Hateful Nicola escrita por Finny Kun


Capítulo 2
Capítulo 1 - Bem vindos ao inferno




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Meu nome é Nicola, eu passei os últimos quarenta minutos de consciência preso no que parece uma caçamba de caminhão. Eu não posso me mexer, pois correntes prendem meus braços ao corpo, minhas pernas ao banco e minhas mãos juntas. Não posso respirar muito fundo, pois as correntes apertam meus pulmões como um anseio por ver o sofrimento nos olhos da pessoa, enquanto ela implora por ar. Minhas mãos estão presas umas as outras, a única coisa que posso fazer é juntá-las e rezar para que alguém possa me explicar o que está acontecendo.

Está muito frio, tento deixar minhas mãos entre as pernas (pois meus dedos estão gelados), mas as algemas me machucam. O claro e o escuro caçoam comigo, parece que revezam, em certos momentos, a claridade é o suficiente para ver as pessoas que estão junto comigo (uma menina ao meu lado, uma menina e um menino a minha frente), mas em certos momentos está tão escuro que não enxergo minha própria mão.

Está muito apertado, a menina a minha esquerda pende levemente para a direita, caso ela desça mais um pouco sequer, deitará em meus ombros, a ponta de meus pés encostam-se à ponta dos pés da menina a minha frente. Eu suo frio, apenas eu estou acordado, quanto tempo eu dormi? Quando vamos chegar a nosso destino? Descubro que a melhor opção é dormir novamente, o que não foi muito difícil.

Eu sonho. Nesse sonho, eu estava com o que parecia ser minha família, todos estavam sorrindo, eu estava feliz. Mas no momento que seguiu aquele, estava tudo escuro, minhas mãos estavam vermelhas, eu não era mais feliz. O que seria aquilo? Uma última tentativa do meu cérebro de me dizer o que aconteceu?

Acordo com o som de correntes se batendo, olho para o lado, a menina está acordada. Ela está sonolenta, o que é perceptível pelo longo tempo que ela demora a piscar, mas o fato de ela não estar mais inconsciente era ótimo.

Ela sussurra:

Com licença? Sua voz era a coisa mais suave das poucas memórias que me restavam, parecia um pequeno feixe de esperança em meio a tudo que estávamos passando

Sim? Sussurrei, tentando não assustar a garota

Posso deitar no seu ombro? Eu estou com sono... E com medo. Onde estamos?

Eu não sei... Qual seu nome?

Depois de pensar por um tempo, ela respondeu:

Ellen. Esse nome ficou ecoando em minha mente, como se estivesse tentando acessar um arquivo depois de todo o computador ser formatado, esse nome não me era estranho, mas a eu podia afirmar que nunca tinha visto aquela garota antes

Prazer Ellen, sou Nicola.

Ni... Co... La... Balbuciou ela, logo antes de cair no sono em meu ombro esquerdo

Desculpe ser chato, mas numa situação como essa, não devemos dormir, não podemos abaixar nossa guarda, ficaremos na espera deles acordarem...

Ela levantou com uma cara brava, mas suas bochechas apertavam sua boca deixando-a com uma aparência fofa.

Mas eu to com sono... Por quanto tempo dormi?

E-eu não sei, eu fiquei acordado por 40 minutos, peguei no sono novamente, e então acordei e, bem... Estamos aqui.

Devemos acordá-los? Ellen pergunta, obviamente se referindo aos outros dois presentes na caçamba

Ouvimos um ruído.

Não será necessário, eles acordarão por conta própria...

Os ruídos se transformam em espreguiços, o menino a minha esquerda tenta levantar os braços para se espreguiçar, mas acaba gemendo, as correntes devem estar fazendo esse movimento o mais doloroso imaginável. A menina retoma sua consciência, e após esfregar os olhos, pergunta:

O-onde estamos? Sua voz era sutil, não tão suave como a voz que Ellen soltou logo após acordar, como o primeiro suspiro de uma nova vida

Ninguém sabe, estamos dormindo faz tempo, parece ser a única solução para agora... minha seguinte fala vem após uma longa pausa, como se ela ainda estivesse absorvendo tudo o que estava acontecendo, como se seu cérebro tivesse se transformado em um estomago, e ela precisasse digerir tudo de uma vez, como um impacto A propósito, meu nome é Nicola, e essa é Ellen.

Meu nome é Misha, pelo menos eu acho que era isso, minha cabeça dói, mas esse nome continua pulsando nela.

Misha... Qual seria sua última memória? Disse Ellen, cortando toda a tensão com um momento de esperança

Ela hesita, depois responde:

Eu estou com várias pessoas em um lugar, porém seus rostos parecem embaçados... Eu não reconheço nenhum deles, mas eles parecem felizes... E eu também pareço... Feliz...

Ela começou a chorar, ela tapou os olhos com as mãos e soltou um alto e estridente grito. Não a culpo, afinal, estamos passando pelo inferno.

Quem está chorando aí? Disse o menino, parece que ele havia finalmente acordado

Finalmente, estamos todos acordados... Expliquei Qual seu nome, o meu é Nicola, essa menina a minha esquerda é Ellen e essa a minha frente em prantos é a Misha.

Meu nome é Tony, eu acho... Prazer em conhecer vocês.

Tony Eu já sabia o que Ellen ia perguntar, o mesmo que ela perguntou para Misha, e o que a fez entrar em prantos Qual a última memória que tem?

Bem... Ele parecia fazendo esforço

Eu estou rodeado de pessoas que não conheço, mas elas parecem...

Felizes Completa Ellen

Tristes...

Uma nova bola de tensão começou a pairar no ar, tudo que poderíamos ouvir ela Misha, ela chorava desesperadamente, como se houvesse de fato morrido. Porém, graças (ou não) a nossa última esperança, abrem o carro.

Alguém clica um botão e nós somos liberados de nossos acentos.

Depois de um tempo olhando, eu decido sair. A sala é totalmente branca, há apenas um homem no meio.

Ellen, Misha, Tony, podem descer, não há riscos!

Todos eles desciam como se tivessem desaprendido andar, Misha quase cai no chão.

Estamos mortos? Pergunta Tony

Não, ainda Diz o homem misterioso no centro Bem vindos... Ao inferno!


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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado :>
Bem, agora que as aulas estão de volta, acho que ficará mais difícil para eu postar, então não posso definir uma periodicidade para a história, mas creio que será quinzenal :)