisas, ainda mais na minha condição. Ninguém sabia onde estava o Frank. Saí empurrando todo mundo, e no final de um corredor, tinha uma porta meio aberta.
Então o encontrei muito pilhado cheirando no banheiro.
Eu: Frank?
Ele se virou assustadamente.
Frank: Oi Zo… Tá tudo bem? – disse ele, um pouco agitado.
Eu: Mais ou menos… Essa daí é da mesma que a gente cheirou antes?
Frank: Arrã. Aposto que tu já quer mais um pouco. Chega aí.
Cheirei aquilo sem saber o que era. Mas também não tenho certeza se queria mesmo saber. O Frank tava todo arranhado nos braços.
Eu: Pegou alguma tigresa hoje? - eu disse, meio agitada e gargalhando.
Frank: A tigresa que eu queria não me deu muita bola - disse ele, abrindo um sorriso e espalhando aquele pó em cima de um mármore.
Assim como eu e Frank cheiramos muito daquele pó naquela noite, a Jane também cheirou. Só que ela cheirou mais do que nós e começou a passar muito mal. Frank e eu (que estávamos sob o efeito da coisa) nos desesperamos e arranjamos alguém pra nos levar à um hospital. Só que quando a gente tava quase chegando lá que eu consegui pensar.
Eu: Caralho Frank, o que a gente vai dizer pra eles?
Frank e eu nos olhamos.
Frank: Fodeu.
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