The Guardian escrita por poseydn


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hello, people who ignores me!!!
Ok, de qualquer forma eu possivelmente não tenha tempo para atualizar essa coisinha linda aqui por um bml tempo então eu vou postar logo o capitulo 4 que por um acaso é muito pequeno e desprezivelmente irritante até para mim.
Eu realmente espero que vocês gostem, beijinhos e até quando eu tiver tempo para atualizar novamente.



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– A senhorita teve sorte, Dona Laurel. - Joey, o médico da família comentou enquanto terminava de fazer um curativo sobre os 27 pontos que eu tive que levar no meu braço direito.

– Ai. - reclamei quando ele apertou um pouco as ataduras em volta do meu braço.

– Lembre-se do que eu lhe disse, evite expor esses pontos, peça ajuda a Gaia, Anael ou até mesmo seu namorado, para trocar os curativos. Na hora de tomar banho, evite o contato com produtos altamente agressivos aos ferimentos e, se tudo ocorrer bem, eu virei novamente aqui em 1 semana, para retirar os pontos, ok?

E então, fechou a sua maleta com os seus equipamentos dentro e se virou para minha mãe que observava tudo da porta.

– Obrigada por vir, Joey. - ela disse cordialmente, apertando as mãos do nosso médico. - Deixe-me acompanhá-lo até a porta.

E os dois se retiraram do quarto, deixando-me sozinha com Anthony que parecia absorto em seus pensamentos.

Ele estava assim desde que eu acordei já em casa. Ele havia ficado comigo o tempo inteiro, desde o momento em que a minha mãe surtou por causa do meu pequeno corte no braço até quando eu comecei a chorar, me recusando a tomar uma injeção de anestesia no meu machucado para poder levar os pontos.

Mas agora, bem, agora. Ele estava completamente absorto, como se somente o seu corpo estivesse ali no meu quarto e o seu pensamento em outro lugar.

Ele estava sentado na poltrona que ficava no extremo sul do cômodo. Como ele não havia saído de perto de mim, ainda estava vestindo a camiseta de algodão branca cheia de sangue e os seus jeans surrados, só faltando o seu casaco preto que havia servido para estancar o sangue do meu machucado. O seu aspecto era cansado e um tanto arredio, que me fazia recuar toda vez que eu abria a boca para dizer alguma coisa.

Eu sabia que de alguma forma, ele achava que não falar comigo era a melhor coisa a se fazer. Porque, supostamente, eu deveria ter medo dele agora. Não que eu não estivesse com medo, não. É só que, eu não tinha medo dele em exato, tinha medo de que por eu saber o que ele havia feito, ele tivesse que, sei lá, ir embora.

Como ele mesmo havia dito mais cedo, quando eu lhe mostrei o meu lugarzinho preferido na escola, eu estou presa à ele e isso devia ser algo bom, será algo bom se ele não for. Será algo bom se ele voltar a falar comigo.

– Eu não devia saber sobre você, não é mesmo? - eu questionei em voz alta enquanto me ajeitava na cama.

Anthony me lançou um olhar suplicante e então disse :

– Eu não posso lhe contar nada agora, baby. - ele se pôs de pé e deu um passo na minha direção. - Eu gostaria de poder lhe contar agora, mas eu não posso.

– Você teria que me matar se contasse? - perguntei com um nó na garganta.

Anthony apenas abriu um sorriso tristonho.

– Só não é o tempo certo, ainda.

Eu concordei com a cabeça e passei a encarar a sua camiseta. Agora com ele de pé, parecia ainda mais ensanguentada e grudenta, imaginei por um segundo o quão nojento seria ainda estar com aquela minha camisa - que também havia ficado ensanguentada - e o meu estômago simplesmente ficou embrulhado.

– Não ê tão ruim quando parece. - Anthony comentou sorrindo para mim.

– Seria um pouco menos estranho se eu não soubesse que esse sangue é meu. - eu murmurei franzindo o cenho. - Tire essa camiseta.

– Com muito prazer, mon petit.– ele me obedeceu, esbanjando um sorriso mais que malicioso.

O abdômen dele estava meio avermelhado devido ao contato com o meu sangue e a pele de Anthony parecia mais contrastada por sua palidez excessiva. Era algo, como posso dizer, interessante de se ver e presenciar, ali ao vivo.

– Quer que eu tire o resto também? - o cachinhos perguntou, debochando de como eu fiquei encarando o peitoral/abdômen dele.

– Não será necessário, mon cher. - respondi.

Eu já estava até me acostumando com as conversas um tanto completamente maliciosas que eu tinha com Anthony, era até divertido.

Eu fui até ele e peguei aquela blusa ensanguentada, jogando-a na lixeira que ficava ao lado da minha mesa de estudos.

Um mau hábito meu se fez muito útil naquele momento. Quando eu era pequena, eu costumava raptar algumas camisetas do meu pai para eu dormir e, digamos que Gerard não é gordo, nem nada disso. Mas também não é de se surpreender, afinal ele só tem 36 anos.

Adentrei no meu closet, indo direto para a Ala Leste, que era onde ficavam os pijamas e camisetas sequestradas. Havia pelo menos duas estantes cheias das minhas blusas dobradas e engomadas em cada um dos cubículos divisores, isso graças a Gaia que fazia questão de renovar o meu estoque de roupas a cada dois meses, os mantendo sempre arrumadinhos para que facilitasse minha vida na hora de procurar algo para vestir.

– Posso saber o motivo de você ter camisetas masculinas no seu closet? - Anthony me questionou, se prostrando bem atrás de mim.

– Não era para você ter visto isso. - eu admiti, girando sobre os calcanhares para poder encará-lo.

Ele apenas sorriu para mim e disse :

– Infelizmente, eu não tenho o poder de voltar segundos da minha vida. - e então piscou para mim. - Agora me diga logo o motivo, porque eu estou começando a achar que vou ter que competir com algum outro cara, por você. - Anthony disse em um tom brincalhão.

Franzi o cenho e neguei com a cabeça.

– É só um péssimo hábito meu. Nada de garotos ou de namorados inexistentes, só eu e minha péssima, porém confortável mania de dormir com isso - eu apontei para as blusas atrás de mim. - ao invés disso. - apontei para os pijamas que eu deveria usar, mas não uso.

Anthony tocou o próprio peito e arfou, aliviado.

– Anthony Richards : 1 , Namorado Inexistente da Laurel : 0 .

Dito isso eu não tive como conter o riso.

– Vem logo escolher essa camiseta. - e eu o puxei caminhando para perto da última estante. - Pode escolher.

– Estou começando a achar que está querendo me prender cada vez mais a você, baby. - ele comentou em um meio sorriso, apenas esticando o braço e pegando uma blusa de botão, azul.

– Considere isso com uma forma muito, muito pequena de agradecer por ter me salvado na biblioteca.

Anthony sorriu e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

– Existem formas melhores de se agradecer ao seu namorado. - ele citou a palavra tentando imitar o sotaque forte de Joey.

E eu devo ter feito uma careta muito engraçada, porque Anthony soltou uma gargalhada divertida.

– Me desculpe por Joey. - eu me desculpei, mas Anthony me interrompeu dizendo.

– Eu gostei. - o cachinhos admitiu jogando a camisa por cima do ombro.

– Hã, desculpe, o que disse? - eu titubeei, encarando aqueles olhos incrivelmente verdes.

Anthony sorriu, deixando amostra sua covinha na bochecha esquerda e acariciou a pele do meu rosto.

– Você teve um longo dia, meu amor. Acho melhor ir dormir. - ele declamou calmamente, me puxando de volta para o quarto pela mão.

– Eu não quero ir para aula amanhã. - reclamei me sentando na cama.

– E você não vai, meu amor. – Anael disse docemente, adentrando o cômodo. – Anthony, querido. Eu agradeço por ter salvo minha filha, mas agora eu acho que ela necessita somente de um bom descanso.

Ele então pôs a blusa que eu havia lhe dado e sorriu.

– Espero que sonhe comigo, baby. – o cachinhos disse sem o mínimo pudor e se inclinou na minha direção, depositando um beijo na minha testa.

Anthony se virou em direção à minha mãe –– que encarava toda aquela pequena demonstração de afeto, abismada –– e sorriu, terminando de abotoar a blusa.

– Boa noite, Sra. Redmerski. – ele a saldou, fazendo uma pequena reverência.

– Boa noite, Anthony. – balbuciou.

E como já era de se esperar, assim que Anthony saiu do meu quarto, minha mãe começou a dar um pequeno surto, fingindo-se de desacreditada.

– Me recuso a acreditar que está namorando e não me contou! É inaceitável, eu sou sua mãe, deveria ao menos saber que estava apaixonada por um garotinho da sua classe e principalmente, sendo ele um bom garoto da sua classe. – ela exclamou vindo em minha direção e se jogando de costas na minha cama.

– Mãe, nós somos só bons amigos. – eu declarei calmamente, me deitando ao seu lado e encarando os adesivos fluorescentes em forma de estrelas que eu e minha mãe havíamos colado no teto do meu quarto quando eu era mais nova.

– Eu disse a mesma coisa para a minha mãe quando ela descobriu que eu andava saindo com Gerard. – ela suspirou e botou um sorriso bobo no rosto. – Eu sinto tanta falta de Praga, nós devíamos fazer uma viagem para lá esse natal. – ela propôs virando a cabeça para o lado e me encarando esperançosa.

– Seria bem legal. – eu consenti. – Mãe, como eram os seus pais? – questionei no alto da minha curiosidade.

Anael voltou a olhar para os meus adesivos fluorescentes e suspirou tristemente.

– Meu pai era dono de um restaurante e minha mãe ajudava na cozinha. Pelo que me lembro foi nesse restaurante, na época em que o meu avô era vivo, que eles se conheceram. Ela era loira e tinha os olhos cinzentos como os seus, já o meu pai tinha os cabelos como os meus e os seus, negros. Os olhos dele também eram negros e como já deve ter percebido eu sou basicamente a versão dele feminina.

– Você sentiu falta deles quando fugiu de Praga com Gerard? – indaguei lentamente e ela simplesmente assentiu. – Se arrepende de ter fugido com ele?

– Por mais que eu não tenha por Gerard a mesma afeição que tinha antigamente, a única coisa que ela fez em toda nossa história juntos foi me presentear com você e a minha pequena Luna, Laurie. – ela admitiu sorrindo. – Eu só lhe peço uma coisa, Laurel.

Eu assenti, permitindo-a continuar.

– Tenha calma com esse rapaz, sei que ele já é bastante querido para você, mas não se precipite. Você ainda tem uma vida pela frente e, acredite em mim, existe uma diferença gigantesca entre a paixão e o amor.

Eu franzi o cenho e ela afagou os meus cabelos.

– Não pense muito nisso agora, apenas durma que você terá um longo dia amanhã. – ela me aconselhou se levantando e esticando os seus braços na minha direção.

Eu segurei as suas mãos e me levantei, envolvendo-a em um abraço logo em seguida.

– Eu te amo, mãe.

– Eu também te amo, pequena.

E então ela se desfez do meu abraço e afagou os meus cabelos novamente, sorrindo docemente ao sair do meu quarto.

Eu encarei por uns segundos o espelho gigantesco que cobria uma parede inteira do meu quarto e fiz careta para meu próprio reflexo, resolvendo ignorá-lo e seguir o conselho de Anthony e de Anael e ir dormir.

[...]

– Acorda, querida. – a voz sussurrada de Anael me chamou pela “manhã”.

Lentamente eu fui abrindo os olhos, dando de cara com o quarto em penumbra, o único foco de luz que entrava no cômodo provinha dos adesivos fluorescentes no teto e das portas abertas da minha varanda.

– Você disse que eu não iria para a escola. – reclamei, puxando os meus cobertores para cobrir o meu rosto.

Eu pude ouvir então a gargalhada rouca de um certo alguém ecoar pelo quarto.

– Você costuma fazer birra para levantar assim todos os dias, baby? – Anthony perguntou e eu senti o colchão da minha cama de casal afundar com o seu peso.

Abri os olhos e dei de cara com Anthony deitado ao meu lado na cama, apoiado pelo cotovelo enquanto sorria abertamente. Ele esticou o seu braço direito e acariciou a minha bochecha. Passando seus dedos gelados desde a maça do meu rosto até a parte descoberta do meu ombro.

Estremeci com a frieza da sua pele em contato com uma parte sensível da minha, o pescoço.

– Quero que venha comigo para um lugar. – ele admitiu, me encarando com aqueles hipnotizantes olhos verdes. – Preciso lhe mostrar algo importante. – Anthony sorria, mas seus olhos deixavam claro sua preocupação.

Eu franzi o cenho e então minha mãe irrompeu o silêncio, dizendo :

– Se arrume, querida. – me pediu se sentando bem à beirada da cama. – Anthony tem algo a lhe dizer. – completou, olhando para o cachinhos de maneira não reprovadora, mas sim preocupada.

– O que houve? – questionei me sentando na cama e passando meu olhar de Anthony à Anael e à Anthony novamente. Eles se entreolharam e então negaram com a cabeça.

– Apenas se arrume, baby. – dessa vez foi Anthony que pediu e os dois se retiraram do meu quarto.

Isso era estranho demais, eu sabia que deveria, nesse momento, estar surtando e provavelmente estar dopada para tentar evitar por um tempo o fato de que eu havia sido atacada por uma garotinha de 12 anos em uma biblioteca, a noite. Devia ter tido ao menos um pouco de consideração comigo mesma –– e com a minha família –– e me afastado de Anthony no exato momento em que eu o vi segurando aquele punhal ensanguentado e aquela garota se desfazendo ao pó, literalmente. Deveria ter um pingo de senso de autopreservação e me afastar do garoto que matou uma menina de 12 anos, por mais que ele tivesse feito isso para salvar a minha vida. Isso de forma alguma anulava o fato dele tê-la matado.

Deveria lembrar dos olhos negros dele quando ele se virou para mim, deveria lembrar da força sobrenatural com que aquela menina demoníaca me lançou em direção àquela estante na biblioteca, deveria pensar que se ele tinha matado uma garota não se sentiria culpado em fazê-lo com outro alguém. Mas era aí que toda essa minha lista de coisas que eu deveria fazer caía por terra.

Pelo simples e verídico fato de eu não sentir nem uma pontinha de medo dele, de não querer me afastar dele ou de simplesmente não conseguir. Era como se eu simplesmente estivesse seguindo algo que me era exposto casualmente e subitamente adorado.

Eu não conseguia sentir medo do que ele poderia fazer. Temia pela minha família, mas esse medo era tão facilmente abafado pela sensação de confiança que ele me passava, que eu cheguei a pensar que Anthony era algum tipo de demônio manipulador. O que de certa forma fazia sentido, já que não é todo mundo que em um pequeno momento de stress ou quando é colocado à prova, que simplesmente tem o poder de fazer os olhos mudarem de cor.

Enfim, era basicamente isso. E o meu status de garota psicologicamente problemática que tem um senso de autopreservação com uma quedinha para o suicídio, subia mais um nível. Sabe aquela bela frase que dizem quando uma pessoa é muito bonita, ah é! Parece que ele estacionou na fila da beleza! , ao menos era isso que eu ouvia Bethany comentar diariamente quando Danny era o meu parceiro, o ano passado. Mas no meu caso, bem, seria algo como. Parece que ela estacionou na fila da burrice e pulou a fila do bom senso!

– A cabeça de alguém está fumaçando. – eu ouvi uma voz rouca cantarolar.

Anthony, obviamente.

– Você não é normal , não é mesmo? – eu perguntei o fitando pelo reflexo no espelho.

Ele franziu o cenho e se encostou na parede ao lado a porta do meu quarto.

– Quero dizer, não é humano, ou algo que esteja classificado nos padrões de normalidade.

Ele apenas me encarou por alguns segundos e negou.

Eu ia começar a metralha-lo com as perguntas, mas ele simplesmente abaixou a cabeça e suspirou pesarosamente, dizendo :

– Era isso que eu queria lhe dizer.

– Então você realmente não é... – eu não consegui terminar.

Não, eu não sou humano, Laurel. , a voz dele se fez soar nítida nos meus pensamentos.

Beleza, eu estou achando que eu vou desmaiar. Ele tem quem estar brincando, eu não estava falando à sério.

– Apenas se arrume, Laurel. – ele me pediu abrindo a porta do meu quarto. – E eu prometo que te conto tudo, mas você tem que ser rápida, temos que chegar a minha casa antes que todos acordem. – e então ele saiu novamente do cômodo.

Eu apenas assenti.

[...]

O céu estava acinzentado e passava rapidamente pelo vidro do carro de Anthony. O cachinhos dirigia a toda velocidade, o que me fazia cravar as minhas unhas no estofamento do carro dele - mesmo estando com o cinto de segurança - toda vez que nós fazíamos uma curva mais perigosa.

Nós havíamos saído da cidade, pelo que eu vi numa placa na beira da estrada, à pelo menos uns 2 quilômetros atrás. Ela dizia algo como Você está deixando Seaford , mas eu não pude ver muito bem por causa da velocidade com que Anthony dirigia.

Ele não havia dito uma palavra sequer desde que saímos da minha casa e isso já estava começando a me irritar, mas quem disse que eu tinha coragem de falar? Não, eu não tinha.

Observei o verde que cercava toda aquela estrada por mais alguns segundos até que vi que um pouco mais a frente vinha uma curva.

Uma vez mais, cravei as unhas no estofamento e fechei os olhos esperando pela náusea que viria por conta da curva. Acredite em mim, não existe coisa mais terrível que a náusea que eu sinto toda vez que faço uma curva. É simplesmente horrível.

– Do que você tem medo? - eu o ouvi questionar logo sentindo o toque gelado dos seus dedos envolvendo o meu pulso por um segundo e o soltando logo em seguida.

Foi só então que me permiti abrir os olhos e encará-lo, coisa que havia me obrigado a não fazer assim que entrei no seu carro.

– Desse carro capotar e eu acabar com o meu corpinho morto na beira da estrada.

Eu, realmente, estava falando sério. Mas tudo que Anthony fez com relação à isso, foi soltar uma gargalhada amargurada.

Fixei meu olhar na expressão dele por um segundo. Anthony estava tenso, seus braços rígidos e as mãos apertando o volante com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos. A linha do seu maxilar estava apertada e ele parecia –– assim como eu à poucos segundos –– não querer que seus olhos encontrassem os meus.

– Você não sente medo de mim, Laurel? – perguntou ainda sem me olhar.

Então era isso, era isso que ele queria. Sinto lhe dizer pequeno gafanhoto, não conseguiu. Meus punhos simplesmente se fecharam e eu tive vontade de soca-lo. Mesmo que isso pusesse a minha vida em risco, porque ele, eu duvido que sofresse um único arranhãozinho.

– Não, eu não tenho medo de você. – admiti, enjoada com outra curva que eu não percebi que estava próxima até o segundo em que Anthony fez os pneus cantarem em uma curva fechada. – Mas estou começando a ficar irritada com a sua bipolaridade.

Ele engoliu em seco e eu prossegui.

– Estou começando a enjoar dessa historia. Se tem algo para me contar, conte logo! Não fique dando voltas no assunto, fale! – eu simplesmente comecei a gritar.

Meu rosto estava queimando e provavelmente muito vermelho, coisa que acontecia toda vez que eu ficava irritada ou exaltada por algum motivo. É algo de família, minha mãe fica assim quando está irritada.

Anthony só me olhou de soslaio e disse :

– Você não entenderia.

– Eu não entenderia!? Eu não entenderia!? – a gargalhada mais assustadora que eu já ouvi saiu sem mais nem menos da minha garganta. – Anthony, pense comigo. – eu pedi, respirando fundo para tentar me acalmar. – Quantas garotas você acha que acreditariam em você, se você do nada resolvesse dizer que não era humano ou se, por acaso, elas tivessem visto o que você fez com aquela garota na biblioteca? Pensando positivo, outra garota teria se afastado de você. Agora pensando negativo, ela teria te denunciado e faria da sua vida um inferno. Você realmente acha que eu não entenderia? Isso é estranho demais, chega a ser demoníaco e mesmo assim eu estou aqui, indo para Sabe-Deus-Aonde, com você. – eu disse rápido demais, voltando a ficar vermelhar, mas sem gritar.

– Então por que você ainda continua aqui com o ser demoníaco? – acredite em mim, eu fiquei mais magoada que ele quando ele se autodenominou um ser demoníaco.

– Porque eu esqueci a porcaria do meu bom senso no útero da minha mãe. – certo, eu falei sem pensar.

E parece que não foi somente eu que percebi a minha falta de atenção, Anthony simplesmente começou a rir e disse :

– No útero? É serio, Laurel? – eu tive que me segurar para não rir, então eu escondi a meu rosto entre as mãos.

– Cale a boca, Anthony! Eu estou com raiva de você então, por favor, não me faça rir. – murmurei ainda escondendo o rosto.

Depois de alguns segundos de silêncio eu voltei ao meu posto de observação na janela. Tudo que cercava a estrada que tomamos era verde, só com uma única diferença, agora chovia. Comecei a observar tudo ali, as gotinhas de chuva caindo e as árvores balançando por causa do vento.

Você fica ainda mais linda quando está pensativa. , ouvi o comentário nítido nos meus pensamentos. Quando me virei lentamente para Anthony, ele estava sorrindo, mas continuava olhando somente para frente.

– Hâ, eu devo ficar preocupada com o fato de você invadir a minha mente? – perguntei com calma, torcendo para que ele respondesse um alto e sonoro, não.

– Só se estiver pensando besteiras comigo. – o cachinhos brincou, abrindo o maior de seus sorrisos.

Acessos de bipolaridade? Sim, com toda certeza.

– Você pensa besteiras comigo, baby? – ele perguntou me olhando por alguns segundos e arqueando as sobrancelhas.

Um grunhido que estava preso na minha garganta, saiu rouco de uma forma que nunca tinha se visto antes.

– Cale a boca, Anthony! – rosnei e ele só se permitiu gargalhar.

– Chegamos. – cantarolou enquanto puxava o freio de mão.

Observei ao meu redor e... Não tinha nada ali. Podia perceber que ele havia saído da estrada principal e entrado em uma estrada de terra que ficava meio escondida se você passasse rápido demais. Se antes eu achava que só tinha mato ao nosso redor, agora...

– Vem. – Anthony me chamou, abrindo a porta do meu lado do carro já do lado de fora.

E eu nem sequer percebi que ele tinha saído do carro.

– Para onde nós vamos? – questionei, saindo de dentro do carro.

– Você vai ver.

Ainda chovia quando ele estacionou ali então automaticamente quando eu saí do carro, os pingos gelado de chuva começaram a me acertar sem dó nem piedade.

– Joey disse que eu deveria manter isso seco. – eu lhe lembrei casualmente enquanto puxava as mangas do casaco mais para baixo, abraçando a mim mesma com a mão esquerda sobre o local do machucado no meu braço direito.

Ele estava indo em direção ao porta-malas de seu Duster preto, rodava a chave do carro no indicado e caminhava calmamente como se nada o preocupasse. Eu não ia ficar na chuva então caminhei rapidamente até uma árvore que estava bem perto do carro, me apoiando nela e verificando se o que estava dentro da minha mochila não tinha molhado.

– Sorte sua que sou um homem precavido. – ele sussurrou bem próximo ao meu ouvido, colocando algo sobre os meus ombros e puxando-o para cobrir também a minha cabeça.

Considere isso como um presente. , me informou à sua forma.

– Obrigado. – eu sussurrei de volta e ele sorriu.

Não foram nem 5 minutos adentrando no meio daquela “vegetação de beira de estrada” e nós chegamos a uma área mais aberta, sem tantas árvores. Era uma terra desigual, inúmeras vezes eu escorreguei em umas folhas mortas e líquen que grudava nas pedras e deixava aquilo ali mais escorregadio. Horrível era a palavra que melhor descrevia a experiência de escorregar em líquen e cair de costas na terra molhada e ver um Anthony imbecil morrendo de rir da minha cara.

– Agora sim, chegamos. – o cachinhos disse, parando em cima de uma pedra.

Acho que à uns 3 metros a nossa frente estavam portões de ferro enegrecidos e muros extremamente altos, também negros, que cercavam toda uma construção monstruosa. Era uma espécie de mansão tão grande que chegava a ser considerado uma espécie de palácio esquecido pela historia. Eu definitivamente fiquei boquiaberta vendo tudo aquilo.

A casa/mansão era em um tom de marrom escuro com os detalhes de portas e janelas em preto. Algumas das janelas que estavam abertas exibiam as cortinas brancas balançando com o vento e às vezes me deixavam ver até um pouco da luz extremamente pálida do lado de dentro dela. Era incrivelmente linda, assustadora por ser localizada no meio do nada, porém linda.

– Bem vinda a minha casa. – Anthony disse alegremente ao ver o meu deslumbre.

– É linda. – foi tudo que consegui dizer antes dele segurar o meu pulso e começar a percorrer os 3 metros que nos separam da casa, me arrastando.

[...]

Anthony desacelerou o passo assim que ultrapassamos os muros que cercavam sua casa e então me soltou, parando em frente a porta de madeira negra e polida. Sua mão logo tomou as chaves de casa e abriu a porta, ele gesticulou para que eu entrasse e assim o fiz.

Por dentro, a casa era tão linda e majestosa quanto por fora. Como já era previsto a iluminação pálida deixava o cômodo –– que era, por dentro, inteiramente claro –– com um ar superior que eu conhecia muito bem.

Aquela mobília em tons de bege me lembrava a casa dos meus avós que ficava em Brighton. O vento frio que a pouco nos envolvia, havia sido enxotado pelo calor aconchegante da casa.

– Onde nós estamos? – perguntei me virando para Anthony que se mantinha perto da porta enquanto passava a mão nos próprios cabelos para seca-lo um pouco.

– Na parte isolada do norte de Brighton. – disse calmamente, retirando o próprio casaco que ao contrario do que ele havia dado a mim estava molhado.

Bingo! , pensei. Meus avós antigamente moravam em Londres, mas logo que Gerard trouxe minha mãe para cá em razão da gravidez dela, eles meio que deixaram a capital para testar seu único filho e ver como ele se sairia se tivesse que se virar para cuidas da empresa da família sem a ajuda dos pais. Minha mãe me disse que ele não sabia onde os meus avós estavam e começou a entrar em desespero porque começaram a surgir problemas em todas as filiais. Felizmente, na época, ainda existia minha mãe e meu pai juntos, então ela ajudou ele. De qualquer forma, desde que eu nasci eu venho para cá quando quero pensar.

– Laurel? - Anthony me chamou.

– Sim.

– Eu prometi que iria contar tudo, não prometi? - ele indagou se aproximando de mim e retirando o casaco.

Eu assenti.

– Eu não posso, contar. - o cachinhos admitiu, segurando o meu rosto entre as mãos.

Eu segurei os pulsos dele com certa firmeza e franzi o cenho.

– Calma. Eu não posso te contar, porque você não acreditaria se não visse a minha realidade. - Anthony explicou se soltando das minhas mão e me puxando ainda mais para perto de si.

Eu estava à centímetros dele. Seus olhos estavam muitos próximos aos meus, as suas pupilas dilatadas e havia manchas negras nos seus olhos, como aquelas de quando ele me salvou na biblioteca. Eu estava ciente de que a qualquer momento os olhos dele poderiam ficar negros, estava ciente de que ele poderia ter se contido bastante ontem, na biblioteca. Estava ciente de que ele podia não ser exatamente como eu o vi ontem e estava mais do que ciente de que era perigoso quando sob a sua forma "demoníaca". Mas estar ciente de algo não necessariamente quer dizer que eu vá ter algum senso de sobriedade e me afastar dele.

E esse era um dos motivos que me fazia subir mais um nível da minha posição de garota psicologicamente problemática com senso de autopreservação com uma quedinha para o suicídio.

A mão direita de Anthony soltou o meu rosto, descendo lentamente enquanto acariciava minhas bochechas parando seus dedos gélidos no meu pescoço. Seus olhos se fecharam fortemente e os seus lábios se espremeram em uma fina linha, a tensão em seus ombros se prolongavam até suas mãos. Mas o seu toque permanecia suave e macio sobre o meu rosto.

– Como você consegue manter sua pulsação tão estável sabendo que sou algo inumano? Como consegue ficar tão calma? – questionou, frenético.

Ele se aproximou ainda mais, encostando sua testa na minha e soltando um suspiro derrotado.

– Você não vai me machucar, ou à minha família, já o teria feito quando teve a chance. - declarei em um sussurro, encarando seu cenho franzido tão perto de mim.

– Não é um argumento muito válido.

– Infelizmente é o que eu tenho agora, então, conforme-se.

Anthony sorriu tristemente ao me ver fazer birra e então se afastou um pouco, segurando o meu pulso direito.

– Venha, baby. Tenho que te mostrar uma coisa. – e me puxou para outro local da casa.

Anthony caminhava a passos largos, sendo seguido por mim. Nós estávamos em um corredor que se localizava logo depois da sala de estar. Não havia porta alguma ali, as paredes era pintadas de um tom de salmão bem clarinho puxado para o creme. Bem no final do corredor nós fizemos uma curva para a esquerda e lá Anthony teve de abrir uma porta de madeira negra e talhada com algumas inscrições estranhas.

– Que lugar é esse? – indaguei boquiaberta assim que adentrei no cômodo.

A iluminação era pálida como em todos os outros cantos da casa, mas ao contrário do pouco que eu vi, tudo ali dentro obedecia o padrão da escuridão. A mobília inteira do cômodo era negra ou em tons de cinza escuro. Havia uma cama bem esquisita no extremo norte do quarto, uma mesa de estudos localizada à uns 2 metros da porta, só que na mesma parede. As paredes eram em um tom de bege escuro e havia quadros e mais quadros pendurados nas mesmas. O que me surpreendeu foi um instrumento clássico que pendia imóvel em um suporte de madeira, um violoncelo elegantíssimo se pusera a mostra no cômodo.

– É o meu quarto. – o cachinhos murmurou me fazendo girar sobre os calcanhares para observá-lo. – Sente-se, Laurel.

Ele apontou para uma poltrona de couro que eu não havia notado. Eu me sentei e Anthony se virou de costas para mim, encarando um antigo quadro.

– Você sabe quem é esse garoto? – questionou virando sua cabeça na minha direção.

Havia mais manhas negras em seus olhos, mas agora não somente pela sua íris e sim por todo o seu globo ocular. Era como se ela tivesse uma pequena hemorragia ocular e a parte branca do globo ficasse envolta em sangue, só que nesse caso era envolto pela escuridão.

Forcei-me a desviar de seu olhar, encarando o garoto na tela pintada a óleo. Os cachos eram os mesmos, os olhos, a boca, a linha marcada de seu maxilar, a curva de seus ombros e braços torneados, tudo. Era basicamente a imagem dele pintada naquela tela, a imagem de Anthony naquela tela. A única diferença entre o Anthony que eu conheci na minha escola e o que estava na tela eram as suas vestes.

O Anthony da tela se vestia como um dos “homens de posse” da época da colonização das Américas, seus cabelos continuavam com os cachos de sempre, os olhos verdes tão incríveis quanto e a pele pálida como sempre, imaculada.

Meu queixo simplesmente caiu.

– Esse é o meu verdadeiro eu. – Anthony murmurou amargamente, me fazendo voltar a fita-lo.

Não haviam mais manchas em seus olhos, porque a escuridão havia tornado tudo, desde as suas pupilas até na última do seu globo ocular em uma completa negritude.

Arfei com a cena.

Entretanto não era apenas isso que estava diferente. Havia uma cicatriz grossa que rasgava a sua bochecha esquerda. Anthony agora segurava a barra de sua camisa verde de mangas, se preparando para retira-la. E assim que o fez, inúmeras cicatrizes como a que estava em seu rosto inundaram minha visão. Havia dezenas e mais dezenas delas, que se amontoavam uma em cima das outras em seu peitoral e abdômen, umas maiores que as outras e mais largas também.

E então ele retirou os próprios jeans, ficando apenas de boxers e dando-me visão das várias outras cicatrizes que cobriam as suas coxas, canelas, tornozelos e até as costas de seus pés. Eu simplesmente não consegui suportar, as lágrimas vieram tão rápido que em menos de segundos já corriam soltas no meu rosto. Eu não conseguia nem imaginar como ele havia arrumado todas aquelas cicatrizes ou que ser tão malditamente sem escrúpulos havia feito aquilo nele. Era tão...

– Como... Como conseguiu todas essas cicatrizes? – eu perguntei soluçando.

Anthony encarou seu próprio corpo e depois me fitou com os seus olhos obscuros.

– Eu mesmo fiz isso. – declarou de forma leviana.

E mais uma vez as lágrimas tomaram o controle, embaçando a minha visão.

– Agora, você tem medo de mim? – ele indagou, dando dois longos passos na minha direção e se agachando na minha frente.

Encarei intrigada os seus olhos, a parte branca do seu globo ocular não estava mais negra, tudo que restava de escuridão se compelia, agora, a sua íris. Por mais que ele quisesse mostrar para mim o quão horrível ele poderia ser, tudo que eu via era que ele havia salvo minha vida ontem à noite em vez de ajudar a acabar comigo. Não era eu que sentia medo dele e sim ele que tinha medo de si mesmo.

– Não.

Alguns minutos encarando a versão dele com os olhos negros e um pensamento não muito puro passou pala minha cabeça. Anthony era um garoto lindo, sim, ele era lindo. Mas... Os olhos verdes faziam ele parecer um bebê e não o homem que acabou de insinuar que viveu na época da colonização das Américas. Já os olhos negros deixavam ele parecendo um pouco mais velho e, falando de um jeito mais bruto, mais gostoso.

– Por que não se assusta com a minha aparência? Quer dizer, olha para mim! - ele se levantou rapidamente e abriu os braços dando uma volta para mostrar-se completamente à mim. - Qualquer garota que que tivesse pelo menos um pingo de autopreservação sairia de perto de mim.

Foi a minha vez de menosprezar o que ele dizia.

– Eu jádisse, esqueci o meu senso de autopreservação e bom senso no útero de Anael. - declarei dando de ombros.

Anthony soltou uma gargalhada rouca, mas antes que pudesse me dizer algo uma voz feminina e assustadora me fez tremer.

– Que lindinho, a minha monstrinho predileta estáapaixonadinha pelo meu garotinho morto predileto. Ai que amorzinho!

Eu jásabia quem era, mas ainda assim precisei me virar para encará-la. Era a garotinha da biblioteca, entretanto, agora ele não tinha mais a aparência infantil de quando a vi na noite passada.

Os seus cabelos ruivos caíam sobre seus ombros em várias camadas de cachos rebeldes, a sua pele pálida havia deixado de lado o aspecto doentio, seus olhosolhos continuavam negros e, bom, agora ela aparentava ter a minha idade.

Era impossível, eu a vi morrer. A vi se desfazer ao pó, vi o punhal e... - Eu disse que não era para vocêaparecer aqui, Bianca. - ele gritou exasperado, se pondo entre mim e a tal de Bianca.

Eu não pude evitar, tinha que ver a cara dela quando souber da verdade. - ela se explicou enquanto adentrava ainda mais o quarto e se jogava de costas na cama dele.

A essa hora eu jáhiperventilava e as minhas unhas estavam cravadas no couro negro da poltrona.

– Ela... Estáviva. - eu balbuciei. - Como?

Anthony simplesmente se virou de costas para mim e passou a mão no cabelo, aparentemente incomodado. Bianca apenas gargalhou secamente e disse :

– Posso lhe contar um segredinho, Laurie? - ela perguntou se sentando na cama e cruzando as pernas. - Eu sou imortal. - sussurrou para mim.

– Vocêélouca! - eu gritei me levantando rapidamente da poltrona. - Completamente louca!

– Veja como fala comigo, pequena aberração. - Bianca cantarolou, também se levantando.

– Eu sou a aberração!? Vocêapareceu para mim na forma de uma garotinha demoníaca e vocêfez isso, - eu declarei, afastando o meu casaco e a blusa para mostrar os curativos para ela. - me jogando em uma estante que estava àmais de 7 metros longe de nós. Vocêfoi acertada por ele com um punhal esquisito e se reduziu às cinzas. Vocêque simplesmente apareceu aqui na forma de uma garota da minha idade e évocêque estáse declarando imortal. Realmente acha que eu sou a aberração? - as corriam livremente pelo meu rosto.

O maxilar dela se contraiu e ela ameaçou se jogar na minha direção. Felizmente, ou infelizmente, Anthony a segurou.

– Laurel, por favor, não a provoque. - ele suplicou, prendendo-a de costas contra o seu peito. - Não terei como protegê-la enquanto ela não jurar fidelidade.

– Me proteger? Acha que me trazendo para o ninho ds cobras vai me proteger? - questionei indignada.

Poxa, eu havia acabado de praticamente esfregar na cara dele que confiava nele e simplesmente descubro que ele havia me trazido para ela. Isso se não estivesse aqui para ajudá-la a acabar com o que começara.

– Sei que édifícil de acreditar, mas vocêprecisa.

Então as lágrimas que hápouco eu continha, corriam soltas pelo meu rosto.

Eu neguei com a cabeça.

– Não. - eu disse, soluçando. - Eu não preciso e não vou.

Foi o que eu disse antes de correr para longe de tudo aquilo. Deixando para trás as gargalhadas maldosas de Bianca e os gritos de Anthony, me pedindo para voltar.

Em vão.


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