Cartas para Hope escrita por Skye Miller


Capítulo 27
Twenty Seven.


Notas iniciais do capítulo

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OLÁ ANJINHOS!
Estou tão orgulhosa. Tão orgulhosa de mim mesma. Tão orgulhosa de vocês que acompanharam a história até aqui, que sobreviveram a um hiatos de quase cinco meses no ano passado. Estou muito orgulhosa.
Sabe, achei que fosse chorar quando fosse reler o capitulo, mas não chorei. Eu fiquei com uma sensação vazia no peito e na boca do estomago, mas mesmo assim não chorei. Acho que vou chorar quando terminar de postar os extra, porque eles literalmente vão ser os últimos. Mas, mesmo assim, não consigo parar de sentir uma dorzinha no peito. Está doendo mais do que quando finalizei Skinny Love. Saber que nunca mais vou postar em Cartas para Hope me faz ter vontade de chorar por horas. Acho que posso fazer spind offs sobre a história e postar como one fic, mas mesmo assim, ainda vai doer muito.
Porém, sinto-me realizada. Realizada por estar concluindo a história, por estar aqui, agora, postando o ultimo capitulo. Agradeço muito a vocês.
Espero que gostem do último capitulo, espero mesmo. Me esforcei ao máximo para ficar perfeito.



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Eu realmente odeio o inverno.

Quando eu era criança, mamãe costumava dizer que minha aversão por essa estação iria passar no momento que eu me adaptasse á minha nova vida. Eu me acostumei sim à nova vida, mas não ao novo clima. A verdade, é que eu amo o verão. Amo o calor. Amo o sol. Amo o amarelo. Amo as praias.

E é tão tão tão tão insuportável viver em um lugar frio como Minneapolis. Um lugar onde todo mundo parece amar a neve e temperaturas abaixo de zero. Mas, o que faz um lugar sem bom, não é o clima, nem o tamanho e muito menos a beleza. O que faz ser um lugar ser bom são as pessoas que vivem nele.

Meu primeiro pensamento ao levantar da cama é: Eu amo esse lugar. Eu amo essa cidade. Eu amo as pessoas que moram aqui. E não importa se o sol quase nunca aparece, não importa se eu quase nunca sinta calor, nada disso importa. O que importa é o fato de eu ser feliz vivendo aqui, de eu ser feliz nesse lugar.

– Hope – Minha mãe grita meu nome animadamente subindo as escadas e eu me enfio embaixo dos cobertores. Ela abre a porta e pula no canto vazio da cama. – Hoje é um grande grande grande grande dia!

Sua animação é tão grande que eu fico com pena de dizer que hoje é um dia qualquer. Mas, para minha mãe, o ano novo é a melhor data do ano. Ela sempre convida as pessoas para nossa casa a fim de ver os fogos. Ontem, ficou combinado que Henry, ela e eu vamos para o centro da cidade comemorar com as outras pessoas para fugir da rotina dos últimos doze anos.

Sento-me na cama e sorrio para ela. Cassie me abraça com força e fica repetindo Feliz Ano Novo! Em minha orelha sem parar. Eu começo a rir, pois seus lábios fazem cocegas sobre minha pele. Estou tão feliz por saber que ela está bem, estou tão feliz em saber que ela está superando o divorcio.

Fazem exatos dezesseis dias que meus pais se separaram. No começo, foi meio difícil de digerir essa informação pelo simples fato de meus pais aparentemente serem o casal mais apaixonado de Minneapolis.

Nos três primeiros dias, Cassie simplesmente trancou-se em seu quarto. Henry insistiu várias vezes que para ela saísse, para que comesse, para que simplesmente voltasse à ativa. Mas ela não fez isso, ela nem ao menos respondia. Nós apenas sabíamos que ela ainda continuava lá porque às vezes conseguíamos ouvir o som de um disco antigo dos Beatles tocando e os soluços estridentes que o acompanhava. Quando ela finalmente saiu, ficou perguntando por John, se ele havia ligado, se ele havia voltado, se ele havia perguntado qualquer coisa sobre ela. Quando as respostas para suas perguntas foram não, ela simplesmente sentou-se no sofá e ficou olhando para a TV. Não falou nada por quase duas horas, e quando falou, foi para dizer que iria sair. E ela saiu. Ela calçou um salto exageradamente alto e um vestido vermelho colado, parecia até uma daquelas musas de TV, daquelas que apesar de ter quarenta anos aparenta ter apenas vinte e cinco, com os cabelos loiros sedosos e os olhos cinzas atraentes. Quando voltou, disse que havia ido há um pube com as amigas do trabalho. Henry e eu ficamos preocupados com ela, pois Cassie começou a sair cada vez mais com as tais amigas. No décimo dia, meu pai finalmente ligou. Perguntou onde mamãe estava e quando eu respondi que ela havia saído, ele disse: “Vi ela ontem em um bar perto da ponte. Ela estava bonita. Muito muito muito bonita. Diga a ela isso por mim, Hope? Diga a ela que eu a achei bonita? Ela precisa saber que estava bonita. Não lembro da ultima vez que a elogiei, e sinto muito por isso”. Quando falei para Cassie o que John havia dito na ligação, ela apenas deu de ombros, sorriu e disse “Que bom. Obrigada” e continuou com suas saideras.

Foi aí que percebi que o amor acaba. Sim, aquele amor ardente, cheio de intensidade e promessas, acaba. Se não for valorizado, se não for cuidado, ele acaba. Percebi isso quando olhei para minha mãe e a vi sorrindo como nunca. Percebi isso quando ela já não se incomodava mais em falar sobre o papai. Percebi isso quando meu pai começou a ligar três vezes ao dia perguntando por ela, e quando eu respondia sempre a mesma coisa, que ela havia saído com as amigas, ele apenas suspirava e dizia que ela estava seguindo seu caminho. Ele havia desistido. Ela havia seguido em frente. E o amor que havia entre os dois, estava cansado e ficou esgotado.

– Bom dia. – Digo depois da minha crise de riso. Mamãe continua me encarando, como se estivesse conferindo alguma coisa. Ela está me analisando de uma maneira tão intensa que eu coro. – O que foi?

– Ah, nada. – Sorri e passa os dedos pelos meus cabelos. – É só que... Você cresceu. – Fala com a voz embargada e depois desvia o olhar para a janela. – E você está indo para a faculdade, e Henry não está morando mais aqui e eu estou tão desolada. Não quero passar o resto da minha vida sozinha, Hope. Não quero.

– Mas você não vai, mãe. – Ao contrário de mim, minha mãe não chora tão facilmente. Ela pode ficar com os olhos inchados e a voz falha, mas chorar de verdade é uma raridade. – Você vai conhecer um cara a qualquer hora, um cara charmoso e educado. Aí vocês vão ficar juntos e vão adotar uma linda criancinha, e eu vou ter uma linda irmãzinha ou um lindo irmãozinho. Além de que não vou abandonar você, mãe, não vou simplesmente embora.

Minha mãe sorri e salta da cama. Já está muito tarde para tomar café, por isso apenas visto um roupão e vou ajudar minha mãe a tirar a neve do gramado. Ainda está nevando muito, e nós levamos quase trinta minutos para conseguir limpar uma pequena parte da calçada. Ligo para Henry, perguntando se ele vai demorar muito a chegar em casa, e quando ele diz que já está saindo do metrô, digo a ele para chamar nossos amigos.

Não esperava que todos fossem aparecer, mas eles estão aqui, cada um com uma pá e protegidos dos pés a cabeça com roupas quentinhas. Jassie e Callie vestem macacões iguais e David não para de caçoá-las por isso. Charlie e Ethan estão ajudando Henry a ligar uma escavadeira automática para tirar a neve mais densa. Lília e Anna estão limpando a calçada e eu ajudo minha mãe a tirar a neve do telhado.

As previsões do tempo informaram que nesse ano vai nevar mais do que o ano passado, o que significa que pouquíssimas pessoas vão sair de casa para ver os fogos. Gostaria de ficar na minha sala de estar, sentada em frente a lareira assistindo aqueles programas chatos de TV sobre shows de Ano-Novo, mas minha mãe, Henry e meus amigos estão muito animados para o que a noite espera e eu não posso ceder aos meus caprichos e desistir de continuar com a tradição de ficar com meus amigos, ainda mais no último ano em que todos ficaremos reunidos por um longo tempo.

– Hope! – Henry grita e eu olho para baixo. – Vem aqui, quero te mostrar uma coisa.

Desço pela escada de incêndio e ele me espera ao lado do portão com um sorriso. Ninguém está prestando atenção em nós, o que é bom. Tem sido difícil esconder para meus amigos sobre nossa relação, mas hoje, na hora das confissões, vamos poder finalmente oficializar nosso namoro para nossos amigos.

Quando me aproximo, Henry agarra meu pulso e me puxa para dentro da garagem, entre o carro e um baú com coisas velhas.

– O que quer me mostrar?

– Na verdade, nada. – Sorri e eu reviro os olhos. Estou quase dizendo que temos muitas coisas para fazer lá fora, que temos muita neve pela frente, quando Henry segura minha cintura e fita meus olhos. – Só quero ficar com você.

– Sério? Que besteira, Henry.

– Realmente. Da próxima vez eu vou dizer: “Hope, querida, venha até mim e me dê um beijo pois estou com saudades” ou “Hope, preciso que venha para dentro da garagem comigo, pois vou enlouquecer se não te beijar” ou quem sabe: “Querida Hope, entre comigo dentro da toca do coelho e vamos fazer amor até o amanhecer”.

Quando seus lábios finalmente tocam os meus, um suspiro audível escapa dos meus lábios. Henry entrelaça uma mão na minha e a outra permanece fixa em sua cintura. Ele me pressiona contra o carro e eu aperto minha mão em seu ombro, puxando-o mais para perto. Henry tem estado muito ocupado com seu novo trabalho em uma livraria perto do campus, e eu com a nova rotina de uma universitária.

– Henry, o Charlie está perguntando se você sabe onde tem...

Nós nos afastamos abruptamente antes que Lília nos veja. Ela dá a volta no carro e arqueia uma sobrancelha. Seus olhos olham de mim para Henry e de Henry para mim novamente. Lília não é lerda e muito menos burra, mas ela se faz de desentendida e continua a falar:

– A escavadeira pifou, precisamos de gasolina.

Henry está surpreendentemente calmo, ele pega um galão e dá a ela.

– Vocês não vem?

– Ahn... sim... claro... – Minhas mãos tremem e eu corro para fora. Lília me olha de soslaio. – O que foi?

– O que foi o que?

– Que o que?

– Ahn?

– Que?

– Como assim que? Que o que?

– O que?

Começamos a rir. Empurro seu ombro e ela empurra o meu de volta. Empurro mais uma vez, pois é muito engraçado a careta que ela faz quando eu faço isso. Lília me empurra com mais força e eu caio de cara no chão e a neve amortece minha queda. Começo a rir ainda mais, odeio tanto o frio, odeio tanto a neve, mas não me importo em estar deitada nela. Ergo os braços e os mexo para cima e para baixo, a fim de fazer asas. Nunca fiz isso, nem quando era criança. Quando os dias amanheciam nevando, eu nem ao menos saia de casa.

Charlie se aproxima e tira uma foto. Aos poucos, cada um está fazendo o mesmo e rindo da minha cara de felicidade. Odeio confessar, mas isso... É bom. A neve contra minha pele, a sensação de meus braços subindo e descendo é refrescante. Alguns flocos caem no meu rosto e eu coloco a língua para fora como se tivesse apenas dez anos e não dezesseis, isso faz meus amigos rirem ainda mais.

– Meu Deus, é o apocalipse? – Charlie pergunta de maneira teatral e eu jogo uma bola de neve em sua direção, mas ele desvia e a bola acerta em cheio a testa de Callie.

Não sei como acontece, mas começamos a jogar bolas uns contra os outros. Estamos rindo, e minha mãe está reclamando da bagunça que estamos fazendo. São três da tarde de uma segunda-feira de dezembro. É ano novo. Estamos no quintal da minha casa brincando com a neve como se fossemos crianças. E estamos rindo, estamos nos divertindo, estamos felizes. Algumas crianças da vizinhança também estão aqui e fazem parte da brincadeira. Minha mãe ligou o som do carro, e nós começamos a dançar e pular sobre a neve que não para de cair. Somos jovens, e a vida é jovem. Estamos soltos nesse lugar, estamos soltos no espaço, estamos soltos pelo mundo e mesmo assim estamos conectados, mesmo assim estamos sentindo isso, estamos sentindo tudo.

Giro Callie em um tango engraçado e nós fazemos alguns passos de uma dancinha esquisita sobre a grama e David grava tudo fazendo piadinhas sobre como somos cafonas. Ethan e Anna estão rolando pelo chão, hora um empurrando o outro, hora se beijando. Charlie continua a jogar bolas em Lília e Jassie, enquanto Henry tenta fazer minha mãe sair de casa e brincar também. Ser jovem também. Ser feliz também. Rir também.

Nesse momento, não consigo parar de pensar no que David disse na lanchonete, na nossa formatura. Não consigo parar de pensar que nesse momento, somos reais. Que nesse momentos, não somos histórias, que nesse momento, somos quem queremos ser. Nesse momento, nós nos enxergamos. Sou muito feliz em me enxergar, pois para mim não é preciso muito esforço para se enxergar. Tenho sorte, pois, para outros, é preciso muita coragem para ir além do encarar de espelho, para ir além do desaparecimento.

Danço com Henry. Pulo com Henry. Abraço Henry. Entrego-me para Henry. E eu estou dizendo Eu te amo. Você é lindo. Eu te amo. Meu Sr. Confuso. Eu te amo. E ele sorri, ele continua a sorrir com as covinhas aparecendo e os dentes bem alinhados. Ele está tão feliz. Tão feliz em não ser mais deslocado. Tão feliz em ser parte de um grupo. Tão feliz em ser parte de uma vida. Tão feliz em ser parte de um momento. Tão feliz em ser parte de um mundo.

Quando todos ficam aglomerados no centro do gramado, eu me afasto. Quero lembrar de cada detalhe. Quero examinar tudo. Quero ser parte de tudo. Estou impressionada com o amor que sinto por todas essas pessoas que estão aqui. Fico impressionada pelo fato de mínimos detalhes estar nos reunindo aqui, pelos mínimos detalhes que nos une. E eu continuo parada, analisando, absorvendo.

Eu vejo uma grande casa de fachada amarela e arvores ao redor. Eu vejo muita neve. Eu vejo crianças rolando pelo chão. Eu vejo Lília gritando de alegria por David estar levantando ela para cima como se fosse uma líder de torcida experiente. Vejo Callie incentivando-os a fazer isso enquanto pula. Vejo Charlie e Jassie conversando baixinho encostados no portão, compartilhando momentos, sentimentos e segredos. Vejo Ethan abraçando Anna com força e beijando sua testa enquanto ela canta junto com a música. Vejo o céu. Vejo os flocos de neve. Vejo os sorrisos. Vejo as cores. Vejo Henry olhando diretamente para mim, andando calmamente em minha direção dizendo: Querida Hope, quero te mostrar uma coisa.

E penso comigo mesma: Somos reais. Não somos histórias. E eu amo tudo isso. E eu vou continuar aqui. E eu não vou me esquecer. E, ai meu Deus, que mundo maravilhoso.

...

É a primeira vez que fumo em meses. Havia até esquecido da sensação, e estou aproveitando o momento ao máximo, pois ele jamais vai se repetir. Prometi a mim mesma que, apesar de amar fumar, apesar de realmente gostar de cigarros, está na hora de deixar isso para trás, está na hora de tornar as coisas diferentes, está na hora de ser mais madura.

Estou de branco, todos nós estamos de branco. Minha mãe está sentada em um banco conversando com o Professor Ryan, eles se encontraram e começaram a falar sobre Henry, só que o foco da conversa mudou e agora eles estão corados e minha mãe não para de arrumar o cabelo e tocar em seu braço propositalmente. Isso não me incomoda mais, ele é gentil, ele é bonito e é muito inteligente. Às vezes, as pessoas se mostram ser diferente daquilo que você acha que elas são.

David me olha ansioso quando eu dou uma última tragada e jogo o que resto do cigarro no chão. Respiro fundo e piso em cima. Fecho os olhos. Concentro-me em absorver o momento, em absorver a sensação e quando isso finalmente acontece eu dou um passo para frente, com o pé direito.

– Nada de nicotina pelo resto da vida, né? – Ethan pergunta e eu assinto. – Estou orgulhoso, bonequinha de luxo.

Meu cabelo está idêntico ao da Audrey Hepburn, o que faz com Ethan não me chame pelo nome. É o meu clássico favorito, e segundo o Smith minhas ações se assemelham claramente ás da Holly Golightly em Breakfast at Tiffany's. Adoro quando ele me chama assim, me sinto especial.

Estamos formando um paredão na praça, cada um lado a lado. Falta apenas dois minutos para a meia noite, então ligo para o meu pai e desejo um feliz ano novo. Ele deseja o mesmo e pede desculpas por ser uma pessoa péssima. Depois, me obriga a passar o celular para Henry. Quando faço isso, tento absorver alguma coisa por suas expressões, mas ele permanece imóvel sem dizer nada, apenas ouvindo. Por fim, sussurra um boa noite vago.

– O que houve?

– Ah, nada demais. – Olha para mim de cima a baixo a sorri. – Por que está usando esses saltos exagerados, Hope? Todos sabemos que você é baixinha. Não é nenhum segredo.

– Cala a boca.

– Mas eu gosto de você assim, gosto do fato de ser tão pequena. Isso significa que eu posso simplesmente te colocar no bolso do casaco e te levar para qualquer lugar.

– Cala a boca, Henry.

– E, tipo, você nem precisa pagar passagem se algum dia nós viajarmos juntos, e nós vamos, pois você vai ficar no meu colo por ser tão pequena.

– Henry!

– Desculpa. – Ele ri e me entrega o celular. – John pediu desculpas. Acho que é milagre de ano novo. Ele disse que ainda não aceitou nosso relacionamento, mas disse que vai nos deixar em paz.

– Só isso?

Ele não responde. Sacudo seu ombro em busca de informações no momento exato em que os fogos de artifício chicoteiam o céu. As badaladas começam a soar e as pessoas começam a gritar. Estou sorrindo de um jeito de jamais sorri na vida, sem me importar com a brecha entre meus dois dentes da frente do tamanho de uma uva passa. Dou três pulinhos de olhos fechados, como faço todos os anos. É para dar sorte, digo a mim mesma, para dar sorte de ter um ano melhor.

Quando os fogos cessam, estamos sorrindo. Nós fazemos um circulo e nos esprememos uns contra os outros até que nossos rostos sejam visíveis. David não para de sorrir, pois Louis finalmente assumiu sua sexualidade e eles passaram a noite inteira andando juntos por toda a praça, conversando e rindo. Eles estão bem, e isso me deixa tão feliz. Anna está com as bochechas vermelhas por causa do frio e Ethan tenta aquece-la com um abraço. Jassie e Lília sussurram coisas desconexas enquanto Charlie puxa o cabelo de Callie e Henry tira sarro da cara dos dois.

– Então, quem começa? – Pergunto, torcendo os dedos com medo da reação que cada um vai ter com o que tenho a dizer.

– A Lília. – Charlie diz apontando em sua direção. – Ela é a mais nova, então tem que ser a primeira.

– Não seria a mais velha? – Anna pergunta.

– Não vou ser a primeira esse ano. – Callie resmunga e balança a cabeça de um lado para o outro. – Todos os anos vocês tiram sarro da minha cara por ser dois anos mais velha, então esse ano eu me recuso a ser a primeira. Qual é, ter dezenove não é algo tão trágico.

– Não, não é. – Ethan tenta consolá-la, mas ela lhe fulmina com o olhar.

– Eu vou ser a primeira. – Jassie diz sorrindo e balançando os braços para cima. – Estou namorando!

– Jura? – David pergunta em deboche e revira os olhos. – Quando é que uma garota bonita fica sem namorado por muito tempo? Melhor, quando é que você fica sem namorado por muito tempo? Espera! Você nunca tem namorado novo, aposto que voltou com o Flynn e...

– Minha revelação vale por duas pessoas. Estou namorando com o Charlie.

Há esse momento de silêncio em que todos automaticamente olhamos para os dois. Eles estão de mãos dadas e eu não consigo parar de pensar em como são um casal engraçado. Charlie é grandão, cheio de músculos e tudo mais, enquanto Jassie é pequena e magrela. Parecem Silena e Charles de uma série de livros que já li. Chegam a ser fofos.

– Uau. – Lília diz com um sorrisinho. – Desde quando?

– Desde que eu terminei com o Flynn.

– Mas vocês se odeiam! – Finalmente encontro voz e todos começam a rir. – Sério! Jassie, você vivia dizendo que o Charlie é um imprestável, que o odiava por ficar com a vadia da Kaya, que ele é um ogro chato e...

– Hope. – Charlie me interrompe. – Onde há ódio, há amor.

Jassie cora da cabeça aos pés e voltamos a sorrir. Eu olho para Lília e ela diz rapidamente:

–Euperdiminhavirgindade.

– Não entendi. – Anna diz e todos paramos de rir para compreender o que ela disse.

– Eu... Então... Eu... – Lília respira fundo e engole em seco. – Perdi minha virgindade.

Okay. A disputa para maior revelação esse ano está acirrada. Ano passado, ficou claro que eu iria ganhar quando disse que talvez iria me mudar para Flórida assim que terminasse a faculdade. Esse ano está tudo muito competitivo.

– Como é que é? – Henry, Charlie e David perguntam ao mesmo tempo. – Que história é essa?

É um coro engraçado. Começamos a rir novamente, porque é bom sorrir, porque rir faz parte. Lília é como se fosse nossa mascote, por ser mais nova. Então é claro que a reação dos meninos seria essa.

– Que absurdo! – Charlie diz.

– Você é apenas uma criança! – Henry retruca.

– Quem foi o desgraçado que corrompeu a inocência da minha bebê? – David praticamente grita.

– Foi com o Cam. A gente tá namorando. Não apresentei ele ainda para vocês porque teve que voltar para a Europa, mas próxima semana ele vai mudar de curso e vir fazer faculdade aqui e... Vamos logo para o próximo.

– Anna e eu vamos nos casar. – Ethan diz.

– Vamos? – Ela gagueja e dá um passo para trás.

– Vamos, ué. Eu pedi você em casamento ontem a noite e você disse sim.

– Eu achei que você estivesse brincando!

– Claro que não! – Ele se aproxima e tira uma caixa do bolso. – Comprei até um anel.

Anna está apavorada se afastando para trás. Meus olhos saltam de Ethan para Anna e de Anna para Ethan. Não sei se rio ou se choro. Quem se casa com dezessete anos hoje em dia?

– Meu Deus Ethan, você é louco! – Ela diz meio que rindo, meio que tossido, meio que chorando. E eu estou rindo, e nós estamos rindo, porque é a única coisa que podemos fazer. – Eu... Meu Deus, Ethan! Não posso me casar!

– Você... Você está me rejeitando?

– Claro que não! – Eles estão fazendo a maior cena de novela mexicana. Jassie e Callie fazem apostas e eu sou a única que diz que Anna vai aceitar. – É só que... Meu Deus, Ethan! Somos tão novos e...

– E a gente precisa se casar agora? Vamos nos tornar noivos. Vou estudar, vou me formar, conseguir um emprego e a gente vai ter uns cinco mine Ethan e mine Anna. – Ele se aproxima e segura as mãos dela. – Anna, quer se casar comigo?

– Sério que vamos ter dez filhos? – Ela pergunta novamente apavorada.

– Anna! – Eu repreendo e todos riem.

– Eu aceito.

A cara que Ethan faz é impagável. Ele coloca o anel em seu dedo anelar e nós enfim batemos palmas. Anna fica corada e começa a exibir seu anel de noivado. É muito bonito e delicado. Henry está olhando para mim com uma sobrancelha erguida, de maneira sugestiva, e eu balanço a cabeça de um lado para o outro com medo do que isso significa. Ele mexe os lábios e diz: Depois.

– Nunca achei que iria presenciar um noivado. – Comento.

– Foi engraçado. – Callie diz. – E diferente.

Ainda estamos olhando para o anel de Anna. Ela está muito abobalhada para dizer alguma coisa, então David começa.

– Tenho algo para contar para vocês. – Ele para de falar e olha nervoso para os lados. Acho que está procurando Louis, mas não o vejo em lugar algum. – E espero que vocês não fiquem tão chocados ou façam alguma cena ou sei lá, nunca sei o que esperar das pessoas. – Suspira e fecha os olhos. – Eu gosto de garotos.

Estou tão feliz por ele falar isso abertamente. Estou tão feliz por ele não estar escondendo quem ele realmente é, por ele estar se enxergando. Quando David abre os olhos ele nos encara. Não falamos nada por um tempo, apenas absorvendo a informação.

– Eu também. – Callie diz e nós começamos a rir. – Sério. Eu gosto de garotos. Estou até namorando.

– Calma. – Charlie ergue uma mão para cima. – Ainda estou digerindo o que David disse. Ele gosta de garotos. Certo. Mas, David, você não vai começar a usar cílios postiços, vestidos, maquiagem e...

– Charlie. – David interrompe rindo. – Eu sou gay, não uma drag queen.

– Tá. – Charlie interrompe novamente com a mão erguida. – Callie, que história é essa de namorado? Desde quando você gosta de alguém?

– Por que vocês estão me olhando assim? – Ela fica constrangida e suas bochechas coram. – Na verdade, foi Alex quem me obrigou a contar para vocês, essa nem ia ser minha revelação.

– Espera! – Faço igual Charlie, erguendo as mãos. As cabeças estão girando, umas ainda olham para David, outras para Callie e para mim. – Que Alex?

– Meu namorado.

– Alex Turner?

– Não boba, Alex Smith.

E A TERRA SIMPLESMENTE PARA DE GIRAR.

Nove cabeças mexem-se de maneira sincronizada em direção á Callie. Ela automaticamente fica vermelha. Minha boca abre-se várias vezes, tentando dizer alguma cosia audível. Ethan está terrivelmente sério e Anna está terrivelmente séria olhando para ele. Jassie e Lília trocam olhares, parecendo perdidas. Eu acho que não digeri bem a informação, então quando pergunto novamente de quem ela está falando, ela responde a mesma coisa.

– O treinador? – Anna pergunta em dúvida. – O meu sogro? O pai do meu noivo?

Callie assente. A expressão séria de Ethan vai suavizando até que ele diz:

– Sabe, se você não fosse mais velha que eu, talvez eu estivesse tendo um surto. Mas meus pais são separados. Você é maior de idade. E eu gosto de você. Apesar da diferença de idade ser uns treze anos, acho que meu pai gosta mesmo de você. Porque tipo, ultimamente ele não tem parado de falar sobre uma mulher que ele está namorando, só não imaginei que essa mulher fosse uma garota, e essa garota fosse você. Mas tipo, ele tá feliz, isso é o que importa.

Agora todos olham para mim, pois sou a única que ainda não disse alguma coisa.

– Então... – Eu começo e Henry segura meu pulso para que eu não perca a coragem. – Eu encontrei o Sr. Confuso.

– Quem é esse? – Charlie pergunta e então me dou conta de que ele era o único que não sabia absolutamente de nada. Começo a explicar rapidamente sobre tudo o que aconteceu nos últimos meses e quando ele finalmente compreende, repete a pergunta: – E quem ele é? Não me diga que é o tal zelador ao qual você desconfiava desde o inicio.

– Não. – Rio nervosamente e busco a mão de Henry. Quando finalmente a encontro, aperto com força. – Ele é lindo. E é inteligente. E sempre esteve ao meu lado. E eu o amo tanto. Somos namorados agora. E eu sou perdidamente apaixonada por ele e...

– Tá bom, já entendemos. – David diz fazendo cena e eu rio. – Poderia, por favor, ir direto ao ponto?

– Henry.

– Ahn?

– É o Henry. Henry é o Sr. Confuso.

Callie e Jassie fazem uma careta e Lília começa a bater palminhas, realmente feliz por estar nos vendo juntos. Charlie arregala os olhos e David estrala os dedos repentinas vezes.

– O seu irmão? – Pergunta calmamente e eu assinto. – E vocês estão namorando? O seu irmão? Como assim? Isso pode mesmo acontecer? Cara, como assim. Vocês são irmãos. Cara, incesto. Cara. Como assim. – David balança a cabeça de um lado para o outro. – Vocês são do mesmo sangue e estão namorando e...

– Isso me leva a uma segunda revelação. – Ergo a voz para que Jassie e Callie parem de sussurrar e parem de fazer caretas estranhas. – Apenas Ethan, Anna e Lília sabiam disso. Henry e eu não somos irmãos. Eu sou adotada.

Então começo a explicar para eles sobre toda a minha vida. Pouquíssimas pessoas sabiam sobre a minha história, pouquíssimas pessoas sabiam sobre quem eu realmente sou. As caretas de nojo passam a ser de compreensão e surpresa. Jassie agora está sorrindo, pois está achando nossa louca história de amor fofa. Callie e David dizem estar ofendidos por eu nunca ter revelado ser adotada e Charlie fica repetindo “Cara, que noite louca” a todo segundo.

– Acho que a Hope ganhou esse ano novamente. – Lília diz e nós fazemos uma votação. Eu voto em Callie, enquanto os outros votos dividem-se entre Anna e Ethan e Henry e eu. Por fim, dá empate. Então minha mãe aparece reluzente e diz:

– Tenho um encontro amanhã com o antigo professor de história de vocês! O Ryan! Ele é muito bonito, não é? Estou tão animada, pois já estava cansada de ir ao pube com as minhas amigas e... Hey! Por que estão olhando para mim com esses sorrisos?

Nós assentimos no mesmo segundo olhando para minha mãe. Então David coloca uma medalha de plástico na minha mãe e diz:

– Parabéns. Sua revelação foi a melhor da noite.

Apesar de não entender, Cassie sorri. Ela está com os olhinhos brilhantes e toda saltitante. Ela está feliz. Todos nós estamos. Estou abraçada de lado com Henry, feliz. Com meus amigos, felizes. Estou olhando para o céu, para as estrelas, para alguns fogos que ainda estão sendo soltados. Estou olhando para o outro lado da rua, onde um casal anda juntos, felizes. Um casal engraçado, composto pelo capitão de futebol e a garota das partituras. Tyler e Hannah. Eles olham para mim, e eu aceno, feliz. Então eles acenam em sincronia, rindo, felizes. A felicidade está irradiando hoje, por toda a cidade e eu estou tão feliz por estar sendo atingida pela felicidade.

...

– Henry, quero te mostrar uma coisa.

Já está tarde. Não há mais pessoas na rua e parou de nevar. Cassie está deitada no sofá, com um sorriso no rosto segurando uma taça de vinho e eu estou tentando fazer minhas mãos pararem de tremer.

– Está roubando minha frase, Hope?

– Não. – Rio nervosa e caminho até a porta dos fundos. – É só que eu realmente quero te mostrar uma coisa.

Vamos para fora e eu me sento na grama. Por incrível que pareça, não está gelada e não há risco de ninguém nos ver aqui, pois está escuro e as cercas são altas e juntas o suficiente para nos esconder. Estou olhando para um balanço enferrujado no canto quando Henry se senta ao meu lado. Lembro que, quando éramos criança, nós nos revezávamos para brincar nele. Era nesses momentos que eu sabia que Henry não era o monstro que eu achava ser, pois ele sorria, e me ajudava a sentar no balanço, pois eu não alcançava. Então ele gritava: “Você quer mais alto, Hope?” e eu respondia sempre sim e ele sempre empurrava mais alto. Então mamãe aparecia no quintal e dizia: “Querida, você vai cair” e quando ela ia embora, Henry debochava: “Querida Hope, Querida Hope, Querida Hope.”

– Meu Deus. – Sussurro e Henry olha para mim. Aponto para o balanço e ele assente em reconhecimento. – A gente tinha uns sete anos, né? E você me chamava de Querida Hope para me irritar, pois Cassie nunca me chamava de Hope, ela me chamava de querida. – Henry assente mais uma vez e eu sorrio.

Cruzo as pernas e me viro para ele.

– Eu meio que fiz algo ilegal para minha idade. – Começo a contar e Henry ergue as sobrancelhas me incentivando a continuar. – Eu meio que fiz uma tatuagem.

– Sério?

Assinto e puxo um pouco da minha alça para baixo. Os olhos de Henry se focam em cada letrinha miúda marcada em letra cursiva e no desenho na minha pele, no ombro direito próximo a clavícula. Seus dedos estão frios, mas fazem com que minha pele aqueça quando ele a toca. Seu polegar acaricia cada letrinha.

– Está em francês. – Sussurra.

– Sim. – Sussurro e vejo seus olhos brilharem. Ele se aproxima mais e puxa minha outra alça para baixo, então seus lábios tocam o ponto abaixo da minha clavícula, onde está a tatuagem. Eu estremeço, pois ele beija cada letrinha, seus lábios macios sobre a tinta. – Gostou?

– Se eu gostei? – Pergunta rindo e balança a cabeça para cima e para baixo. – Miel Hope.

Ele pronuncia tão corretamente que eu preciso prender a respiração para não entrar em combustão. Minha tatuagem é uma pequena tulipa e abaixo dela a descrição de Miel Hope. Querida Hope.

– Repete, por favor.

– Miel Hope. – Beija-me rapidamente e se afasta. – Eu sei que você vai me matar, eu sei, claro que vai. Mas, tipo, eu talvez tenha ido com Ethan na joalheria ajudar a escolher uma aliança para a Anna, e talvez eu tenha ficado emotivo demais. Aí talvez eu falei com a Cassie, e talvez ela tenha dado o anel da minha avô. E talvez ele seja muito bonito e combine com os seus olhos. E talvez eu esteja te pedindo em casamento. E você talvez vai começar a chorar. E você talvez vaia aceitar. E nós talvez vamos ser noivos. E talvez daqui a uns seis anos, quando eu tiver terminado finalmente a faculdade e publicado um livro de sucesso, a gente se case. E talvez a gente vá morar na sua amável Califórnia, ou na minha amável Nova Iorque com a Sophia, ou talvez na Flórida. E talvez tenhamos filhos. E talvez a gente vai adotar a Katrina, aquela menina que eu falei que parece com você, do orfanato em que eu trabalhava. E talvez vamos viver juntos pelo resto da vida. É cheio de talvez. Mas, talvez, você queira se casar comigo?

Ele não precisa que eu diga. Puxo seu rosto de encontro ao meu e começamos a nos beijar. Bo beijo começa rápido demais, em compensação de todo tempo perdido e depois lento, para aproveitarmos. Fazemos amor ali mesmo, na grama, e quando começa a nevar novamente eu não me mexo um centímetro sequer para vestir a roupa, apenas me enrolo em Henry.

Estou olhando para o céu. Não há estrelas, mas há aviões passando a todo momento. Eu seguro sua mão com força e faço um pedido quando uma luz pisca no céu. Estou fingindo ser uma estrela cadente, e estou acreditando fielmente que meu desejo vai ser concedido. Eu estou desejando Henry, e sei que ele está me desejando também. Eu estou desejando ser feliz, e ele está desejando isso também.

– O seu para sempre é tudo o que eu preciso, Querida Hope. – Henry sussurra em meu ouvido. Eu me enrolo em seu corpo quando respondo:

– Você o tem, Sr. Confuso. Você sempre teve.

– Promete?

– Prometo.

– Ótimo. – Diz ele, erguendo o queixo e beijando minha testa. Não consigo parar de pensar que, o primeiro beijo que ele me deu, foi nesse exato lugar. E não consigo parar de pensar em como isso me faz se sentir amada. E não consigo parar de pensar que Henry continuará a escrever cartas para mim.

E não consigo parar de pensar que cartas vão ter um significado diferente para mim agora.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a professor de língua portuguesa Rosimeire, que obrigou a ler e escrever cartas quando eu estava no sétimo ano. E foi por meio dessas leituras que descobri uma carta no capitulo sete de literatura. Na verdade, foram muitas cartas, trocadas por uma donzela no século XVIII e um rapaz anônimo. Havia um humor notável nessas cartas, pelo fato de a jovem querer conhecer o rapaz e ele simplesmente negar-se revelar quem era.
Fiquei tão curiosa e gostei tanto das cartas que fui ler a explicação da introdução, no começo do livro. Descobri que o anônimo era o irmão adotivo da Renata, que sempre a amou e não tinha coragem de se declarar. O cenário principal era o Rio de Janeiro, e o nome dele era Rafael e ele usava o pseudoanônimo de Sr. Misterioso. Confesso que eu fiquei chocada, imaginando o que aconteceria se ela descobrisse.
Então, atualmente, aos dezesseis anos, resolvi colocar minhas ideias no papel, inspirada nas cartas que fui obrigada a ler quase cinco anos atrás. Obrigada, professora, sem a sua insistência eu não teria inspiração para escrever Cartas para Hope.
Obrigada Diovanna, por ter sido a primeira a ler a fic e dizer claramente o que eu deveria retirar ou acrescentar. Além de ser minha âncora e melhor amiga do mundo.
Obrigada Jubs, Lily, Anna, Dio, Tulipa (Duda) e Lah por me “emprestarem” suas personalidade para fazer as personagens Callie, Lília, Anna, Sophia, Hannah e Jassie respectivamente. Sem vocês, esses personagens não existiriam.
Obrigada mãe, por ter sido a primeira a saber sobre a fic e deixar claro que eu sou um fracasso escrevendo mistério. Sem as suas criticas autodestrutivas que me fazem ficar depressiva eu não teria me tornado uma escritora tão boa. Ou tão ruim. Independente da sua intenção, que claramente foi má ao me dizer para desistir de escrever CPH, eu te agradeço, pois você foi a primeira ao qual falei sobre Cartas para Hope, e você foi a primeira a amar Henry Adams, mesmo sem saber.
Obrigada Nyah!, por fazer sonhos se tornarem realidade.
Obrigada a todos os meus crushs, por me fazerem ter sensações no estomago e me darem inspiração para fazer as cenas de romance.
Obrigada Lília, por me ajudar na escolha de nome, cenário, personalidade e atores. Você foi fundamental para a existência de Henry Adams, sou eternamente grata a você.
Obrigada Anna por ser a fã numero um de CPH, escrever reviews do tamanho de uma bíblia e por me suportar tendo surtos no wpp.
Obrigada a toooooooodaaasss as gatinhas do Mean Girlss/Wonderful Fanfics por animarem meu dia e cobrarem capítulos, vocês são A+.
Obrigada aos leitores que sempre comentam, obrigada aos que recomendaram, obrigada aos fantasminhas e aos que acompanham.
Obrigada pai, por pagar minha internet e ao contrário da minha mãe não reclamar por eu ficar horas digitando capítulos imensos no computador.
Obrigada Babi, por me ajudar a criar meu primeiro casal homossexual. David e Louis é meus anjinhos.
Obrigada Youtube e MegaFilmes por disponibilizarem vídeos, musicas e filmes para me inspirar em diversas coisas relacionadas a fic.
Obrigada Karola por me ATRAPALHAR nas aulas de matemática e filosofia cobrando capítulos novos e dando ideias inusitadas sobre uma suposta segunda temporada. (Que não vai existir.)
Obrigada a todos os meus leitores, sem vocês, nada disso valeria a pena.
E, por fim, obrigada Deus, por me dar sabedoria, inspiração e paciência para escrever capítulos. Por me fazer compreender que as pessoas amadurecem e evoluem, principalmente personagens literários, e que basta ter esperança e fé em momentos difíceis.

Acompanhem minha nova fic! https://fanfiction.com.br/historia/633730/In_My_Veins/



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