O Coelho Exorcista escrita por DarkAngelS2


Capítulo 4
Falha


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, sinto muito pela demora. Espero que gostem :)



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Naquela mesma noite, Usagi não tinha conseguido dormir. A missão naquela tarde não tinha ido nada bem. Por causa do seu choque ao saber que Rin era um demônio, ela não pode se concentrar e se recusava a trabalhar perto dele. Ela agora estava olhando para a lua pela janela de seu quarto, que era a única coisa que podia tirar seu estresse e toda a sua raiva da mente mas ainda assim era inaceitável.

As memórias daquela tarde vinham e iam, ecoando em sua mente e sempre trazendo perguntas e dúvidas. Ao mesmo tempo que sentia um incerto ódio por Rin, ela se odiava ainda mais por ter explodido tão rápido.

“Por que tem um demônio aqui?!”, ela se lembra do que tinha dito. Naquele momento ninguém havia dito nada sobre a sua reação mas Rin tentou dar uma desculpa enquanto tentava fazer disso tudo uma brincadeira para amenizar o clima.

– Ah, s-sabe – ele gaguejava enquanto tentava sorrir – eu não sabia que tinha gente nova com a gente então isso pra mim é uma surpresa também.

Mas a feição de Usagi não havia mudado, felizmente Yukio desfez o clima ao começar a falar da missão no depósito abandonado. Haviam 3 Ghouls, um dos tipos de demônios, assombrando o local e era dever dos exwires extermina-los. Ghouls são demônios de classe baixa mas quando há um grupo deles, é difícil de enfrenta-los. Para facilitar as coisas, Yukio dividiu todos em equipes, ele iria auxiliar Izumo, Shiemi e Takara no segundo andar enquanto Bon, Konekomaru e Renzou ficavam no lado direito do primeiro andar. Agora, para o azar de Usagi, ela tinha ficado junto com Takeru e Rin, embora tenha pedido para trocar de grupo, isso não foi possível.

Como se não bastasse já ter Takeru ao seu lado para incomoda-la, agora tinha que ter Rin como sua assombração. O grupo dela seguiu pelo lado esquerdo do primeiro andar em um silêncio absurdo, onde as únicas coisas que se podiam ouvir eram seus passos que ecoavam fortemente.

Apesar de saber da reação de Usagi ao vê-lo com uma cauda de demônio, Rin não hesitou em agir como ele mesmo, sendo aquele rapaz engraçado e alegre de sempre. Infelizmente, a alegria dele fazia ela se irritar ainda mais. Ela tentava caminhar bem na frente dos dois, onde podia se afastar o suficiente dele.

– Ei, não devia ir tão longe. – Rin alertava – Podemos acabar nos separando.

– Eu não me importo. – ela respondia em voz alta.

Suas vozes ecoavam ainda mais alto que seus passos e isso chamou a atenção de um dos três Ghoul que habitavam o local. Silenciosamente, ele se aproximava na penumbra do lugar. O único lugar em que se vinha luz era de grandes janelas do segundo andar, que tocavam o chão do primeiro já que não havia piso que os separasse.

Fujimaru reagiu logo que sentiu a presença do demônio pulou dos ombros da dona, ela voltou seu rosto pra onde o coelho observava. Nada por enquanto, mas então o Ghoul saiu das sombras ferozmente e pulou para cima da garota. Como esses são um tipo de demônio que são formados a partir de corpos humanos ou de animais, o que apareceu na frente dela tinha uma forma asquerosa e pálida, parecia ser um cão gigante.

Rin e Takeru que estavam mais atrás correram imediatamente. Rin ameaçou sacar a sua espada na mesma hora em que viu o coelho branco defender sua dona. Da mesma forma como fez com os Moromis no parque, Fujimaru funcionava como um repelente para demônios, isso fez com que Rin se sentisse fascinado, esquecendo-se que isso também poderia afeta-lo.

O sangue do demônio começou a escorrer pela sua boca, isso seria um problema se caso entrasse em contato com eles. O sangue de demônios como o dos Ghoul era fatal, ele queimava a pele e matava a pessoa em questão de minutos.

Ele começou a balançar seu corpo para todos os lados, fazendo o sangue respingar na garota a sua frente. A manga do uniforme dela se desfez como ácido e sentiu uma forte ardência no seu pulso. Começou a ficar bem vermelho, podia-se ver a fumaça saindo da queimadura. Takeru não perdeu tempo e começou a recitar os versos de John. Usagi poderia ajudar mas por causa do ferimento, sua consciência estava indo embora e o Ghoul estava começando a reagir sobre os versos fatais que Takeru recitava.

Para tentar ganhar mais força, o demônio fugiu para a escuridão, ainda rodeando eles. O clima não os ajudou, as nuvens começaram a se mexer rapidamente, tampando a única entrada de luz que havia naquele local, Agora que quase não havia luz ele atacou ferozmente Takeru, que era quem estava recitando os versos mas Rin sacou a sua espada a fim de protege-lo. No momento em que a desembainhou, seu corpo foi coberto por chamas azuis e claras que não o feriam e suas orelhas ficaram mais pontudas e mais parecidas com um demônio de verdade. Usagi pode ver as chamas azuis envolverem o corpo dele, ela arregalou os olhos. Quando conheceu Rin, ele tinha a aparência de um demônio por causa das suas orelhas e dentes mas nunca desconfiou porque Fujimaru nunca reagiu a ele como um demônio mas ver ele daquela forma. Ele não era só um demônio, era o próprio filho de Satã!

Ela desmaiou poucos segundos depois, ouviu em sua mente uma voz familiar, um sorriso brilhante e aquecedor e então chamas azuis acabaram com toda a luz e toda a felicidade. Ela chorava e implorava, ao mesmo tempo ouvia a voz doce novamente, “Está tudo bem, minha querida Usagi.”

Ela acordou na mesma hora, com uma lágrima escorrendo de seus olhos. Ela estava rodeada por Yukio e os outros exwires. Shiemi tinha usado uma planta para tratar da queimadura do Ghoul. Ao que parecia, todos tinham conseguido derrotar o resto dos demônios perfeitamente. Ela foi a única que não conseguiu fazer nada.

– Você acordou? Está se sentindo bem? – Rin se aproximava dela mas ela não respondeu no mesmo tom que ele.

– Fique longe de mim! O que eram aquelas chamas azuis?! – disse furiosa, ainda sentindo os efeitos do sangue do Ghoul.

– Ei, você não deve se mexer muito senão pode piorar. – Shiemi falou tentando acalmar a situação.

Usagi sentia-se tão inútil quanto qualquer outra pessoa, mesmo quando voltou para a escola, as lembranças da missão se repetiam inúmeras vezes. Ela queria tanto causar uma boa impressão mas por causa dos seus sentimentos, falhou. O pior de tudo era ter descoberto que Rin era filho de Satã, e que ele a protegeu naquela hora.

Agora, deitada em sua cama, ainda sem sono, suas lágrimas corriam como uma cachoeira pelo seu rosto, afogando todas elas em seu travesseiro. Não era por causa da missão, mas seus sentimentos estavam tão confusos que ela não sabia o que pensar, nem mesmo a presença do coelho conseguia acalma-la. As chamas de Satã traziam más lembranças a ela e mesmo assim, estas mesmas chamas a protegeram. Ela se sentia culpada pelas coisas que tinha dito a Rin mas ainda não era capaz de aceita-lo.

“O que eu devo fazer mãe?”, ela se perguntou e mais uma vez olhou a lua pela janela, “Pai, eu nunca vou aceitar os demônios como aliados ou amigos mas...”, sua voz soava triste mas então suas lembranças mudaram o tom dela, mais confiante, “Não! Não posso pensar assim! Ele a matou! Ele a tirou de mim! Eu nunca vou aceitar os demônios!”.

***

Nos dias seguintes da escola, ela ignorou Rin completamente mas felizmente conseguia manter um relacionamento amigável com os outros exwires. Por mais que não parecesse certo o relacionamento dela com Rin, sabiam que era uma coisa que levaria tempo para se resolver. Afinal, todos já passaram pela mesma coisa, o que podiam fazer agora era esperar um milagre acontecer.

Rin já não aguentava ser ignorado, durante o ensino fundamental ele nunca conseguiu ter nenhum amigo mas finalmente quando entrou no curso foi que ele realmente pode se sentir feliz por ter pessoas ao seu lado. Saber que Usagi o ignorava não o fazia se sentir bem. Era como lembrar de toda a sua infância. Ele estava no refeitório com Yukio durante o intervalo, mal conseguindo tocar na comida.

– O que foi? Você não é do tipo de desperdiça comida. – Yukio disse.

– Calado, quatro-olhos.... – resmungou. Yukio deu uma risada.

– Se não gosta da comida, vá lá e faça você mesmo. – ele brincou mas Rin pareceu aceitar bem a sugestão do irmão. Ele abaixou os talheres e olhou claramente para Yukio.

– É isso...

– O que?

– É isso! Eu vou fazer uma grande ceia! – ele disse alegremente, Yukio não acompanhou a ideia.

– D-Do que está falando? Era só brincadeira.

– Nós não demos nenhum tipo de recepção àqueles dois não é?! Então eu vou fazer uma grande ceia! E dá pra convidar todo o pessoal do curso!

– Não...Eu não acho que...

– Está decidido! Eu vou falar com eles agora! Te vejo depois, Yukio!

– Espere, irmão! - Rin deixou Yukio completamente sozinho na mesa, saindo apressado do refeitório. – Você não tem jeito....


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