O viajante no tempo escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ia postar amanhã, mas não tinha nada pra fazer e acabei postando hoje.


Boa Leitura.



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Acordei em um chão áspero e comichante, fiquei por um tempo sem poder me mexer, tentei primeiro ver aonde estava, quando vi o céu azul e umas nuvens, pude perceber que estava numa quadra de futebol, mas não ficava dentro de uma escola, ficava na rua mesmo, então, era uma daquelas quadras de futebol públicas, ou seja, eu teria que me virar pra conseguir encontrar a Chiquinha, sei que não seria fácil, mas eu não desistiria.

Me levantei e comecei a procurar a rua que tinha a escola que o Chaves estudava quando tudo começou, andei por uns vinte minutos mas não encontrava nada, e quando estava pensando em perguntar pra alguém onde ficava a escola PCA, escutei uma voz perto de mim, gritando:

–Chavinho!!!- disse uma voz feminina.

–Chiquinha!!!- foi quando vi o Chaves do outro lado da rua, então, respirei aliviado, pois eu achava que minha missão iria se cumprir de forma rápida e fácil, mas eu estava enganado, quando eu corri até a Chiquinha e a salvei do carro, confesso que fiquei meio eufórico na hora, mas depois surgiu um carro todo preto com uma caveira branca pintada na porta, de dentro dele saíram dois homens de preto, mascarados, um deles, com uma Winchester 22, com ela, ele atirou para o ar:

–Parados, ninguém se mova!- gritou o estranho com uma voz grossa de dar medo.Nisso, ele pegou a Chiquinha e o Chaves começou a protestar, mas o outro homem mascarado agarrou ele e eu tentei segurar a Chiquinha e impedir que ela fosse levada, mas o primeiro homem mascarado me deu um chute na minha barriga.Desmaiei.

Acordei numa cama forrada com um leve pano levemente azul, enquanto abria os olhos eu pude ver três vultos à minha frente, o que me fez abrir os olhos por completo, e percebi que eram o Chaves e mais uns outros garotos, eles me olhavam com curiosidade, como se eu fosse um ET, quando eles perceberam que eu estava acordado, começaram a me perguntar coisas sobre mim, foi o Chaves quem falou primeiro:

–Quem é você?- ele me perguntou com cara de curioso.

–Sou Alessandro.- respondi com a voz abafada pela dor no estômago.

–De onde você vem?- dessa vez me perguntou um rapaz que parecia ser a versão mais nova do meu pai.

–Da Terra.

–Mas de que país?

–México.

–Quantos anos você tem?- perguntou um garoto ruivo.

–17

–E como você sabia que a Chiquinha seria atropelada?- perguntou o Chaves de novo.

–Porque eu vim do futuro.

Quando eu disse isso, eles começaram a rir pelo quarto feito loucos, percebi que eles não acreditaram em mim, também pudera, viajar no tempo é aparentemente impossível,.

–Boa piada, agora saia do quarto.- disse a versão nova do meu pai, me puxando pra fora do quarto.

–Não espera aí.- quase gritei.

–Esperar o quê? Você ficar inventando histórias? Você devia estar num hospício.

–Mas espera aí Sérgio, vai com calma que ele salvou a Chiquinha de ser atropelada, malucos de hospício não fazem isso.- disse o Chaves, confirmando minha suspeita, aquilo me doeu, meu próprio pai me tratando com indiferença.

–Gente por favor, pelo menos confie em mim, eu sei tudo sobre vocês. No futuro, você é o meu pai, vocês dois são meus padrinhos e ele é o falecido amigo do meu pai. Sou de vinte anos à frente, que voltei ao passado através de uma máquina do tempo de um professor chamado Dave Mclurg para impedir que tanto a Chiquinha quanto você Chaves, morram.- eu disse tudo num fôlego só. Todos ficaram boquiabertos por alguns segundos quando finalmente o Chaves disse:

–Ok. Não sei se devo fazer isso, mas vou te dar um voto de confiança, vamos até a delegacia comigo.- ele disse e eu sorri.

Durante o caminho, perguntei como ele havia conseguido anotar a placa do carro do bandido se ele estava de olho em todo mundo.

–Bom, eu estava à uma distância do carro onde dava pra ver parte da placa, então, eu anotei sorrateiramente no meu braço esquerdo, depois, passei para o caderno.

Chegando na delegacia, demos queixa do sequestro e o número da placa, no que o delegado apenas disse no maior tédio.

–Ok, vamos ver o que podemos fazer. Obrigado.- e nos conduziu pra fora da sala dele. Depois, ele me fez um gesto pra eu parar e pegou um celular, de um modelo bem antigo e ligou pra sua mãe.

–Mãe, não vai acreditar, a Chiquinha apareceu aqui em frente à escola, mas quase foi atropelada por alguém, porque um cara a salvou, depois um outro cara levou ela pra longe, por favor me ajuda!- ele disse com a voz trêmula, estava tão nervoso que não conseguiu falar direito.

Pouco depois, chegaram Seu Madruga e Alejandra, a aparência dos dois estava igual à que eles estavam quando eu fui entrar na máquina, só que eles estavam sem os cabelos brancos e sem rugas na cara, era fácil saber que era eles.
Eles se abraçaram fortemente, não pelo momento de angústia, mas pela saudade também, depois, Chaves apresentou-me aos pais dele e nós fomos de volta pra escola dele, perto de lá, perguntei para o Chaves porquê ele estava nos Estados Unidos se era mexicano e ele me contou que namora a Chiquinha há muito tempo e que foi mandado pelos pais pra se separar da Chiquinha, pois eles são meio irmãos, fiquei impressionado com a história, quando, do nada, veio uma menina de maria-chiquinha, com um vestido rosa e com estranho sotaque saltitando na nossa direção:

–Chavinho!!!- ela se jogou nos braços do Chaves.

–Pópis, o que está fazendo aqui?

–Estou fazendo intercâmbio aqui perto, então descobri que a Chiquinha foi sequestrada e pensei que você pudesse estar arrasado.

–Claro, acabei de voltar com ele da delegacia já que eu consegui anotar a plca do carro deles...- foi interrompido por ela.

–Ah eu sinto tanto, Chavinho. Olha, vou estar aqui pro que você precisar sabia? Pode contar comigo sempre.- ela disse enquanto ele tentava se desvencilhar dela delicadamente, parecia estar flertando com ele, até que vi um vislumbre dos amigos dele olhando pra eles ao longe e fizeram cara de desaprovação, alguns até balançavam a cabeça negativamente, e Chaves também percebeu isso.

–Ok ok Pópis obrigado, mas agora eu preciso mesmo ir andando, tchau!- ele disse e foi correndo se encontrar com os amigos e eu fui atrás.

–Bonito hein?- disse o ruivo.

–Calma Esteban, não é nada daquilo.

–Claro que é, aquela garota estava te abraçando e você deixou.

–Gente, vocês sabem que a Chiquinha foi sequestarda, sequestrarada...

–É "sequestrada" Chaves.- eu o corrigi.

–Tá bem, mas ela foi levada para algum lugar, ela só estava me dando apoio.

Eles se entreolharam e foram pra dentro da escola.

–Gente, ele está falando a verdade, eu mesmo vi e ouvi tudinho tá?- tentei dizer.

–Cala a boca ô maluco que acha que viaja no tempo, não podemos confiar em estranhos que nem você- disse Esteban.

–E muito menos se for maluco, porque pode ser contagioso.- e eles rumaram pra dentro da escola de novo. Até que sinto uma mão no meu ombro.

–É, parece que só temos eu e você nessa missão de resgate.- disse o Chaves.

–Isso mesmo.- eu disse segurando um sorriso, finalmente ele estava confiando em mim.

De lá, ele me levou a um apartamento em frente à escola, dizendo que ali era um bom lugar pra ficar enquanto a Chiquinha não fosse resgatada, era esse o lugar onde Chiquinha estava hospedada, um apartamento antigo, mas bem organizado e limpo.

Então, você pode hospedá-los na sua casa?- perguntou o Chaves à Catarina, moradora do apartamento.

–Mas é claro. Olha, você Alessandro, fica naquele quarto e vocês dois ficam no quarto da minha mãe tudo bem?- ela perguntou animada.

–Mas é claro.- Todos nós respondemos em coro.

Quando tudo foi resolvido, almoçamos uma comida deliciosa que Catarina havia feito: macarrão com queijo ralado por cima e molho de tomate, Catarina não morava sozinha, mas a mãe dela não parava em casa, trabalhava o dia inteiro, às vezes tinha que dormir na rua, como naquele dia por exemplo, e talvez fosse fazer isso de novo, já estava começando a achar que falhei na minha missão de salvar a Chiquinha pelo fato de ter salvado ela de um atropelamento, mas não de um sequestro, então, provavelmente eu tinha cumprido apenas a metade da minha missão, ou será que não? Talvez....

Meus pensamentos só foram interrompidos quando o telefone tocou.


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio sem ação, mas acho que ficou bom, digam o que acharam.