O Começo: O Que Aconteceu Antes da Escolhida? escrita por Stravinsky
Os alunos da casa de Anúbis estavam todos na sala de teatro, esperando serem chamados pelo diretor. Mia chega na sala, arrastando a mochila no chão, ao lado do Sr. Sweet.
– Muito bem - disse Sweet - Parece que falta só um aluno.
Sam se levanta e acompanha o diretor para fora da sala, enquanto Mia senta ao lado de Max e Julieta.
– Você está muito pálida - disse Julieta.
– Você acha? - perguntou Mia.
– Isso está muito estranho - disse Max - Ninguém ouviu nenhum barulho de noite.
– O Justin disse que ficou a noite toda acordado porque ele estava estudando para um teste do curso dele e ele disse que não ouviu nada - disse Julieta.
– Os professores daqui sempre foram estranhos - disse Mia.
Sam vai acompanhando o diretor até a sua sala. Era um escritório bem arrumado e antigo. Ela senta em frente a mesa do diretor, que anota algo em um caderno.
– O que o senhor quer de mim? - perguntou Sam.
Sweet olha bem para ela.
– Ora Samantha, eu apenas quero saber se vocês ouviram algo ontem à noite - disse Sweet. Ele tira um cálice de cristal com um líquido transparente dentro - Quer água?
– Água em um cálice? - perguntou Sam.
– É normal - disse Sweet - Aqui nós tentamos parecer mais chiques possíveis.
Sam pega o cálice e a observa.
– Que estranho - disse Sam.
– Beba - disse Sweet.
Ela olha para o diretor.
– Porque quer tanto que eu beba a água? - perguntou Sam.
– Porque... Porque... Porque se você vai me dizer o que ouviu ontem, precisa estar com a garganta molhada - disse Sweet.
A garota bebe a água e depois coloca o cálice em cima da mesa.
– Muito bem - disse Sweet - Agora, me conte sobre você.
– Sobre mim? - perguntou Sam.
– Sim, você acabou de chegar na escola - disse Sweet - Preciso saber de você.
– Mas faz um mês que eu cheguei - disse Sam - E o senhor disse que queria saber se eu tinha ouvido algo ontem a noite.
Sweet fica sério.
– Pense novamente - disse Sweet - Eu quero que me fale sobre você. Sobre o que você gosta, o que pensa, tudo.
Sam se levanta.
– Eu não vou responder a nada! - disse Sam.
Ela sai da sala correndo.
– Senhorita Jonas! - gritou Sweet.
Sam volta e fica na porta.
– E só para o senhor saber... - disse Sam - Eu não ouvi nada ontem.
A garota volta para a sala de teatro, pega a mochila e vai embora do lugar. Todos olham para ela, sem entender nada.
– Sam! - gritou Bruno.
– Já podemos ir embora? - perguntou Louis.
E... Sam estava voltando para a casa de Anúbis, quando vê algo azul no chão. Ela vai se aproximando e vê que é a borboleta azul da noite anterior. Desesperada, Sam larga a mochila no chão e tenta ver se a borboleta estava bem.
– Meu Deus! - disse Sam - O que fizeram com você?
– Senhorita Jonas!
Sam se levanta e vê Victor em frente a ela.
– Saindo tão cedo da aula? - perguntou Victor.
– Eu não estou me sentindo bem - disse Sam - Foi você que fez isso?
– Sim - disse Victor - Eu não gosto de nenhum inseto. Nem mesmo borboletas.
– Mas isso não se faz! - disse Sam - Ela é um inseto inocente!
– Não me importa o que ela é - disse Victor - Eu não gosto e ponto. Agora, o diretor Sweet me pediu para ver se você está bem, porque quando ele foi interrogar você para saber sobre o incidente de ontem, você fugiu. Correu.
– Ele não me perguntou sobre isso - disse Sam - Ele me deu água e perguntou sobre mim, o que é muito estranho.
– E porque você não respondeu? - perguntou Victor.
– Porque eu iria responder sobre isso? - perguntou Sam
Victor sorriu e foi embora. E... Todos da casa de Anúbis estavam jantando. Trudy coloca os pratos na mesa e percebe que ninguém estava comendo.
– Meu Deus, o que houve com vocês? - perguntou Trudy - Porque ninguém está comendo?
– Eu não estou com fome - disse Nick.
– Nick, você está doente? - perguntou Trudy - Você é o que mais come aqui!
Sam entra na sala e senta ao lado de Bruno e Raina.
– Bom, eu estou com fome - disse Sam.
Ela se serve e começa a comer.
– Pelo menos tem alguém aqui normal - disse Trudy - Agora vocês, vão arrumar algo para fazer!
Raina, Julieta, Justin, Max, Mary, Louis, Mia, Bruno e Nick se levantam, saindo da sala, enquanto as meninas subiam as escadas, Victor barrou Raina.
– O que está acontecendo? - perguntou Victor - Vocês não podem ter jantado tão rápido e terminado ao mesmo tempo!
– Todos estamos sem fome - disse Raina - Só a Sam que ficou lá, comendo.
Raina volta a subir as escadas, enquanto Victor sorri. Ele volta ao escritório e pega o telefone.
– Sou eu - disse Victor - O elixir do transe funcionou. Já temos o nosso sacrifício. Nut? Não se preocupe, eu já me livrei da borboleta.
E... Mia estava escrevendo algo no notebook em seu quarto, quando Julieta e Raina entram, discutindo.
– Muito bem, o que foi agora? - perguntou Mia.
– Ela disse que o Louis é mais romântico que o Justin! - disse Julieta - Ontem eu e o Justin saímos no meio da noite para ver vagalumes!
– E daí? - perguntou Raina - O Louis me convidou para ir visitar os pais dele que tem a maior fábrica de jóias do mundo!
– Muito romântico! - disse Julieta - Desde quando jóias são românticas?
– Para mim são! - disse Raina.
Mary entra no quarto.
– Vocês podem me emprestar a escova de vocês? - perguntou Mary - Acho que o Nick usou a minha.
– Sai daqui Mary! - disse Raina.
Mary sorriu e saiu do quarto. Mia fecha o notebook.
– Quer saber? - perguntou Mia, se levantando - Eu cansei!
Ela se levanta da cama e vai saindo do quarto.
– Onde você vai? - perguntou Julieta.
– Fazer algo - disse Mia.
Mia vai direto para o escritório de Victor, onde Mary já estava.
– E o que seria para você senhorita Stravinsky? - perguntou Victor.
– Eu quero trocar de quarto - disse Mia - Quero ficar com a Sam.
– Que coincidência! - disse Victor - A senhorita Evans acabou de me dizer que quer trocar de quarto.
– Sério? - perguntou Mia.
– Sim, eu não aguento mais aquela Sam - disse Mary.
– Bom, já temos um acordo - disse Victor - Senhorita Stravinsky, pegue suas coisas e vá para o quarto da senhorita Jonas. E você senhorita Evans, vá para o outro quarto.
Mary se levanta e sai do escritório. E... Julieta e Raina estavam no quarto, quando Mia entra e vai juntando as suas coisas e colocando na mala.
– Aonde você vai? - perguntou Raina.
– Não vai me dizer que foi expulsa igual a Nathalia - disse Julieta.
– É claro que não - disse Mia - Eu vou trocar de quarto.
– Porque? - perguntou Raina.
Mia fecha a mala e a levanta.
– Porque a Mary quis - disse Mia.
Ela leva a mala para fora, enquanto Sam chega no quarto.
– Você está indo embora? - perguntou Sam - Você não pode ir! É a única garota aqui que eu fiz amizade de verdade!
– Calma! - disse Mia, rindo - Eu vou trocar de quarto com a Mary. Vamos ficar no mesmo quarto!
Sam ri e abraça a amiga, que ajuda a levar a mala para o quarto. E... A senhora Andrews e o diretor Sweet estavam na sala de francês, quando Victor entra.
– Você está atrasado - disse Daphne.
– Desculpe - disse Victor - Tive problemas na casa.
– E então? - perguntou Sweet - Fale tudo.
– Primeiro, a borboleta está morta - disse Victor - Eu a encontrei em um dos quartos e a matei o quanto antes.
– E será que Nut escolheu alguém antes? - perguntou Daphne.
– Eu não faço ideia - disse Victor - Se alguém já está com o espirito de Nut em seu corpo, eu não sei. Se a borboleta tiver escolhido alguém sem que víssemos, nós estamos perdidos e podemos esquecer o elixir da vida para sempre.
– Mas e o sacrifício? - perguntou Daphne.
– Graças a minha ideia do elixir do transe, eu interroguei os alunos - disse Sweet - Eu dava o elixir a eles, que pensavam que era água. Os alunos ficavam em choque. Iriam dizer o que eu pedisse a eles. Sim, sim, cada um me contou sobre eles. Até que chegou a última aluna, a novata.
– Samantha? - perguntou Daphne.
– Exatamente - disse Victor - Ela fugiu. Ela percebeu que Eric estava estranho e não respondeu nada.
– E o que quer dizer? - perguntou Daphne.
– É ela - disse Victor - Samantha Jonas deve ser sacrificada por Anúbis e ser imortalizada nos cristais do tempo.
– Mas e a família dela? - perguntou Daphne - O que nós vamos falar para eles?
– Não se preocupe Daphne - disse Sweet - Victor já resolveu tudo.
– Daqui a dois meses, a escola vai fazer a grande peça de teatro que sempre é no meio do ano - disse Victor - Como Samantha vai participar, após a peça terminar, vamos dar um jeito de fazer muita fumaça e dizer a todos que o colégio está pegando fogo. Eric vai levar um dos elixires para Samantha antes, que vai fazer ela desmaiar e vamos trazer ela para o laboratório. Sacrificaremos ela, ganhamos o elixir da vida e contamos para todo mundo que encontramos as cinzas de alguém dentro do colégio. Todos vão acreditar que é a Samantha e fim da história.
Daphne absorve todas as informações.
– Victor, este plano é horrível - disse Daphne - E a pobre família da Samantha?
– Daphne, pare de pensar desse jeito! - disse Victor - Vamos ter nosso elixir e é isso tudo que importa!
Victor sai da sala acompanhado de Sweet, deixando Daphne pensativa. E... Victor estava no meio do saguão.
– São 22 horas! Vocês tem precisamente cinco minutos! - gritou Victor. Ele tira um alfinete do bolso - Depois eu quero ouvir este objeto, caindo!
Antes de largar o alfinete, ele percebe que não há nenhum barulho e guarda o objeto novamente no bolso, subindo as escadas. Mia escrevia algo em seu notebook, enquanto Sam tentava dormir. Ela se revira na cama e Mia a observa.
– Sem sono? - perguntou Mia.
Ela olha para a colega de quarto.
– Pior que sim - disse Sam - Ou eu comi demais ou tem algo errado.
– Eu estou escrevendo uma história para a peça - disse Mia - Vamos ver se o senhor Flamin vai gostar.
Sam se levanta a vai ao lado da colega.
– É sobre o que? - perguntou Sam.
– É sobre uma garota que tem poderes especiais e seu pai a prende em uma torre para poder usar esses poderes - disse Mia.
– Que louco - disse Sam.
– Eu sei! - disse Mia - Então a garota tenta fugir da torre e é ajudada por um homem que se apaixona por ela.
– Nossa - disse Sam - De onde você tira inspiração?
– Sei lá - disse Mia.
Alguém bate na porta. Mia fecha o notebook e deita, enquanto Sam pula para sua cama e deita também. Victor abre a porta e percebe as duas na cama. E... Já é da manhã. Trudy vai levando os pratos para a mesa, onde os alunos vão se servindo.
– Muito bem - disse Trudy - Agora vocês comem.
– Eu estou faminto - disse Nick, servindo mais comida.
– Esse é o Nick que eu conheço - disse Trudy.
Justin chega no lugar.
– Justin, porque demorou? - perguntou Trudy.
– Eu quis ficar mais um tempo na cama - disse Justin.
Ele vê Julieta e a beija na bochecha, deixando a garota sem reação.
– Ei Raina - disse Louis - Quer almoçar na minha casa hoje?
– Mas a sua casa é aqui Louis - disse Nick.
Todos riram.
– Ok, na casa dos meus pais - disse Louis.
– Oh Louis, isso seria ótimo - disse Raina.
– Então eu peço a limusine para a minha mãe para irmos lá - disse Louis.
Raina olha para Julieta, que olha feio para ela. E... Os alunos estão na sala de teatro, com o senhor Flamin olhando a história de Mia, andando para lá e para cá.
– Essa história - disse Flamin - Está fantástica!
– Sério? - perguntou Mia.
– É claro! - disse Flamin - Só temos que ajeitar algumas coisas. Mia, você será a diretora da peça e eu vou ajudar. Agora, a história vai ser a seguinte, uma garota nasce com poderes de controlar os quatro elementos e é presa pelo seu pai em uma torre, que usa seus poderes para se tornar um tirano rei. Cansada de todo o mal que seu pai lhe faz, a garota foge da torre e tenta sair da cidade com a ajuda de um garoto, que acaba se apaixonando por ela. É brilhante! Brilhante!
– E o elenco professor? - perguntou Mary.
– Na próxima semana nós vemos isso - disse Flamin - Agora, quero que me digam, o que sabem sobre os clássicos do teatro e cinema?
Enquanto o professor dá a aula, Mary conversa com Nick.
– Que tal sermos o casal principal? - perguntou Mary.
– Eu e você? - perguntou Nick - Não rola nem no Brasil.
– Vamos Nick! - sussurrou Mary - Essa seria a minha chance de me vingar da Sam. Aposto que ela e o Bruno vão entrar também como casal principal.
– Sem chance, Mary! - sussurrou Nick - Bruno e eu somos amigos. Nem rola.
– Você é muito chato - sussurrou Mary.
– Senhorita Evans!
Mary se vira para o professor.
– Sim? - perguntou Mary.
– Há algo que queira compartilhar com toda a turma? - perguntou Flamin.
– Sim! - disse Mary. Ela olha para Sam - Eu e o Nick queremos ser o casal principal da peça.
Todos se olharam e o professor não entende nada.
– Desculpe? - perguntou Flamin.
– Eu e o Nick estamos nos oferecendo para ser o casal na peça - disse Mary.
– Não! - disse Nick - Eu não concordei com nada!
– Se você cooperar, eu namoro com você - sussurrou Mary.
Nick sorri.
– É, estamos nos oferecendo - disse Nick.
– Se for assim, eu e o Justin nos oferecemos também - disse Julieta.
– Concordo - disse Justin.
– E nós também - disse Louis, abraçado a Raina.
Mia, Sam, Bruno e Max se olham.
– E vocês não vão se oferecer? - perguntou Flamin.
– Eu já sou a diretora da peça - disse Mia.
– Para mim tanto faz que papel eu pegue - disse Max.
– E vocês dois? - perguntou Flamin.
Sam e Bruno se olham.
– Eu gosto de vocês - disse Flamin - Formam um belo casal.
– Você acha? - perguntou Bruno.
– É claro - disse Flamin - Estão dentro da competição.
– Competição? - perguntou Raina.
– Exatamente - disse Flamin - É a primeira vez que vai acontecer isso na história da escola! Na próxima semana, irá começar as audições para o casal principal da nossa peça. Mia, você vai entregar as falas que eu lhe mandar por e-mail.
– Sim senhor - disse Mia.
– Quero todos afiados para as audições e vamos ver quem merece os papeis principais - disse Flamin - Eu, Mia e o diretor Sweet seremos os juízes.
– Ei! - disse Louis - Isso não vale! Ela é amiga da Sam e pode influenciar na votação!
– Eu concordo - disse Mary.
– Senhor Turner e senhorita Evans, eu não seria tolo de fazer isso - disse Flamin - Eu sei exatamente o que estou fazendo e é melhor os dois ficarem quietos ou os dois vão estar fora.
Raina soca o braço de Louis.
– Agora, saiam daqui - disse Flamin - Se preparem. Só terão uma chance para conseguirem os papeis principais. Até semana que vem.
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