Turquesa fantasiosa escrita por Dark Write


Capítulo 6
Novo mundo?


Notas iniciais do capítulo

Depois de vê-la, Josh começa a perceber que tudo isso é loucura e que nada é real, mas, para complicar tudo pra ele, coisas novas acontecem, e mais mistérios surgem.



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Corro para ver para onde foi, mas some sombriamente. O céu já não estava tão escuro como antes, e a ventania começou a dar uma trégua. Tudo voltou ao normal quando ela fugiu de mim.

A prova viva da história que estava falando para Ísis tinha ido embora. Não perdi tempo pensando mais. Cansei de persistir de deduzir que essas coisas são reais. É apenas um fruto de minha imaginação porra! Já até me acostumei com as idiotices que pela terceira vez consecutiva prosseguiram. Tenho que ser mais realista e aceitar que estou sofrendo alguns problemas assim como depois que minha mãe morreu, escutava constantemente sua voz na época, e às vezes a sentia e via. Meu pai contratou vários psicólogos que me convenceram de meu problema cerebral, de uns anos pra cá, disseram que a doença havia acabado por conta do amadurecimento de meu subconsciente.

Vou até banheiro me lembrando das histórias que dizia sobre ter visto minha mãe, não me lembro direito desses momentos, só quando fiz sete anos e daí então melhorei desse problema, mas essas histórias foram contadas e repetidas pelos meus irmãos e uma vez comentadas por meu pai. Tomo um belo banho, a água estava morna e não sentia vontade de sair do banheiro muito rápido, estava cansado e notei rochidões em minha perna e em meus braços, provavelmente pelo papel de idiota que eu fiz de pensar que tinha alguém nas rochas. A cozinha estava com o armário pouco aberto. Enquanto me alimento, percebo o quão longe eu fui com esses devaneios loucos.

– Estou ficando maluco. – reflito chateado.

Pensei em ligar pra Ísis, mas acho que ela é orgulhosa demais pra vir me fazer companhia, meu pai deixou um recado falando que iria voltar pro Brasil, típico de alguém que não conversa com o filho há anos.

Um fato consumado, ela parecia muito que era real, mas só que eu não existia pra ela, isso que impossibilitava de eu entender o resultado de tantos sonhos e chamados do além, será que sou maluco - me perguntava novamente - não conseguia entender, preferia pensar que a responsável por isso tudo era minha mente, era mais fácil e eu não desperdiçava meu tempo só pensando.

O celular toca, me fazendo perder a linha de raciocínio.

– Josh? É Ísis, tenho que conversar com você, sobre ontem. – Diz ela com a voz acanhada.

– Ok, fale. – Digo esperando puxões de orelha.

– Não, eu estou indo pra ai! Tchau. – Diz enquanto desliga a chamada.

Já era cinco horas, provavelmente ela iria dormir aqui, então corri pro quarto e arrumei a bagunça que estava. Enxuguei desleixadamente o chão e mudei as cobertas. Coloquei tudo em seu lugar certinho e sai depois de cinco minutos de arrumação. A campainha tocou, a casa dela não ficava nem um pouco longe, sabia que já tinha tocado mais de uma vez, só que estava atordoado lá em cima.

– Já vai! – Digo descendo as escadas.

Abro a porta e espero ela entrar.

– Oi Josh. – Diz Ísis completamente sombria. – Desculpe-me por ontem, você sabe como sou quando meu sangue sobe.

– Aham. – Digo sem mais palavras.

– Iai, o que aconteceu com você? Esta suando e com a respiração acelerada. – Diz Ísis descrevendo meu rosto depois da rápida limpeza no quarto.

– Estava fazendo algumas coisas no quarto, e fiquei assim. – Digo tentando encolher diálogos.

– Vou dormir aqui viu? Vou comer e ir pra cama, estou exausta, não sei porque! – Diz ísis com a voz desgastada.

– Ok. Já vou pra cama, também estou exausto. Boa noite. – Digo correndo para o quarto.

Tenho muitos problemas de insônia, mais nesses três dias meu sono vem carregado, sempre fico exausto com muita facilidade. Minha cama me chamava novamente. Deitei e esperei o dia surgir.

O dia estava lindo, pela primeira vez senti um pouco de normalidade, estava tudo calmo, estava tudo lindo. Acordei bem cedo, sai da cama, tomei um banho e comecei a me arrumar. Desci faminto a procura de Lúcia com seus bolos e sucos.

– Lúcia? – Pergunto morrendo pela fome.

Ao descer percebo que tinha alguém na cozinha, era uma mulher, mas não era Lúcia. Ísis estava colocando seu café, apenas com um blusão semiaberto. Muito gostosa da cabeça aos pés, me deu uma grande vontade de agarrá-la e possui-la, mas esses pensamentos apenas iam e vinham. Estava uma delicia. Comecei a me excitar bastante por aquelas coxas avantajadas e pela metade do ombro que estavam nus colocando um pouco da parte de cima de seus seios aparentes.

– Josh? Acordou cedo hoje. Lúcia não veio hoje, porque eu não sei. – Diz me pegando de surpresa.

Depois que a vi daquele jeito queria mesmo é que ela colocasse meu café todos os dias. Me sentia um adolescente idiota. Ela virou pra mim, e ficou um pouco constrangida com a minha cara de bobo. Subiu e trocou de roupa. Comecei a degustar o resto do bolo do dia anterior e um pouco do suco que sobrou. Ela se aprontou rápido e fomos para a faculdade.

Parecia que o dia estava indo bem, tudo se normalizou. Eu estava contente com isso. Só ficava com pé atrás quando percebia que Ísis fingia estar tudo bem, quando não estava.

Sai da sala no segundo horário para ir ao banheiro que ficava no quarto andar do lado direito de Aranths. Era bem espaçoso e livre da falta de higiene. Os alunos lá prezavam pelo banheiro. Quando tentei voltar, Ísis de uma forma fantasmagórica passou como se estivesse com um gostinho azedo em sua expressão facial, estava mais pra tristeza, confusão. Ela passa a mão pelo meu pescoço me guiando até o pátio inferior da faculdade. Por sorte não fomos pegos pelos poucos coordenadores.

– Fale a verdade Josh, não é por isso que somos amigos? – Diz Ísis com um tom triste em sua voz.

– Ísis, eu.. – Não havia terminado de falar, mas ela me interrompeu. Havia cheiro de que coisas estranhas estavam para acontecer de novo.

– Olha Josh, você esta me escondendo alguma coisa. Ontem mesmo fingiu estar com sono, você nunca dormi cedo! – De fato nunca durmo cedo mais ontem foi cansativo continuar acordado.

Enquanto ela falava, a sensação de ser guiado piorava, fui puxado até a beirada do pátio, ele fazia conexão com o mar. Tentava me segurar em algo para não cair mas fui forçado pelo além a desabar no abismo azul. Cai do quarto andar de Aranths, grudado em Ísis que estava me dando algumas broncas até então. Nos olhamos em pânico por poucos segundos e gritamos desesperados até chegar ao mar. A queda foi muito feia. A faculdade tinha mais ou menos vinte e cinco metros de altura naquele andar. Não sentia nada além de pânico. Tentamos ir à superfície mas não conseguimos. O chão tremia muito, parecia que estávamos num furacão dentro d’água. Fechei os olhos para tentar me livrar daquela visão, apertei fundo as pálpebras. O mar estava violento, me lançava de um lado para o outro feito um brinquedo. Todos os esforços eram inúteis, fomos esmagados por ondas que nos engoliram até nos levar para terra, estávamos ensopados, e tossindo muito, meu corpo tremia em terror, pensava que nunca iria sair daquela situação. Já estava sem folego. Fui ha direção de Ísis para ver se estava tudo bem, a abracei tentando encontrar sinal de vida.

Depois de tanto desespero, o sol já não brilhava como antes, tinha algo de diferente, de bizarro naquele lugar. Sentimos cheiros e fragrâncias diferentes. Nosso cenário havia mudado de uma hora para outra, sem nem conseguir entender direito, olhei de um lado para o outro para saber o que nos cercava. Estávamos em outro mundo.


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