DUAS SEMANAS RESTANTES

Peguei mais um livro da pilha que tinha para ler ainda. Alguns livro que eu tinha pegado de Argent, que tinha vários deles. Eram como o bestiário, mas não falavam só de criaturas sobrenaturais. Havia acabado de terminar um e já passava para o outro que eu leria um pouco, antes de ir até a casa de Scott. Onde Lydia, Kira e Malia também estariam, iriamos nos juntar pela terceira vez na semana para tentar descobrir algo que ajudasse Lydia.

Virei a pagina do livro e havia um grande titulo em negrito, escrito em Latim, mas eu entendi e meu coração disparou no peito ao ler as palavras destacas.

Curing

Cura. Meu coração batia tão rápido no peito, minhas mãos começaram a suar e a esperança crescendo dentro de mim.

Comecei a ler e tentar traduzir o máximo de palavras que pude.

”Doença mística sobrenatural denominada Mortem Infernalis...”

Ainda prefiro D.I.M.S.

“Cura encontrada pelo estudioso Eustáquio Squarizi .

O homem passou vários anos de sua vida dedicando-se em encontrar uma cura para a Mortem Infernalis devido a um familiar seu que morrera com a doença e outros deles condenados igualmente, um por um. Quando estava quase atingindo a loucura e seu ultimo familiar restante a beira da morte, Eustáquio Squarizi planejou uma poção em seu laboratório chamada de: Semper verum.

A Semper verum é um antidoto criado e testado pelo próprio Squarizi que a usou em seu familiar.

Ingredientes: “

A seguir havia uma lista cheia de coisas de nomes estranhos que eu nunca havia ouvido antes

Em baixo dessa lista havia um pequeno texto falando sobre a doença, o que me fez ter a certeza de que era mesmo sobre a D.I.M.S. que a pagina do livro se referia.

Eu mal podia acreditar. Aquela era a solução? Aquela... Complicada poção, eu havia encontrado então? Tudo dentro de mim começou a se agitar. Eu iria até Deaton e pediria sua ajuda.

Virei a pagina onde continuava falando sobre a doença.

“Modo de aplicar: O antidoto deve ser ingerido pela vitima quando a mesma estiver sobre os últimos sintomas da Mortem Infernalis.”

Aquilo queria dizer o que? Que eu só poderia dar o antidoto a Lydia quando ela estivesse morrendo, em seus últimos suspiros?

Ótimo, aquilo só aumentava o nervosismo e a ansiedade. Porque algo não poderia ser perfeito uma vez na vida? Tirei fotos da pagina do livro e corri até meu Jipe, discando o numero de Lydia antes de sair do lugar.

–Stiles? –Ela atendeu.

–Oi, sou eu. Lydia eu achei!

–O que? –Ela perguntou.

–A cura, a sua cura. Você vai ficar bem!

–Stiles... Esta falando sério? Você achou mesmo? –Ela disse, parecendo começar a ficar tão empolgada quanto eu.

–Sim, em um daqueles livros que Argente me emprestou, estou indo até a clinica de Deaton, você me encontra lá?

–Claro, já estou indo. –Ouvi alguns barulhos do outro lado da linha, como se ela batesse em varias coisas enquanto falava.

–Okay.

Desligamos e dirigi o mais rápido possível para á clinica de Deaton. Ligando também para Scott.

Cheguei á clinica e minutos depois Lydia apareceu quase ao mesmo tempo em que Scott e Kira.

–O que você descobriu? –Lydia perguntou ansiosa.

Lhe deu o livro na pagina marcada e Lydia o leu.

–Onde está Malia? –Perguntei.

Lydia levantou os olhos do livro por um momento, me olhou e depois voltou ao livro.

–Ela não pôde vir, não explicou muito bem o porquê, ela ligou um pouco antes de você.

–Hey, aqui diz que eu só posso tomar essa coisa quando estiver... Quase morta praticamente. É isso? E se não der certo?

Parei para pensar.

–Tem que dar certo, o cara usou isso no tal familiar dele, e funcionou não é?

–Quem garante que isso é verdade Stiles?

Suspirei tentando achar uma forma de convencê-la. Peguei o livro e dei a Scott.

–Leve para Deaton e expliquei a ele, já entramos.

Ele concordou e entrou junto com Kira. Virei-me para Lydia e me aproximei dela.

–Hey... Eu sei que está com medo, eu também estou. Ninguém garante que aquele livro está certo, mas... Precisamos tentar, não posso deixar de fazer isso. Eu não posso perder você.

Ela me fitou pensativa. Então se aproximou e me abraçou.

–Tudo bem, vamos tentar. Eu só... Não quero que você... Que nós criemos toda essa expectativa de que vai dar certo e se não der... Só não quero que você sofra mais ainda se não funcionar.

–Vai funcionar. Você vai ficar bem, e vamos ficar juntos.

Ela sorriu também.

–Okay, vamos. –Disse me puxando pela mão para dentro da clinica.

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–Talvez eu consiga os ingredientes, mas um antidoto assim levaria cerca de uma semana para ficar pronto. –Disse Deaton. –Posso sair á procura de tudo isso hoje a noite, voltar depois de amanhã e então se tiver tudo que preciso, começar a preparar.

–Tudo isso? Vai ficar tão perto o tempo... –Eu disse.

–Mas, você consegue, certo? –Perguntou Scott.

–Sim, na verdade tenho alguns dos ingredientes, mas outro realmente tenho que sair da cidade para buscar.

–Tudo bem. Isso... pode mesmo funcionar? –Perguntei.

–Bem, não diria que é cem por cento confiável , mas sim,, há uma grande chance de dar certo.

Suspirei aliviado.

–Uma coisa que não entendi. –Disse Lydia pegando o livro. –Esse antídoto, chama ”Semper verum”. Que dignifica algo como “Sempre verdade” ou “Sempre sincero” Isso não faz o menor sentido.

Isso era verdade. Porque alguém daria um nome assim para um antidoto como esse? Não fazia o menor sentido.

UMA SEMANA RESTANTE

Marquei com a caneta no quadro. Deaton já havia voltado há alguns dias e já estava preparando o antidoto. Segundo ele estava quase finalizado.

–Hey, quando acontecer e eu tiver que tomar o antidoto... Quero dizer... Ainda teremos o problema com Kate, que com certeza estará completo em dois ou três dias... O que faremos? –Lydia perguntou, deitada de bruços em minha cama.

–Eu não sei... Com sorte isso não fará mal a você.

–É... Afinal, se ela conseguir pegar meus poderes, se não fizer mal a mim, olhando por um lado vi estar tudo bem, afinal. Vou estar livre desse inferno de vozes na minha cabeça o tempo todo. A parte ruim é que ela vai sair matando qualquer um que respirar perto dela.

Fui até ela e segurei suas mãos. Entrelaçando nossos dedos levemente.

–Vamos dar um jeito... Sempre damos não é.

Ela sorriu. Depois fez uma expressão estranha... Como se lembrasse de algo.

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POV Lydia

–Posso perguntar uma coisa? –Perguntei. A ansiedade de fazer a perguntar e ainda mais de saber a resposta tomando conta de mim.

–Sim. –Ele disse confuso. –Qualquer uma.

Ri com a resposta, ele disse aquilo porque não tinha a mínima noção da pergunta que faria. Eu sabia como Stiles era, ele se enrolaria todo para responder.

–Bem... Nós alguma vez... Sabe, antes de Kate me sequestrar... –Ele franziu o cenho, não entendendo onde eu queria chegar com a pergunta. –Você sabe, nós já...

Ele pareceu entender e eu tive que me segurar muito para não rir de sua expressão. Seus olhos se arregalaram e ele abriu a boca pretendo falar algo que não saiu, fechando-a novamente e abrindo de novo. Gaguejando.

–E-Eu... Nós...ahn...

–Nós...? –Incentivei.

–Nã-não... A-Ainda não.

Fiz uma expressão aliviada com aquilo e Stiles pareceu perceber isso. Soltando minha mãos lentamente.

–Você esta feliz não é? –Ele disse. –Claro que está. –Afirmou fazendo uma expressão decepcionada.

–Não! Não é isso! –Me adiantei em responder. –Eu só...

–Está feliz por nunca ter acontecido.

–Por um lado sim. -Ele me olhou incrédulo. –Mas, só porque eu não queria esquecer algo assim, estou feliz por não ter esquecido... –Eu disse. –Mas... Stiles, eu te amo e isso acontecer séria perfeito. Eu realmente me odiaria se esquecesse esse momento.

Então, ele abriu um sorriso para mim. Aproximou-se novamente e selou nossos lábios. Era tão bom em meio a tudo isso sentir um pouco de paz por alguns segundos, apenas aproveitar o momento, nosso momento. Nos deixar levar pelo desejo por alguns minutos. Nossas línguas deslizavam e degustavam uma das outras, explorando as bocas um do outro. O celular de Stiles começou a tocar alto e insistentemente. Nos separamos e Stiles soltou um suspiro frustrado.

–Porque algo sempre tem que interromper? –Ele disse pegando o aparelho e atendendo.

–Esta pronto? Okay, estão indo para ai. –Desligou o telefone e me encarou sério. –Ele terminou, Deaton terminou. Vamos buscar.

Impulsionei meu corpo para me levantar da cama e senti todos os meus músculos gritarem de dor e cederem sobre meu peso. Cai novamente na cama gemendo de dor. Stiles se virou para mim, me olhando preocupado.

–Lydia?

Algo dentro de mim queimava muito e meus olhos ardiam. Meus pulmões pareciam estar se comprimindo e torcendo. Impedindo o ar de passar livremente por eles.

–Lydia, meus Deus, agora não. Vamos ao hospital vem. –Ele disse, pegando meu braço com cuidado. Mas eu não conseguia me mover, não conseguiria ficar de pé.

–Nã-não dá... –Eu disse com dificuldade.

O ar não passava mais quase nada e eu tentava respirar com força, tentando fazer com que o ar entrasse. Meus ouvidos tamparam e minha visão ficou embaçada, mas eu conseguira observar Stiles ligar para alguém.

Algo quente e denso começou a subir por minha garganta, impulsionei meu corpo involuntariamente, iria bater com toda força no chão se Stiles não tivesse me pegado. Ele me direcionou para algum lugar próximo ao quarto, até eu perceber que era o banheiro. Agredi por isso enquanto sentia o liquido subir mais e mais por minha garganta inundando minha boca, me fazendo despejar tudo ali na pia. Novamente como da outra vez, era sangue, mas ele estava mais escuro, em um tom quase preto. Tudo a minha volta ainda girava, mas meu ar já havia voltado lentamente aos meus pulmões. Fiquei um tempo ali respirando, Stiles do meu lado tentando me ajudar. Aos poucos minha respiração se estabilizou e minha visão também, a tontura foi parando.

–Está melhor? –Stiles perguntou preocupado.

–Sim...

–Tem certeza?

–Tenho Stiles... Estou bem, acho.

–Tudo bem, podemos ir pegar o antidoto mais tarde.

–Não! Nós vamos, eu estou melhor. Até chegar lá já vou estar ótima, vamos. Não quero esperar pra pegar logo isso.

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POV Stiles

Olhava o pequeno frasco com o liquido azulado, quase violeta. Aquele pequeno frasco continha a cura para Lydia, e eu desejava com todas as forças que isso funcionasse.

Fui até a lousa olhando tudo que estava escrito. Seria ótimo que com o liquido naquele frasco além de curar Lydia também fizesse com que sua lembranças voltassem, e que o processo com Kate fosse interrompido. Senti algo queimar levemente em minha mão onde tinha o frasco, mas ignorei, pois logo passou.

“QUATRO DIAS RESTANTES”

Aquilo doeu, mas de certa forma não me preocupei tanto, pois estava segurando a cura em minha mão esquerda.

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Pov Lydia

Afastei os edredons da cama, a arrumando para eu me deitar. Ouvi um estampido atrás de mim e me virei, encontrando Kate parada em meio ao meu quarto com um sorriso presunçoso no rosto.

–Sentiu minha falta?

–Você de novo não! Saia daqui, não se aproxime. –Eu disse ao ver que ela se aproximava de mim.

Não adiantou, ela avançou com fúria até mim, fechando sua mão em volta de meu pescoço, quase que fincando suas garras nele. Tentei afastar sua mão, mas foi inútil, ela era bem mais forte do que eu. Seu rosto se tornou azul e suas presas apareceram. Ela rosnou em fúria.

–Você não pode me dar ordens. Eu vim aqui busca-la.

–Me... Buscar? –Eu disse, tentando pronunciar as palavras em meio a dor em meu pescoço que começava a crescer.

–O que? Você achou que ficaria aqui até o fim? Esta brincando não é? Não foi tão estupida por pensar nisso foi? Pelo jeito sim. Enfim, vamos que não tenho tempo pra isso. –Ela disse soltando meu pescoço e agarrando meu braço, me puxando em direção a janela.

–Não vou á lugar nenhum com você! –Esbravejei. –Nunca!

–Eu não estou t convidando sua idiota, estou mandando, vamos logo.

–Não! –Consegui me soltar do aperto de sua mão em volta do meu pulso. –Porque? Porque você me quer com você? Já está conseguindo seus poderes, eu estou morrendo! O que mais você quer de mim?

–Para que o processo seja definitivamente concluído precisamos estar perto e eu não vou ficar acampando do lado de fora da sua casa, não sou palhaça! Então você vem comigo. Até porque será muito divertido quando o processo estiver completo e no minuto seguinte você morrer.

–O que? –Eu disse. –Não!

Ela avançou em mim novamente, segurando atrás do meu cabeço com força e a outra mão fincando as garras em minha cintura, me guiando forçadamente até a janela. Então fiz a primeira coisa que pensei.

–Stiles! –Gritei com todas as forças de minhas cordas vocais.

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Pov Stiles

Me levantei da cama assustado com o eu nome sendo gritado, doendo meus ouvido com o som estridente.

–Lydia!

Abri a porta do meu quarto, meu pai saía do quarto dele também.

–O que foi isso? –Ele perguntou.

–Lydia! –Gritei em resposta, correndo até o andar de baixo e pegando as chaves do Jipe.

–Stiles espera! Vamos no meu carro. –Ele disse, e concordei.

XXX

Nada, nenhum sinal de Lydia, não estava em nenhum lugar da casa e sua mãe estava aos prantos enquanto a policia fazia perguntas e revistava a floresta atrás de Lydia, toda a história se repetindo. Kate havia levado Lydia novamente... Ela novamente tinha conseguido tirar Lydia de mim, e novamente eu não estava por perto.