Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 11
Capítulo 11




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– Uau – murmurou L, enquanto avançava pelo seu novo quarto. A cama era enorme e macia, os móveis tinham já as suas coisas cuidadosamente arrumadas. A casa de banho privativa tinha uma banheira que bem podia ser uma piscina e estava decorada exatamente ao seu gosto – Isto é muito fixe.

– Sim – confirmou Saya – Ainda não entendi como, mas os quartos estão sempre decorados ao nosso gosto. Talvez sejam a Aino e a Aina a fazer das suas. Mas adiante.

Saya dirigiu-se e sentou-se numa secretária por baixo da janela, que tinha uma vista incrível sobre os edifícios da escola e o ambiente em redor. Foi ao olhar através dela que L descobriu que a escola estava a flutuar no meio do mar. Não havia terra por baixo de si, apenas o material de que a escola era feita (algo parecido com metal), a flutuar na água. Os edifícios estavam dispostos em forma de círculo, com o edifício do salão principal bem no centro, ligados entre si por pontes cobertas. O corredor que L percorrera com Saya para chegar ao Átrio era, na verdade, uma dessas pontes. E o quarto de L parecia encontrar-se no topo de uma torre que não tinha espaço para outros quartos a não ser por baixo, algo que também se traduziria apenas em cinco ou seis quartos.

– Há quartos suficientes para toda a gente? – perguntou L, enquanto Saya estava a desenhar algo numa folha.

– Claro – confirmou Saya, sem erguer o olhar – Os quartos estão sobrepostos uns aos outros.

– Como assim? – perguntou L, confusa.

Saya ergueu por fim a cabeça, com um pequeno suspiro.

– O meu quarto também está, infelizmente, no topo de uma torre. No topo desta torre. Todos os quartos das raparigas estão no topo desta torre. Estão apenas em diferentes dimensões, todas comprimidas umas contras as outras. É difícil de entender, quando ainda não começaste a ter aulas, mas chegará a tua vez. De qualquer modo, tens aqui a senha do meu quarto – disse ela, estendendo o papel em que estivera a desenhar a L. Eram quatro runas, com os respetivos nomes e significados por baixo – Se precisares de mim, é só bateres. Okay?

– Okay.

– Agora vou arranjar-me para o Baile – disse Saya, levantando-se – É melhor que também o faças. Depois venho aqui ter contigo. Ou vais tu ter comigo, depende de quem se arranjar primeiro. Até já.

Saya saiu do quarto, fechando a porta atrás de si, e L ficou a verificar um ou outro pormenor do quarto antes de se começar a arranjar. Tomou um banho demorado, vestiu o vestido, calçou os sapatos do conjunto que não se lembrava de ter visto, colocou o colar roxo ao pescoço e perguntou-se se deveria colocar um pouco de maquilhagem.

“Ná, estou bem assim”, decidiu, não querendo perder mais tempo.

Abriu a porta do quarto no preciso momento em que Saya saia do nicho, pronta para a ir chamar. Vestia um vestido negro, branco e azul, e uma tira de tecido negro no antebraço direito, que parecia uma continuação da luva que ela ainda mantinha na mão, conseguindo dar um aspeto extremamente elegante à luva.

– Estás pronta – constatou Saya, satisfeita – Portanto, podemos ir andando.

L acenou e as duas entraram no nicho, voltando para o Átrio.

Estava a abarrotar de gente, as raparigas a exibir os seus vestidos, cada um mais bonito que o outro.

– L! – chamou a voz inconfundível de Softhe, no meio da confusão.

– Olá, Softhe – cumprimentou L, dando-se subitamente conta de que sentira a falta da amiga.

A rapariga trazia um elegante vestido castanho e dourado, com alguns dos acessórios que ela comprara ao início da tarde (mal dava para acreditar que fora nesse mesmo dia). Atrás de si vinha a sua Madrinha, uma rapariga que se apresentou como sendo Dórrémi.

– Já viste bem os pedaços de mau caminho que andam por aí? – perguntou Softhe enquanto dava o braço à amiga e a puxava para o salão principal, com as suas Madrinhas atrás de ambas – A sério, este dia tem sido tão perfeito que eu começo a achar que morri e vim para o paraíso…

E calou-se de repente quando quase chocou contra Gina. A rapariga trazia um vestido somente negro, que a deixava ainda mais arrepiante. A pulseira no seu braço mantinha-se, assim como os cabelos na frente do rosto.

– Olá, Gina – cumprimentou L, quebrando o silêncio desconfortável que se começava a instalar – Que bom que passaste nos Testes.

Gina limitou-se a pestanejar.

– Queres acompanhar-nos até ao baile? – convidou L.

Gina encolheu os ombros levemente, mas seguiu-as quando continuaram o caminho até ao salão principal. Estavam quase a entrar quando Tech e Dest se lhes meteram à frente de repente.

– Olá, meninas, olhem para vocês tão bonitas – disse Tech, muito contente, despenteando suavemente os cabelos de L.

– Também estás muito elegante – disse L, rindo enquanto mirava as sapatilhas brancas de Tech, depois as calças e o casaco do fato negro, a camisa branca sem estar completamente abotoada.

– Estou mais parecido com o Dest agora – constatou, apontando para o irmão, que estava vestido de forma exatamente igual.

– Já pararam de se admirar? – perguntou Saya, impaciente – Entrem de uma vez!

– Que mal-humorada – resmungou Tech, mas cedendo a entrar no salão.

Havia três grandes mesas no salão, dispostas em U, viradas para uma outra mesa, mais pequena, sobre um estrado. Os lugares estavam a desaparecer rapidamente, por isso, L e Softhe sentaram-se no primeiro que lhes apareceu à frente. Tech e Dest queriam sentar-se na frente delas mas, sem paciência para dar a volta à mesa, rastejaram mesmo por baixo dela, sob as gargalhadas das raparigas. Dórrémi sentou-se ao lado de Softhe e Saya ao lado de L, com Gina logo do outro lado.

– L! L! – chamou uma voz conhecida da rapariga, fazendo-a virar-se para encontrar Bella a acenar-lhe do outro lado de uma pequena multidão – Guarda lugar para mim! Por favor!

– Dest, guarda esse lugar ao teu lado para a Bella – pediu L, apontando para a única cadeira vazia em redor do grupo.

Dest colocou o braço sobre os ombros da cadeira, prendendo-a ao seu sítio enquanto Bella dava a volta à mesa e se aproximava com uma pequena corridinha, o seu bonito vestido dourado e lilás a rastejar atrás dela.

– Ufa! – exclamou a rapariga, mal se sentou – É uma massada não poder usar os meus poderes na escola, ou teria aqui chegado muito antes de qualquer um.

– Não era suposto falarmos nisso – lembrou Saya.

– Sou uma guarda de Atlantis – lembrou Bella, erguendo uma sobrancelha levemente – Toda a gente sabe que sou uma Deusa Dadivada da Guerra.

– Dadivada? – repetiu Softhe – Então foste humana!

Bella acenou e ela e Softhe envolveram-se numa alegre conversa sobre a antiga vida humana de Bella e a sua atual vida de deusa. No entanto, a rapariga calou-se de repente quando viu algo entrar no salão.

– Okay, meninas, virem-se e comtemplem o paraíso – disse ela.

L, Softhe, Gina, Saya e Dórrémi viraram-se, vendo a entrada do salão ser desimpedida para a entrada triunfal dos rapazes mais giros que caminhavam na terra.


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