Alguns anos depois

POV Stiles

–Você devia ter pensado em outra coisa! –Disse Scott tirando a panela com a comida queimada de cima do fogão e colocando na pia.

–Eu sei, mas... Arg. Eu queria fazer algo que eu tivesse feito, comida comprada não seria legal.

–Seria melhor do que comida queimada.

–Cala a boca e me ajuda! “coentro”? O que é isso? Um tempero?

–Cara, aonde você achou essa coisa?

–Com o meu pai, ele me disse que é um livro de receitas antigas da minha avó, ela deu para minha mãe. Ele me garantiu que se eu seguisse a receita tudo daria certo.

–Bem, eu acho que ele contava que você soubesse pelo menos o que é cada coisa.

Olhei no relógio aflito.

–Arg, Lydia chega em três horas! Da tempo de irmos ao mercado?

–Eu não sei, não sei ao menos o que você quer fazer.

–Espaguete e almondegas. Frango.

–Espague e frango? Não acho que isso seja uma boa combinação. Onde esta o frango?

–No congelador.

–Congelador? Stiles! Olha eu nunca cozinhei na vida, mas até onde eu sei, todas as vezes que minha mãe vai cozinhar algo que antes estava no congelador ela deixa fora por horas para que descongele.

–Você só pode estar brincando comigo. Não posso colocar no micro-ondas?

Scott riu.

–Você esta completamente perdido.

Passei as mãos pelo cabelo, nervoso. Olhando a enorme bagunça que estava na cozinha. Não tinha que me preocupar apenas com a comida. Tinha que deixar o apartamento brilhando.

–Me ajuda! –Disse a Scott. –O que eu faço? Isso tinha que ser perfeito.

–Calma, vamos ligar pra alguém.

–Quem?

–Kira?

–Ela sabe fazer algo sem ser comida japonesa?

–Ham... Eu acho que sim.

–Então liga, rápido.

Scott pegou o celular e ligou para Kira.

–Oi, onde você esta?

A expressão dele não foi das mais animadas. Depois de alguns minutos ele desligou o telefone.

–Ela esta na casa de Lydia, junto com Malia, havia muito barulho e risos lá, devem estar ajudando ela a se arrumar sei lá, garotas fazem isso não é?

–O que eu vou fazer?

–Minha mãe, talvez?

–Ela não esta trabalhando?

–Hoje não, dia de folga.

A esperança cresceu dentro de mim.

–Liga pra ela.

E ele o fez.

–Okay, ela esta vindo. Disse para limparmos a bagunça da pia.

Minutos depois a pia estava limpa e Melissa havia chegado.

–Okay garotos, o que vocês estão aprontando?

–Stiles tentando fazer um jantar romântico para Lydia. –Disse Scott.

–Awn, e tem um motivo especial para isso?

Coloquei as mãos no bolso procurando a pequena caixinha preta.

–Sim. –Eu disse e abri a caixinha para que Melissa visse o anel que eu havia comprado mais cedo.

–Ual, é lindo Stiles. Isso quer dizer que você vai...

–Sim, quer dizer... Estou tentando.

Ela riu, começando a amarrar os cabelos e pegou um avental amarrando na cintura.

–E o que você quer fazer?

–Espaguete com almondegas e frango. –Disse Scott em um tom divertido na voz.

–Não brinque com isso, estou desesperado.

Melissa sorriu para mim.

–Não se preocupe, eu tenho uma ideia melhor. –Ela pegou um papel começando a escrever algumas coisas, deu o papel a Scott. -Vá ao mercado correndo e compra tudo isso pra mim. Stiles arrume a casa, esta precisando. Há quanto tempo vocês não arrumam isso? Deixe a comida comigo.

Scott concordou, correndo até a saída de casa.

–Sério? Obrigada, obrigada, obrigada! –Eu disse aliviado, deixando um beijo estalado em sua bochecha. Ela sorriu.

–Vá garoto, vá limpar tudo. Quando Lydia chega?

–Em três horas.

–Melhor você se apressar.

Obedeci correndo e pegando os produtos de limpeza no armário completamente bagunçado. Tudo bem, eu não sabia exatamente como se limpava uma casa devidamente, então a cada vinte minutos perguntava algo a Melissa que apenas ria e me respondia como se fosse á coisa mais fácil do mundo. Meia hora depois Scott estava de volta com a compra, eu já havia limpado o banheiro completamente, os corredores, fechei a porta do quarto de Scott e esperava que Lydia não abrisse. Estava limpando meu quarto. Não era um apartamento muito grande então não tinha muito o que limpar.

–Ual, Lydia deveria jantar aqui toda semana para você limpar a casa assim.

–Haha. –Disse sem humor nenhum na voz. -Como vai sua mãe com a comida?

–Bem cara, relaxa você esta tão nervoso.

–É claro que estou nervoso, estou prestes a dar um passo importantíssimo na minha vida. Scott e se ela disser não?

–O que você esta dizendo? Lydia é louca por você, os dois terminaram a faculdade, tem um emprego então porque não?

–Hm... Sei la.

–Você não pode pensar nisso, Lydia te ama cara, eu tenho certeza que ela vai dizer sim.

Fiquei mais tranquilo, mas ainda nervoso.

–E se eu fizer besteira, e me enrolar nas palavras como sempre e...

–Cara, não pira, Lydia não vai se importar com isso. Você sempre faz isso quando está nervoso, não é de hoje, ela não vai dizer não só por você estar nervoso como eu nunca vi na vida alias.

Eu ri. Era verdade, eu realmente estava uma pilha.

–Finalmente você riu de algo que eu disse, vai, arrume logo isso, você esta atrasado.

Joguei um travesseiro nele.

–Não me aprece, desça e ajude sua mãe, por favor. Deixe-me aqui arrumando tudo.

–Tudo bem.

Uma hora depois e Melissa me chamou anunciando que a comida estava pronta. Desci e o cheiro estava ótimo.

–Você realmente fez espaguete?

–Sim, mas sem frango Stiles, meu Deus o que você estava pensando? –Ela disse em um tom divertido. –O frango nem ao menos estava descongelado.

–Ahá, eu te disse. –Disse Scott.

–Okay, Okay. Obrigada! Mesmo!

–Okay, então vamos embora. Tudo certo lá em cima?

–Tudo, acabei agora, vou tomar banho e me arrumar.

–Tudo bem, espero que de tudo certo.

–Eu também.

–Boa sorte cara. –Desejou Scott.

–Valeu.

Os dois saíram pela porta e eu corri para arrumar a mesa. A arrumei tão perfeitamente que mal podai acreditar que era eu mesmo que havia arrumado. Terminei e corri até o banheiro e tomei um banho rápido. Entrei no quarto e olhei o terno no cabide. Okay, não colocaria terno, Lydia desconfiaria que tudo estava perfeito demais e eu queria que fosse surpresa. Mas coloquei a camisa social e o melhor Jeans que eu tinha. Meu tênis novo que só usava para ocasiões especiais. Peguei o pente parando em frente ao espelho e tentei ajeitar meus cabelos do melhor jeito possível. O-Boi-Lambeu demais. Baguncei novamente e penteei tudo para um lado só. Estava parecendo aqueles riquinhos que tinham sempre que estar com o cabelo perfeitamente arrumados e o lotavam de gel. Baguncei novamente e me olhei no espelho, pensando em deixa-lo assim.

–Adolescente demais.

Fiquei mais um tempo ali até que finalmente consegui deixa-lo de um jeito agradável.

A campainha tocou, não podia ser Lydia. Não ainda!

–Já vou! –Gritei alto o suficiente para que ela ouvisse da porta.

Abri uma gaveta onde havia algumas velas e as espalhei de um jeito agradável pelo quarto. Corri pelo longo corredor e coloquei duas na mesa já as ascendendo. A campainha tocou novamente. Olhei em volta me certificando de eu tudo estava perfeito. Respirei fundo e girei a maçaneta da porta.

Ela estava... Incrível. Abriu um sorriso lindo e luminoso para mim.

–Oi. –Disse.

–Oi, você esta... Perfeita.

–Obrigada.

Aproximei-me dela e a beijei, tínhamos ficado o dia todo sem nos ver ou nos falar, desde a metade do dia seguinte na verdade.

–Estava com saudades. –Ela disse.

–Eu também. –Respondi. –Entra.

Ela entrou já varrendo o local com os olhos, parando-os na mesa.

–Stiles... Esta tudo lindo... Foi você quem fez?

–Bem... Eu arrumei a mesa, mas a comida foi a mãe de Scott, para ser honesto. Eu bem que tentei cozinhar, mas não deu nada certo.

Ela riu.

–Está perfeito. –Disse se virando para mim e selando nossos lábios em um beijo rápido. –Estou morrendo de fome, e o cheiro esta maravilhoso.

Com toda a pressa eu tinha até me esquecido de sentir fome. Mas agora que ela havia mencionado meu estomago roncou, pedindo por comida.

Sentamos a mesa e conversamos sobre varias coisas e eu tentei ao máximo esconder meu nervosismo.

–Quer ver algum filme? –Perguntei a ela quando terminamos de comer.

–Pode ser.

Fomos até o sofá e liguei a televisão, pegando uma caixa onde tinham vários DVDs

–Qual você quer? –Perguntei.

Lydia sorriu.

–Na verdade, tenho uma ideia melhor do que o filme. -Ela disse puxando meu rosto e grudando nossos lábios de uma forma urgente. As mãos foram até minha nuca arranhando de leve ali.

Minhas mãos foram para sua cintura a puxando para mais perto de mim, meus lábios se desgrudaram dos dela trilhando um caminho por seu pescoço, meus dedos subiram a barra de seu vestido até as coxas onde apertei levemente. Lydia soltou um gemido abafado enquanto grudava novamente nossos lábios, as línguas se explorando e sentindo o gosto embriagante um do outro. Lydia passou as pernas por minha cintura, aproximando nossos corpos ardendo em desejo.

–Vamos subir. –Sugeri.

Ela concordou com a respiração ofegante. Peguei em sua mão e corremos para o corredor onde dava pra o quarto.

–Espera. –Eu disse a parando antes de abrir a porta.

–O que foi? –Perguntou.

–Feche os olhos.

–Por quê?

–Feche. –Pedi novamente, sorrindo de modo travesso.

Ela me obedeceu com um sorriso brincando nos lábios. Depositei um breve selinho ali.

–Não abra.

Abri a porta do quarto e ascendi as velas que havia deixado ali mais cedo. Tudo aquilo parecia tão clichê, mas realmente estava perfeito e eu sabia que Lydia adoraria. Voltei para a porta e a peguei pela mão entrando no quarto com ela.

–Pode abrir.

É claro que eu havia arrumado tudo mais cedo. A hora era aquela.

Lydia abriu os olhos avistando o local. No chão haviam as velas, não eram muitas, poucas apenas para iluminar o local. E na cama com pétalas de rosa alternando entre pétalas vermelhas e brancas estava escrito. “Casa comigo?” no meio do ponto de interrogação havia a caixinha aberta expondo o anel. Lydia olhava paralisada para a acena, algumas lágrimas se formando em seus olhos, começando a escorrer, o sorriso aumentando.

Nunca estive tão nervoso na vida, respirei fundo me preparando para falar.

–Passamos por tantas coisas juntos, por tantos anos. Tantas vezes quase morremos juntos. –Eu disse de modo divertido, caminhando até a cama e pegando o anel da caixa, voltando para frente de Lydia. –E eu sempre amei você, e quando finalmente ficamos juntos, quando você disse o que sentia por mim parecia bom demais para ser verdade, e em um primeiro momento eu não acreditei. –Lydia riu levemente parecendo se lembrar da cena. –E depois veio aquela loucura com Kate e ela te roubou de mim por um mês e foi o pior mês da minha vida, foi insuportável ficar sem você. Mas o ponto é que você me fez e me faz feliz todos os dias e todos os dias eu agradeço e vejo como eu sou um cara de sorte por ter você. Eu te amo Lydia e quero passar o resto da minha vida com você. Mas para isso só preciso de uma resposta para a minha pergunta.

Ajoelhei-me, pegando delicadamente sua mão.

–Quer se casar comigo? Passar o resto da sua vida ao meu lado, me aturando?E infelizmente continuarmos a correr certos riscos juntos? Para sempre?

Ela não disse nada, apenas me olhava e chorava silenciosamente. Comecei a ficar ansioso e a temer a resposta. Então ela respirou fundo.

–Eu... É claro que eu aceito.

Soltei o ar que não tinha consciência que segurava, me levantei encaixando o anel em seu dedo. Ela o olhou por alguns minutos.

–É lindo, esta tudo lindo. Tudo perfeito. -Me olhou fundo nos olhos, colocando os braços em volta do meu pescoço. Ainda parecendo sem palavras –Eu te amo e quero passar o resto da minha vida com você. Para sempre.

Eu a abracei animado.

–Eu amo você, amo, amo, amo.

Então eu a beijei. Aproveitamos a noite, planejando e planejando o futuro. Estava preparado para ser feliz pelo resto da minha vida, ao lado dela.