Eu estava no oitavo mês da gravidez, i isso me preocupava. Um único bebê normal nasce, normalmente, passado do nono mês da gravidez, mas gêmeos tinham a tendência de nascer um pouco antes. Eu estava assustada. Não, era pior. Eu estava apavorada! Mil e uma cenas já tinham passado pela minha cabeça: de mim jantando no salão e a minha bolsa estourar, de eu estar andando e a bolsa estourar, de eu estar dormindo e a bolsa estourar. Todas as minhas frases terminavam com "a bolsa estourar" e sempre começavam com " E se" . Como no começo eu estava muito receosa com a gravidez, não me dei o luxo de preparar o palácio para os meus filhos. Havia dois quartos perto do nosso, um a esquerda e um a direita, aos quais seriam os quartos deles. De começo, eles dormiriam no nosso quarto. Berços, fraldas, talcos e roupinhas estariam a nossa disposição, e também seria mais fácil para nós controlarmos as noites de choradeiras. Eu várias vezes tentava me imaginar como mãe, mas era impossível! Eu olhava para Marlee, me lembrava de Kenna, mas eu não conseguia me ver como nenhuma delas. Isso me indagava mais do que tudo. Com certeza Maxon seria um excelente pai, só o jeito com que ele me tratava ao longo da gravidez era possível perceber. O meu lar nunca foi o dos "mais amáveis" ., então eu nunca tive um bom exemplo para passar para os meus filhos, mas o meu maior apoio, era o meu amado. Graças a ele eu tinha forças para continuar, alguém pare me reconfortar nas horas difíceis e me divertir nas horas vagas. Mas acima de tudo, alguém para me amar, e por isso, eu seria eternamente grata a ele.

A corrida começou. Eu tinha apenas um mês para encontrar os berços, as decorações, os utensílios, tudo! Era muito trabalho, mas eu faria o máximo para que tudo ficasse perfeito. Eu ainda não tinha uma idéia formada em minha mente de com eu faria os quartos, mas cores já eram definidas. Branco, rosa e talvez azul, eu queria ser um pouquinho mais original. Eu estava enorme! Era um sacrifício para me sentar e outro maior ainda para me levantar. Para dormir era muito incômodo, principalmente, eu me sentia mal por ocupar quase toda cama e deixar só um espacinho para Maxon. Inclusive, algumas noites atrás, eu não estava me sentindo muito confortável para dormir e ficava me mexendo muito na cama. Até que eu escutei um barulho oco e percebi que tinha, basicamente, jogado Maxon no chão. Eu fiquei extremamente vermelha com a situação, mas a cara de Maxon me fez esquecer tudo por um momento e me permitir rir um pouco. Ele se levantou e me olhou de um jeito safado. Pulou na cama ao me lado e me empurrou um pouco, mas foi o suficiente para eu cair na cama. Ele começou a beijar o meu pescoço, depositando pequenos beijos também. Ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou.

– Espere só para ver o que eu vou fazer com você assim que você perder uns quilinhos. – ele disse com um sorriso travesso no rosto.

– Está me chamando de gorda? – eu disse, me afastando, tentando parecer brava, o que obviamente, eu não consegui.

– Não! Eu não sou louco! Eu te chamei de “ um pouco acima do peso “. E se me permite dizer senhora, você fica linda assim.

Incrivelmente, eu corei. Talvez por vir de Maxon, ou simplesmente por causa dos meus hormônios de grávida, eu me joguei no seus braços e o beijei. Ele correspondeu logo em seguida, me beijando mais intensamente a cada momento. Ele me jogou para trás, ficando em cima de mim, mas logo o repeli, sentindo uma dor.

– O que foi querida? – ele perguntou preocupado.

– Eu...senti uma dor.

Não era uma dor excruciante, claro que eu não estava em trabalho de parto, mas a qualquer dor eu já entrava em pânico, e óbvio que Maxon sabia. Ele me deitou novamente, mais calmo desta vez, se deitou ao meu lado e ficou fazendo carícias em minha barriga. Ele estava sendo tão carinhoso, e eu amava esse lado dele. Eu levantei um pouco o olhar no mesmo tempo que ele e o beijei de leve nos lábios. Ele beijou a minha testa logo em seguida. Eu voltei a tentar relaxar, agora com um sorriso agora. Adormeci logo depois, e Maxon ainda estava me fazendo carícias.

Os dias que se seguiram foram extremamente cheios. Eu procurava em sites e revistas todo o tipo de coisa. Infelizmente, eu estava sozinha na tarefa de organizar os quartos dos meus filhos. Eram papéis de parede, berços, fraldas, brinquedos, objetos de higiene, roupas, cobertas, travesseiros, e muitos outros. Eu tinha que checar tudo! Eu estava a ponto de enlouquecer, mas eu faria o meu possível.

Na última semana, tudo já estava pronto. O quarto de Katrina ficou extremamente fofo e o de Ethan ficou muito bonitinho. Eu estava feliz comigo mesma, na minha opinião, eu tinha feito um bom trabalho. No último momento, eu decidi utilizar as cores branco e azul. O de Katrina ficou com o branco e o bege, enquanto o de Ethan ficou com branco e azul. Eu comentava com minha mãe e com Marlee tudo o que eu fazia, desde o meu despertar até o meu descanso. Eu tentava ao máximo manter Maxon informado também, mas ele estava quase sempre em reuniões sobre ambas as guerras. Já não bastava termos de enfrentar países, também teríamos que enfrentar uma guerra dentro de nosso próprio país. Isso realmente me deixava triste, pois nenhum dos dois tinha a mínima decência de pensar o tamanho do impacto que aquilo daria.

Praticamente já nos primeiro dias de meu nono mês é que pude mostrar o meu trabalho para Maxon. Eu fiz todo um suspense para ele, que ficou muito feliz ao ver o quanto eu tinha me esforçado. Era tudo o que eu queria. Reconhecimento. E por horas nós ficamos juntos, abraçados, conversando sobre o que nos aguardava em breve.

Eu espero que tudo o corra bem.

Quarto America e Maxon

Quarto Ethan

Quarto Katrina