The Last Time escrita por Ana


Capítulo 14
Quatorze




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Draco colocou suas vestes rapidamente aquela manhã, mas sem dar um nó completo em sua gravata. Desceu as escadas distraído até o Salão Principal e passou pelas portas de carvalho observando todo o lugar.

Seu olhar cruzou com o de Kátia Bell, que conversava atentamente com Harry Potter. Ficou ali, parado por um longo tempo tentando processar o que estavam acontecendo. Kátia havia sido enfeitiçada pelo colar que Draco lhe dera para que fosse entregue para Alvo Dumbledore, mas ela ainda estava viva e isso o incomodava profundamente. Fixou seu olhar com firmeza à Kátia.

Deveria estar morta, pensou ele aflito, deveria estar morta.

Saiu o mais rápido que pode do Salão Principal, seguindo para onde quer que seja. Subiu as escadas e passou por corredores aleatórios, teria de se livrar da garota imediatamente, porém sabia que não existiria maneira de fazê-lo agora sem levantar qualquer tipo de suspeita.

Entrou em um dos banheiros masculinos que haviam por todo o castelo e retirou seu colete de lã cinza, jogando-o de lado. Abriu sua gravata apertada, precisava respirar. Sentia seus olhos queimarem enquanto tentava segurar as lágrimas que insistiam em tentar sair.

Bateu suas mãos contra a pia e abriu a torneira. Levou água com suas mãos até seu rosto e se encarou no espelho.

– Eu sei o que você fez Malfoy – alguém disse.

Draco olhou para trás imediatamente e encarou a figura de Harry Potter que o olhava sem nenhum traço de piedade. Ele sabia que havia enfeitiçado, talvez soubesse que Corine tinha envenenado a garrafa de Slughorn. Um calor desesperado tomou conta de seu corpo e Draco levantou sua varinha, deixando que um lampejo branco fosse em direção a ele, mas Potter desviara e revirada em sua direção, destruindo um dos canos.

Ficaram um silencio por um grande espaço de tempo e então Potter voltou a atacar e Malfoy revidou novamente.

Draco grunhiu, não queria continuar naquele jogo. Mataria até Harry se fosse possível nesse exato momento. Levantou-se de seu esconderijo e correu pela lateral.

– Sectumsempra! – exclamou Harry vindo em sua direção, atingindo-o no meio do peito, jogando-o para trás imediatamente.

O garoto ficou no chão enquanto gemia por uma dor desconhecida. Sentia-se vazio, como se toda sua vida estivesse se esvaindo lentamente de seu corpo e então viu sangue. Sangue pelo chão, misturando-se com a água e o cheiro de seu liquido vital inundando suas narinas rapidamente.

Harry Potter estava petrificado em frente a ele, observando-o enquanto morria com uma expressão de tremendo espanto e confusão.

Estava morrendo, ele concluiu.

Fechou os olhos lentamente entrando em um estado aturdido. Nada de sons, sensações nem da dor exorbitante. Apenas o preto em seus olhos.

**

Corine correu diretamente até a masmorra de Severo Snape. Ela não sabia exatamente o que fazer, nem a quem chamar. Mas se os boatos que sempre rondavam o professor fossem verdadeiros, Snape seria o primeiro a ajudar.

– Harry Potter – ela disse alto o bastante para chamar a atenção do professor que estava absorto em suas anotações.

– Senhorita Gouldfye, o que a traz aqui? – ele perguntou com um sorriso sugestivo em seus lábios.

– Draco – a voz da garota estava embargada – Draco saiu atordoado do Salão Principal. Harry Potter, ele o seguiu até o corredor e...

– O que quer dizer, Corine? – Snape estava preocupado e irritado com os rodeios da garota – Onde está o Senhor Malfoy?

– Sangrando – ela sentiu as lágrimas tomarem conta de seu rosto em meio ao desespero – Sangrando sem nenhum motivo aparente no banheiro. Ele está morrendo, Professor.

– Observa-se que ele a preocupa o bastante, não é? – Snape levantou-se e sem mais nenhuma palavra saiu em direção ao lugar indicado por Corine.

A garota ia atrás dele em passos largos e velozes enquanto secava suas lágrimas.

Snape entrou no banheiro inundado, deixando com que a barra de sua capa negra ensopasse totalmente.

– O que aconteceu por aqui? – perguntou em voz baixa.

Corine ficou na porta esperando enquanto o professor fazia o que é que deveria fazer. Potter passou por ela rapidamente, dirigindo-lhe um olhar acusador, mas sem delongas e desapareceu pelas escadas.

Snape abaixou-se e examinou o corpo de Malfoy que estava desacordado. Puxou sua varinha e posicionou-a, rogando um feitiço que Corine jamais ouvira na vida.

– Vulnera Sanentur – disse baixo, quase por um murmúrio – Vulnera Sanentur.

O sangue retornava lentamente ao corpo de Malfoy, trazendo-o cor ao seu rosto naturalmente pálido.

– Vulnera Sanentur – disse mais uma vez.

Corine sentiu-se levada e entrar. Suspirou fundo e encarou o garoto que jazia deitado sem forças no chão. Possuía uma respiração lenta e pesada enquanto a vida retornava ao seu corpo.

– Por favor – suplicou ela baixo – Por favor, não o deixe morrer.

– Ele não vai morrer – respondeu Snape – Chame alguém, tenho de levá-lo para a enfermaria com alguma desculpa. Não diga nada a ninguém. Só traga quem quer que seja até aqui.

Corine correu em direção as escadas à procura de alguém. Mais tarde, Draco Malfoy estava em segurança na enfermaria e ela em eu dormitório, ainda aflita e confusa.


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