Ele se surpreendeu ao abrir os olhos e perceber que estava num local ao principio desconhecido, mas que logo ele reconheceu como o interior de uma enorme caverna (mesmo que não tão grande se comparado ao tamanho dele).

Ao tentar se levantar, ele acabou sendo invadido por uma avalanche de dor e então desistiu de fazer qualquer movimento.

–É melhor que não se mexa! –A voz chamou a atenção do Digimon e fez um amontoado de memorias jorrar na mente dele.

Aquela batalha... Aquela derrota... Aquela humilhação esmagou sua honra como se ela não fosse nada. Não que ele desse tanta importância a ela da mesma forma que seu amigo dava, mas mesmo assim...

–Hum... Você está bem? –A pergunta veio do interlocutor que finalmente revelara sua presença. A voz vinha de um pequeno dragão vermelho que tinha um pequeno, e também vermelho, bebê encima de sua cabeça.

–Sim... Você... É o Digimon de antes?-Perguntou, falando pela primeira vez. O outro afirmou com a cabeça. –Como me carregou até aqui? –

–Pra falar a verdade nem eu sei, você é muito pesado. –O riso do dragão foi seguido pelo do bebê.

–Obrigado... –Disse num murmuro.

–Não a de quer... Olha, você... É um Cavaleiro Real, não é? –O dragão perguntou um tanto receoso.

–Acho que você já sabe a resposta... Mas sim, sou sim! –O cavaleiro encarou o dois Digimons a sua frente e fez uma ultima pergunta. –Quem são vocês? –

–Meu nome é Shoutmon e pequenininho aqui é o Jyarimon! –

–Eu sou o Cavaleiro do Fim... Omegamon... –

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O dragão negro acordou em um instante e se viu junto aos diversos membros de seu exercito que descansavam no Digivice de seu “capitão”.

–Droga... –Ele não podia se dar ao luxo de reviver tais memorias, claro que ele as valorizava mais que tudo, mas...

Ele decidiu sair daquele lugar, não sabia que estava sendo observado, mas tudo que ele precisava era de ar fresco. Ao sair do dispositivo ele pode notar que seu “parceiro” se encontrava dormindo.

O dragão passou a caminhar, antes de dar uma ultima olhada no rapaz. Continuou andando até chegar ao lugar que parecia ótimo para atender suas necessidades, a beira de um pequeno abismo.

–Você está bem, Guilmon? –O pequeno surpreendeu-se com a presença de mais alguém no local, mas não se virou para o outro.

–Sim... Só estou sem sono, Strabimon... –O lobo não fez qualquer comentário, apenas sentou-se ao lado de Black Guilmon.

–Não precisa mentir... –Disse finalmente quebrando o gelo. O dragão nada respondeu, o lobisomem o encarou, mas logo continuou a falar. –Você... Lembra-se da sua vida antes... Antes disso tudo? –A pergunta surpreendeu o Digimon e trouxe de volta as memorias daquele sonho.

–Não... –Foi a única resposta que conseguiu falar. –Mas por que está perguntando isso?! –

–Por nada... É só... Me sinto estranho nessa zona... Como se precisasse fazer algo... –Guilmon o fitou, não entendendo nada, Strabimon desviou o olhar para a grande queda a sua frente e deu um pequeno sorriso. –Bem... Eu vou dar uma volta antes que o garoto acorde! –Disse por fim, antes de se levantar e pular em direção ao grande buraco.

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–Tsukiro... Tsukiro... TSUKIRO!!! –Assustado, o rapaz acordou e passou a procurar quem o havia despertado. Entretanto ele não encontrou ninguém além dos dois humanos que dormiam em meio ao vórtice digital a sua volta.

A visão dos dois fez com que o garoto se lembra do porquê de estarem ali...

...

Algumas Horas Antes, na Zona do Deserto

–Tem certeza de que não querem ficar? Eu garanto que a noite nos tuneis é incrível! –

–É-é... Não... Quer disser... Até gostaríamos, mas... Mas precisamos mesmo ir pra próxima zona... –Falou Kai em meio a gaguejos. A razão do grupo querer tão desesperadamente ir pra próxima zona era a noite que já se mostrava próxima.

A ideia de passar a noite no deserto, que já começava a substituir o dia quente pela noite congelante, não os agradava em nada, e por outro lado passa-la embaixo da terra, apesar do que a toupeira dizia, era pior ainda.

–Se estão dizendo... –Dito isso a garota abriu o portal.

–Então vamos indo... Até mais, Toupeiramon! –Falou Kei entrando no Digivice de Tsukiro.

–É... Tchau, cara! –Disse Rei, seguindo o irmão.

–Desculpe pelos dois, mas muito obrigado, Drimogemon. –

–Sim, valeu pela ajuda... –

–Não a de quer! –Falou respondendo a todos.

–Drimogemon... –A garota se aproximou e deu um abraço no Digimon que retribuiu. –Desculpe por ter desconfiado de você... –

–Não tem problema, Yumi... –A garota se afastou e deu espaço pro ursinho.

–Drimogemon... Obrigado... Cuide bem dessa zona, sim? –

–Tá... Boa sorte, Bearmon! –O Digimon deu um último aceno e desapareceu dentro do Digivice da parceira. Os três então entraram no portal, logo não tendo sinal do deserto ou de Drimogemon.

Diferente de antes, desta vez o grupo permaneceu em silencio e assim continuaram até pegarem no sono.

...

–Eu estou aqui, Tsukiro! –A voz tirou o rapaz de seus pensamentos, ele pegou seu Digivice e viu a cara de um dos seus parceiros na tela, provavelmente Rei em razão da faixa vermelha em seu braço.

–Qual o problema, Rei? –Perguntou um tanto preguiçoso.

–É que eu acho que já estamos chegando a nova zona... –

–Como sabe disso? –

–A pressão exercida pelo portal está diminuindo... –Falou ao sair do aparelho e se apoiar na cabeça do garoto que percebeu que o parceiro se encontrava muito menor do que o de costume. –Está vendo, até já posso sair do Digivice! –

–É, mas você está muito pequeno! –O dragão concordou com o parceiro, mas continuou em sua cabeça. –O tamanho perfeito... –

–O quê? –Tsukiro não respondeu nada, apenas tirou o Digimon de sua cabeça e o segurou com um dos braços.

–Desculpe, Rei... Mas ele merece isso! –Ele estava pronto pra fazer outra pergunta quando se sentiu ser lançado em direção a algo, e esse algo era ninguém menos que Kai.

–O QUE É ISSO?!?!?! –Ao procurar o que o acertou apenas viu a miniatura de um Dracomon com um calo na cabeça. –Dracomon?! Mas... Qual deles? –

–Ah... Você faz muito barulho, Kai! –Resmungou DORUmon antes de sair do Digivice de Kai, também estando em um tamanho menor que o original.

–É verdade... –Murmurou Bearmon, que também saíra do dispositivo da parceira. Kai tirou sua atenção dos Digimons e procurou com os olhos os outros dois humanos.

–Takeya-San... –Tsukiro chamou a garota gentilmente. Yumi rapidamente abriu os olhos e surpreendeu-se ao encontrar, não o seu amigo de infância, mas sim o seu Senpai a sua frente, e se surpreendeu ainda mais quando sentiu uma pitada de desapontamento.

–Matoyo-Senpai?! –

–Nós já estamos chegando na próxima zona! –A garota então se levantou e ficou ao lado do rapaz.

Ao longe, Kai assistia a tudo enciumado...

“Como esse idiota se atreve... Eu é quem deveria a acordar gentilmente...” Os pensamentos do garoto estavam prestes a se tornar palavras, mas não conseguiram, pois o “chão” embaixo de si desapareceu junto ao redemoinho de dados.

A última coisa quem os sete conseguiram ver, antes de começar a cair foi o infinito céu azul. O grupo esperou a queda dolorosa, e acabaram no que pareceu ser água, o que doeu tanto quanto se fosse no chão, mas que ao menos os salvou de uma provável morte.

...

–Eu até gosto de tomar banho, mas de madrugada?! –O pequeno urso reclamou sentado sobre o Sol que começava a nascer, enquanto o resto do grupo se preparava para partir.

–Eu sei como se sente... –Falou DORUmon tão desanimado quanto o amigo.

–Andem logo vocês dois! –Gritou Tsukiro já a frente de todos, junto a seus parceiros.

Os dois Digimons seguiram preguiçosamente os outros até terem uma surpresa ao se deparar com o aspecto da zona.

–Essa é... –A zona parecia ser dividida em duas partes, uma parecia ser um pequeno deserto em formato de círculo, um pouco mais vívido do que a Zona do Deserto. Já a outra era uma grande selva que contornava o deserto. –Essa é... –

–A Zona Jurássica! –Todos se voltaram pros dois Digimons.

–Jurássica?! –

–Como sabem disso? –Perguntou Kai para ambos.

–Nós já estivemos aqui! –

–Já? –Perguntaram os dois dragões que sentiam-se alheios a conversa.

–Sim... Está é a zona em que encontramos vocês!!! –

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Zona do Deserto

–Tem certeza de que não deveríamos ter seguido eles? –Perguntou sentado ao lado da parceira que acabara de acordar.

–Tenho...Ambos podemos ter pensamentos iguais, mas... Provavelmente temos objetivos diferentes. –

–É, talvez tenha razão... –Disse o pequeno dragão antes de pôr a cabeça no colo da garota.

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Em algum lugar na fronteira entre o Território Norte e o Território X

– Até que você é bem durão, garoto... –Falou o Digimon deitado no chão junto ao garotinho.

–Digo o mesmo... Galinha psicótica! –Os dois começaram a rir até que uma aura preta e vermelha os cercou.

–Eu nunca pensei que perguntaria isso, mas... Quer ser meu parceiro? –

–... Sim... É um prazer, sou Makoto! –

–O prazer é meu, amigo. Meu nome é Ryudamon! –