Behind The Lines escrita por mandiproost


Capítulo 1
Crazy In Love


Notas iniciais do capítulo

Espero que você goste!Boa leitura e leia as notas finais (:



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Sentei no meu sofá numa sexta-feira à noite, assisti filmes românticos e chorei bicas quando tudo deu certo no final ou quando algum personagem morreu de forma heroica, fazendo de tudo pra pessoa amada ser feliz. Acho isso um monte de merda, pra falar a verdade. E é nesse momento que você me pergunta: Mas como diabos você acha tudo isso um monte de merda e mesmo assim assiste e ainda se emociona? Vou deixar a resposta dessa pergunta pra depois.

Esse não é aquele típico texto revoltado e cliché escrito por uma mulher que chegou à idade na qual deveria estar casada, grávida de trigêmeos, morando numa casa arrumada e com o trabalho dos seus sonhos. Pra começo de conversa eu tenho dezoito anos e ninguém espera que eu esteja grávida de trigêmeos. Além de tudo ainda moro com a minha avó. Então sugiro que se você não se identificou com esse tipo de texto até agora, talvez seja bondoso da sua parte dar mais uma chance.

“Solteira, Lisa, vinte e oito anos, formada em jornalismo, secretária do editor chefe da IDG Books de Nova Iorque, morando num apartamento perto da 5ª Avenida e lésbica.” A parte que mais choca as pessoas é o fato da mulher ser lésbica e não o status de relacionamento ser mais importante que o nome da criatura! E é isso que me deixa puta. (Não estaria escrevendo se não estivesse sendo influenciada por algum sentimento num grau mais elevado do que o normal. As pessoas são feitas de sentimento, mas o que leva alguém a escrever um texto, música ou poesia ou a cantar, dançar ou tocar – coisas artísticas em geral – são a sensibilidade e a intensidade com que esse sentimento invade a pessoa em questão – que você, obviamente e brilhantemente, já percebeu que sou eu.) A sociedade simplesmente impõe que o certo e – tristemente – lindo é você se casar aos vinte e seis – com um homem perfeito, vamos deixar isso bem claro –, morar numa casa arrumada – com aquele homem perfeito –, ter no mínimo um casal de filhos – ainda com aquele homem perfeito, caso você tenha se confundido até aqui – e finalmente ter um emprego estável e que te agrade – ah, sim... Dessa vez o homem perfeito não precisa, necessariamente, estar envolvido. E essa utopia que todos acreditam trazer a porcaria da felicidade que todos buscam impetuosamente é, simplesmente, um monte de merda.

Como não sou de escrever coisas sem pensar – ao contrário de quando eu falo – vou aprofundar um pouco mais minha opinião. Então vamos pensar juntos. O que faz uma mãe solteira – ou divorciada, como preferir – feliz? O que faz uma adolescente feliz? O que faz uma avó viúva feliz? O que faz uma mulher feliz? Pensando juntos – aliás, muito obrigada por essa ajuda – chegamos a conclusão de que o que faz todas essas pessoas – hipotéticas, claro – felizes é o amor.

A mãe, por mais que não esteja envolvida com nenhum homem, é feliz porque tem o amor dos filhos. A adolescente tem o amor dos amigos. A vovó tem o amor de tudo que construiu durante sua vida, da sua família – vou confessar que me lembrei da minha vó linda enquanto escrevia. Beijo, vó! –. Qualquer mulher feliz é amada. Agora eu pergunto: te convenci que não precisa ser um amor de romance?

Essa luta, na verdade, é muito mais minha do que de qualquer outra pessoa, porque acabo sendo, na maioria das vezes, um pouco hipócrita. Acredito que não preciso de um homem pra ser feliz, e sim de amor – não importa de onde ele venha.

Mais mal-amada impossível, pode dizer. E essa é a resposta pra pergunta do final do primeiro parágrafo. A realidade dos filmes me deixa puta, mas o amor que eles mostram me emociona. Eu quero um amor daqueles. Eu quero fazer de tudo para a pessoa amada ser feliz comigo – só não quero morrer (mesmo que de forma heroica) tentando. E se eu quiser fazer isso no meu tempo? Qual o problema de não casar e ter filhos quando fizer vinte e seis anos? Quer dizer que casar e não ter uma casa arrumada está errado? Quem liga (além de mim) se meu emprego é uma merda?

O problema das pessoas e da geração atual é a porcaria da fofoca. Claro – óbvio, sem sombra de dúvidas, não dá nem pra pensar duas vezes –, sou obrigada a afirmar que a fofoca não nasceu no século vinte e um. Mas – porém, contudo, todavia, entretanto –, eu me refiro à maneira como a fofoca é feita. Antigamente – segundo minha avó, claro, porque eu não tenho idade pra saber dessas coisas, apesar de ter a Internet – as pessoas fofocavam umas das outras, mas havia um espírito de falsidade que, ironicamente, acabava deixando o local agradável, com educação e o mais importante: ninguém metia o bedelho onde não era chamado. Hoje, a fofoca partiu para um nível mais elevado, no qual as pessoas, além de falarem pelas costas, ainda tentam controlar a vida dos outros. “Não coma isso!”, “Use aquilo!” e “Seja feliz” são três dos trezentos e noventa e nove mil exemplos de como a sociedade interfere nas nossas vidas. E se eu não quiser ser feliz? Não posso? E se eu não quiser viver da maneira como a sociedade venera? Isso me faz uma pessoa pior ou melhor? Não.

Ser diferente não é sinônimo de fazer tatuagens, pintar o cabelo de roxo e se furar inteira ou usar roupas curtíssimas e dançar até o chão ou até mesmo “experimentar” o homossexualismo. Ser diferente é mandar a sociedade ir pro inferno e fazer o que você – e somente você – acredita pra sua vida – claro que existem as exceções, como usar drogas, mas eu sei que você é uma pessoa com bom-senso (até porque você ainda não desistiu de ler ou pelo menos fez questão de passar os olhos e, ironicamente, parou aqui).

E você pode não concordar comigo, afinal, e eu não te julgo por isso, mas devo dizer – e é bem provável que você concorde agora – que o amor existe em lugares e em pessoas inexplicáveis. É algo tão forte que pode levar uma pessoa à loucura. E quer saber de uma coisa? Loucura é meu segundo nome.


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Notas finais do capítulo

Eu adoraria saber sua opinião! Comentários, reviews e recomendações são sempre bem-vindos!!Obrigada por ler (:♥



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