Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 12
Capítulo 12




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/528977/chapter/12

Os rapazes seguiram como um bando de pássaros, numa formação em V, com um de cabelos vermelhos e olhos negros logo na frente. Imediatamente atrás vinha um de cabelo branco e outro de cabelo castanho. Depois um de cabelo loiro junto com um de cabelo verde. E, finalmente, um rapaz negro com o tal de Shark. Era cada um mais bonito que o outro e todos se moviam com a confiança e despreocupação de verdadeiros deuses, como se tivessem o mundo aos pés e soubessem disso. Tinham, pelo menos, as raparigas aos pés. Elas mal conseguiam conter os guinchinhos histéricos enquanto viam os rapazes passar, embora nenhuma se atrevesse a dirigir-se a eles. E os rapazes continuavam caminho, como se elas fossem invisíveis.

– Eles são tão giros – suspirou Bella, enlevada.

– Podes crer – concordou Softhe.

– Querem um babete para segurar a baba? – ofereceu Dest, carrancudo.

– Oh, não me digas que estás com ciúmes? – perguntou Bella, lançando um sorrisinho entendido a Dest e beliscando-lhe suavemente a bochecha.

– Claro que não estou com ciúmes! – negou ele de imediato.

– É o bando do Burn – disse Saya – Podem ser todos muito giros, mas são uma cambada de idiotas. Exceto o Lilás. E talvez o Ouro.

– Quem é quem? – perguntou Softhe.

– O de cabelo vermelho que vem na frente, todo emproado, é o Burn. Aquele de cabelo e olhos verdes é o Lilás. E aquele de cabelo e olhos dourados é o Ouro.

– Okay, o nome do Ouro não está mal aplicado – disse L – Mas Lilás? Porquê, se o tipo é todo verdinho?

– Ele lá sabe – disse Saya, encolhendo os ombros.

– Fala-me mais do Burn – pediu Softhe, com um sorriso que não enganava ninguém.

– Já falei – lembrou Saya, erguendo uma sobrancelha – É um idiota. Não há mais nada a dizer.

– Tenho a certeza que ele não é assim tão mau rapaz – negou Softhe.

– Ah, eu gosto deles mauzões – disse Bella, com um sorriso sugestivo que arrancou gargalhadas às outras raparigas.

– Vá, não sejam más – pediu Tech – Assim, eu e o Dest ainda ficamos a pensar que não somos suficientemente bons para vocês – disse ele, iniciando um beicinho triste.

– Oh! – fizeram as raparigas todas ao mesmo tempo, num lamento comovido.

– Nós adoramos-te, Tech – garantiu Softhe, estendendo as mãos para o rapaz, que lhes pegou.

– É, nós nunca te vamos deixar – garantiu L, sorrindo.

– Obrigado, meninas… Vocês são boas amigas – disse ele, beijando os nós dos dedos de Softhe.

– Que lata! – exclamou Softhe, rindo – Nós acabámos de te fazer uma declaração de amor e tu metes-nos da Friend Zone. Não falo mais contigo hoje – decidiu, arrancando as suas mãos das de Tech.

– Oh, Softhezinha, não me faças isso! – choramingou Tech, estendendo as mãos para Softhe.

Riram-se todos, mas calaram-se logo a seguir, quando uma rapariga bateu com a mão com força na mesa, ao lado de Bella, apontando um dedo acusador a L.

– És tu! – guinchou ela.

L piscou os olhos, admirada.

A rapariga exibia longos cabelos castanhos-escuros e olhos da mesma cor, uma pele perfeita e brilhante que parecia feita de vidro. Atrás dela vinha uma rapariga com longos cabelos negros, ondulados, e olhos vermelhos que contrastavam com a sua pele bronzeada.

– Circe, por favor, não faças escândalo – pediu a rapariga de cabelo negro à de cabelo castanho, agarrando no braço da amiga e tentando puxá-la para longa de L.

– Não, eu não me vou embora daqui! – teimou Circe, libertando-se da outra – És tu! – continuou ela a acusar, lançando um olhar ameaçador a L.

– S-sou eu o quê? – perguntou L, nervosa.

– És tu que não sais dos meus sonhos há uma semana! – exclamou Circe – Imaginas quão frustrante é sonhar com a mesma pessoas durante uma semana inteira?! Se os sonhos ainda fossem diferentes, ou tu fizesses alguma coisa de interessante, eu até nem me queixava. Mas sonho sempre com a mesma coisa, tu, sentada nesta mesa, com esse vestido vermelho, a falar com os teus amigos. Exatamente como estás a fazer agora.

L engoliu em seco e a rapariga que tentara puxar Circe soltou um suspiro de desistência.

– Agora diz-me – exigiu Circe, sentando-se ao colo de Bella, ignorando o protesto desta – Quem-és-tu?

– Humm… sou a L – disse a rapariga, nervosa, sem saber que mais dizer – Mas… como assim, tens sonhado comigo?

Circe ficou simplesmente a olhar para L, a sua expressão séria e grave enquanto toda a exaltação fluía para fora dela.

– Tu és a L? – repetiu, num tom inexpressivo.

L limitou-se a acenar.

– Oh, bolas – disse Circe, lançando um olhar significativo à amiga de cabelo negro – Oh, bolas… Nunca me passou pela cabeça associar as duas visões. Nunca me passou pela cabeça que uma me estivesse a mostrar quem era a pessoa de que a outra visão falava…

– Do que é que tu estás para aí a falar? – perguntou L, confusa.

– Estou a falar que afinal tenho tido duas visões sobre ti – disse Circe, chegando-se à frente e baixando o tom de voz – Estou a falar que tenho tido visões dos outros deuses a falar sobre uma tal de L. Que és tu, a rapariga com que tenho sonhado o tempo todo.

– Circe – intrometeu-se a outra rapariga – É melhor falares com a L depois sobre isso. Aqui não é o lugar indicado. Agora que já sabes quem a rapariga é, podemos voltar para o nosso lugar?

– Seja – suspirou Circe, levantando-se do colo de Bella – Falamos depois, L. Temos imenso de que falar.

E afastaram-se as duas, deixando L e os seus amigos completamente estarrecidos.

– Alguém entendeu alguma coisa do que se passou aqui? – perguntou Softhe.

– Entendi que a miúda do cabelo castanho, Circe, tem visões do futuro. Ou seja, é uma espécie de Deusa do Saber, como a Aina e a Aino – disse Saya – Não sei que mais poderes tem ela, mas se forem só as visões, é o género de pessoa a quem nós chamamos um Oráculo.

– Não é bom quando aparecemos nas visões de um Oráculo – disse Bella, mordendo nervosamente o lábio inferior.

– Porquê? – perguntou L, preocupada.

– Achas que os Oráculos teriam visões com gente sem importância? – perguntou Bella – Nem pensar. Eles só têm visões com pessoas que estão destinadas a algo. Algo grande ou pequeno, mas que fará a diferença de algum modo. Portanto, é melhor preparas-te, L. Se ela sonhou contigo, é porque algo está para te acontecer. Se é bom ou mau, só ela to poderá dizer.

– É por isso – acrescentou Saya – que tens de ter uma conversa com ela o mais rapidamente possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Candidatos a Deuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.