POV - Nico

Eu estava observando Davina pelo vão da porta de seu quarto em quanto ela tocava sua flauta de bambu - o motivo? Não sei - quando ela se virou e eu corri para a minha cabine.

Eu pedi que não colocassem a tal luz, não me dou bem com a luz, eu prefiro as sombras, meu quarto é tão simples quanto o chalé. Há alguns quadros na parede da cama. O primeiro quadro me mostra aos meus dez anos e Bianca me abraçando de lado. Lembro-me desse dia. Eu e minha irmã havíamos acabado de chegar ao acampamento. O outro era eu e Hazel. O terceiro e último era eu e os sete semideuses em nossa última missão. Não pude deixar de pensar se voltaríamos vivo dessa.

Ouço uma batida de porta fechando e me viro.

– Entrei - Anuncia uma voz.

– Lira?

– Não, é a gêmea do mal dela que quer te levar para o país das maravilhas em meu unicórnio rosa. – Ela diz sarcástica.

– Caramba, já entendi, mas precisava me assustar assim? – Pergunto.

– Não me importo porque vou ser bem rápida – Lira se senta na minha cama.

– Tudo bem intendi. O que faz aqui?

– Quero falar com você, não é óbvio? – Ela fala irritada. – Olha só você gosta da minha irmã?

– Qual delas? - Me faço de desentendido.

– A única pra qual você olha bocó!

– Não entendi.

– Ah Nico, fala sério né? Tá na cara que você tá apaixonado! - Ela diz sorrindo.

– Não me apaixono por ninguém.

– Ah, por favor, e eu sei bem por quem. – O sorriso dela se transforma em uma cara de raiva.

Lira é realmente assustadora.

– Parece que as pessoas sabem mais da minha vida do que eu. - Falo tentando mudar o assunto.

– Do jeito que você parece ser tapado não duvido. - Ela murmura.

– Não éramos amigos?

– Éramos, até você se apaixonar PELA MINHA IRMÃ! - Ela grita a última parte e eu gelo.

– Não entendi. – Realmente não tinha entendido.

– Deu para ser o Percy agora, Di Ângelo? – Ela fala.

– Você parece estar bem brava...

– Estou! Caramba garoto! Não tá meio óbvio?

– Não. - Sussurro, mas acho que ela ouviu porque bate a mão na própria cara.

– Você gosta de minha irmã! - Ela diz calmamente.

– Qual delas? – Pergunto novamente. Lira tem milhares de irmãs.

– O assunto é o seguinte. Você não parece ser do tipo que gosta de decisões ou afirma um namoro. Davina não é uma garota que possa quebrar o coração. Ela é tão pura que até eu fico pura ao lado dela. Ela não sabe o que é se apaixonar, então eu vou te falar o seguinte, se você gosta dela e não for passar disso cai fora...

– Do que você esta falando? – Interrompo Lira. – Você vai me controlar agora?

– Não só estou protegendo minha irmã como você protegeria Hazel! – Esse argumento calou a minha boca. - Agora continuando. Se você gosta dela e não for passar disso cai fora do terreno, porque se ela se apaixonar por você saiba que tu foi o primeiro. Se o coração dela for quebrado, ela nunca mais será pura e guardará rancor no lugar de amor. Se você gosta dela e quer namora-la demonstre isso. Mas eu aviso uma coisa a você, posso não ser tão poderosa ou habilidosa quanto você, contudo posso quebrar a sua cara se você quebrar o coração de Davina. – Ela respira um pouco. - Talvez possamos voltar a ser amigos se você cumprir essas regras. - Ela me olha

– C-Claro.

– Então ótimo, fique longe dela, ou arrancou seus olhos e os enfio em lugares desagradáveis. - Ela disse friamente.

– Er... Tá – Foi o máximo que consegui dizer.

– Adeus Di Ângelo. E fique esperto. - Ela ri e sai.

Caramba, acabei de levar um puxão de orelha de uma menina! Mas eu não gosto de Davina. Não mesmo.

Pov – Lira

Após sair do quarto de Nico fui ao refeitório e ouvi a pior coisa que eu poderia ouvir...

Eu não acredito que ouvi isso! Ah deuses, hoje eu mato essa garota. Puxo Heitor para longe de Drew e a empurro. Todos no refeitório olham pra mim, mas não me importo. Sento em cima dela e começo a socar a sua cara, todos pareciam perplexos.

– O que disse sua vaca mal comida? Hein? Repete ai?! – puxo o cabelo dela e continuo socando a catinga dela enquanto ela me arranha e grita:

– Tirem essa doida de cima de mim!

–Ah você merece sua maldita! – Digo quando braços fortes me agarram e me tiram de cima dela. Olho pra ver quem é. É Josh. – Me deixa ir. Tento me debater, contudo ele me aperta junto ao seu corpo me impedindo de mexer-me. Então ele sussurra no meu ouvido.

– Não mete essa garota, Lirinha, sei que é tentador, mas agora não.

– Viu o que essa vaca tava tentando fazer? – Pergunto indignada.

– Vi sim, mas calma, respira. – Respirei fundo e agredeci.

– Obriago Josh.

– Por nada.

– Pode me soltar agora.

– Eu to bem aqui. – Ele diz e sorri.

Argos entra no refeitório junto com Quíron.

– O que houve aqui? – Pergunta Quíron olhando pra mim.

– Essa garota ganhou e mereceu essa boa surra. – Digo ainda nos braços de Josh.

– Essa louca pulou em cima de mim e começou a me bater! – Protesta Drew.

– Para a Casa Grande, as duas, agora. – Quíron ordena.

– Se deu mal. – Drew ri.

– Se olha no espelho e só depois vem me falar quem se deu mal.

Ela arregala os olhos e Josh que estava no meu lado segura um riso.

Entramos na sala e Josh se despede. Provavelmente ele esta me esperando atrás da porta, mas tá bom assim.

– O que aconteceu senhorita? – Quíron pergunta olhando pra mim.

– Ela estava confundindo a cabeça de meu irmão e enfeitiçando-o para poder ir junto a missão, e sinceramente não gosto nem um pouco dela. Tudo se juntou e eu não me segurei. Empurrei-a e comecei a bater nessa vaca... Eu teria continuado... Mas meu amigo não deixou. – Respondo.

Drew faz cara de vítima e Quíron fala.

– Bom Drew. Você já havia sido proibida de usar seus poderes para coisas como essas. Lira você não terá punição porque esta embarcando a uma missão importante. Já você Drew, ajudara por duas semanas na limpeza do acampamento junto com as Harpias.

– O que? – Ela grita.

– Eu posso ir, o pessoal já deve estar esperando. – Falo.

– Claro. – Sorrio, me despeço e vou embora.