Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 50
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Nem acredito que é a última vez que estarei postando.
O que eu tenho pra dizer, será la em baixo :/
Bom cap pra vcs (pela última vez) ;)



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Leon subiu as escadas de sua casa, em direção ao quarto de Linda. Apesar do cansaço, manteve os braços sustentando sua filha dormindo em seu colo, com os bracinhos abraçando o pescoço do pai e as pernas penduradas nas laterais da cintura do mesmo.

O dia havia sido exaustivo. Chegando do trabalho (cede da EPA de Buenos Aires, onde era gerente), Leon foi recebido pelos amigos e família, em comemoração de seu aniversario de 26 anos.

No fim da festa, enquanto Leon conversava com o sogro, Linda se cansou de brincar com Arthur, e foi para o colo do pai, assim como o tio/primo (de 5 anos), que foi para o colo de Germán, dormindo logo em seguida. E agora, somente às 11 da noite, ele se despediu de Angel e Jonas (que voltavam para Córdoba naquela mesma noite), e finalmente poderia levar a filha para a cama.

Chegando ao quarto todo lilás de Linda, Leon puxou as cobertas e deitou sua filha na cama. Ele tirou os sapatos dela e resolveu deixa-la com o vestido florido que havia usado na festa, pois se o tirasse para colocar o pijama, ela sem dúvida acordaria. Cobriu-a com os grossos cobertores. Ela, se remexeu na cama e abriu os olhos.

— Papai — chamou com voz cansada, mas ainda sim melódica.

— O que foi, querida? — pergunta Leon, ternamente. Ele se agachou, ficando de frente para a filha e acendendo o abajur.

Se tinha alguém mais bobo que Leon quando estava com a filha, estava pra nascer. Ele, no momento em que a viu pela primeira vez, não passou um dia sem babar pela beleza e doçura da mesma. Agora, com quatro anos, tinha cabelos longos, da cor dos da mãe, que iam até o fim das costas; os olhos eram verdes como os do pai; a pele era clarinha e tão lisa que Leon poderia jurar que era feita de porcelana. O sorriso era de Violetta, mas as covinhas eram de Leon.

— Feliz aniversário — sorri, tirando um papel dobrado, debaixo do travesseiro e entregando para ele.

— Obrigado, filha — sorri com olhos encantados. Nem sabia o que era mas já estava feliz.

— Você tá muito velho, papai? — pergunta curiosa.

— Não. Quem te disse isso?

— Tio Jonas. Ele disse que você tem mais de 100 anos e que você até conheceu o Fred Flintstone.

— Seu tio Jonas só está irritado porque é mais velho que eu. Ele nasceu antes de o Fred Flintstone existir — sorri.

— Nossa! Então ele é bem velho! — arregala os olhinhos.

— Sim, verdade. — ri pelo nariz.

— E a mamãe? Ela é velha?

— Ela parece velha?

— Não, papai. Ela parece uma princesa — sorri docemente.

— Pois eu também acho — sorri.

— Foi por isso que você ficou com ela? — pergunta. De onde sua filha havia tirado aquela pergunta?

— Não, não foi só por isso. Quando eu conheci a sua mãe, eu percebi que ela era maravilhosa, que com ela tudo se transformava.

— Como mágica?

— Sim, sem dúvida. Essa mágica se chama amor. É a mágica mais forte que pode existir. E é essa mágica que eu senti e sinto pela sua mãe, e que sinto por você — explica.

Nem Leon, nem Linda haviam notado que Violetta estava na porta, observando-os pela fresta, com um sorriso maior que a cara. Amava ver Leon e sua filha juntos, era uma coisa que lhe encantava de forma única.

— Agora vá dormir, mocinha — toca o nariz dela com o dedo.

— Amanhã eu, você e a mamãe vamos pro parque de diversões, como você prometeu? — pergunta, bocejando.

— Claro. Mas se sua mãe passar mal de novo, agente volta, ta bom?

— Ta bom, papai. Boa noite — diz se aconchegando na cama e fechando os olhos

— Boa noite, Linda — beija sua testa carinhosamente.

Violetta se afastou e resolveu ir tomar um banho, para não levantar suspeitas de sua espionagem. Também porque estava muito cansada. Havia dado aula até a hora do almoço, depois foi para a gravadora, onde produzia seu CD à algum tempo. E chegando em casa, arrumou tudo para a festa de Leon, com a ajuda da empregada, pois naquele estado, não poderia fazer muito esforço.

Leon apagou a luz do abajur e se afastou. Parando na porta, ele sorriu, olhando a filha pegando no sono. Como podia amar tanto assim uma pessoa pelo simples fato de ela existir? Parecia até inexplicável.

Chegando ao seu quarto ele ouviu o barulho do chuveiro vindo do closet, e soube que Violetta estava tomando banho.

Ele retirou o paletó preto, o colocando sobre a cama. Tirou a barra da camisa branca de dentro da calça e afrouxou a gravata vermelha, que as vezes parecia sufoca-lo. Decidiu ir para a varanda, refrescar-se um pouco.

Sentou-se no banco espaçoso de madeira e suspirou. A noite era iluminada pela lua e pelas estrelas, enquanto uma leve brisa batia em seu rosto, algo que dava mais paz a Leon. Notou o violão ao seu lado, provavelmente deixado por Violetta e pegou-o, começando a tocar músicas de quando estudava no Studio. Os minutos se passaram e ele nem percebeu.

Violetta saiu do banheiro, já pronta com a camisola mais larga que havia encontrado. Atraída pelo som, ela caminhou para a varanda, parando na porta. Encostou-se no batente, ouvindo Leon cantar e tocar.

Em certo momento, ele parou e começou a tocar uma melodia que Violetta nunca havia escutado. Logo sua voz se juntou à melodia.

Siente el viento en nuestra alas
Vamos a volar
Y que bién se siente amarte
Cuando a mi lado estás
Y que hermoso es mirarte
Y abrazarte una vez más

Quédate junto a mí
Paso a paso en el camino
Voy a hacerte feliz
Y que el miedo esté prohibido
Abrazame y verás
Que eres lo que necesito
Y no encuentro la manera de decir

Que le das luz a mi vida
Porque tu eres mi energia
Tu le das luz a mi vida
Desde que te vi

Violetta se aproximou e colocou as mãos sobre os ombros do marido. Leon parou de tocar, deixando o violão de lado. Ele segurou uma das mãos de Violetta.

— Que música linda. Nem sabia que você ainda compunha — comenta.

— Nem eu — riem. — Um dia eu estava sem sono, ai eu peguei papel e caneta e comecei a te olhar dormindo. Então saiu... Eu tive uma grande inspiração.

Ele levantou a cabeça e seus olhos se focaram em Violetta, lhe dando um sorriso tranquilizador.

— Poderia ir pro meu CD. Precisamos só aumentá-la, colocar algo pra um dueto. Você faria uma participação especial... Ficaria bem legal.

— Ótima ideia! Eu adoraria! Agora, senta um pouco aqui comigo?

— Claro. Hoje nem tivemos tempo pra conversar — Violetta deu a volta no banco e se sentou ao lado de Leon.

— Concordo — diz Leon, passando o braço pelo ombro da esposa. — Então, como vocês estão? Muito cansados?

Leon colocou a mão livre sobre o abdômen avantajado de Violetta. Em seus 8 meses, ela ainda ia trabalhar no Studio, apesar de Leon lhe implorar para ficar em casa.

— Eu me cansei bem, lá no Studio. E o Aidan também, já que não parou de chutar um minuto — ri.

O filho se chamaria Aidan em homenagem ao irmão de Leon. Coisa que Violetta insistiu quando souberam que seria um menino.

— Tava treinando pra jogar futebol — ri Leon. — Quando você nascer, agente vai jogar bastante bola, filhão.

— Você sabe que vai ter que esperar um pouco ele crescer, não é?

— Eu sei. Mas vou comprar uma bola no dia em que ele nascer. Na verdade vou comprar um monte de brinquedos quando ele nascer — sorri.

— Filho, seu pai é muito babão por você! E olha que ele ainda nem te viu — diz Violetta, colocando a mão sobre a de Leon. Os dois riem levemente.

— A mamãe também é babona, Dan. Isso é porque nós te amamos — se inclina, beijando o topo da barriga de Violetta.

— Dan?

— Sim, será o apelido dele. Quem me deu a ideia foi a Annie. Já que ela é pediatra, ela tem muito criatividade pra apelido.

— E desde quando você faz uma ligação pro Brasil e nem me chama pra falar com a Annie e o Robert? — pergunta, fingindo estar séria.

— Desculpe. Eu ia chamar mas o Robert queria levar a Clarie pra passear, então ela disse que depois te ligava — diz, tranquilamente.

— Tudo bem. Mas e você? Como foi seu dia? — Pergunta Violetta.

— Bom, os negócios na empresa estão bem complicados e eu fiquei cuidando de uma papelada o dia inteiro. Mas ai eu recebi um video-chamada dos meus pais e da Laura. Eles disseram que chegam aqui segunda-feira! — diz animado.

— Que bom! Falando em chegar... Não se esqueça que mês que vem, a galera do Studio vai vir pra cá.

— Verdade! — diz Leon, surpreso. — A renca vai vir, e vai trazer os filhos junto — ri.

— Pois é. Vamos contabilizar: Fran + Diego + Jorge, então Maxi + Naty + as gêmeas Vitoria e Vanessa, depois Cami + Broadway + Cristian, ai vem Alex + a namorada, depois Ludmila + Federico + Vitor + Lucas, então André. Totalizando... 17 pessoas! — diz, surpresa.

— Uau! Ainda bem que eles vão pra um hotel, porque se eles ficassem aqui, seria a maior confusão do mundo — ri Leon.

— Verdade. O interessante foi o Pablo tomar a iniciativa de programar esse reencontro à cada dois anos, sempre! Sinto muita falta deles. Apesar de termos vidas diferentes, ainda somos amigos.

— Pois é... Igual eu com meus pais e Laura. Permanecemos juntos, apesar da distância. Dá pra matar a saudade à cada três meses, quando eles vem ou nós vamos visitar.

Violetta se sentiu incomodada com aquilo, e por alguns segundos permaneceu em silêncio, imersa em pensamentos.

— O que foi, meu amor? — pergunta Leon, preocupado.

— Leon... Posso te perguntar uma coisa? — pede receosa.

— Claro que pode. Qualquer coisa!

— Você é feliz aqui? — pergunta.

— Claro que sim! Eu sou a pessoa mais feliz do mundo, Vilu! Por quê?

— Porque sinto que te tirei do seu lugar — diz cabisbaixa.

— Meu lugar é onde você estiver, Vilu — acariciou seu rosto com o polegar.

— Mas você está longe da sua família.

— Pode ter certeza, eu estou com MINHA família — sorri docemente.

Leon segurou o rosto da esposa com as duas mãos e em seguida, beijou-a serenamente, sem pressa. Violetta amava a ternura de seu marido, o que a fazia desejar mais de seus beijos, sempre. Eles se separaram com selinhos, permanecendo com os rostos próximos.

— Te amo, Leon Vargas — diz, encostando sua testa na dele.

— Te amo, Violetta Vargas — responde com um sorriso.

Violetta sorriu largamente, acariciando o rosto do marido com as mãos, as subindo e descendo. Depois, afagou seus cabelos do jeito que ela sabia que ele gostava.

— Você é perfeito, sabia? Perfeito pra mim — sorri.

— E você é maravilhosa.

— E transformo tudo.

— O que? Onde você ouviu isso? — afasta o rosto.

— É que... Bem... Digamos que eu espionei você e Linda — diz envergonhada.

— Que coisa feia, hein? A senhorita é muito sapeca, dona Violetta. Sua filha deve estar aprendendo com você.

— Concordo. Está aprendendo comigo não só a ser sapeca, mas a te encantar — sorri encantadoramente.

— Tem razão. Ela até me deu um presente hoje — muda de assunto.

— O que era? — pergunta curiosa.

— Não sei. Queria abrir junto com você. Vamos ver, agora... — diz, tirando o papel do bolso da calça.

Ele desdobrou o papel e os dois puderam olhar o desenho. Era um desenho de criança, mas Leon e Violetta puderam identificar um soldado de armadura e espada, com a palavra PAPAI escrita em cima; e uma garota de vestido rosa (provavelmente uma princesa), com a palavra MAMÃE, escrita em cima. Os dois sorriram.

— Como ela sabia... — dizia.

— Eu contei pra ela que você era um soldado e ela acha que você era igual aos dos contos de fada — interrompeu Violetta. — Então ela disse que você lutou numa batalha por mim e que venceu. Então, nós vivemos felizes para sempre. E eu concordei, porque isso é coisa de criança, você sabe.

— O interessante é que de certa forma, tudo isso é verdade.

—Ah é? — diz Violetta, confusa.

— Sim, estamos vivendo o nosso felizes para sempre — sorri, Leon.

— Ta, mas e a parte de você lutar por mim? — ergue uma sobrancelha.

— Isso é fácil — olha profundamente nos olhos da esposa. — Eu sempre lutei, sempre luto e sempre lutarei pelo seu amor, Violetta. Porque eu sempre terei um Coração de Soldado.


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Notas finais do capítulo

E..... FIM! Ufa, finalmente acabou... (digo isso com um aperto no coração).
Ai, cara! Acabou? É isso? O que eu vou fazer sem os coments de vcs? Sem o enredo de Coração de Soldado?
Primeiramente gostaria de agradecer a todos que acompanharam esta fic, sem vcs, nada disso teria se concretizado. Obrigado a aqueles que sempre comentaram, ou comentaram e pararam, ou que nunca comentaram (rs). Obrigado pelas 35 favoritações e pelas 7 recomendações! Simplesmente obrigada!
Jamais imaginei que a fic teria tantos leitores e terminasse de forma tão bonita. Eu só queria passar meu tempo escrevendo e isso se tornou um hobbie que eu nunca quero perder...
Lembro quando ouvi Made in the USA da Demi Lovato e tive uma inspiração incrível, foi dai que surgiu Coração de Soldado. E espero realmente que tenham gostado e aproveitado, tanto os que acompanham desde os primeiros capítulos, quanto os que começaram a acompanhar na reta final.
O meu sincero obrigada! Vocês tornaram tudo muito mais especial e incrível pra mim! São ótimos, todos vocês! Não vou citar nomes pois ficaria aqui o dia inteiro kkk.
Espero poder vê-los novamente! Alguns eu já vejo em Além do seu Olhar e outros eu espero encontrar em outra oportunidade... Mesmo assim sou grata a vcs!
Decidi não dar um “adeus”, então: Beijos e até a próxima! ;)