Adam acordou e reconhecia aquele cheio: ele estava no hospital, quando criança ficava mais no hospital do que na casa, já que seu pai batia nele. Abriu os olhos e estava tudo embaçado, até reconhecer uma mulher que estava do lado dele: era Mary. Ela estava sonolenta, quase dormindo. Devo estar aqui á horas, pensou Adam.
– Mary? Você está acordada? - Adam falou com a voz grossa, parecia que em todos esses anos ele estava falando pela primeira vez na vida.
Mary abriu os olhos, e Adam pôde ver a alegria dela ao vê-lo acordado, mas era uma pena que ele já pertencesse á outra mulher.
– Oi, desculpe senhor Cooper! Você estava sob efeito dos medicamentos, por isso capotou. Desculpe a pergunta senhor Cooper, mas por acaso uma vez na vida o senhor ouviu vozes, ou foi diagnosticado esquizofrênico? É que o doutor Amay disse que havia drogas em seu sangue pra esse tipo de tratamento.
– Claro que não, Mary. Eu tomo esses remédios pra dormir. - Disse Adam.
– Mas isso não é do tipo de remédio que se usa para dormir, senhor Cooper. Você sabe isso melhor do que eu, já que é psicólogo e mestre em crimes, por assim dizer. Se continuar tomando esses remédios você não vai ter atestado médico mais sim um atestado de óbito. Esse tipo de droga não se usa, ou é claro, se você quiser morrer mais rápido que o tempo que Deus te concedeu. Ah, e a propósito, sou o doutor Robert Amay, eu estou cuidando de você.
O homem aparentava ter entre 30 e 40 anos de idade, com todo aquela roupa branca que Adam detestava tanto. Ele olhou bem nos olhos do médico, aqueles olhos castanhos e estava tentando descobrir se Robert poderia mentir pra ele. Mas é claro, ninguém poderia mentir pra Adam, por que ele é o Deus da psicologia.
– Quem você pensa que é pra falar o que eu tenho ou não de tomar? - Adam questionou.
– Eu sou o cara que te salvou de uma possível overdose. Mary nos dê licença por favor. - Mary saiu da sala revisando os olhares entre Adam e Robert. - Se eu fosse você casava com ela, por que nesses 20 anos que exerci medicina vi poucos casos como este, em que a mulher fica ao lado dele, todo momento, todo segundo.
– Ela é minha secretária, e além do mais, eu estou apaixonada por outra. Agora, por favor, dê este recado á Mary: mande ela contratar Isabella Ruschel. - Adam disse com frieza.
– Do jeito que você falou o nome dessa Isabella, você á ama. Mas não se preocupe não vou falar nada disso para Mary, somente o recado que você mandou dar. - Robert arqueou as sombrancelhas.
– Obrigado, doutor. - Adam fechou os olhos em busca de uma saída daquela conversa.
– De nada, Adam. Tente descansar.
E assim Adam só ouviu passos e em seguida o bater da porta. Agora ele tinha que armar um esquema de como capturar Isabella.