Real Mission escrita por PornScooby, DFRicci


Capítulo 1
Um Novo começo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a apresentação dos personagens e com algumas reviravoltas interessantes para o rumo da história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529598/chapter/1

– Uau! – essa foi a primeira palavra, se puder considerar “uau” como uma palavra, que Lucas disse ao chegar. O jovem possuía uma aparência praiana, com sua pele bronzeada, cabelos negros bagunçados e um ar sempre travesso que habitava seus olhos castanhos escuros. – Finalmente estou de volta! – suspirou fundo e seguiu em direção à casa azul com sua jaqueta de couro e mochila nas costas.

***

Débora Ricci acordou cedo como sempre fazia, foi até o espelho e viu que seu cabelo castanho estava completamente bagunçado e embaraçado, sua pele branca exibia uma espinha na testa, ao ver aquela anomalia dermatológica, seus olhos castanhos acinzentados se arregalaram e da sua boca ecoou um grito:

– CAMILAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Em menos de 5 minutos Camila apareceu no chalé de Atena, onde Débora acordara, já que esta era sua mãe. Camila Santana, filha de Afrodite, possuía uma beleza natural, genética pura, seus cabelos e olhos escuros contrastavam com sua pele pálida, como o marfim, que era salpicada por sardas que lhe davam um ar inocente e verdadeiro.
–PELO AMOR DE AFRODITE! – exclamou Camila ou ver o motivo do seu nome ter sido ouvido por todo o acampamento. – Calma Amiga, vai ficar tudo bem! –disse para sua melhor amiga, logo pegando um estojo de maquiagem e uma escova de cabelo.

***

–Esse lugar continua a mesma loucura de sempre – comentou com Quíron, assim que um grito estridente interrompeu a conversa.

–Nunca mudou. - disse em meio à gargalhada, pousou a mão sobre o ombro do jovem e disse - Ainda bem que você voltou, meu rapaz, todos sentimos sua falta aqui.
–Você não sabe como foi difícil fazer isso depois do que aconteceu – Lucas assumiu uma expressão seria e baixou a cabeça.
–Bom... Isso é passado, vamos seguir em frente. Vá para o seu chalé e assuma seu posto como conselheiro de novo. – sugeriu Quíron.
–Você está certo – Lucas se levantou e seguiu em direção à porta, antes de sair disse:
–Até a janta!
Quíron balançou a cabeça positivamente e Lucas seguiu seu caminho até o chalé de Poseidon, finalmente ele voltara ao lar. Depois faria um passeio pela praia.

***

–O que seria da minha vida sem você?- Débora falava enquanto analisava a pequena transformação que sofrera com a ajuda de sua amiga.

–Seria um caos total – Camila respondeu dando um abraço na amiga.
– Obrigada! – a filha de Atena agradeceu – Agora, vamos, tenho que ir até a parede de escalada e você tem aula de canoagem. – apressou-se e foi puxando a outra garota junto.

***

Camila havia acompanhado sua amiga até a parede de escalada e agora estava se preparando para a aula de canoagem, como o instrutor havia se machucado em um treino de arco e flecha semana passada, ela resolveu treinar o que já sabia. Enquanto isso Lucas observava o jeito desastrado que a menina de cabelos escuros tentava entrar na canoa.

–Isso vai ser divertido. – disse para si mesmo e soltou uma gargalhada quando a menina quase caiu na água.
–Idiota! – disse Camila ao escutar a risada do menino que a observava. Então um dos remos caiu na água e por instinto ela tenta pegá-lo, mas acabou se desequilibrando e caindo na água. A morena não nadava bem e logo começou a se afogar entre os gritos de socorro. – SOCORRO!!! ALGUÉM ME AJUDA!!!
O garoto que estivera rindo da situação logo percebeu a seriedade do problema e correu para ajuda-la. Ele pulou na água, agarrou a menina e usou seus poderes para manipular a água para que os levasse para a margem do lago. Assim aconteceu e eles foram levados até terra firme, Lucas sentou a menina na grama, que com dificuldade disse:
– Obrigada por me salvar.
– Não tem de que. – ele a olhou e por alguns segundos ficou paralisado com sua beleza. Como alguém que acabara de se afogar podia estar tão linda? – Prazer, Lucas Magalhães, Filho de Poseidon. – disse estendendo a mão para a menina.
–Camila Santana, filha... - ele a interrompe. –Afrodite. Logo vi. Vamos, você precisa se aquecer. – eles se levantaram e o garoto botou sua jaqueta na menina. E eles seguiram para a enfermaria.

***

A sirene da parede de escalada soava com estridência. Débora mais uma vez havia provado por que era uma filha de Atena. – Menos de 5 minutos! – comemorou. – é um novo recorde.

– Deb, Deb!! Rapido – Beatriz interrompeu a comemoração da irmã. – O que foi Bea? – questionou a com um olhar assustado. A outra filha de Atena que recuperava o fôlego então disse – A Mila... Ela... Está na enfermaria... E você... Não vai acreditar... Quem a acompanha.

***

–Ainda não acredito que você estava rindo de mim - Camila falava enquanto penteava seu cabelo, sentada em uma das macas da enfermaria.

–Uma patricinha como você se atrapalhando com os instrumentos de canoagem... É algo digno de um programa de televisão – disse entre risos. E com um olhar travesso ela respondeu:
– Patricinha? Eu sou é ousada – então entrou na gargalhada também. BUM, em um repente a porta da enfermaria se abriu, assustando os jovens.
Ao ver quem derrubara a porta, o corpo de Lucas congela, havia chegado a hora de enfrentar o que tinha deixado para trás. Então, um pequeno Flashback tomou conta de sua cabeça.

** 2 anos Antes **

Estava chovendo forte, uma tempestade daquelas que vira noticia em todos os telejornais do país. As lagrimas de Lucas se misturavam com a água da chuva, enquanto a luz que saia do vulcão iluminava seu rosto. Mais próximo à beira do vulcão outro choro era perceptível, a garota de cabelos castanhos estava inconformada.

–Foi tudo culpa sua. – ela dizia entre os soluços – Gaby está morta e a culpa é sua.

** Dias de hoje**

–Débora... - ele disse ainda perplexo.

– Quando me falaram que você estava aqui eu não acreditei – a garota tinha um olhar confuso, um misto de alegria, mágoa e rancor. E voltou atenções para sua amiga que estava com uma cara de quem dizia: “o que está acontecendo?” – Mila, o que foi que aconteceu? – disse e se aproximou da cama. Antes que Camila pudesse responder o filho de Poseidon disse – Bem... Eu preciso ir, até mais tarde. – Mila notou que ele estava com um olhar tristonho e não respondeu.
As duas viram o garoto deixar o ambiente, Mila logo se apressou e perguntou – O que aconteceu aqui? Você o conhece? – Débora parecia um tanto incomodada com tamanhas perguntas.
– É uma longa historia – ela deixou escapar um suspiro, Camila sentia o seu profundo pesar - triste e complicada. Desculpa, mas não estou preparada para ter que relembrar tudo, eu espero que você entenda – de certa forma ela dissera a verdade, mas já havia se lembrado de tudo o que acontecera, lágrimas pareciam querer brotar de seus olhos. – Então, o que houve com você? – perguntou mudando de assunto.
Mila passou os próximos 30 minutos, contando o acontecido de mais cedo e de como Lucas tinha sido heróico.

***

Lucas admirava a tempestade que se formava, sentado na areia fofa da praia, com os pés na água. Nem notara quando um jovem de pele parda, mais baixo que ele e de cabelo moicano bem esquisito se aproximou.

– Um bom filho a casa retorna – disse o garoto do Moicano, se sentando a seu lado – DAWIS!!!! – Lucas exclamou quando se deu conta de quem era.
Patrick Dawis, filho de Hades, era um dos melhores amigos de Lucas no acampamento, sempre esteve do lado de Lucas.
–Finalmente você voltou, peixinho – disse depois de dar um abraço em seu primo. Sim, primo, levando em consideração que Hades e Poseidon eram irmãos e tudo mais.
O filho de Poseidon deu um sorriso acanhado, e Dawis logo percebeu que algo estava errado. – Você já viu a Deb, né?!
–Sim. – Lucas abaixou a cabeça e logo completou – isso é tão difícil.
–Ah... Tudo é difícil – Dawis perdeu seu olhar no por do sol, e quando recobrou a lucidez disse – Vamos, tem uma pessoa que vai te tirar desse baixo astral.

***

O Chále de Hades era um lugar totalmente escuro e sombrio, suas paredes eram de mármore negro, a decoração era meio gótica, havia até alguns castiçais acesos no lugar. Em meio a toda essa escuridão, uma garota jogava sobre a cama todas as roupas do seu armário.

–Cadê? Cadêee? Onde foi que eu botei essa merda de anel? – dizia Victoria Leme, mais conhecida como Vicky. A Garota possuía a pele pálida, como se constantemente fugisse do sol, cabelos e olhos tão escuros como a noite mais densa.
– Vicky – disse Dawis ao entrar no chalé – trouxe um amigo pra você conhecer – ele pediu que Lucas entrasse, o garoto obedeceu e entrou. Vicky parou o que estava fazendo, se aproximou como um cachorro farejando drogas. Ela sorriu. Parecia que Lucas estava limpo.
–Olá, meu nome é Victoria Leme, mas você parece ser legal, então pode me chamar de Vicky. – falou e logo voltou a sua busca.
–Meu nome é Lucas, mas pode me chamar de Luck...- ele começou a ficar curioso com o desespero da menina em achar algo. – O que você ta procurando?
–Eu ia fazer a mesma pergunta – disse Dawis se aproximando. A garota parou mais uma vez, respirou fundo e falou tudo de uma vez, como se não existissem virgulas - Há dois anos Hades me deu um anel é bem delicado e tem uma pedra verde quando ele me deu disse que tinha o poder de domesticar cães infernais – respirou e continuou – como eu estava chateada com ele na época larguei de lado mas eu to querendo um cão infernal agora e não encontro a porcaria do anel.- então ela focou sua atenção para o armário, em busca do anel.
– Nossa... Ela é sempre assim? – Lucas comentou com Dawis em meio a risinhos.
–Sempre! – concordou – Ei Vicky, você já procurou no seu porta-joias? – Dawis apontou para uma pequena caixa de madeira, que tinha uma caveira como fechadura, que estava sobre uma prateleira em cima da cama.
A menina parou. Analisou a informação. – Dawis, você é um gênio! – A garota sobiu na cama, abriu a caixa e tirou de lá um anel de prata com uma pedra verde em cima, devia ser uma esmeralda. –Te amo, irmãozinho! Até mais. Tchau Luck – A garota saiu correndo do chalé, cheia de felicidade.

***

–Não acredito que você achou aquele traste um gatinho – Débora levantou-se da cadeira, indignada. Mas Mila não parecia incomodada.

– Eu achei. Aquele bronzeado, aquele cabelo... Uau – disse abanando o rosto e soltando risinhos. Débora revira os olhos e simula vomito.
–Então, como estão as coisas com o Dawis? – Perguntou Camila. A filha de Atena corou na mesma hora.
–Ah você sabe, estamos nos acertando. – ela suspira – Ele é tão perfeito, o jeito como ele ajeita o cabelo... O sorriso... Aquela bunda... - suspirou novamente, porém de um jeito totalmente apaixonado.
– Ta xonadinha – disse Mila, fazendo a amiga corar ainda mais até parecer um tomate envergonhado.
– Para com isso! – ela tentou parecer seria, mas acabou caindo na gargalhada junto com a amiga.
– Dawis... – Camila provocou usando o cotovelo de modo esquisito para tocá-la enquanto seu rosto exibia um sorriso malandro.

***

Dawis e Lucas chegaram ao refeitório no exato momento em que a tempestade começara, era uma chuva realmente torrencial. – Ali – o filho de Hades apontou uma mesa vaga. – Vamos... - mas Lucas o interrompe. – Pera ai, podemos sentar nas mesmas mesas?

– Aham, um tempo depois que você foi, o Sr. D resolveu implantar essas pequenas mudanças para que as relações interpessoais aumentassem. Maneiro, né? – explicou para Lucas, enquanto se aproximavam da mesa. – Agora somente os pratos identificam de quem você é filho – ao se sentarem os pratos brancos mudaram de cor, o prato de Lucas ficou azul com um tridente desenhado no meio e o de Dawis ficou preto, com uma caveira desenhada no centro.
–Show!!- Lucas viu Dawis acenar para alguém, se virou pra ver quem era.
Mila e Débora surgem no refeitório, molhadas devido água da chuva, ambas avistam na mesma hora o aceno do Dawis, elas já estavam vindo, quando Lucas diz para Dawis – A Débora não, cara.
–Você vai ter que de se acostumar, nós estamos juntos – disse Dawis
–Serio? Maneiro. Bom, Pelo menos a amiga gatinha veio junto – Lucas não percebeu que as duas já estavam atrás dele. Dawis tentou avisar, mas Lucky só percebeu quando Mila tossiu ironicamente. Ele se virou e levantou-se. –Hã ... Oi, tudo bem?
–Idiota. – Débora passou por ele e abraçou Dawis.
–Tudo bem, sim – Camila respondeu – você também é gatinho – completou ousadamente – por que sempre que nos vemos, eu estou molhada? – perguntou rindo, então se sentou a mesa. – Lucas sentou-se também.
– É o destino – respondeu com um sorriso nos lábios.

***

Em meio a relâmpagos e trovoadas, uma garota se aproximou do acampamento, ela estava zonza. Possuía a pele bronzeada, cabelos escuros cacheados e olhos que, apesar de castanhos, possuíam uma claridade natural.

Ela ultrapassou a barreia, e avistou o refeitório. “Deve estar na hora do jantar”, pensou.
A garota estava viva, graças a um milagre, mesmo depois de tanto tempo, ela havia saído. Ela escapara de seu fim.

***

Dawis levou um pedaço de pizza até a boca – está uma delicia – disse de boca cheia.

– Está mesmo, seu mal educado – Lucas respondeu e todos riram, inclusive Deb. Tudo ia bem, até que do nada, todos ficam em silencio. Lucas levantou-se, parou com os olhos fixos e entrou em estado de choque com o que estava ali, diante dele.
–Eu... Eu... Tô viva! – disse Gabryela, Filha de Apolo, a garota que sobreviveu ao vulcão. Estas foram suas ultimas palavras antes de desmaiar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera, espero que tenham gostado. Espero comentários *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Real Mission" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.