She&Him escrita por River Herondale


Capítulo 1
O começo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;)



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Ela era aproximadamente dois anos mais nova que ele. Ele era um garoto com muita fama. Ela se mostrava ser inteligente e controlada. Ele era impulsivo e usava o bom humor e simpatia para esconder seus medos e dúvidas dentro de si.

Ela era da Corvinal, ele da Grifinória. Se conheciam desde sempre, quase da família. Ela vinha da grande família Weasley, por mais que não parecesse uma. Sua mãe era metade veela, e ela também. Loira, alta, delicada. Se dependesse de sua mãe, iria para Beauxbatons, mas ela mesma decidiu: iria para Hogwarts.

Fora uma surpresa ser da Corvinal. Todos seus tios Weasley eram da Grifinória, inclusive seu pai. Uma semana depois, receberia a jovem Weasley uma carta de seu pai.

“Estou orgulhoso, filha, e vou te contar um segredo: quando tinha 11 anos, quase fui para Corvinal. É verdade, sim, era pra lá que iria. Mas de última hora, o Chápeu Seletor decidiu Grifinória. Disse que eu era inteligente o suficiente para Corvinal, mas uma certa bravura dentro de mim era mais forte. Até me formar nunca realmente me sentira um grande corajoso. Mas então caí na real que, acredite: ser o mais velho de sete irmãos requer muita coragem.

Você é a menina linda do pai, a menina inteligente e que me enche de orgulho. Eu e sua mãe estamos morrendo de saudade, Victoire.

Te amo,

Papai.”

Ela guardou a carta embaixo de seu travesseiro, sempre dormindo com a carta por perto.

¨¨¨¨

Ele era um garoto complicado.

Era metamorfogo, como sua mãe. Seu padrinho, Harry dizia sempre a ele que era dos pés à cabeça a mãe em forma de menino.

Ele levava isso como um senhor elogio.

Sua mãe morrera em favor ao mundo bruxo. Harry não gostava de contar e relembrar sobre a guerra, mas sempre dizia ao pequeno Teddy que devia sentir orgulho de ser filho de Remo Lupin, um homem justo e nobre, uma das pessoas mais importantes na vida de Harry. E Ted não tinha dúvidas disso. Seu pai, como ele bem sabia, fora condecorado com a Ordem de Merlin, Primeira Classe. O primeiro lobisomem a ser condecorado com essa honraria. Ser filho de um lobisomem não lhe era vergonha. Era honroso.

Quando fez onze anos, partiu para Hogwarts na maior ansiedade. Longe da família, onde teria que aprender a viver sozinho. Era estranho como todos pareciam conhece-lo, como encaravam seus cabelos azuis e provavelmente o peso de seu nome: Edward Remus Lupin, afilhado de ninguém menos que Harry Potter, filho de um lobisomem e uma metamorfomaga.

E isso não assustava. Ele se divertia com isso.

Não demoraria muito tempo para que o garoto arrumasse amigos. Seu melhor amigo, Jules Hooper, parecia ser o único que entendia que o menino Teddy era apenas um menino.

¨¨¨

Victoire quando entrou para Hogwarts não conhecia ninguém de sua casa. Na Grifinória conhecia Teddy Lupin, mas ele já estava no terceiro ano. E, por favor, até parece que ela iria até ele conversar! Não, seria ridículo. Meninos odeiam conversar com as meninas, ainda mais se forem mais novas.

Humpf, ela pensou, até parece.

Quando chegou o natal, Victoire pôde finalmente reencontrar sua família. Na grande mesa d’A Toca estavam todos reunidos, se preparando para a ceia. Tio Harry e Tia Gina e seus três filhos e claro, Teddy. Victoire não sabe explicar, mas ela estremeceu. Sempre Teddy fora próximo da família, mas agora ela em especial se sentia mais próxima dele. Eles compartilhavam uma coisa importante: ambos estavam em Hogwarts. Ela queria conversar com ele sobre a escola, como tudo aquilo era fascinante.

Não foi dessa vez.

¨¨¨

Quando Teddy estava no quarto ano, ele já estava definitivamente na adolescência.

Ah, as garotas! Ele tinha carisma o suficiente para conseguir namorar qualquer menina que quisesse. Era só fazê-la rir com seu truque metamorfogo de “nariz de porco” que ela ficaria caidinha por ele.

Jules que era tão maluco quanto ele havia criado um “plano para conquistar minas”. Sim, o nome era ridículo, mas os hormônios adolescentes gritavam mais alto.

Seu primeiro beijo fora aos doze, com uma Lufana loirinha meio boba. Fora estranho no momento, mas agora, aos quase quatorze, ele queria aproveitar.

Ele e Jules haviam feito uma aposta: quem ficasse com uma garota antes ganharia um pedido.

A aposta estava feita.

¨¨¨

Victoire estava no seu segundo ano, e ela e suas melhores amigas Lydia Corner e Claire Davies eram inseparáveis. Hogwarts virara sua casa definitivamente, e ela amava estar lá.

Era dia de Quadribol. Grifinória x Corvinal. A euforia só não era maior quando era Grifinória x Sonserina, mas estava animado. Sentada junto de Lydia e Claire, o jogo começava.

Teddy era um dos artilheiros. Junto ao campo estava seu inseparável amigo Hooper, que era batedor. O jogo estava bem equilibrado, e ao mesmo tempo que Teddy marcava gol, o apanhador da Corvinal capturava o pomo.

Por apenas 10 pontos, o ponto de Teddy Lupin a Grifinória ganhava.

Teddy saía vitorioso de sua vassoura, e ao seu lado desciam todos do time. Uma garota loira que era também artilheira foi parabeniza-lo, e então Teddy a agarrou e deu um beijo. Victoire não entendeu porque seu estômago afundou naquele momento, mas afundou. Teddy fazia sinal de vitória, e seu amigo Jules lamentava alguma coisa. Victoire não conseguiu entender bem o motivo.

¨¨¨

Teddy aproveitara a vitória para dar um beijo na garota do time e assim ter mais uma vitória a comemorar: a derrota de Jules.

– Cara, você não me vai fazer isso.

– Ah, você vai.

Jules estava vestido de saia, e teve que entrar na primeira aula vestido assim. Foram tantas risadas que o professor teve que pedir que Jules se retirasse e vestisse uma calça imediatamente. Teddy nunca se divertira tanto em toda sua vida.

¨¨¨

– Vic

– Sim?

Claire chamara Victoire para uma conversa no dormitório feminino. Estava animada, e se segurava para não dar gritinhos.

– O que aconteceu, Claire?

– O Luke quer ficar com você.

– O quê? – Victoire falara alto demais.

– É sério. Ele me deu esta carta para te entregar.

Claire entregou a carta para Victoire, que se segurava para não rir.

– Então, você vai ficar com ele?

– Não! Quer dizer, não sei...

– Ora, vamos, Victoire Weasley! Você é linda, e o Luke é muito desejado pelas meninas do nosso ano. Eu não perderia tempo.

E naquela noite, Victoire teve um sonho. Estava em Hogsmeade, e segurava a mão de um garoto. Ela gostava dele, e ele dela. Ele então a beijou. Em seu subconsciente, sabia que era Luke, mas quando ele se afastou, e ela pôde ver seu rosto, era Teddy Lupin.

Ela acordou aflita. Não fazia sentido.

¨¨¨

Antes de entrar para o quinto ano, a personalidade de Teddy gritava, esperneava, queria atenção.

Ele não se sentia bem consigo.

Era magricelo, seu cabelo era um ninho de rato azul e suas roupas não lhe agradavam mais. Era hora de parar de deixar sua vó comprar suas roupas completamente sem graça e se vestir de seu jeito.

Em apenas uma tarde Teddy deixara seu cabelo com um corte moderno, um moicano baixo. Em suas orelhas colocara piercings, dois furos embaixo e um na parte superior. Nos pés coturnos pesados e suas camisetas agora eram de bandas de Rock trouxa.

Ao olhar para o espelho, se sentia mais confiante, atraente. Seus olhos cor de âmbar até ganhavam um destaque que antes parecia nulo.

Parecia que finalmente se encontrara.

O pirralho do James o atormentava com perguntas:

“Doeu para furar a orelha?”

“Será que posso cortar meu cabelo como o seu?”

Teddy era bem paciente e calmo, e convivera com crianças a vida inteira. Mas não sabia se realmente gostava delas. Eles eram muito curiosos, cansativos. Teddy só queria relaxar.

– Olha, James, dói, dói pra burro furar a orelha e não, nem vem cortar o cabelo como o meu que é ridículo ser copião.

James ficou irritado e saiu de perto de Teddy bufando.

Às vezes Teddy esquecia que o garoto tinha apenas seis anos.

¨¨¨

– Como vai a escola, Vic? – Fleur perguntou a filha. Era férias de natal.

– Normal. Legal.

– Normal? Legal? Nada de interessante ou diferente?

– Não, mãe. É legal mesmo, mas nada demais.

– Nem garotos?

– Mãe! – Victoire quase gritara.

A mãe só riu. Não iria constranger a menina tão jovem.

¨¨¨

Quinto ano. No primeiro dia de aula, Teddy sentia novamente toda a atenção em si. Com a quantidade razoável de piercings espalhados em suas orelhas, e o fato de que, definitivamente estava mais “homem”. Devia ter crescido bons centímetros nas férias, ficando meia cabeça mais alto que Jules. Sua mandíbula estava mais saliente e forte, e seu rosto mais anguloso, abandonando completamente as bochechas infantis

Em três meses ficara com cinco garotas. Não era muito seletivo. Se ele se interessava, se aproximava e ficava. Era simpático, tinha lábia, mas nunca se sentia apaixonado. Era bom na hora, mas quando acabava... acabava.

Nas aulas era um aluno bom. No Quadribol quase uma estrela. As garotas faltavam implorar por ele.

Mas por que mesmo assim se sentia vazio?

Ele não mostrava isso. Nas festas no salão comunal ele sempre aprontava alguma com Jules. Como era próximo dos Weasley, sempre trazia uma novidade das Gemialidades Weasley. Apenas um garoto, com todos seus defeitos e dúvidas da adolescência.

Apenas um garoto com vontade de viver.

¨¨¨

Em seu terceiro ano, Victoire se sentia diferente.

Como diferente? Mais confiante, mais ousada, com menos medo de ser feliz.

Na primeira semana em que pôde visitar Hogsmeade, finalmente aceitou o pedido de Luke e ficou com ele.

Ela não gostava dele, precisava confessar, mas o que importava? Suas melhores amigas já haviam ficado, só faltava ela.

Mas por que durante o beijo ela imaginava outra pessoa?

¨¨¨

Era natal, e Teddy estava impaciente.

– Mas Harry, é sério, eu e Jules combinamos que iríamos sair amanhã para ver aquele show de natal que acontece em Londres.

– Teddy, sem negociação. Me desculpe, mas você vai ter que colaborar.

– Todos os anos o Natal é igual. Ficamos aqui n’A Toca, e no outro dia almoçamos na casa dos Potter. Tão chato.

– Mas amanhã ficaremos com sua vó. Ela precisa de você.

Teddy estava mais que impaciente.

– É ela quem está morrendo, não eu!

Harry olhou para ele espantado, e Ted parecia se arrepender imediatamente do que dissera.

– Desculpe, eu... – ele se virou e saiu da sala.

¨¨¨

Sentado no jardim d’A Toca, com o coturno cheio de neve e o cabelo azul agora menos vivo, esse era Ted Lupin no Natal. Ele estava para baixo e quieto, algo não muito natural do ativo e animado jovem Lupin. Ela era todo igual a mãe, mas nesse momento parecia inteiramente o pai.

Victoire não soube porque fez isso, mas se sentou ao lado dele. O garoto não se virou para olhar para ela, e continuava a esfregar a sola do coturno no chão cheio de neve. Ela suspirou.

– Qual o problema, Ted?

– Nada.

– Ora, vamos. Esse não é o Teddy que estamos acostumados a ver. Cadê o sorriso?

Teddy sorriu meio forçado, agradecido pela tentativa da garota.

– Você não precisa se envolver nisso. É uns problemas pessoais de interesse só meu.

– E se eu puder ajudar em alguma coisa?

– Não poderia. – ele levantou o olhar, e pela primeira vez a encarou. Ela era linda.

– Você nem tentou.

– É só que... Não quero decepcionar meus pais. Eles morreram por mim, por todos nós. Eles foram tão grandes e eu... Sou uma criança querendo brincar de adulto.

– Decepcionar? Por favor, Edward Lupin! Um dos mais populares do ano, com tanta atitude, notas ótimas, herói do Quadribol, lindo...

– Lindo? – ele deu uma risadinha.

– Essa parte não era pra sair. – Victoire estava vermelha.

– Olha, Victoire, engraçado como nunca havia notado que você era tão legal.

Teddy normalmente não hesitava em beijar uma garota.

Mas com Victoire foi diferente. Ele pela primeira vez gostou tanto de uma garota que resolveu esperar o momento ideal.

¨¨¨

As férias acabaram, e isso significava que faltava pouco para o Valentine’s Day. Era oficial: Ted Lupin estava fisgado por Victoire Weasley.

Durante janeiro inteiro Teddy procurava sempre um motivo para se aproximar da garota. A convidava para ir Hogsmeade, fazia graça no salão principal antes de se sentar na mesa de sua casa. Ela era engraçada, e ela conseguia fazer piadas bem engraçadas que Jules uma vez teve que dizer:

– Cara, ela é incrível.

Fazer Jules rir é fácil, mas fazer Jules te achar incrível é uma honra.

¨¨¨

– Você é tão nanica. – Ted disse à Victoire uma vez.

– Ou você é muito alto. – Victoire ironizou. Ele realmente era muito alto e ela não podia ser considerada baixa.

As garotas pareciam ter se distanciado de Ted, por mais que uma vez uma garota loira da Sonserina se aproximou dele no Salão Principal e Victoire ouviu tudo.

– O que você acha de dar uma perdida na Sala Precisa, hein?

Victoire ficou aflita. A garota era linda, tinha um corpão e deveria ser do sexto ano.

Ted apenas falou enquanto mastigava sua janta.

– Você não consegue se perder bem sozinha?

Victoire não sabia direito o que era paixão, mas deveria ser algo semelhante ao que ela sentia pelo jovem Lupin.

¨¨¨

– Como assim você dispensou a gostosa da Cassandra Nott?

– Fala sério Jules.

– Não, fala sério você! Você tem ideia de quantos garotos implorariam para ficar com ela? EU imploraria para ficar com ela!

– Também te amo, Jules Hooper.

– Não mude de assunto, Edward Lupin! – Ted estava se aproximando de Victoire que o esperava do outro lado do corredor, sorrindo. – Ah, e eu também te amo, seu safado de cabelo azul. Pelo menos amava até você me abandonar.

¨¨¨

Era Valentine’s Day, e Ted estava pronto para se declarar para Victoire. Era brega demais, ele tinha consciência disso, mas ser brega por amor está liberado.

– Repasse a lista, Jules.

– Passou o perfume? – Jules repetia com a voz cansada.

– Confere.

– Tá sem bafo?

Teddy deu uma conferida.

– Confere.

– Suas pernas estão tremendo de excitação?

– Confere.

– Mas é para não tremer!

– Não sei se vai dar, Jules.

– Você é patético. – Jules deu uma risada. – Pegou a surpresa?

– Confere.

– Cai de boca, mané. E chega de enrolação.

– Amém, irmão Hooper, amém. - Teddy ironizou.

¨¨¨

– Quem é essa gata loira, hã? Ah, é minha amiga Vic Weasley, gatérrima! – Lydia disse quando viu Victoire sair do banheiro com o vestido e a meia calça nova para seu Valentine’s Day em Hogsmeade. Estava tão nervosa que poderia vomitar.

– Bom, querer vomitar é um bom sinal. Se está tão nervosa a esse ponto, é porque está amando – Disse Claire, e junto com Lydia começaram a fazer escândalo de animação.

– Parem de ser exageradas, credo. É só o Ted.

– O Tedelícia? O Tedtesão? Quer que eu continue a falar os apelidos dele dado pelas outras alunas? – Lydia dizia, quase rindo.

– Vocês são terríveis.

– Minha querida, a fama dele é boa, vê se não faz feio.

– Que horror! Do jeito que vocês falam parece que estou saindo com o pegador de Hogwarts!

– Não chega tanto, né. Ninguém compete com o sonserino Parker Rosier. Mas ele quase chega lá.

– Vocês realmente não conhecem o Ted que eu conheço. – Victoire comentou, fazendo as amigas rirem mais ainda.

¨¨¨

– Oi Vic. – disse Teddy, meio sem graça. Pela primeira vez Victoire o viu vermelho.

– Olá, Ted.

– Feliz Valentine’s Day! – ele estava se esforçando tanto...

– Ah, obrigada. Pra você também. – e ela também.

– Já sabe que na Madame Rosmerta tem uma decoração especial nesse dia?

– Já ouvi falar sim.

– Podemos ir lá então.

– Ora, Ted, vamos, me beija logo!

Então Teddy a beijou. Ele era tão mais alto que ela, que teve que se abaixar um pouquinho, e ela nas pontas dos pés. Era o melhor beijo da vida dele, era o melhor momento da vida dela. Eles caminharam até a Madame Rosmerta de mãos dada, e não soltaram mais.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se é mesmo certo que a Victoire foi pra Corvinal, mas eu gostei que fosse, então...As personalidades foram criadas por mim, já que nada é dito nos livros e tenho a liberdade de criar.Os amigos e seus nomes também foram criados por mim (mas se vocês prestarem atenção nos sobrenomes...)Comentem, galera!



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