Bleib escrita por hk


Capítulo 8
Stop this pain tonight


Notas iniciais do capítulo

último capítulo o/
a música do capítulo era pra ser 'Zoom', mas eu não achei nenhum vídeo dela no youtube, e eu sou chata e quero 'Zoom' mesmo, e não 'Zoom into me' HAHA! mas vocês tem ela no pczinho lindo de vocês, não? :BB

ah, e só pra esclarecer, ali no meio muda o narrador pra 3ª pessoa e depois volta.. tá em itálico essa parte que muda =)



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Aproxima-te de mim, eu me aproximo de ti...

Para longe daqui, através do tempo e do espaço...

 

 

 

Joguei o caule do dente-de-leão em pedaços no chão e subi para o meu apartamento comprado há quatro meses em Berlin. Agora eu tinha uma casa maior, eu tinha um carro, emprego.

 

Liguei a televisão apenas por ligar enquanto deixava as compras em cima da mesa da cozinha. Ao lado deixei a câmera fotográfica que usara para trabalhar o dia todo. Fui para o meu quarto em seguida. Estava exausta e joguei-me na cama por cima das cobertas, querendo apenas relaxar. Fiquei olhando para o teto branco de gesso. O som da TV ao longe quebrava o silêncio, mas não era nisso que eu estava prestando atenção. Um sentimento nostálgico invadia-me aos poucos, sem motivo nenhum... Não hesitei em aprofundar-me nos meus pensamentos mais distantes... Às vezes esse estranho sentimento fazia bem, relembrar o passado e toda a felicidade que um dia pude provar. Vagarosamente acabei pegando no sono.

 

Acordei repentinamente num susto, quando em um pesadelo eu senti que caía de uma janela, num prédio tão alto quanto o céu. Olhei para o relógio... 02:30. Como o tempo passou tão rápido? Levantei-me e fui até a cozinha. A câmera ainda estava em cima da mesa, entretanto, a sacola com o suco de pêssego e os pães de queijo já não estava mais lá. A TV desligada... Alguém havia entrado em minha casa? Aproximei-me da porta para verificar se havia trancado. No meio do trajeto ouvi alguns passos atrás de mim.

 

Ótimo. Era só o que faltava... Um intruso em minha casa. E ainda por cima roubando minha comida.

 

Apenas tive tempo de pensar em me virar, mas não de fazê-lo, pois logo o intruso já estava em minha frente. E foi assim que me deparei com o espectro de Bill, o que fez com a pulsação do meu coração pudesse ser sentida até a ponta dos dedos. Bill tinha um sorriso de satisfação no rosto. Os cabelos negros jogados para trás. Os olhos brilhavam com vivacidade, enquanto ele me olhava de perto, tão real quanto a um ano atrás.

 

- Eu não te falei que seria para sempre?

 

Demorei um pouco para agir.

 

- Chega Bill! – sem nem ligar para o que ele havia falado, empurrei seu peito com a palma das mãos. – Você nunca vai cansar de me atormentar? Por que não me deixa tentar continuar minha vida em paz? – continuei nervosa, andando para trás no intuito de afastar-me dele.

 

Vi seu sorriso escapar dos lábios, seu olhar abaixar. E no mesmo momento, vi a porta abrir-se atrás de mim. Virei para constatar quem era...

 

 

Era eu mesma...

 

 

 

 

- Acho que há algumas coisas que você precisa relembrar. – Bill falou tranquilamente, olhando para o "outro eu".

 

Me vi largando a chave de casa em um lugar qualquer. Colocando sacolas e a bolsa da câmera fotográfica em cima da mesa. Em seguida, fui em direção a televisão, perto de onde eu e Bill estávamos de telespectadores. Pude jurar que por alguma fração de segundo olhei em meus próprios olhos. Mas aquela que ali estava não poderia notar minha atual presença. Vi meu fantasma ligando a televisão e indo logo em seguida para o meu quarto. Fui até lá ver o que aconteceria comigo.

 

- Bill... O que está acontecendo?

 

- Apenas olhe...

 

 

Kimberly deitou quando o relógio marcava 21:00, e pegou num sono pesado, dormindo por um bocado de horas.

 

O relógio de números digitais vermelhos acelerou a contagem, como se minutos fossem centésimos e horas fossem segundos. Como se uma máquina do tempo o avançasse para o futuro. Marcou 23:30 e então voltou a funcionar normalmente.

 

Meio zonza, Kimberly acordou. Foi até a cozinha preparar o jantar com a comida que havia trazido do supermercado. Comeu no sofá da sala, assistindo a algum episódio de seu seriado preferido. Depois desligou a TV e foi até uma sala pequena nos fundos do apartamento. Acendeu uma luz avermelhada e revelou as fotografias do dia. Eram retratos do cotidiano simples naquele início de inverno em Berlim. Trabalho para o jornal. Naquela tarde havia crianças brincando na praça, pombos voando no céu azul... Uma fotografia em especial chamou a atenção da Kimberly, a qual levou para o seu quarto. Ela debruçou-se sobre a escrivaninha e colocou no seu mural a foto de um casal abraçado na sombra de uma árvore...

 

Cansada, bocejou foi em direção a cama. Queria dormir e esquecer que havia problemas no mundo, pois o mundo dela estava em paz ultimamente. Algo, porém, a fez parar estática, sustentando o corpo com as mãos apoiadas na mesa da escrivaninha atrás.

Sentado no canto da cama, Bill a olhava como quem vigiasse seus passos. Sereno e imóvel, a tez branca e o cabelo negro contrastavam entre si.

 

Mas ela sabia que relutar contra mais uma de suas aparições seria inútil.

 

 

Não perca seu tempo comigo,

Você já é a voz dentro da minha cabeça.

 

 

 

 

- O que você quer? – perguntou não com feição assustada, mas com a feição de alguém que já estava cansada e frustrada por não conseguir abandonar o seu assombroso passado.

 

Indagava em seus pensamentos se o que estaria vendo ali seria apenas um espectro de sua loucura. No entanto, vendo Bill manter o olhar sem hesitação, sem mover um músculo, Kimberly tomou coragem e esticou amedrontadamente o braço, preparando-se para encostar a ponta dos dedos na face pálida dele. Seria mesmo real?

 

Ao encostar na sua pele gelada, uma sensação estranha tomou o meu ser. O “eu espectador” uniu-se com aquela Kimberly que eu até então apenas assistia. Passei a vivenciar o momento, a sentir um arrepio percorrer minha espinha e o coração bater mais forte.  

 

Pude tatear a pele de Bill e sentir o quão real era. Ele fechou os olhos e abriu levemente a boca, deixando transparecer a sensação de deleite. Vendo-o levantar-se de pé, aproximei-me de corpo inteiro, sentindo seu hálito em meu rosto. Suas mãos foram parar por debaixo de meus cabelos, assim como as minhas nos seus.

 

- Deixa eu te levar daqui? – olhou diretamente nos meus olhos, como se pudesse matar-me apenas com isso.

 

- Bill... Por que... – respirei fundo, tentando impedir que chorasse -... Por que você me abandonou quando disse que seria pra sempre? – continuei quase num sussurro.

 

- Eu não te abandonei. Eu estou aqui agora, não estou?

 

- E daqui a pouco vai desaparecer, como sempre fez. - inclinei meu rosto para o lado, tentando desviar dos seus olhos.

 

Desta vez será diferente... - Bill pôs a mão em meu queixo, trazendo meu rosto de volta. – Me beije!

 

- O que? – assustei-me com a ideia de beijar um fantasma.

 

- Se você fizer isso... Eu te levo daqui! – ele parecia empolgado.

 

- Me levar? Mas me levar para onde? Bill... Você morreu!

 

- Eu sei disso... Você não sabe como é difícil ficar perto de você nessa situação. E talvez... Talvez eu não consiga mais... A não ser que você venha comigo.

 

Eu estava prestes a chorar naquele momento, não fosse sentir o seu hálito cada vez mais perto, sua voz segura, seu calor confortante, o que deixava minha respiração ávida.

 

 

Agora estou aqui. Não há mais medo.

 

 

 

- Me beije... – ele insistiu pela última vez.

 

Eu não precisei falar, a resposta estava em meus olhos. E sem mais delongas, Bill encostou os lábios macios nos meus. Mas não foi um beijo comum...

 

 


Anjo, não chore, eu te encontrarei do outro lado...

 

 

 

Enquanto nos beijávamos suave e lentamente, percebi que perdia o calor do meu corpo. O ar que respirava congelava em meus pulmões. Onde estavam as batidas aceleradas do meu coração? Onde estava o fogo que incendiava meu peito há poucos segundos atrás? Tive a sensação de que minha alma estava sendo sugada, sem que eu conseguisse trazê-la de volta. A falta de oxigênio foi me deixando tonta. Bill sustentou meu corpo amolecido em seus braços. Quase sem consciência, cai num sono profundo.

 

 

Acordei repentinamente num susto, quando em um pesadelo eu senti que caía de uma janela, num prédio tão alto quanto o céu. Olhei para o relógio. 02:30. Como o tempo passou tão rápido? 

 

Levantei e, dessa vez, fui de imediato até a sala.

 

- Eu não te falei que seria para sempre?

 

Foi então que me dei conta que deixei para trás, deitada naquela cama, uma Kimberly abatida, de coração despedaçado, sentimentos definhados. Uma Kimberly... morta.

 

Troquei a vida pela eternidade.

 

Ali na sala escura, caminhei de encontro a Bill, e não tentando me afastar. Senti seus braços me envolverem. Apertei forte seu corpo contra o meu. Encostei meu rosto no seu peito. Ele deu-me um beijo por cima de meus cabelos.

 

 

 

 

Os dias passaram sem estarmos lá... Fique!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

acabou :(((((((((

e aí, o que acharam da fic??
muito melosa, muito dramática, muito viajada, muito... chata?
haha

eu espero que tenha dado pra entender direitinho )
desculpa se ficou alguma coisa meio 'ãnh?'

E MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO OBRIGADA pra quem leu e deixou reviews e tudo mais!
obrigada mesmo pelo carinho, por tudo

espero ter agradado com a fic
e se não agradei, paciência AIEHIHOAE

então, até a próxima... quem sabe =P



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