Capítulo I: Encarando a verdade

Bonnie abre seus olhos e não reconhece onde estar, o crepúsculo já havia caído, e tudo a sua volta era mato, com receio do que encontraria ao seu redor, ela analisa com as mãos tudo a sua volta, até encontrar algo duro ao seu lado, cuidadosamente ela constata que era pele, o que aumenta seu nervosismo.

“Bonnie Bennett, a garota que já foi bruxa, ancora estar com medo de uma criatura que não sabe quem é! isso é ridículo.” A mente de Bonnie a acusava, mas fazer o que? Ela ainda tinha sua parte humana e esta estava com medo.

Poderia ser um bicho ou algum tipo de inimigo, ela continua analisando, até a tal criatura se afastar rapidamente...

– bruxinha, está na hora de acordar! – fala Damon empurrando-a com seu pé.

Bonnie abre seus olhos e um discreto sorriso em ver Damon a sua frente, aos poucos ela recorda que havia morrido, novamente, e dessa vez não estava sozinha, Damon estava ao seu lado, mesmo que sem querer, o que de certa forma despertou um ar de derrota dentro de si, pois ele era a ultima pessoa que ela gostaria de desfrutar os últimos instantes de sua vida e sua amiga Elena Gilbert estaria sofrendo e muito sem o seu “amado”, ela se sentiu culpada por isso, mas o que poderia fazer se não foi capaz de salvar-se da própria morte premeditada?

Um pouco de alegria... Era o que Bonnie sentia, porque mesmo entre todas essas razões caóticas, e Damon sendo um de seus antigos inimigos e uma pessoa super indesejada, pelo menos para ela, não era como se ele fosse mata-la agora, e vice-versa, por enquanto não! Soltando um sorriso, ela levanta-se e se joga em seus braços dando-lhe um abraço que é acolhido por Damon, era bom não estar sozinha e se sentir viva.

– ok, eu sei que sou gostoso e expert na cama, mas chega judgey, temos que achar um jeito de sair daqui. – fala Damon afastando Bonnie de forma bruta.

Bonnie cruza seus braços e sai em disparada, será que ele não deixar de ser por um instante menos calculista, frio, ignorante e o senhor “sabe tudo”? Perguntava-se Bonnie chateada. Porque não se deixar guiar um pouco pelos seus sentimentos? Porque ela sabia que ele sentia-se perdido assim como ela.

Damon rapidamente se põe ao lado de Bonnie e pergunta:

– tudo bem com você? – ele estava preocupado, ela era sua única companhia agora e andar com alguém de cara fechada tornava a situação mais caótica do que já era, ele poderia dizer apenas que se preocupa com ela, mas Damon Salvatore não é do tipo mocinho da história e nem gostava de ser...

Porém Bonnie continua sua caminhada silenciosa e com uma carranca no rosto, e Damon começava a se irritar, porque será que ela está assim? Perguntava-se e insiste:

– Se quiser podemos parar! – mas não obtêm nenhuma resposta e Bonnie que apressa mais ainda seus passos. Sem paciência com aquela “ceninha”, Damon agarrar fortemente os braços da garota:

– o que aconteceu com você garota? Está surda? Louca? Ou por acaso tiraram seu juízo quando morreu? – fala Damon irritado encarando uma Bonnie que estava furiosa.

– você! - responde simplesmente.

– o quê? – pergunta Damon confuso.

– você Damon Salvatore é um egoísta, idiota, manipulador, carrasco e nojento! – responde Bonnie cuspindo toda sua raiva em Damon com suas esmeraldas em chamas.

– o que deu em você garota? Eu nunca escondi quem eu sou, e alias quem vive jugando as pessoas aqui é você, vê se analisa sua própria bunda! – responde Damon furioso.

– seu ego me dá nojo Damon, sua capacidade de achar que o mundo gira a sua volta, que tudo tem que ser do seu jeito é insuportável. - fala Bonnie irada sem deixar de encarar por um segundo as piscinas azuis de Damon.

“o que deu nela? Enlouqueceu de vez? A última coisa que eu preciso agora é de outro santo “tefinho” me dando lições de moral”. Pensava Damon analisando a expressão de Bonnie.

– chega disso! Eu não estou a fim de discutir com você garota! Agora coloca suas belas perninhas para andar e me acompanha! - fala Damon virando-se para continuar a exploração pela floresta. Enquanto Bonnie dispara:

– covarde! – sua voz faz o vampiro parar.

– você é infeliz Damon, não sabe construir sua própria vida e destrói a dos outros para achar um pouco de alegria. – continua Bonnie despejando toda sua raiva. Ainda de costas para a bruxa, Damon responde:

– você não me conhece bruxa, eu não estaria aqui com você se não tivesse me sacrificado por alguém que faz parte da minha vida e um dos motivos da minha felicidade, por ele e pelas outras pessoas que amo eu sou capaz de matar e morrer sem hesitar. – essas palavras fazem Bonnie relembrar dos momentos mais sombrios que passou por causa de Damon:

– é por isso que você se acha no direito de destruir as vidas das outras pessoas? – pergunta Bonnie tentando segurar as lagrimas, lembrando-se de sua querida avó Sheila e sua mãe abby.

– eu já te pedi desculpas por isso, mas se ainda não aceitou sinto muito, aliás, não foi você que viu seu pai morrer porque havia se sacrificado pelo little gilbert? Se você estivesse viva poderia evitar isso ou não Bonnie Bennett? – Damon rebate virando-se para encarar a garota que enxugava uma lágrima.

“você não pode chorar na frente desse imbecil Bonnie, controle-se!” sua mente a repreendia.

Enquanto se acalmava, Bonnie olhava para o infinito e analisava tudo que ouviu de Damon e se surpreende, pois ela pensava estar se ouvindo, eles pareciam tão iguais na forma de ser e de sempre querer se sacrificar pelas pessoas que amavam e o pior é que, ao mesmo tempo em que eles davam a vida de volta para algumas, perdiam outras ou simplesmente saiam magoados de tais sacrifícios. Mas toda ação tem sua consequência? Ou não?

– sabe qual é o nosso problema Bonnie?- Bonnie volta a encarar Damon:

– SOMOS PARECIDOS DEMAIS! – foi o que ela acabara de constatar minutos atrás...