Mirrors - Seth&Lívia escrita por Leh Black


Capítulo 11
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Galera estou mais que feliz com o número de comentários e leitores, que estão aumentando cada vez mais. Por favor, continuem comentando, é muito importante mesmo pra mim!
Espero que gostem, bjss!



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P.O.V. Lívia

Aos poucos meus olhos se abriram tentando se acostumar com a claridade do local. Estava deitada numa cama de casal num quarto totalmente feito em vidro, do chão ao teto. O que de certa forma era um tanto quanto irritante saber que estava visível a qualquer um. Não que houvesse alguém. A única coisa que eu via para qualquer lado era neve, árvores com neve e mais neve...

Caminhei pelo quarto procurando uma saída já que a porta estava trancada. Em um canto havia uma pequena janela que o jeito seria pular, mas seria quase suicídio se atirar dessa altura.

– Eu não faria isso! – disse uma voz grossa que me fez ter arrepios. Era ELE.

Virei lentamente encontrando Arthur com uma pequena bandeja em suas mãos.

– Onde estou?

– Não faria muita diferença dizer. Estamos em outra dimensão.

– O que isso significa? – perguntei confusa

– Significa que por mais que saia daqui, não poderá voltar pra Terra senão quando eu quiser.

Encrencada. Estou definitivamente encrencada.

– Por que está fazendo isso? Por que Ian o ajudou? – eram tantas perguntas que tentar fazer uma lista em ordem de prioridade era quase impossível

– Estou fazendo isso porque preciso de você e Ian trabalha pra mim... Mas supondo que você seja minha prisioneira você deveria calar a boca antes que eu perca a paciência.

– Pra que você precisa de mim? – perguntei ignorando-o completamente

– Você ouviu o que eu disse? – falou ele bravo

– Por acaso eu pareço surda? – respondi sarcástica

Qual era o meu problema? Desde quando resolvi virar defunto? Talvez meu nervosismo estivesse me impedido de ser coerente. Detesto quando isso acontece. Agora com certeza ele me mata.

Arthur lentamente se aproximou de mim. Era agora minha morte, fechei os olhos respirando pesadamente.

– Vívian me disse que éramos parecidos, só não imaginei que era tanto. – disse próximo ao meu rosto e riu de leve, me surpreendendo. Mas rapidamente parou e se tornou sério novamente – não faça mais isso! - exigiu virando as costas

– Você é meu pai. – constatei

– Sim, sim. Mas detalhes a parte. Coma o que tem na bandeja e logo voltarei para conversarmos mais um pouco.

Dito isso fechou a porta trancando-a, era estranho, pois apesar de ser vidro eu não conseguia vê-lo do outro lado.

Encarei a maçã, as torradas e o copo de suco, optei apenas pelo copo de suco e me surpreendi ao constatar que nunca havia tomado nada parecido, aquela fruta era totalmente desconhecida pra mim.

*.*.*

Quando finalmente Arthur volta, ele encara a bandeja quase completa e faz uma cara de desaprovação.

– Deveria comer mais.

– Não estou com fome. – murmurei

– Por que não leu o livro?

–Era chato e incompreensível. Mas por que queria que eu lesse?

– O livro conta nossa história, do que nós somos. Explicar através do livro é mais fácil. – explicou como se falasse com uma criança de 5 anos, o que me irritou

– Só se for pra você! Olha, eu só quero voltar pra casa e nada mais. – falei cansada

– Você não sente curiosidade em entender suas visões? Seus pressentimentos? – indagou incrédulo

– Quero, claro que quero. Mas... Eu quero voltar.

– Lívia não tenho interesses em você além dos que logo lhe explicarei então pode ter certeza que assim que acabar eu ficarei feliz em devolver uma menina respondona pro lugar de onde veio. – disse frio

Tudo bem que eu não desejava que ele me assumisse como filha e virasse o “Senhor Pai do Ano”, mas caramba! Também não esperava tanta frieza!

– O que você quer comigo? – perguntei num fio de voz, apesar de a ideia inicial era agir de modo confiante

– Faremos assim: te contarei o que precisa saber e no final você pergunta o que não entender.

Não era como se eu tivesse escolhas visto que seu olhar demonstrava isso, então apenas assenti.

– Resumindo tudo: somos Espelhos ou Specula, enfim qualquer coisa com esse significado, o nome em faz referência aos nossos poderes. As visões e pressentimentos, são no caso uma leitura da alma de alguém, é como se a alma dela refletisse em nós. – o olhei confusa- Tente não pensar como algo complexo, se apegue apenas a simplicidade do termo. O que acontece quando alguém fica em frente ao espelho?

– Ele se vê.

– Sim só que quando nós olhamos alguém, não vemos somente o físico, mas lemos suas emoções, seu eu interior e por vezes, dependendo do quão forte você for, podemos ler mentes, ver o passado e o que é ótimo em batalhas usar o dom do outro a seu favor.

– Como assim?

Tudo bem que o combinado era eu não interromper, mas provavelmente ele já havia percebido que não daria muito certo.

– No caso de vampiros que possuem dons, se um deles tentar usar o dom em você, você estando preparada consegue “cloná-lo” momentaneamente, bloqueando-o e o jogando de volta. R-E-F-L-E-T-I-N-D-O. – soletrou me fazendo entender o que ele queria dizer, éramos literalmente espelhos

– Tudo bem, mas por que você precisa de mim? E aqui?

– Nossa espécie, por assim dizer, a cada geração se torna mais forte. E você sendo minha filha é mais forte que eu.

– Então você tem um plano maligno para roubar meu poder e dominar o mundo? – o interrompi o que o fez revirar os olhos

– Não. Não sou tão mal quanto pensa.

– Só quer o melhor pra si custe o que custar... – completei

– VOCÊ NÃO ME CONHECE! – berrou possesso, logo depois se recompondo – Eu odeio essa parte de ser o que somos, você perto de mim reflete quase totalmente minha personalidade. – suspirou – Continuando... Até hoje sou o mais forte de todos, pois sou o rei do Reino de Tharthmus, porém com seu nascimento isso mudou, quando você completar 15 anos todos seus poderes se aflorarão. Porém esses poderes se tornam tão fortes no seu aniversário que são quase palpáveis para qualquer ser sobrenatural, principalmente para Reflexio Venatores ou “Caçadores de Reflexo”, eles são capazes de sugar os poderes até a nossa morte, este ato cura por algum tempo suas deformidades.

– Deformidades?

– Sim como o cara da máscara na floresta. A máscara escondia sua boca retorcida.

– Mas considerando que se me matarem, você continuará sendo o mais poderoso de todos por que está querendo me “ajudar”?

– O povo descobriu sua existência, graças ao seu amiguinho Ian, e que tipo de Rei eu seria se sabendo da existência de uma filha a deixaria morrer pelas mãos do nosso maior inimigo, sem ao menos uma proteção?

– Então é uma questão de aparências?

– Não só isso. Uma guerra está por vir e sei que sem seu poder nossas chances de ganhar são mínimas.

– Você é desprezível. – sibilei com ódio – EU QUERO VOLTAR PRA MINHA CASA AGORA!

– Primeiro de tudo: abaixe o tom quando falar comigo. E segundo: vou repetir, você só sai quando EU quiser! – falou ameaçador – Mas como sou bonzinho vou te deixar ver o que sei que realmente quer ver.

Dito isso bate a porta saindo.

Do nada as paredes de vidro, refletiam outro lugar, como se um projetor tivesse sido ligado. E aos poucos a imagem se tornou clara.

Minha mãe desesperada comunicando a Sue que eu havia desaparecido, e Seth que estava ao pé da escada escuta e corre para fora de casa se transformando, a visão então mudou e agora eu via vários lobos correndo por uma floresta e algumas pessoas pálidas e extremamente bonitas de olhos dourados os ajudando. E depois os vidros voltaram a ser incolores.

Minha vida com certeza havia dado um giro de 180º agora só restava saber se eu aguentaria essas mudanças.


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Notas finais do capítulo

Quarto: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Casaejardim/foto/0,,34720586,00.jpg

E aí mereço comentários??? Espero que sim! Bjss
E só pra avisar, a próxima postagem será provavelmente só depois do dia 10...



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