Tal pai, tal filho escrita por Asdrubal


Capítulo 2
Uma conversa longa e difícil


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo dessa incrível história emocionante: Como será que Pai e filho se sairão, mediante as emoções ocorridas desses acontecimentos? Sem mais, boa leitura!



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Marin e Katsu estavam sentados no sofá dos Amamiya quando Shun, ainda chocado mas percebendo a necessidade dos dois conversarem melhor, Shun sorriu e olhando para Katsu perguntou:
– Gosta de bolinhos de chuva?
O menino olhava tímido para todos mas respondeu:
– Sim
– Vamos a cozinha e eu vou preparar uns bolinhos de chuva enquanto eles conversam pode ser?
O menino olhou para Marin e a mesma mantendo a sua expressão séria disse:
– Pode ir Katsu mas não abuse do tio Shun!
– Está bem madrinha!
Assim os dois seguiram para a cozinha enquanto Ikki e Marin mantinham-se sérios, a expressão de Ikki era de pura incredulidade misturada com um certo ar de sarcasmo, Ikki alfinetou:
– Marin você me vem aqui, me mostra um pirralho e diz que é o meu filho?
– Bem Ikki o que você pensa que eu sou?
– Como assim?
– Acha que eu ia brincar com uma coisa dessas? Eu perdi o enterro da minha melhor amiga por causa dessa criança que você chama de pirralho e que é o seu filho sabia?
– Marin isso não tem o menor cabimento digo... quem é a mãe dessa criança já que eu sou o pai?
– Bem Ikki isso é muito simples de responder, a mãe dessa criança é aquela pessoa que eu perdi o enterro e não se encontra mais entre nós!
Ikki sofreu um estálo e se espantou:
– Marin mas isso é impossível, isso foi a oito anos atrás!
– Exatamente a mesma idade que ele possui, além disso ele é a sua cara, não pode negar isso e não impossível , tanto que o resultado esta aí, na cozinha com o seu irmão comendo bolinhos de chuva!
– Isso não é boa hora de ser irônica Marin, além disso eu a Shina só passamos uma noite juntos e ela...
– Nunca lhe falou nada? É verdade Ikki, ela sempre criou o filho dela sozinha, claro com a minha ajuda e de algumas amazonas que a apoiaram no momento de sua gravidez
Ikki lembrava-se de alguns momentos que se passou com Shina naquela noite e então falou:
– Mas Marin se a Shina fez isso, por que ela nunca me disse nada?
Marin sentiu um semblante triste em seu rosto e logo concluiu:
– Bem Ikki segundo ela o fato dela ter tido um filho seu a tiraria o direito de ficar com a criança por ser amazona do santuário, então ela preferiu fugir e criar o seu filho sozinha, eu a algumas amazonas ajudamos ao máximo que pudemos, ficaríamos com ele se a própria Shina em seu leito de morte não tivesse pedido para que eu o trouxesse aqui
Ikki colocou a mão na cabeça, não conseguia pensar direito no que poderia fazer, afinal você dormir em uma noite sozinho e no dia seguinte descobrir que tem um filho para cuidar é bem mais complicado do que muita gente poderia imaginar, Marin observava-o e então ela perguntou:
– Já sabe o que vai fazer?
– Bem Marin não há muito o que fazer, traga as coisas de Katsu, ele irá morar aqui comigo e com Shun
Marin sorriu e finalizou:
– Bem eu já esperava por isso, fico feliz que tenha tomado a decisão de criá-lo mas saiba que não será nada fácil, Katsu sente muitas saudades da mãe, só de onde viemos até aqui, ele já chorou duas vezes.
– Entendo, perder alguém que amamos não é fácil
– Verdade mas cabe a você dar o amor que Shina começou a dar desde que ele nasceu, como eu disse não vai ser fácil, peça para o Shun te auxiliar mas nesse caso, acho que nem vai ser preciso
– Com certeza não, Shun irá recebe-lo de braços abertos
Marin sorriu e respirou aliviada, percebeu que havia deixado Katsu em boas mãos, então ela disse antes de sair:
– Bem eu voltarei com as coisas dele, amanhã eu termino de trazer tudo, o necessário para ele esta noite está na mochila e a mais uma coisa: A camisola de Shina e a sua máscara de amazona estão na mochila dele também, se ele quiser pegar deixe pois como eu disse ele é muito agarrado a mãe
– Entendo pode deixar e você o que vai fazer depois?
– Bem eu vou visitar a minha amiga e cuidar da minha vida da melhor forma possível. Ah sim Katsu tem uma lista de treinos que a Shina realizava com ele, assim como a alimentação, ele está treinando para se tornar um cavaleiro
– Um cavaleiro? Bem isso vai ser bem interessante, Marin antes que você vá eu só irei avisá-la de uma coisa: O filho é meu e eu crio do meu jeito mas garanto que ele continuar a treinar para se tornar um cavaleiro e não só isso, ele irá a escola também!
– Bem Ikki como você mesmo disse o filho é seu e tá entregue, irei vistá-lo assim que puder, afinal sou madrinha dele
– Tudo bem
Ikki chamou Shun e Katsu, Marin abraçou o menino e disse:
– Escute Katsu agora irei partir mas você ficará em segurança com o seu pai e o seu tio, eles cuidarão de você, fique bem as coisas irão melhorar!
Katsu começou a ficar com olhos marejados e chorando aos prantos abraçava Marin:
– NÃO VAI MADRINHA POR FAVOR!!!
Marin chorava junto e a mesma olhou em seus olhos e disse:
– Calma, olha você vai morar com o seu pai agora, ele vai te dar tudo o que é necessário, não tenho condições de te criar mas virei lhe ver sempre, eu te amo!
Os dois se abraçaram e a moça foi embora, deixando o menino com a sua única família naquele momento: Ikki e Shun.
Katsu ficou parado olhando para os irmãos Amamiya sem saber exatamente o que falar e o que fazer mas parece que Ikki também não sabia o que fazer, Shun ao perceber o clima tenso entre os dois disse:
– Bem já que estamos nos conhecendo que tal nos apresentarmos adequadamente? Começo por mim, depois por Ikki e encerramos em você Katsu, tudo bem?
Nenhum dos dois responderam, ambos se olhavam como se quisessem estudar um ao outro, Shun então disse animadamente:
– Bem eu me chamo Shun Amamiya, tenho 23 anos, sou médico pediatra, cavaleiro de ândromeda e futuro cavaleiro de virgem, eu espero hehehehe, bem Ikki agora é a sua vez, vai!
Ikki olhava para os lados, não conseguia encarar Katsu da forma que deveria, Shun cutucava o rapaz que não respondia, Ikki então ao perceber das insistências de Shun tratou de fazer o que o caçula havia pedido:
– Eu me chamo Ikki, tenho 25 anos, sou analista de sistemas e informática, sou cavaleiro de fênix e ...
Shun sorrindo interrompeu dizendo:
– E futuro cavaleiro de leão!
– Shun pare com isso
– Ué falei alguma mentira? Vamos ser vizinhos de casas, aliás esqueci de dizer Katsu, eu faço aniversário dia 9 de setembro e meu irmão carrancudo aqui faz dia 15 de agosto, pronto agora quero saber sobre você
Katsu olhou para os lados como se estivesse procurando algum local para fugir, mas viu que não tinha escolha e com a voz ainda trêmula falou:
– Eu me chamo Katsu, tenho oito anos, eu treino para ser um cavaleiro, nunca fui a escola e faço aniversário no dia 19 de agosto
– Olha Ikki temos mais um leonino não é ótimo?
– Pode ser
Katsu olhou para baixo e perguntou aos dois:
– Tenho permissão para me retirar?
– O que?
– É assim que mamãe me ensinou quando eu queria sair para algum lugar
– Mas para aonde você quer ir meu anjo? - disse Shun preocupado
– Só quero ir para o quarto
– Tudo bem permissão concedida!- disse Shun ao passar a mão nos cabelos de Katsu
Katsu foi para o seu quarto, Ikki nada disse e ao ver que o menino estava lá dentro, Shun cutucou Ikki forte e olhando em um tom de reprovação e disse zangado:
– Custava dava mais atenção ao menino hein?!
– Ah Shun eu ainda não sei como agir com isso
– Mas vai ter que saber, querendo ou não ele é a nossa família e cabe a nós nos responsabilizarmos por isso, principalmente você que é o pai dele!
– Eu sei disso Shun só ainda não sei o que fazer ta? Me dá um tempo!
Antes que a discussão continuasse em frente, um choro alto e forte é ouvido de dentro do quarto, Ikki e Shun correm em direção ao quarto e encontram Katsu abraçado ao vestido lilás que Shina usava para dormir, chorando só gritava:
– MAMÃE MAMÃE EU QUERO VOCÊ!!!
Shun sensilbilizado correu para abraçá-lo dizendo para ele ficar calmo e que tudo ia ficar bem mas Ikki continuava estático, sem saber o que fazer, observava a cena como um mero espectador, Shun ao observar a inércia do irmão disse:
– Ikki vai pegar um copo d'água!
Ikki foi para a cozinha: " Isso não está acontecendo, só pode ser brincadeira"
O cavaleiro de fênix entregou o copo de água e Shun deu ao menino de beber e o mesmo se acalmou mas ainda assim mantinha-se choroso, tristonho e efadonho. Shun viu que naquele momento era necessário que pai e filho se entendessem. Assim o cavaleiro de andrômeda disse a ambos:
– Bem eu vou sair e vocês dois conversem!
Shun saiu do quarto em seguida saiu de casa, não queria incomodar algo que somente pai e filho poderiam ter, seguiu para a casa de sua namorada June, a amazona de camaleão na qual haviam começado a namorar recentemente depois de muitas idas e vindas.
Dentro do quarto Ikki e Katsu se entreolharam e então o cavaleiro de fênix resolveu começar aquela conversa que certamente seria muito difícil:
– Escuta aqui moleque, eu sei que sente falta da sua mãe mas ela morreu e eu sou o seu pai, vai ter que me obedecer e cuidarei de você, estamos entendidos?
Katsu nada falou, ficou quieto cerrando os punhos com força, então ele disse baixo:
– A mamãe não morreu, ela está descansando e vai me buscar, você vai ver
– Olha pirralho eu sei que é difícil perder alguém ama mas vai ter que se acostumar com isso, eu vou te ajudar com tudo e...
Mas Ikki nem pode terminar de falar: Katsu já tentava atacá-lo com socos e chutes e gritando:
– MAMÃE NÃO MORREU!
Ikki nada sentia pois a força de uma criança desferida em um cavaleiro mas o ver que seu próprio filho o enfrentava, aquilo o irritou profundamente, Ikki deu um empurrão que fez o menino cair com força. Katsu olhava fênix chocado e Ikki segurou em seus braços com força e com um olhar severo gritou:
– OLHA AQUI O PIRRALHO VE SE ENTENDE DE UMA VEZ: A SUA MÃE ESTÁ MORTA E VOCÊ NÃO TEM NINGUÉM ALÉM DE MIM E DE SHUN, PORTANTO SE VOCÊ QUISER UM TETO E COMIDA VAI TER QUE SEGUIR AS MINHAS REGRAS ENTENDEU?
Katsu olhava chocado para Ikki, mergulhou-se em um turbilhão de pensamentos, pensava em como aquele cara poderia ser o seu pai ao invés de outro, Ikki então saiu do quarto e disse:
– E tem mais está de castigo, hoje você não sai desse quarto!
Ikki trancou a porta do quarto e como garantia colocou um cadeado grosso, o mesmo saiu para a rua, precisava espairecer a cabeça e tentar esquecer tudo, o dia ainda seguia na metade e muitas emoções já haviam ocorrido. Estava preocupado em deixá-lo sozinho mas tranquilizou-se ao saber que o cadeado era grosso e não havia como ele sair, ainda mais sozinho.
As três horas da tarde, Ikki retorna ao seu apartamento mas quando chegou lá assustou-se: A porta do quarto estava arrombada, escrito um bilhete com uma letra horrível no papel que estava escrito: " Já que você não me quer, fui!"
Ikki ficou estático, paralizado, apavorado, um medo como se nunca tivesse sentido na vida, sem pensar pegou o telefone para Minu e ligou:
– Minu?
– Oi Ikki pode falar!
– Minu se aparecer um garoto parecido comigo, de cabelos azulados e olhos verdes com o nome de Katsu, por favor não hesite em me procurar, liga pra mim!
– Ikki o que houve?
– Eu não posso explicar agora mas faz o que eu te pedi, meu celular tá ligado, ele ta desaparecido e vou procurar!
– Tudo bem mas me diz como ele está vestido?
– camisa verde, casaco vermelho e uma mochila da cor do casaco e calça jeans, Minu por favor chame a polícia também!
– Está bem eu chamo
Ikki desligou o telefone e foi a procura de Katsu, o seu filho, que se encontrava desaparecido.
CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Katsu no japonês significa vitória por isso dei esse nome a ele!
O fato dele ser de leão eu quis deixar bem semelhante ao Ikki mas não é só isso não, a fic justifica o seu título
E agora gente o Katsu sumiu, onde será que ele foi parar?



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