POV Maxon

Eu me sentia um tanto estranho. Como eu pude pensar que America se sentiria mal por Marlee estar grávida?Ela não era assim. Ela era completamente maravilhosa e nos dois dias seguintes a descoberta da gravidez de Nicoletta, America a ajudara contando durante a sua gravidez. Eu me impressionei pois eu não a vi com nenhum mágoa no olhar, pelo contrário , seu olhar possuía um brilho, um brilho de orgulho. Nicoletta passou toda a sua visita praticamente da cor verde, pois ela vomitava de hora em hora. Alissio, claro, a seguia e a ajudava todas as vezes. Era ótimo ter visitas, inclusive que isso deixava America mais animada, inclusive a noite. Depois de ela dizer que queria tentar ter outro bebê, nós tentávamos toda noite e cada dia mais, America dizia que logo logo daria certo. Seu olhar ficava mais e mais brilhoso cada dia, como se sua esperança aumentasse cada vez mais.

No penúltimo dia da visita dos reis da Itália, eu e America organizamos uma reunião para falarmos sobre a invasão a base sulista. Nicoletta, Alissio e parte do conselho nos apoiaram, mas a outra parte do conselho achou a nossa atitude infantil, dizendo que nós devíamos resolver os nossos problemas sozinhos, sem a ajuda do estado. Mas, como nós fazíamos parte da maioria, resolvemos que atacaríamos a base sulista o mais rápido possível. Saímos da reunião, e Nicoletta foi correndo em direção ao banheiro pela quarta vez no dia. America sorria toda vez que isso acontecia, mas dessa vez, foi a vez dela sair correndo em direção ao banheiro.

Fui atrás dela, claro. Enquanto ela vomitava, eu fazia massagem nas suas costas. Depois que ela terminou e lavou a boca, ela se virou para mim sorrindo.

– Será que...?

Ela nem precisou completar. Nós já estávamos abraçados, ambos sorrindo. Nós fomos a procura de Alissio e Nicoletta e nos impressionamos ao encontrá-los ainda no banheiro. Fomos de mãos dadas em direção a cozinha, pois America estava com fome, porém ainda não estava na hora de nenhuma das refeições. Ela comeu três laranjas ao mesmo tempo em que eu comia apenas uma. Eu ri, me lembrando da época em que America estava grávida. Então parei um instante. Ela estava comendo mais do que o normal, mais do que até quando estava grávida.

A visita de Nicoletta foi rápida, apesar de ter durado sete dias, a metade do tempo ou ela estava dormindo ou vomitando. America seguia o mesmo ritmo, apesar de vomitar com menos frequência que Nicoletta. A despedida foi um tanto triste. De um lado, Nicoletta desmaiou de tanto chorar e caiu nos braços de Alissio, e do outro, America chorou duas vezes, um por estar se separando de sua grande amiga, e outra por vê-la desmaiada. Me despedi rapidamente de Alissio e levei America para dentro do palácio, para ela poder se acalmar.

Duas semanas depois, America ainda tinha enjoos constantes ao longo do dia. Isso já me estava preocupando, pois ela se recusava a fazer o teste caseiro, ela queria esperar o tempo certo e fazer o teste de sangue e o ultrassom. Fazia um dia que ela havia feito o exame de sangue e hoje chegaria o resultado. Levantamos, tomamos o nosso café da manhã e depois demos um passeio no jardim.

– Maxon, e se eu não estiver grávida? E se eu estiver doente?

– Calma querida, tenho certeza que você está grávida.

Ela encostou sua cabeça em meu ombro e ficamos assim um tempo. Até um guarda vir em nossa direção e dizer que o resultado havia chegado. Andamos um tanto rápido até a ala hospitalar. Ao chegarmos lá, o médico ainda não havia chegado, aumentando ainda mais a nossa angústia. O médico chegou com um envelope na mão e o tempo entre ele passar pela porta e se sentar em sua cadeira parece ter sido uma eternidade.

– Então doutor, eu...

– Sim Majestade, a senhora está grávida. - disse um médico com um grande sorriso no rosto.

America se virou para mim com os olhos marejados e me abraçou. Pude sentir suas lágrimas pelo meu pescoço e as minhas lágrimas no seu cabelo.

– Você está grávida de três semanas. Pode vir semana que vem e descobriremos mais coisas sobre o bebê.

America saiu saltitante do consultório médico e eu só ria de suas expressões.

– Nós vamos ter outro bebê meu amor! - ela se virando para mim.

Eu a peguei no colo e a beijei. Fui caminhando até o nosso quarto. Tive certa dificuldade em girar a maçaneta, mas depois de alguns minutos eu consegui. A deitei na cama e a fiz muitas carícias. Nem descemos para o jantar, estávamos muito cansados e dormimos na mesma hora.

Uma semana depois, os efeitos da gravidez eram mais evidentes em America. Ela comia bem mais que o normal, sentia dores e enjoos constantes, como na outra gravidez, mas segundo ela, eram mais fortes. Fomos até a nossa primeira consulta juntos. Eu havia cancelado todas as minhas atividades do dia, para manter as minhas emoções exclusivas a America e ao nosso bebê. Ao chegarmos no consultório, o médico já nos esperava desta vez. Ele pediu a America que fosse para um quarto ao lado e vestisse a roupa que estivesse no cabideiro. Enquanto ela se trocava, eu pedi alguns conselhos ao doutor, de como acalmá-la e também de como controlar a sua fome descomunal. Quando ela voltou, usava uma espécie de manta, em um tom verde claro, e tinha amarrado o seu cabelo ruivo em um perfeito rabo de cavalo. O médico a induziu a deitar na maca e começou a passar um gel em sua barriga. Quando ele começou o ultrassom, devo admitir que me assustei um pouco. No começo, eu vi duas formas redondas, bem pequenininhas, no ventre de America. Seria uma deformidade? Quando eu já estava entrando em pânico, e percebi que America estava com a mesma expressão estampada no meu rosto, o médico sorriu e olhou para America.

– Parabéns Majestade, são gêmeos!

Agora America não comia por dois, mas por três.