POV Maxon

America saiu rapidamente em direção ao quarto da princesa, seus aposentos. Bufei de raiva e encostei-me à parede. Tudo o que eu fazia ela criticava, mal podia dar um passo sozinho que ela já brigava comigo. Ela tinha sua parcela de razão, mas não havia necessidade de gritar e me acusar. Após suas palavras, eu comecei a refletir. Qual o impacto disto na vida de nossos filhos? Eu notei que enquanto tentava explicar a Seleção a Ethan ele estava completamente perdido em seus devaneios. Eu me indagava o que significava o que America disse, que deu a entender que eu mal conhecia os meus filhos. Quais segredos estariam eles escondendo de mim? Voltei de meus devaneios com um choro que vinha do quarto de Amberly. Me recuperei e fui em direção ao seu quarto. Quando cheguei lei, contatei que estava a chorar. Chequei sua fralda, mas ela estava limpa. Ela estava com fome, e isso eu não poderia ajudar. Apesar de já estar com um ano, Amberly tinha certa tolerância ao leite de vaca, e como fomos obrigados a encomendar leite de soja, ela ainda estava esperando. Suspirei, peguei-a no colo e me dirigi calmamente até a porta do quarto de America. Ao ouvir o choro, ela abriu a porta rapidamente e olhou assustada para Amberly. Tomou-me ela apressadamente e começou a niná-la.

– O que houve? – perguntou ela asperamente.

– Ela está com fome. – respondi, cansado. America suspirou e com um gesto simples, me convidou a entrar.

– Você sabe quanto tempo faz que brigamos? – ela me perguntou.

– Dez minutos? – perguntei, sabendo que era quase certo.

– Três horas. – me respondeu, encabulando-me.

– Uau. Creio que dormi no corredor. – comentei, com um sorriso fraco. Ela suspirou, sentou com Amberly em um sofá, retirou um de seus seios de dentro do vestido e começou a fazê-la mamar.

– São esses momentos em que me lembro a razão de estar aqui. – disse ela, dirigindo seu olhar a mim.

– E qual é? – perguntei curioso.

– O nosso amor. – disse ela, por fim. – Como você pode? – perguntou ela novamente, porém mais doce desta vez. Após um longo suspiro, comecei a falar.

– Desculpe. Fui inconsequente, não imaginei que realmente poderia ser diferente. – ela sorriu com minha resposta, um sorriso fraco.

– Você não sabe mesmo a razão de eles estarem tão abalados? – perguntou-me.

– Não. Imagino que seja o pai mais desnaturado do mundo. – disse, por fim.

– Claro que não. Apenas o mais ocupado. – disse ela, me lançando seu olhar de carinho.

– Mas enfim, por que? – perguntei, a curiosidade já estava me corroendo.

– Katrina é apaixonada por Harry desde pequena. – ela disse calmamente, aguardando minha reação.

– Minha menininha. – disse, tristonho. Ela riu um pouco de mim.

– Maxon, desapegue. Você tem quatro filhos. – disse ela, me apontando Amberly, que ainda mamava em seu seio.

– Eu sei mas...eles foram os meus primeiros. Nunca vou me acostumar a deixar de chamá-la de minha menininha.

– Mesmo após sua Seleção? – perguntou-me America.

– Talvez. – bufei. – E quanto a Ethan?

– Ethan tem um amor um pouco mais complicado. Ele não admite, e nem era para eu saber, apenas me agradeça por eu saber abrir envelopes e depois colá-los novamente. – disse ela, com um sorrisinho na face.

– Como assim? – perguntei curioso.

– A um ano atrás, se não me engano, Adelaide enviou uma carta destinada a Ethan, uma carta de amor. E ele a respondeu com a mesma doçura. Eu já havia notado os olhares entre os dois, mas nunca achei ser algo tão forte. Um amor precoce e proibido. – disse ela, suspirando.

– Por que proibido?

– Primeiro porque agora ele tem sua Seleção, não seria muito bom e nem justo se apaixonar, segundo porque Adelaide já está prometida ao príncipe da Áustria. Não ouse contar a Nicoletta! – advertiu-me e eu assenti. – Ela proibiria Adelaide de enviar-lhe cartas, e apesar de errado, quero que ele entenda que é errado e pare por conta própria.

– Eu entendo. – disse, Amberly arrotou logo em seguida, fazendo ambos rirmos. Eu a peguei no colo e levei-a novamente ao seu quarto. Coloquei-a docemente no berço e ela logo engajou em um sonho. Sorri e voltei ao quarto de America. Ela não estava lá. Fui ao nosso quarto e lá estava ela, tirando seu vestido delicadamente. O som oco que ele fez ao tocar no chão me acordou. Fui vagarosamente até ela e beijei seu ombro. Ela se virou e me beijou nos lábios.

– Damos nossa discussão por encerrada? – perguntou ela, afastando-nos.

– Sim. – respondi docemente. Ela me lançou um sorriso e logo em seguida colocou sua camisola. – Mas ainda é cedo.

– Querido, eu tentei acordar as crianças. Não acordaram então eu também não irei forçar. Irei cair nos braços de Orfeu. – disse ela, sorrindo e se jogando de costas na cama. Sorri e cai em cima dela. Ela me repeliu com um sorriso. – Vá se trocar!

Eu sorri e sai da cama. Recolhi seu vestido ainda no chão e o coloquei em cima de uma cadeira. Retirei primeiramente meu palito. Em seguida a gravada e a blusa, ficando apenas de calça. Sentei-me em uma outra cadeira e retirei minha calça vagarosamente.

– Por favor, isso é tortura! – disse America bufando. Eu de sua expressão e tirei mais rapidamente. Cai ao seu lado na cama e comecei a beijar seu pescoço.

Fiz um caminho de beijos de sua orelha até sua boca, deixando leves chupões em seu pescoço. Quando cheguei a boca, nos beijamos ferozmente, com vontade. Parecia que a séculos eu não a beijava assim. Naquele momento, eu me esqueci de tudo a nossa volta. Os filhos, a Seleção, os problemas, Kota, tudo. Havia apenas nós em nosso pequeno mundinho. Eu e minha teimosa America. Nos beijamos e nos amamos até mais a noite, quando o último pássaro foi dormir.

Aquele dia significou muito para mim. Descobri, finalmente, os romances de meus filhos. Eles ainda eram muito jovens, mas eu sabia que isso me daria belas dores de cabeça no futuro. Como evidente, Ethan não gostava de Harry, e a paixão de Katrina por ele era guerra declarada. Adelaide era melhor amiga de Katrina, e se Ethan ousasse quebrar seu coração, Katrina lutaria por ela. Dormi com esses pensamentos na cabeça. Sabia o que estava por vir, e temia pela união de minha família.