Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Essa semana teve provas todos os dias, finalmente isso acabou. Postando hoje porque o fim de semana vai ser corrido, finalmente Lydia e Thomas vão se entender!
Quero agradecer primeiramente a Charlotte, porque ela recomendou minha história. Foi a primeira recomendação é eu fiquei muito feliz, ficou muito linda a recomendação dela! Obrigada Charlotte < 3
Quero agradecer também a Mandys e Kah por terem favoritado a história!
Boa leitura :)



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São três da tarde. Hoje não fiz nada de produtivo, só fiquei vendo Teen Wolf e estou quase acabando tudo que tem até agora. Pego o meu celular e vejo que a Jane e a Kriss criaram um grupo para nós três. Tem trinta mensagens, não tem jeito de eu ler tudo. A preguiça não deixa.
Eu: oooi
Eu: Não vou ler tudo, sorry...
Jane: Eu também não leria, é mt coisa kkkkk
Kriss: Achei melhor criar esse grupo, pq daí vc não precisa falar a mesma coisa duas vezes.
Me ajeito melhor na almofada.
Eu: entendi.
Eu: Alguém resume oq falaram?
Uns dois minutos depois, a Jane responde.
Jane: Baile, comida, provas, meu aniversário.
Kriss: Ah, você e o Thomas.
Faço uma careta, eu nem estava lembrando do enxerido nem do incidente da piscina, nem que ele estava agindo como um idiota.
Eu: Ai nem me fale desse menino. Quinta feira ele passou a me ignorar, sendo que eu não fiz nada pra ele!
Só de lembrar já sinto raiva.
Kriss: Nossa, Lyd. O que aconteceu?
Jane: É, não é possível que ele tenha parado de falar do nada.
Eu: Juro que não fiz nada! Eu sempre não fui muito legal com ele, mas é pq eu não sei...
Franzo a testa, o que eu disse não faz o menor sentido.
Jane: Como assim menina? Kkkkkk
Eu: Eu não sei explicar. Tipo, eu fico estressada muito facilmente com ele.
Kriss: Ah sim, você é grossa com ele.
Eu: Grossa não!
Então balanço a cabeça.
Eu: Ok, eu sou grossa com ele, pronto. Mas mesmo assim, eu não fiz nada pra ele. Eu até acompanhei ele até a enfermaria na quarta, pq ele tava passando mal.
Kriss: Owwwwwwwwwwwwwn ♥ ♥ ♥
Reviro os olhos.
Eu: Nem comecem, já tenho a Katherin pra me encher.
Jane: Olha, Lyd, não sei oq aconteceu, mas espero que vocês se acertem.
Kriss: é, vai ver foi só um mal entendido. Como foi a última vez que se falaram?
Solto uma risada sem emoção.
Eu: Fui na piscina do prédio e um cachorro entrou lá.
Jane: Nossa, você chamando o Thomas de cachorro? A coisa tá feia mesmo.
Começo a gargalhar.
Eu: Não, Jane kkkkkkkkk A coisa tá feia, mas não chamei ele de cachorro. Entrou um cachorro na piscina, um filhote de cachorro. Daí eu salvei o pobre coitado de um afogamento.
Eu: E o cachorro era do Thomas, então ele apareceu atrás e daí quando viu que era eu, fechou a cara.
E disse um “Eu...” mas isso não tem sentido contar, porque não significou nada.
Kriss: Só tem uma solução.
Jane: Eu também acho que só tem uma solução: vai falar com o menino!
Praticamente no mesmo segundo, a Kriss mandou uma mensagem.
Kriss: Vai falar com o Thomas!
Eu: Eu não, vai parecer que eu me importo com ele, credo!
Jane: Mas você se importa, amiga aishahisahuahsauhs
Não, eu não me importo com ele. Não mesmo. É só o Thomas, o enxerido que eu conheci não faz nem duas semanas direito.
Eu: Vamos trocar de assunto, fazendo o favor.
Kriss: Ah, Lydia!!!
Eu: Sério, troquem de assunto.

Eu: Ei, Jane. Quando vai ser sua festa de aniversário?
Jane: Achei que nunca ia perguntar kkkkk
Jane: Então, eu decidi tudo hoje.
Jane: Vai ser dia 29 de agosto, vou chamar você, a Kriss, o povo da minha família e umas pessoas da escola e é só.

Eu: Vou ver com a minha mãe, espero que dê pra eu ir.
Kriss: Lydia Miller, você VAI vir, nem que eu tenha que ir na sua casa e te raptar!
Solto uma risada e ouço uma batida na porta. Minha mãe aparecesse na porta com o telefone na mão.
–Seu pai tá no telefone.
Dou um pulo da cama e vou até ela.
–Oi, pai! – falo como uma criancinha de cinco anos quando ganha bala. –Que bom que você ligou, fiquei com medo de não conseguirmos conversar!
–Oi, querida. Me desculpe não ter ligado antes.
–Não tem o problema, o que importa é que ligou. – falo com sinceridade.
O meu pai me trás conforto. Bom, costumava trazer pelo menos. Agora eu mal falo com ele, mas é bom ouvir sua voz.
Obrigado por ter me ligado, filha. Eu fiquei realmente feliz. – diz ele. –Tenho ótimas notícias para você.
Por favor seja sobre a viagem, por favor seja sobre a viagem, por favor seja sobre a viagem!!!
–Fala!!! – digo sem conseguir conter minha ansiedade.
Dia quatro de setembro eu estarei em solos brasileiros.
Engulo em seco, dou um gritinho de empolgação arrancando uma risada de meu pai e de minha mãe. Sempre imaginei quando a gente se encontrasse de novo, como eu iria me sentir. Como eu estou no momento é dez vezes mais feliz do que eu tinha imaginado.
–Sério? Isso é ótimo, pai!
–Tchau França! – diz ele rindo.–Você deve estar uma moça. Algum namorado?
Sinto o rosto esquentar.
Certo, vamos falar sobre isso quando eu chegar aí.
Não tem nenhum namorado, pai. – falo rindo.
A minha mãe solta um “Sei...”
Quais são as novidades?
–Vou fazer um teatro em setembro, tomara que dê pro senhor ver. Vou ser uma das principais.
Meu pai que me fez gostar de Peter Pan. Ele lia para mim antes de dormir, na verdade, ele e minha mãe liam para mim, cada dia uma parte e eu simplesmente achava fantástico. Eu queria voar com o pó mágico, ser livre como os Meninos Perdidos. Eu simplesmente queria estar dentro da história.
É sobre o que?
–É surpresa. – falo.
Ele solta um resmungo e dou risada.
–Pai, acho melhor eu desligar, se não a ligação vai ficar cara. – falo. –Feliz dia dos pais de novo, eu te amo.
–Eu também te amo, filha. – ele diz. –Manda um abraço pra sua mãe.
–Pode deixar. – e desligo o celular. –Ele mandou um abraço.
–Manda outro a próxima vez que ele ligar. – diz ela. –Pelo visto ele já tem data pro Brasil, devem ter ouvido seu grito lá da esquina. – minha mãe fala e ri. –Quando seu pai vem?
–Quatro de setembro!– falo com um sorriso e então fico séria. –Você tem raiva dele, mãe?
Ela levanta a sobrancelha.
–Raiva? Por que eu teria raiva do seu pai? Nós nos amávamos por muito tempo no casamento, Lydia, mas depois, não era pra ser. Não funcionou e nós dois percebemos que separados era melhor para nós, e até mesmo pra você. – diz ela e respira fundo. –Já falamos sobre isso, eu não tenho nenhum tipo de rancor. Só não gosto dele quase não falar com você.
Faço que sim com a cabeça.
–Mãe, você ainda ama o meu pai? – pergunto.
Ela faz que não com a cabeça.
–Não, filha. O amor já acabou faz tempo. Já até arrumei namorados, você sabe disso.
–É, mas nenhum ficou fixo mesmo.
–Ainda não achei a pessoa certa. – diz ela dando de ombros. –Não tenho pressa em encontrar alguém, eu já tenho você.
Abro um sorriso e minha mãe sai do quarto. Falo das novidades para Jane, Kriss e para a Katherin. Fico no celular até as quatro e meia, então mais uma vez, minha mãe bate na porta e fala que vamos na missa das cinco horas. Faz duas semanas que não vou na igreja.
Minha mãe sai do quarto e tomo um banho. Coloco uma calça jeans, blusa de lã, porque agora esfriou. Lavei o cabelo e então sequei-o. Passo um pouco de perfume, coloco as lentes e pronto. Calço uma sapatilha.
Descemos o elevador, pegamos o carro e saímos.
–A igreja é muito longe? – pergunto.
–Não muito. – diz ela e continua a dirigir.
Clico no grupo.
Kriss: Olha o vácuoooooooo
Jane: Fenomenal, né?
Kriss: Ela deve estar pensando no Thomas.
Jane: Só pode ser.
Minhas bochechas queimam e eu reviro os olhos.
Eu: Pra informação de vocês, meu pai telefonou. Ele vai vir mês que vem me visitar!
Kriss: Isso é ótimo, Lyd!!!
Jane: Uhuuuuuul! Alguma chance de a gente ver ele?
Eu: Não sei.
Então lembro do aniversário da Jane.
–Mãe, a Jane vai fazer uma festinha dia 29 de agosto. Por favor, eu te imploro, deixa eu ir!
–Que dia da semana cai? – pergunta minha mãe simplesmente.
Sério mesmo? Achei que ela ia falar que sem chances, porque é em outra cidade e blá blá blá. Mas não, ela só quer saber que dia da semana caí. Pego o celular e clico no calendário. Abro um sorriso.
–Cai numa sexta feira. Olha que ótimo, vai ser de noite, não vou perder aula.
Ela só faz que sim com a cabeça.
–Posso ir ou não? – pergunto.
Ela vira-se para mim.
–A gente vê depois.
Mas eu acho que ela vai deixar sim. Pelo menos espero. Chegamos na frente da igreja e ela estaciona o carro. Entramos, pegamos um folheto. A maioria dos bancos está ocupado.
–Ali. – aponta minha mãe para um lugar onde tem um espaço razoável. Cabe eu e ela pelo menos.
Vamos até lá e eu entro na “fileira” do banco e me sento sem nem prestar atenção em quem está ao meu lado, mas quando eu finalmente noto, tenho vontade de sair desse banco, sair dessa igreja.
–Oi, Thomas. – fala a minha mãe.
–Oi. – diz ele para ela.
Eu não falo nada para ele, ele não fala nada para mim. Fico desapontada, porque eu realmente achava que ele iria pelo menos me cumprimentar. O que custava ele virar um pouco a direção do olhar?
Ao seu lado está uma mulher de cabelos escuros, ela sorri para eu e minha mãe. Do lado dela está um homem, um pouco gordo, mas nem tanto. Ele tem cabelos pretos e lembra um pouquinho o Thomas. Matthew não está aqui.
Mais uma pessoa chega e vai se infiltrando no banco. Será que esse senhor não percebe que já está atolado de gente? Sou obrigada a me aproximar mais de Thomas e nossos braços se esbarram. Eu só quero sair daqui, não quero ficar perto dele.
Uma hora de tortura se segue já que estou do lado desse ser infeliz, mas finalmente, acaba a missa e eu saio da igreja o mais rápido possível.

Segunda- feira. Escola de novo. Acordo e vou como um zoombie até o banheiro. Tomo meu banho, me arrumo, tomo meu Toddynho e como meu pão na chapa.
A minha mãe, como sempre, me apressa, porque ela precisa ir pro emprego e eu não posso chegar atrasada, é claro. Ela liga o rádio e de repente, vem a voz de um cantor sertanejo que eu não faço a mínima ideia de quem seja.
–Eu vou pegar um tijolo, e neste tijolo vou escrever a palavra saudade, depois vou pegar este tijolo e mandar na sua cara pra você ver como a saudade dói sua bandidona.
Começo a rir como uma condenada. Minha mãe até fica me olhando, provavelmente se perguntando qual o meu probleminha mental. Mas gente, é muito engraçado o que esses caras falaram, sério. Que tipo de pessoa fala “sua bandidona”? E fora que o negócio do tijolo foi hilário.
Chegamos na escola e minha mãe para o carro pra eu descer.
–Boa aula.
–Obrigada. – falo e desço.
Subo as escadinhas para a sala de aula, entro nela e vejo Katherin. Dou um aceno e vou até ela.
–Ué, por que você tá no meu lugar?
Ela parece meio hesitante.
–É que o Thomas pediu.
Reviro os olhos e sinto o sangue subir.
–Mas se você quiser...
Faço sinal com a mão para ela parar.
–Ele não quer falar comigo, eu já percebi. Se ele quer assim, que assim seja. Eu não me importo. – forço um sorriso e sento na sua frente, já que a mochila do Thomas está na mesa atrás da dela.
Ele entra na sala e eu finjo estar muito interessada no esmalte descascado da minha unha. Amy entra, passa a matéria, fala do show de talentos da semana que vem e que seria bom usarmos o show para vender nossos docinhos e tudo mais.

O sinal para ir embora bate. Thomas sai e eu me levanto para sair, então Katherin me chama.
–O Thomas disse pra eu estudar matemática com você, porque ele não qu... não pode – diz ela. –Eu odeio ver vocês dois brigados. – ela fala com sinceridade.
–Ele pediu pra você? – pergunto irritada. –Então é isso mesmo, ele quer me ignorar pro resto da vida dele?
–Lydia, não fica assim.
–Já chega, eu vou falar com ele e é agora!
Saio em disparada da sala. Eu quero ouvir o que ele tem a dizer, eu quero saber por que ele tá me ignorando. Avisto ele no corredor.
–Thomas! – grito, mas ele finge não me escutar. Continua andando normalmente. –Thomas! – de novo, nada de resposta.
Ando com passos acelerados até ele e dou um tapa em seu ombro.
–Eu to falando com você!
–Eu sei. – diz ele sem nem olhar pra mim.
–Por que você tá fazendo isso? – falo estressada.
–Isso o que?
Fico na sua frente, obrigando-o a me olhar.
–Para de me ignorar. – falo.
Ele vira a cara e então seguro seu rosto com as duas mãos e faço ele me olhar nos olhos. No instante que faço isso, me pergunto o por que. Não faço ideia do por que de eu estar assim tão... magoada?
–Por que você tá fazendo isso? – repito.
–O que? – pergunta ele se fazendo de desentendido.
–Por que tá me ignorando, Thomas? – pergunto estressada.
Ele respira fundo.
–Porque eu não quero me machucar. – diz ele.
Por algum motivo sinto o rosto esquentar.
–Não é como se eu fosse te matar. – falo sem entender.
–O que você faz comigo é praticamente isso. – diz Thomas.
Engulo em seco. O que ele quer dizer com isso?
–Thomas, só para de fingir que eu não existo.
–Por que você quer tanto isso? – pergunta ele parecendo realmente interessado na resposta. –Hein, Lydia?
–Porque... – por que Lydia? Por que você está se importando? –Porque eu sinto sua falta. – deixo escapar e sinto as bochechas queimarem.
Thomas abre um sorrisinho.
–Fico feliz em ouvir isso. – diz ele.
Tiro as mãos de seu rosto, totalmente envergonhada. Coloco as mãos no bolso. Por que eu fiz isso? Eu praticamente me humilhei aqui. Tá, talvez eu esteja exagerando ao falar que eu me humilhei, mas qual a definição? Eu nem sei mais o que falar. Eu devia ter deixado ele de lado. Não sou eu afinal que estou sempre reclamando que ele fica no meu pé? Então por que raios eu vim atrás dele?
Então Thomas puxa a minha cintura e me abraça. Fico paralisada, sem saber o que fazer. Hesitante, abraço suas costas.
–Lydia, me desculpa ter me afastado de você. – diz ele. –Mas não era você quem queria isso? Suas atitudes deram a entender que sim.
Dou de ombros.
–Não quero que você brote em todo lugar que eu to. – falo e ele ri. –Não quero que se intrometa tanto, mas também não quero que nem ao menos olhe na minha cara. – faço uma careta ao falar isso. –Você me tratou como um lixo, Thomas.
–Não quis te magoar, você parece não gostar de falar comigo e esse é seu jeito e ele não vai mudar. Desculpe ter te ignorado completamente. – ele desfaz o abraço e ficamos frente a frente. –Eu entendo se não quiser falar comigo. Eu sei até o motivo.
Franzo a testa.
–Qual o motivo então?
Ele abre um sorrisinho.
–Você tem medo de se apaixonar por mim.
Coro violentamente.
–Não mesmo.
–Sim, senhora. – diz ele se divertindo. –Sou irresistível, eu sei.
Reviro os olhos.
–Pense da maneira que quiser. – falo e saio andando.
Ele segura meu pulso e sou obrigada a me virar.
–Eu também senti sua falta nesses dias. – diz ele e me solta.
Alguém precisa fazer um “Dicionário do Thomas” imediatamente, porque tem vez que eu não entendo o que esse garoto quer dizer com as coisas que ele fala. Tipo hoje, na metade da nossa conversa isso aconteceu.
–Então... nos vemos por aí? – pergunto sem saber o que falar. Estou muito sem graça.
–Isso aí. – diz ele e tenta me dar um beijo na bochecha, mas afasto-o.
–Nós fizemos as pazes, isso não significa que eu mudei o meu jeito. – falo.
Ele ri.
–Você veio me procurar, já é um começo.
Eu ia perguntar “como assim?”, mas ele saiu andando.


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Notas finais do capítulo

não pensem mesmo que a Lydia vai facilitar as coisas, minha gente kkkkk o que acharam?



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