Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Hoje terei vários agradecimentos antes do capítulo, vamos lá. Quero dizer que estou feliz com as leitoras novas, sejam bem vindas! Quero agradecer a Georgia Sarugaki, Vytoria Soares, Marycarashi, Fanática e Firebreather por terem favoritado a história! Também quero agradecer a minha amiga Nanda, tem uma coisa que eu coloquei nesse capítulo que ela me disse um dia e eu achei legal colocar. Obrigada, Nanda!
Minha amiga está escrevendo uma fic, leiam ela é muito boa http://fanfiction.com.br/historia/538994/This_Is_How_We_Do/ !
Boa leitura :)



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Chego em casa depois de terminar as tarefas que tinha que fazer e ter estudado. É, foi produtivo o dia de hoje. Tirando a parte que eu encontrei a Amanda. Com ela tudo é perda de tempo.
Jogo a bolsa em cima da escrivaninha e me sento na cama. Ligo a televisão e como acontece quase sempre todas às vezes, não tá passando nada legal. Mereço isso não.
Pego o meu computador e ligo-o. Entro no facebook e vou passando na timeline quando vejo uma foto do Thomas, uma garota do lado dele e o irmão do lado dela. Bufo. Galinha do caramba, nem em São Paulo sossega.
Sinto que meu coração acelera e saio do facebook. Decido mandar uma mensagem no whats app perguntando se o pai dele tá melhor.
Eu: Oi, como o seu pai tá?
Ele não entra desde as duas horas, já são cinco e meia. Quando der ele responde.
Vejo minhas séries e no meio de um episódio, eu começo a dormir. Acordo com o som do meu celular tocando.
Abro os olhos sonolenta e estico a mão pra pegar o celular, só que eu não acho e ele continua tocando. Sinto a ponta dele e vou puxar, mas ele cai no chão. Ótimo.
Bufo e me estico pra fora da cama, pegando o bendito telefone que não para de tocar. Volto pra cama e deito.
–Alô? – falo sem nem ao menos ver quem tá ligando. Que diferença faz?
Oi, Lydia.
Me sento na mesma hora. É o Thomas.
–Sempre atrapalhando meu sono. – falo e bocejo. Meu coração tá acelerado mais uma vez, que raiva disso.
Ele ri.
Desculpa demorar pra responder, tava no shopping.
Você no shopping e eu ralando na escola, injustiça isso. – falo. –Mas por que ligou? Podia ter mandado mensagem.
Ele fica quieto e eu pego o celular pra ver se caiu a chamada. Mas não, ela ainda tá ligada. Vejo que são sete horas.
–Thomas, tá aí?
Ah, oi... Desculpa. – dou de ombros. –Eu te liguei porque... Deixa pra lá.
Solto uma risada.
–Fala, coisa. Já atrapalhou meu sono mesmo.
Thomas dá uma risadinha.
Agora eu sou “coisa”?
Coloco uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha e sorrio.
–É. Pode escolher, pode ser “coisa”, “idiota”, “babaca”, “vaga lume”.
Vaga lume? – quase posso ver ele levantando uma sobrancelha.
–É, porque dá vontade de te guardar num potinho.
Depois me chama de idiota, mas quer me guardar num potinho, pra me ter só pra você. – ele ri e eu fico vermelha. Não foi isso que eu quis dizer.
–Calma, eu não terminei. Dá vontade de te guardar num potinho e atear fogo. Daí você morre queimado. Tcharaaam!
Thomas começa a rir e eu rio junto.
Isso foi mais a sua cara. – diz ele parando de rir aos poucos. –Bom, já que quer saber porque te liguei, hum, vou falar. – ele respira fundo. –Eu queria ouvir sua voz.
Começo a tossir e meu rosto esquenta.
–Você tá bem?
Ahn, estou. – falo e tusso mais uma vez. –Thomas, você é muito doido. Olha as coisas que você fala.
Já te disse antes que só falo verdades.
Fico quieta.
–E como tá o seu pai? – falo tentando desesperadamente mudar de assunto. Tática que a Kriss me ensinou, se você tá sem graça ou sem ter o que falar, mude o assunto. Simples e eficaz.
Ele tá bem melhor. – diz Thomas. –Lydia, é verdade que você me xingou hoje na aula?
–Não. – falo, mas então me lembro. –Ah, aquilo...
Foi quando o professor chegou na sala e disse que eu beijei o Thomas.
–Escuta...
Não, Lydia. Beleza. – eu sei que não tá nada “beleza” pra ele não. –Na boa, você pode achar o que quiser de mim, mas me xingar pra todo mundo, daí é mancada.
Engulo em seco.
–Thomas, você não entendeu...
Entendi, você fala comigo normal, ok, nem tão normal, porque você é bem grossa as vezes, mas daí vai e me xinga pra turma inteira? Legal, hein?
Ok, ele parece estar chateado e por algum motivo, isso faz eu me sentir mal.
–Olha, você não sabe o que aconteceu. O professor disse que a gente se beijou no corredor da escola, eu não queria que ninguém soubesse, por isso eu disse aquilo. – falo frustrada e meu rosto esquenta. Nós nunca falamos sobre o beijo, agora já era. –E outra coisa, quem te contou isso? Uma vaca loira de olhos azuis?
Ele ri com isso e eu fico mais relaxada. Só agora percebi o quanto fiquei tensa pela possibilidade de ele ficar bravo comigo.
Talvez...
Desculpa, tá? Eu te acho um idiota, já disse pra você, mas não foi minha intenção te insultar naquela hora. Você até que não é tãao insuportável assim, mas ainda é irritante de qualquer maneira. Só pra deixar bem claro. – dou uma risada e ele também ri.
–Thomas, abre a porta! – ouço a voz do Matthew.
Já vou! – diz ele irritado. –Lydia, amanhã a gente se fala, ok?
–Ok.
Você está flertando comigo? – fala ele mudando a voz.
Desembesto a rir.
–Não mesmo. Vai lá.
Thomas, depois você fala com a sua namorada!
O Thomas não xinga o irmão, não desmente o que ele diz. Ele apenas ri e eu tenho vontade de meter um tapa na cara do Matthew.
Tenho que ir, tchau Lydia.
–Tchau. E melhoras pro seu pai.
–Obrigado. – ele vai desligar, mas parece se lembrar de alguma coisa. –A propósito, melhoras pro seu coração também.
Franzo a testa.
–Como assim?
Porque só volto na semana que vem, sei que vai sentir minha falta. – ele diz isso como se fosse a coisa mais natural do mundo e desliga o telefone.
Fico encarando a tela. Qual o problema mental do Thomas? Sentir falta dele? Não mesmo. Solto uma risada. Até parece que vou sentir falta do Thomas.
Esse garoto precisa de um tratamento, e rápido.

Katherin e eu chegamos no teatro bem em cima da hora, como sempre. Só que dessa vez não tem o Thomas.
Começamos a subir a escada e vemos que o professor está um pouco na nossa frente. Nós duas olhamos uma pra outra e corremos escada acima, parando ao lado do professor. Ele nos olha e abre um sorriso.
–Oi, meninas. – cumprimenta ele.
–Oi. – diz Katherin.
O Thomas pediu pra ela avisar o professor que ele não vem.
–O Thomas não vai poder vir hoje, o pai dele sofreu um ataque cardíaco e agora eles estão em São Paulo. – fala ela.
Achei que o professor ia ficar bem estressado, porque não teremos muitos ensaios e é essencial estar em todos, mas ele apenas assente.
–Ele vem na quinta? – pergunta e eu e Katherin fazemos que não, daí ele parece meio irritado. –Vou colocar alguém pra treinar o Peter Pan com você.
Franzo a testa.
–Você vai tirar o Thomas do papel?
–Não. – assegura o professor. –Só que não podemos perder ensaio, por isso, alguém vai fazer o papel dele nos ensaios que ele não tiver.
–Entendi, mas temos atores extras? – pergunta a Katherin.
Entramos no teatro e quem está mais próximo de nós é o Bernardo, que vai fazer o Capitão Gancho. É aquele que ficou se jogando em mim um dia desses. O professor vai até ele.
–Hoje você será Peter Pan. – diz ele simplesmente.
Eu realmente tenho má sorte, na boa. Não é possível. Tenho vontade de matar o tal do Bernardo, ele vai me encher o ensaio todo.
O garoto sorri.
–Claro, mas quem faz no meu lugar?
–Eu faço. – diz o professor dando de ombros. –Não vou atuar, só ler o texto, mas precisamos de alguém pra ensaiar com a nossa Wendy.
Bernardo olha pra mim e dá uma piscadinha. Reviro os olhos e Katherin me dá uma cotovelada, rindo de mim. Nós duas deixamos nossas bolsas nos assentos.
–Sabe quem não vai gostar nada disso? O Thomas.
Faço uma careta.
–Sabe quem não tá gostando disso? Eu! Aquele garoto ali ele me irrita! – reclamo estressada.
Katherin ri.
–Calma, são só dois ensaios.
–To nem aí que são dois ensaios! Não gosto dele!
–Quer dizer que gosta do Thomas? – diz ela com um sorrisinho.
Meu rosto esquenta e eu deixo ela sozinha, indo pro palco. Não demora muito pra peste de olhos azuis se aproximar.
–Quer dizer que hoje sou seu Peter Pan?
–Meu é uma ova, é do espetáculo mesmo. – falo abrindo o texto pra dar uma olhada.
O professor fala pra irmos pros nossos lugares e vamos. O Bernardo só tem que fazer no lugar do Thomas pra poder treinarmos as marcações que temos até agora. Cada cena demora um tempão pra ir ajustando e tudo mais.
O que eu percebo enquanto bato o texto com o Bernardo na cena é que ele sempre se aproxima. Mas não simplesmente se aproximar, ele se aproxima mais do que o necessário.
Quando dá o horário o professor nos libera. Fecho o meu texto e saio andando pra pegar minhas coisas, mas sinto a mão no pulso.
É o Bernardo.
Olho irritada pra ele.
–O que você quer?
Ele sorri.
–Sabe, eu sou muito melhor do que ele como Peter Pan.
Dessa vez eu rio, em deboche.
–Vai sonhando. – e dou um tapa em sua mão, livrando o meu pulso.
O Thomas é muito melhor do que ele. Não que eu tenha ficado comparando ele com o Thomas, porque não tem nem comparação. O Bernardo não chega nem aos pés do Thomas, fala sério!
–Não duvido nada o professor mudar o meu papel. – diz ele parecendo acreditar muito nisso.
–Acho que não, hein.
Bernardo sorri.
–Acho que sim e você vai ter que lidar com isso.
–Nem morta que irei atuar com você!
De repente começo a ficar meio com medo disso. Não quero atuar com Bernardo. Não quero beijar o Bernardo. Também não é como se eu quisesse beijar o Thomas, mas o Bernardo eu não vou mesmo com a cara.
–Aguarde e vai ver que eu to certo. – diz ele. –E ah, a gente vai ter que se beijar.
Me controlo pra não gritar com ele.
–Não mesmo que eu vou te beijar!
–Se eu for o Peter Pan, vai ter sim. E se reclamar, você sai da peça. – ele dá de ombros.
Tenho vontade de matá-lo. Ele sorri e segura o meu rosto.
–O que acha da gente já ir treinando? – pergunta ele.
O Bernardo já vai inclinando o rosto dele na direção do meu e na hora que vai me beijar, dou um tapa bem forte no rosto dele. Ele se afasta assustado e leva a mão na bochecha. Doeu minha mão, vou admitir, mas valeu a pena. A marca da minha mão está em seu rosto.
–Agora vê se me deixa em paz!
A Katherin começa a rir, ela está me esperando.
–Não entendo porque a braveza! – diz ele quase gritando. –Tem namorado?
–Não tenho, mas prefiro beijar uma barata do que beijar você! – falo e deixo ele sozinho no palco.
Pego minhas coisas e eu e Katherin vamos pra fora. Nós duas rimos feito condenadas.
–Lydia, o que foi aquilo?
–Ai eu disse que não ia com a cara dele, agora menos ainda! Acredita que ele disse que o professor vai mudar ele, colocar ele como Peter só porque o Thomas não tá vindo? Nem nos sonhos mais doidos isso aconteceria! – ela ri. –E daí depois veio insinuando que a gente se beijasse. Ah, daí perdi a cabeça! Bati mesmo, devia ter chutado.
Quando chegamos em baixo minha mãe já está nos esperando. Hoje ela vai nos levar pra tomar sorvete, porque sorvete é vida.
–Lydia, como vai o pai do Thomas? – pergunta ela.
–Ele disse que ele está melhor. – falo e lembro que ele disse que ia ligar hoje.
Olho o meu celular achando que ia ter chamada perdida, mas não tem nada. Fico levemente desapontada e então balanço a cabeça. Não tem problema, não é como se eu me importasse.
Nós tomamos o sorvete e deixamos a Katherin na casa dela. Depois vou pra minha e quando chego, desligo o celular e me deito pra dormir.
–Mas já? – pergunta minha mãe. –Ainda nem é tão tarde.
–To com sono. – falo dando de ombros. Na verdade nem sei por que eu quero dormir agora. Geralmente eu gosto de dormir o mais tarde que é possível quando se tem aula.
Minha mãe parece não entender muito bem, mas faz que sim com a cabeça e me dá boa noite.

–Os dias na escola parecem que estão se arrastando cada vez mais. – falo pra Katherin.
Estamos no segundo intervalo na quarta feira.
–Deve ser porque vai ver suas amigas daqui a dois dias. – diz ela. –Daí você está ansiosa.
–Estou mesmo, mas ainda não sei o que comprar pra Jane. – bufo irritada com isso. Difícil essa vida. –Quero dizer, eu sei do que ela gosta, do que não gosta, mas simplesmente não consigo pensar em nada sabe.
Ela vai falar alguma coisa, mas então ouvimos a vice diretora falar pelo auto falante:
Todos os alunos, favor comparecer no pátio, preciso dar um anúncio importante. É sobre nosso campeonato esportivo que ocorrem todos os anos.
Olho pra Katherin com cara de ponto interrogação. Ela se levanta e me puxa até o pátio. Chegamos lá e já está com acho que a maioria dos alunos. Parece que é importante. O diretor está na nossa frente, no seu lado a vice e a coordenadora.
–Bom dia. – diz ele. –Como os alunos antigos sabem, temos competições esportivas com escolas na nossa região que possuem o mesmo método de estudo.
Daí ele explica pros novatos que é uma tradição e tem várias modalidades. Vai acontecer no dia 8 de setembro, daqui duas semanas. Todos podem participar, desde que façam algum esporte. Quem tiver interesse será avaliado pela professora de educação física e ela irá dizer quem será selecionado.
–Não podemos colocar alguém que não saiba jogar direito, nós queremos vencer. – fala o diretor. Tem toda a razão, afinal, quem é o ser humano que quer perder? –Mas devemos lembrá-los que o espírito é da participação, não queremos brigas com as outras escolas. Nenhum conflito.
A coordenadora diz que temos regras a seguir. Não podemos brigar, insultar, trapacear, sabotar e mais um bando de coisa que segundo ela, é antiético e não deve acontecer.
–Vocês devem fazer um hino, mais uma vez, não insultem. Podem jogar a indireta que vocês quiserem, mas não xinguem, ou perderemos pontos. – continua a vice diretora. –Amanhã a escola da nossa cidade vizinha, virá na escola para conhecê-la. Isso irá acontecer até que todas tenham visitado. As escolas ficarão dois dias por aqui, para conhecerem nossa estrutura e também, porque achamos importante se associarem com pessoa de outros lugares além da nossa cidade. – continua ela.
–Então, o aviso está dado. A própria professora irá com quem for selecionado até a secretaria até o dia 6 para preencher a ficha. – finaliza o diretor.
Ele diz que as modalidades serão entregues durante as aulas e os horários pros testes estarão lá também. Por mais que eu ache que nem vou participar, fico animada.
No meio de uma aula o diretor bate na porta, deixa os papéis com o professor de física e ele nos entrega. Pego o meu e começo a ler

Modalidades da Competição:
– Futebol
– Natação
– Corrida
– Basquete
– Vôlei
– Ping pong
– Handbol

Me interesso por corrida, natação e ping pong. Decido que irei fazer o tal teste que será aplicado pela professora de educação física. Tudo bem se eu não passar, mas não custa nada tentar. Anoto os horários e o professor continua explicando a matéria, embora todos estejam falando é sobre a competição entre as escolas.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Mesmo o Thomas estando longe, ainda tem Thodya kkkkk
Com oito comentários continuo :)