Cartas Para Você escrita por Karin


Capítulo 13
The Green Eyes- Finnick para Annie, THG


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Desculpem a demora. Bloqueio criativo... Mas enfim, estamos aqui nos redimindo com um capítulo relativamente grande. Ah, e obrigada a todos os comentários do último capítulo.
É isso, boa leitura!



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No aerodeslizador, o Esquadrão 451 está partindo. Em cada soldado presente, há um espírito de coragem, embora não ficarão na linha de frente, pois a proposta é que aparecem nos pontoprops. Porém, ainda se trata de uma grande luta. Mas mesmo com toda essa bravura, cada um também deixou coisas para trás. Família, lembranças, incertezas. Ainda que não aparente, os corações desses jovens guerreiros estão sofrendo e um desses corações está realmente muito triste, porque o que deixou para trás é muito precioso. Não teve como se despedir direito e também não deu todas as explicações necessárias. Ela não sabe que ele está voltando para uma nova arena, com novos jogadores. Depois de tudo que passaram e do jeito que ele sabe como ela é, contar a deixaria aflita e muito preocupada. Mas ele quis isso. Quer vingança, quer novamente enfrentar aquele que acabou com sua vida e por um tempo, tirou o seu amor. Tem que fazer isso por ele mesmo, por ela e por todos. Tudo bem que eles servirão para as filmagens, mas ainda é a guerra. E é isso que ele teme. Não havia pensado direito, contudo, ele pode não voltar mais. Pior. Ele pode não vê-la nunca mais. Precisa dizer tudo o que não disse, pois pode não haver outra oportunidade. E só tem um jeito: escrever. Ele nunca foi bom nisso, mas se é pra ela ele consegue. Uma carta. Era isso que ele tinha que fazer. E começou.

Annie,

Eu não sou muito bom com palavras, mas espero que entenda o que quero dizer. Sei que já nos despedimos, mas acho que não foi suficiente. Estive pensando: “E se eu nunca mais for vê-la novamente? Se eu não me encontrar de novo com esses lindos olhos verdes ou com o seu sorriso? E se não tivermos um futuro juntos?”. São tantos “e se” e tantas possibilidades de nada dar certo, de eu novamente me separar de você... Tudo isso me assusta. Só queria você novamente em meus braços, a minha noiva! Mas vamos falar disso depois.

Por mais doído que seja, é preciso relembrar todos os momentos. O que eu vou falar você basicamente já sabe, mas ter essas lembranças é como ter você comigo nesse momento, e é disso que eu preciso: você.

Tudo começa com aquele menino magricela do Distrito 4 que ajudava o pai na pesca. Um dia, quando eu estava na praia, tentando pescar sozinho, ouvi gritos desesperados. “Ajudem-na, ela não sabe nadar!”. Nesse momento, corri até a água e comecei a nadar até aquela menina que se afogava. Trouxe-a até a areia, com um pouco de esforço, mas consegui. “Eu te peguei, não precisa ter medo, está tudo bem”. Ela tremia, não sei se de frio ou de medo, provavelmente de ambos. Quando se acalmou, eu disse: “Meu nome é Finnick Odair, mais pode me chamar de Finn. Qual é seu nome?” Ainda um pouco assustada, ela me respondeu: “Annie. Annie Cresta”. “Oi, Annie”. “Oi, Finn”. E foi aí que tudo começou. A nossa história.

Sempre tive você como minha amiga. Não me apaixonei por você logo de cara, confesso. Você foi me cercando. Nós nos encontrávamos todo o dia na praia, eu tentava pescar embora fosse sempre um fracasso, e você observava. Depois, você começou a aparecer tecendo redes, para ajudar seus pais, já que era isso que eles faziam. E o tempo foi passando. Às vezes, me pegava te observando, seus lindos olhos concentrados na rede, quando eu queria que estivessem em mim.

Quando já estávamos um pouco maiores, não tive mais onde esconder o que sentia por você. Na verdade, o que eu temia era que o sentimento não fosse recíproco. Mas era. Foi em uma das aulas de natação que eu lhe dava, já que você não sabia nadar, que eu me declarei. Lembro-me como se fosse há pouco tempo. Tínhamos perdido a hora e já havia anoitecido quando acabamos a aula. A lua brilhava juntamente com as estrelas e com seus magníficos olhos verdes que disputavam a beleza com o mar. Nos sentamos na areia para observar um pouco o céu, e eu pensei: “O que tenho a perder? O pior que pode acontecer é ela dizer não”. Me virei para você, segurei suas mãos, respirei fundo e olhei para seus olhos. “Annie?” “Oi, Finn” e você levemente sorriu. E de repente qualquer incerteza dentro de mim se esvaiu e eu falei o que sentia. Seu sorriso aumentou, e logo um também surgiu no meu rosto ao ouvir um “Sim, Finnick Odair, eu aceito ser sua namorada”. Nos beijamos, nos despedimos e cada um foi para sua casa. Foi inesquecível. Se seguiram algumas semanas, diria até as melhores de minha vida, quando chegou o Dia da Colheita. Mas essa não foi qualquer Colheita.

Tudo aconteceu tão rápido. Primeiro nos encontramos na praia e prometemos que no final do dia nos encontraríamos novamente lá, como sempre fazíamos. Porém, dessa vez, isso não aconteceu. Aquela mulher da Capital caminhou até a bola de vidro, sorteou o tributo feminino e a garota subiu ao palco. Então, a mulher caminhou até a outra bola, pegou o papel com o tributo masculino e disse: “Finnick Odair”. Nessa hora, eu fiquei em choque. Caminhei até o corredor, atordoado, subi ao palco e meus olhos encontraram os seus. Tive que ser forte por você, e fui. O pior momento foi a despedida, meus pais e depois você. Como é difícil dizer adeus...

Não quero falar daquela arena ou do que aconteceu lá. Mas eu saí e esperava que tudo voltasse ao normal. Mas não. Além da turnê, a Capital sempre vinha. É claro que eles queriam saber como estava Finnick Odair e... Mais do que isso. O que a Capital fez comigo, isso acabou nos afastando mais porque eu não podia contar, mas também não queria segredos entre nós. Segredos. Naquele momento, eu só tinha isso. Segredos.

Depois de um tempo, de tudo ruim que podia acontecer, lá estava eu na praia depois de mais um dia de Colheita. Mas estava sozinho. Ver você nos Jogos quebrou meu coração, aquela Capital, aquele Snow... Eles tiraram você de mim. Mas o pior de tudo é que mesmo você estando de volta o que eles causaram foi muito pior em você do que em mim. Os encontros na praia continuaram, mas a resposta para meu “Oi, Annie” era o silêncio. Seus olhos já não eram mais centrados em mim. Você olhava para o horizonte, contudo, seu olhar era vazio, e tenho certeza de que estava na arena outra vez. Ver- te sofrer foi insuportável.

Até que um dia, eu fui correspondido. Já não ganhava mais silêncio, porém, sua linda voz, sorriso e olhar. Um pouco diferente, porque depois da arena ninguém sai da mesma forme que entrou. Mas estávamos recomeçando. E quando tudo parecia se reconstruir novamente, lá vem de novo a Capital, o Snow, o Massacre Quaternário. E me vi separado de ti. Não, isso não estava acontecendo de novo. Não!

Mas aconteceu. Voltar para aquela arena foi horrível, mas tinha o plano de ir para o Distrito 13. E por estar “seguro” minha felicidade voltou? Não. Porque aquilo não era segurança. Segurança era sentir teu perfume; me perder no mar dos teus olhos. E sem você aquilo não aconteceria.

Esses com certeza foram os piores dias da minha vida. Você presa na Capital e eu no 13 sem poder fazer nada. Eu não suportava. Me arrastava dos pesadelos todas as manhãs para descobrir que não havia nenhum alívio em estar acordado. Tentava me distrair, mas acabei ficando louco. Não quero mais dar detalhes sobre os piores momentos da minha vida.

Então vamos para a melhor parte: a sua volta. Quando soubemos que vocês tinham chegado, Katniss me levou ao hospital e eu vi aquela jovem linda: cabelos pretos despenteados e seus lindos olhos verdes da cor do mar. Simplesmente perfeita. Simplesmente a minha Annie. Você grita meu nome e eu grito o seu. Então começamos a correr freneticamente na direção um do outro. De repente, não existe realidade a nossa volta e ninguém além de nós dois. Ao nos encontrarmos, acabamos perdendo o equilíbrio e caindo. Mas e daí? Eu estava com minha Annie de volta e era isso que importava. Éramos um só, inseparáveis e não havia dúvida alguma do nosso amor.

E depois, para minha imensa felicidade, acontece nosso casamento. Poderia descrever como tudo estava lindamente decorado, ou como as crianças cantaram a canção de casamento do nosso distrito, a cerimônia feita como no 4, o violinista do 12, a rede em cima dos noivos na hora dos votos ou o toque com água salgada nos nossos lábios. Mas a minha grande lembrança é você. Linda, naquele vestido de seda verde como seus olhos, com um sorriso enorme e gratificante no rosto radiante. Era só eu e você novamente, em um beijo que selava nossa união para sempre. Minha Annie eternamente.

E agora, aqui estou eu indo embora novamente. E para a guerra. Mas ela é mais voraz do que qualquer jogo, e eu temo não voltar mais. Por isso, relembrei toda a nossa história. Para te lembrar do nosso amor. Como ele se construiu aos poucos, foi se moldando e, mesmo encontrando muitos obstáculos, chegou até aqui. E vai durar eternamente. Não importo se te chamem de louca, pois te amo do jeito que você. Foi assim que você me conquistou.

E saiba que, se eu morrer nessa guerra, a última lembrança que terei serão seus olhos.

Do seu eterno amor,

Finnick.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Foi baseado nuns vídeos da história deles. Desculpem por qualquer erro ortográfico ou se ficou meio meloso, mas acabei de escrever e postei imediatamente, ou seja, quase meia noite! Comentem e deixam as autoras felizes! Bjss



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