Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 53
Capítulo 53


Notas iniciais do capítulo

Primeira coisa: mil desculpas por não ter postado, eu realmente estou muito sem tempo. Quem estuda comigo sabe como é, muita prova, muita tarefa, muita coisa!
Quero agradecer a Sonhadora e Kau Clair por terem favoritado ♥♥♥
Boa leitura :)



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Fico parada por uns três segundos na porta sem saber como reagir a isso. Vou andando pra trás sem conseguir falar nada. Um carro poderia me atropelar agora e acho que eu nem notaria.
–Você está bem? – pergunta a enfermeira. Esbarrei na mulher.
Encaro-a sem falar nada, sem conseguir abrir a boca. Ela me olha como se me perguntasse o que aconteceu e eu só dou de costas e saio andando.
Sinto meu coração bater de um jeito bem estranho e meu estômago começa a revirar. Sinto que meu rosto pesa, mas eu pisco freneticamente. Não vou me permitir chorar por uma coisa dessas. Não vou mesmo deixar isso acontecer. Em hipótese alguma.
Só fico me perguntando uma coisa: por que a Ashley? Ok, ele não é nada meu. Nada mesmo. Ele nunca disse o que sentia por mim, nós não namoramos nem nada, mas por algum motivo eu me sinto... Qual a palavra certa? Traída? Acho que não pode ser isso, já que não temos nada. Mas mesmo assim.
Solto uma risada irônica. Tinha que ser. Homem é tudo igual mesmo! Sério que eu achei que ele ter sido galinha era um fato que tinha mudado? Pelo jeito ele continua a mesma pessoa. Sinto um aperto no coração ao lembrar de hoje mais cedo, quando ele me deu um selinho e eu me senti no mundo encantado dos unicórnios. E agora ele está lá, beijando outra, outra que ele gostava...
Passo as mãos fortemente em baixo dos olhos, já que meus olhos estão se enchendo de água e o que eu mais queria agora eram meus óculos, até hoje não comprei um pra mim.
Isso, pensar em outras coisas vai me ajudar.
Mas tudo que eu tento pensar volta no Thomas. Ultimamente só penso nele, no cheiro dele, no abraço dele, no beijo dele. Tudo leva a ele.
Dou um tapa na minha testa me xingando. Como que eu pude me permitir gostar de alguém de novo? Eu devia ter continuado bloqueando meus sentimentos, porque se tem uma coisa que eu aprendi é que gostar de alguém só faz você se ferrar. Por que eu pensei que com o Thomas ia ser diferente?
Entro no primeiro banheiro que encontro e me olho no espelho. Tento sorrir, mas não vai. Simplesmente não consigo e decido não ficar tentando, só fico me encarando mesmo, pensando no nada.
Ouço a porta de uma cabine se abrir e vejo pelo espelho a rata loira. Reviro os olhos. Sempre tem jeito de uma situação piorar.
Ela fica do meu lado e cruza os braços.
–Que cara é essa? Viu um fantasma?
–Não é da sua conta. – falo e ligo a torneira, lavando as mãos.
–Viu a ruivinha que era dona do coração do Tommy? – finjo que nem escutei. -Parece que o divertimento dele com você acabou.
Respiro fundo e continuo me olhando.
–Quer dizer, você não achou que ele estava mesmo gostando de você, né? Óbvio que ele só te usou como distração.
Perco minha paciência e olho com raiva pra ela, com os braços cruzados.
–Não faço ideia do que você tá falando.
Ela ri com deboche.
–Querida, eu via o jeito que ele te tratava. Todo carinhoso, abraços pra cá e pra lá. Sei até que ele já te beijou. – eu ia falar, mas ela me corta. –E nem vem falar que não beijou, porque você mesma concordou que o beijo dele é bom. – diz ela e revira os olhos. –Sabe, Lydia, parece que você caiu que nem um patinho no papo dele.
Sinto meu sangue subir.
–Eu não cai com nada, Amanda.
–Ah, não imagina! Tá tão na cara que você gosta dele. Eu tenho pena de você.
Solto uma risada.
–Pena de mim? Eu que tenho pena de você! Você é uma iludida, fica correndo atrás dele que nem um cachorro. Se toca!
A rata nem se abala.
–Pelo menos eu não fui a enganada, né fofa.
Respira, Lydia. Não se precipite. Você não precisa passar a vida na cadeia por matar essa vaca na sua frente.
–Não sei qual o seu problema, mas eu não fui enganada e não tenho que te provar nada.
–Aceita que dói menos. – ela ri. –Olha pra Ashley. Ruiva, olhos verdes. Ela é perfeita, parece uma atriz americana. – então ela olha do meu pé até minha cabeça com uma cara de reprovação. –Agora olha pra você. Mais uma brasileira comum, sem sal, não tem nada de diferente. – ela encolhe os ombros. –Quem você acha que ele prefere? Acha mesmo que ele esqueceu aquela garota?
Por mais que eu tenha vontade de voar no pescoço da Amanda, ela tem razão. Por que ele preferiria eu àquela outra? A Ashley além de ser bonita, parece ser fácil. Por que ele vai querer ficar comigo se pode ter ela?
Mas não mesmo que vou deixar a Amanda saber que eu estou mal.
–Você acha que eu me importo se ele gosta dela? Eu quero que ele se exploda! – minha voz aumenta de tom. –Você acha que eu to ligando? Eu to pouco me lixando pra ela, muito menos pra ele! Que se casem se quiserem. Não me importo!
–Tá exaltada assim por que então? – provoca ela. –Nunca te vi assim. É assim que você fica ao descobrir que seu namorico com ele não significou absolutamente nada pra ele e que vai acabar por aí?
Dou um tapa na pia, estressada.
–Cala a boca!
–Ah, Lydia, tão ingênua. Olha pro Thomas, olha pra você querida! – ela ri sem parar. –Tão tolinha!
–Cala. A. Boca. – falo com uma raiva contida, tentando controlar minha respiração. Tentando contar até dez, tentando...
–Você acha que seu beijo significou algo pra ele? Ele deve ter feito piadinha com a sua cara falando com os amigos que pegou a novata.
Vou pra cima dela, mas não finco unha nem nada. Só chego mais perto e ela nem recua.
–Que foi? Vai me bater agora?
–Você é ridícula! – grito sem conseguir me conter. –Você é podre, Amanda! Acha que seus comentários vão me afetar? Sinto-lhe informar, mas não vão! – eu juro que eu poderia jogar ela na frente de um trem agora mesmo. –E se quer tanto falar do Thomas, se quer tanto falar que fui enganada, deixa eu mandar a real pra você. Ele não tá nem aí pra você e se tem alguém aqui que seria usada, essa seria você!
O rosto dela fica vermelho de raiva.
–Vai ver se to na esquina!
Abro um sorrisinho irônico e vou me afastando dela, em direção da porta.
–Eu não preciso, sei que você tá lá toda noite. – dou mais um sorriso falso e saio do banheiro.
Não é nem de medo dessa louca, porque se ela tentasse me bater eu não responderia pelos meus atos. Só saí porque só de ver ela me dar enjoo e eu preciso de ar puro.
Não acredito que briguei por causa daquele idiota! Não quero ver o Thomas nem pintado de ouro.
Eu só queria saber onde que ta o Peter e a Katherin. Eu preciso falar com alguém, podia até ser com o professor de matemática de tão crítica que tá a situação. Mas por outro lado eu não quero falar com ninguém. Quero ficar quieta na minha, quero ir pra casa, me enrolar nas cobertas e comprar uma caixa de chocolate. Quero ver um filme triste e chorar.
Solto um suspiro. Eu só quero sair daqui, ir pra algum lugar bem longe daqui e nunca mais ver o Thomas.
Esbarro em alguém e paro.
–Desculpa. – falo pra Millie.
Ela olha pra mim e dá de ombros.
–Beleza, eu estava distraída. – ela fala e olha pra mim parecendo preocupada. –Você tá bem?
Odeio quando perguntam isso e eu não estou bem. Pela milésima vez, luto pra não chorar e forço um sorriso.
–Sim, só to pensando numas coisas.
E aí eu lembro do meu pai. Ele já deve estar chegando. Droga, não to nada afim de sair hoje com ele e com a Claire.
–Certo... – diz a Millie sem parecer acreditar muito. –Bom, eu tava procurando você.
Franzo a testa.
–Por que?
–Entrega de medalhas. – diz ela como se fosse óbvio. –A treinadora disse que deu alguma coisa na piscina e que você disse que vai embora.
–Ah é...
Nem lembrava que falei com a treinadora depois que eu vi aqueles dois se beijando. Parece que tudo que aconteceu não aconteceu.
–Ela pediu pra você passar na quadra rapidinho, aí todos da corrida já ganham suas medalhas.
Só assinto e vago pra quadra, meio que me arrastando. Chego lá e ouço o pessoal da minha escola gritar vivas já que ganhei e forço um sorriso pra ser educada mesmo, porque na realidade eu não estou com a menor vontade.
Nem presto atenção nas palavras da coordenadora, só sei que estou recebendo a medalha de ouro e parabéns da coordenadora. Só quero sair daqui o mais rápido possível. Tem uma salva de palmas e aperto as mãos das outras garotas, mesmo daquela uma que tentou me dar uma rasteira.
Tento rir ao lembrar disso, mas não consigo e me contento em não falar absolutamente nada.
A treinadora se vira pra mim.
–Sinto muito pelos meninos da outra escola, fiquei sabendo.
–Não é culpa de ninguém, só deles. – falo, porque é a verdade.
–Eu sei, mas é que me sinto na obrigação. – diz ela e abre um sorriso. –Parabéns mais uma vez!
–Obrigada. – falo e me viro pra ir embora, mas ela me chama.
–Você está bem?
Nossa, tanta gente me perguntou isso em menos de meia hora.
–Sim.
–Parece meio abatida.
–Deve ser a corrida, fiquei muito nervosa. – falo sem querer dar mais uma mentira. –Eu tenho que ir. – nem deixo ela responder e saio meio desesperada.
Passo pelo pátio e vejo a Ashley saindo do corredor. Ah, mas isso eu não deixo barato. Não mesmo.
Vou correndo na cantina e compro o chiclete mais barato que tem. Compro cinco e mastigo três.
Vejo a Ashley entrando na quadra meio rebolando e vou por trás dela. Tiro um chiclete e faço uma bolinha, indo mais perto dela.
Jogo a primeira e para minha felicidade, ele gruda no cabelo dela. Abro um sorriso de vingança e me aproximo mais, jogando os dois outro chicletes. Ela coloca a mão no cabelo, parecendo sentir algo, mas continua andando.
Pego os outros dois e faço a mesma coisa, dessa vez vou pra bem perto dela e grudo mesmo, sem nem me importar que ela vai perceber.
A ruiva vira pra mim com a testa franzida.
–O que você tava fazendo?
Abro um sorriso cínico.
–Seu cabelo parecia bom, resolvi ver se era mesmo.
Ela sorri.
–É, é muito bom mesmo.
Ugh.
Chega um menino, deve ser da escola dela e sorri.
–Oi.
Ashley sorri pra ele.
–Oi. – diz ela colocando a mão no ombro dele.
Ele tira a mão dela e coça a nuca, parecendo incomodado com ela.
–Eu tava falando com a menina do lado. – diz ele olhando pra mim.
A Ashley fica vermelha, acho que de vergonha de ele ter tratado-a dessa maneira e só por isso já ganhei meu dia.
–Oi.
–Fiquei sabendo dos meninos da piscina, achei maior mancada. – fala ele e encolhe os ombros, como se pedisse desculpas. –Eram da minha escola, então desculpa.
Ah, tinha que ser da escola dessa coisa ruiva.
–É, eles foram bem idiotas. – falo dando de ombros. –Mas agora já era.
Ele assente e olha pra Ashley com um olhar engraçado. Me forço a ficar séria.
–O que foi? – pergunta ela e leva a mão nos cabelos. –Tem alguma coisa errada com...?
Mas ela para de falar e percebo que os dedos dela encostaram nos chicletes. Não consigo mais me conter e começo a gargalhar.
–O que é isso!? – grita ela apavorada.
–Chiclete. – fala o menino também rindo.
–Arranca! – grita ela. –Tira isso de mim! – parece que ela está num incêndio pedindo pra sair do prédio em chamas.
Um monte de gente olha pro escândalo dela e a maioria ri.
O garoto, coitado, parece assustadíssimo com o show de gritos dela.
–Me ajuda logo, seu imbecil!
Ele fica sério e se afasta dela.
Ashley olha pra ele como se ele fosse louco.
–Tá maluco?
–Não sou obrigado a te ajudar, ainda mais porque eu não quero. Bem feito, to cansada dos
seus dramas, desse seu ar de superior.
Nossa, esse tá exaltado. Só não bato palmas, porque to muito ocupada saindo de perto dela antes que ela comece a espernear pra eu ajudar a tirar os chicletes. Por mim pode ficar colado pro resto da vida dela.
Vou até a secretaria e fico peço pra moça abrir o portão. Vejo a mãe do Thomas chegando na hora que saio pelo portão e volto a me sentir mal.
–Lydia, você sabe como tá o Thomas? – pergunta ela preocupada.
–Oi, não sei. Faz tempo que o vi. – falo e engulo em seco. Quem dera eu não tivesse passado na enfermaria de novo.
Vejo o carro do meu pai se aproximar e quase suspiro em alívio. Eu adoro a mãe do Thomas, mas depois de ver ele beijando outra, não to nada afim de falar com a mãe do infeliz.
–Eu tenho que ir.
Ela assente.
–Tudo bem. – diz a mãe dele e sorri. –Você podia dar uma passadinha em casa pra ver o Thomas de tarde. Garanto que ele ficaria feliz.
Não, obrigada.
Só forço um sorrisinho e vou até o carro do meu pai, abrindo a porta.
Ele me olha preocupado.
–Filha, tá tudo bem? Eles fizeram alguma coisa com você? – ele parece me analisa de cima a baixo e segura meu braço. –Se eles encostaram um dedo em você eu juro que eu dou uma surra nesses moleques!
–Calma pai. – falo e seguro a mão dele. –Eu estou bem, juro. Foram só uns babacas.
Demora um pouco, mas ele se acalma.
O olhar dele cai na medalha e ele sorri.
–De ouro! Parabéns, filha!
–Obrigada... – falo olhando pro chão, sem conseguir tirar aquela cena horrível do Thomas e da Ashley a minha cabeça.
Meu pai franze a testa.
–Você parece abatida. É por causa dos garotos? – pergunta ele se exaltando de novo.
Nego com a cabeça.
–Não é nada não. – tento mudar de assunto antes que ele continue. –A Claire fica onde quando ela não está com você?
–Ela dorme até mais tarde, então nós andamos um pouco pela cidade quando ela acorda. Ela quer conhecer o Rio de Janeiro.
Sorrio.
–Lembra aquela vez que fomos eu, você e a mamãe?
Fico meio surpresa comigo mesma. Não lembro a última vez que eu disse “mamãe”.
Ele faz que sim com a cabeça.
–Lembro, você era bem pequena. Tem memória boa.
–Boa até demais. – murmuro.
–O que disse? – pergunta ele sem entender.
–Nada.
Eu desejava não ter uma memória tão boa, assim não teria que ficar passando o Thomas beijando a ruiva milhões de vezes na minha cabeça.
Meu coração parece pesado demais. Quebrado demais. Definitivamente, eu não recomendo alguém começar a gostar de uma pessoa, a maioria dos casos só dá errado.
Vou pro hotel que meu pai e a Claire estão hospedados e nós subimos. O edifício é bem bonito, não tinha reparado.
Vejo umas balinhas de café na recepção. Adoro essas balas. Pego uma, mas o gosto nem afeta. Parece ruim, parece amargo, parece tudo, menos a querida balinha de café.
Jogo fora no primeiro lixo que encontro e entro no elevador com o meu pai sem dizer uma palavra. Chego no andar deles e meu pai abre a porta.
–Ici c'est magnifique! – ouço a Claire falar e ela olha pra nós. –Au revoir, Luca! – e desliga.
Olha, não entendo francês, mas acho que “magnifique” significa “bonito”, então ela deve estar falando do Brasil. Agora quem é Luca eu não faço ideia.
–Bom dia. – diz ela.
–Falando com seu irmão? – meu pai deixa as chaves em cima da mesa.
Franzo a testa. Irmão? Não fazia ideia que ela tinha irmão.
–Sim, saudades dele. – diz ela e suspira, então olha pra mim. –Como vai?
Acho engraçado o português dela, às vezes ela fala umas coisas formais.
–Bem e você?
–Ótima. – diz ela. –Tenho que dar as suas pulseiras, eu esqueci aquele dia.
Ela pega meu pulso e vai me puxando, enquanto eu dou risada pelo jeito dela.
O quarto da garota está simplesmente uma bagunça, tá tudo espalhado. Está parecendo o meu quarto quando me mudei pra essa cidade.
Ela vai até uma gaveta e começa a vasculhar alguma coisa, até que acha um pacotinho e tira-o de lá, estendendo pra mim.
–Espero que goste delas.
Abro o pacotinho cinza e vejo as pulseiras. Uma de cada jeito. Uma com pedrinhas, outra lisa. Todas coloridas. Sorrio pra Claire.
–São lindas, obrigada.
–De nada. – ela parece se lembrar de alguma coisa e vai até a mala dela. –Seu pai disse de um tal de baile, aí compramos um vestido.
Oi? Isso é sério? Compraram um vestido pro meu baile lá na cidadezinha francesa deles? Nossa, isso é que é boa ação. Hoje em dia não se ganha roupa de graça.
–Deve estar em algum lugar. – diz ela enquanto vai tirando as peças de cima.
Olho pra cama dela e vejo umas fotos espalhadas. Pego uma delas e vejo a Claire e um garoto ruivo do lado dela. Não é por nada não, mas esse garoto é bem bonito.
–Ele é lindo, não é? – ri ela e sinto meu rosto esquentar por ela me ver observando a foto desse jeito.
Deixo-a na cama e sorrio.
–É sim.
–É o meu irmão, o Luca. Já falei de você pra ele, acho que vocês se dariam bem.
Rio e ela vem até mim com um pano preto, aqueles que ficam sobre vestidos.
–Abre.
A Claire parece bem empolgada e dou risada com a animação dela.
–A sua mãe que passou as medidas, me virei pra achar. Espero que sirva.
Abro o zíper e quando tiro o vestido quase caio pra trás. É um dos vestidos mais bonitos que já vi. Sem exageros.
Ele é roxo claro, mas em cima tem vários brilhinhos azuis. Embaixo é mais escuro e aí vai ficando claro. É melhor do que qualquer vestido que eu poderia imaginar.
–Caramba, Claire. – é o que eu falo.
Vou até o espelho dela e coloco sobre mim. Ela vem ao meu lado.
–Vai ficar ótimo em você.
Dou um abraço nela de agradecimento.
–Muito obrigada!
Ela sorri.
–E quem é o seu par?
Ah, droga. Tava tudo tão maravilhoso. Meu sorriso se fecha um pouco.
–Um garoto aí.
A Claire só assente e se joga na cama dela.
–Quer ver umas fotos? Tem várias do Luca. – ela faz aquela carinha do emoction de lua do Whats App.
Ficamos um bom tempo vendo as fotos e o meu pai bate na porta.
–Desculpa atrapalhar vocês, mas é hora do almoço. – fala ele.
Nós duas nos levantamos e eu sinto meu estômago roncar. A Claire termina de se arrumar e nós saímos do hotel, rumo à churrascaria.
Quando eu chego lá, sinto meu celular vibrar. Uma mensagem. Nos sentamos e eu pego o celular.
Engulo em seco e meu coração dispara.
Tom: Quer vir hoje em casa estudar matemática?
–Vão querer que bebidas? – pergunta o garçom.
Bloqueio o celular sem nem ao menos responder.
Não preciso de bebida nenhuma, não quero comer nada. Adeus fome.
–Pode ser uma água. – respondo.
A Claire e meu pai fazem os pedidos. Peço um strogonoff, mesmo não estando com a menor vontade de comer.
Tento manter uma conversa com os dois, mas não consigo muito. Só assinto com o que eles falam, mal prestando atenção.
Chega o meu prato e como um pedaço da carne, um pouco de arroz. Olho pro lado. Olho pro teto. Suspiro e dou outra garfada. Metade da minha refeição se vai assim.
–Vou ao toalete. – diz a Claire e se levanta.
Largo os talheres e me encosto na cadeira, tomando um copo de água.
–Filha, o que aconteceu pra você estar desse jeito? – pergunta meu pai.
–Não é nada, pai.
Ele nega com a cabeça.
–Nem vem com isso, dá pra ver que você está triste. Deixa eu te ajudar.
Abro um sorrisinho amarelo.
–Não acho que tenha como ajudar.
–Se eu souber o motivo, talvez eu consiga.
Não mesmo que vou falar do Thomas com o meu pai.
–Tá tudo ótimo, só não estou com fome.
Essa carne tá tão bonita, fico até com dó.
Penso na mensagem do Thomas e me xingo por estar desse jeito. Não vou ficar assim por causa de um menino. Pego o garfo e volto a comer, não sou trouxa de jogar essa comida fora. E além do mais, já fiz bastante papel de trouxa mesmo, não quero fazer mais um.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Esse é o vestido do baile http://assets.wornon.tv/uploads/2013/02/maggies-sequin-ombre-prom-dress.jpg :3