POV America

Depois do tiro, só houve caos. Depois de atirar para cima, Maxon me puxou conduzindo-me ao grande portão aberto. Virei para trás e pude ver a cara de frustração de Kriss. Dei um risinho, mas logo fui interrompida pela voz de Maxon.

– Corra America! Temos que ir mais rápido ou eles irão perceber e irão fechar o portão.

Aquela definitivamente não era uma opção. Corri o mais rápido que pude e que meu vestido sujo e ensanguentado permitia. Os guardas nos perceberam e começaram a gritar para fecharem o portão. Mas era tarde demais. Eu e Maxon já havíamos passado pela abertura, e nos distanciávamos cada vez mais. Tinha uma floresta do lado de fora dos portões e decidimos nos esconder nas copas das árvores para não nos perceberem. Mas, após andarmos um pouco, percebemos uma pequena casinha escondida pelas árvores.

– Maxon, acho que devemos pedir ajuda naquela casa.

– Está louca? E se for um posto de vigia dos sulistas?

– Mas estamos muito cansados, corremos muito.

Eu não sabia se estávamos muito longe do palácio, mas eu não queria arriscar tentar voltar para casa a pé. Mesmo com a relutância de Maxon, eu fui até a pequena casa e bati na porta. Alguns minutos se passaram até uma idosa abrir a porta. Antes de aceitar o convite de entrar dela, eu teria que perguntar com uma certa sutileza.

– Ah...bem...a senhora é sulista? - Ok, talvez eu não saiba ser sutil. Ela riu um pouco, me deixando nervosa.

– Claro que não menina. Eu pareço um brutamontes para você? - Ela disse abrindo os braços, apontando pata si mesma.

– Não senhora. - Disse com um sorriso.

– Então entre, por favor.

– Ahn, o meu marido está aqui também. Ele pode entrar?

– Mas é claro!

Eu o chamei e entramos na casa. A casa era realmente pequena. Era composta por uma salinha com lareira, dois quartos, um banheiro e uma cozinha que também servia de copa. Perguntamos se ela se importaria se nós passássemos alguns poucos dias ali. Ela, muito gentil, disse que não havia problema, pois ela perdera o marido a alguns anos e morava sozinha. Me senti triste instantaneamente, não sabia se conseguiria viver em um mundo onde eu não poderia ver e conversar com Maxon. A senhora foi para o quarto dizendo que estava cansada e que nós podíamos usar o quarto ao lado. Me sentei ao sofá com Maxon ao meu lado, em frente a lareira.

– Maxon, não podemos nos esconder aqui para sempre! - Eu estava um tanto assustada.

– Claro que não, querida. Vamos embora assim que pudermos.

E começamos a nos beijar. Os beijos começaram a ficar mais ardentes. Mas eu o parei antes que continuássemos.

– Vamos fazer isso em casa ok?

– Eu estou doido para voltar para casa. - Disse ele com um sorriso sexy no rosto.

Fomos para o quarto a procura de roupas. Eu encontrei um short e uma blusa de malha amarela. Tirei o vestido, que agora devia estar pesado quinze quilos, e coloquei a nova muda de roupa. Eu me senti mais livre daquele jeito. Era assim que eu era, simples e livre. Era como eu gostava de ser. Só agora eu fui me lembrar! Como pude ser tão burra a ponto de esquecer!?!

– Maxon!

– O que houve? Você se machucou?

– Não...é que...a minha família! Será que não foram raptados junto conosco e vieram em outro veículo?

Aquilo começou a me incomodar extremamente. Como estariam May, Gerard e minha mãe? Um barulho me tiro de meus devaneios. A porta da casa estav sendo aberta.