Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 48
Capítulo 48 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente...
To triste porque essa é a última semana que teremos em Coração de Soldado... Bem, eu explico isso melhor lá em baixo.
Sempre coloquei a historia no pov's da Violetta e do Leon, ai no último cap eu coloquei o Jonas narrando e nesse sou eu kkkkk
Bom cap pra vcs ;)



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Pov's Autora

Violetta encontrava-se em completo êxtase. Sem rumo. Como não havia nada para se fazer, e tomada de desespero, ela começou a chorar, voltando à rotina de três meses atrás. O que faria agora?

Enquanto isso, Federico estacionou o carro e foi procurar Violetta e Leon, pois acreditava fielmente que eles haviam se reencontrado e resolvido tudo.

Adentrando o aeroporto ele não encontrou o que procurava, mas sim uma Violetta em prantos, sentada em um banco. As pessoas que ali passavam, pareciam não se preocupar por ela, talvez fosse por que aquele local era de despedidas e reencontros, então chorar era praticamente comum ali. Federico se aproximou dela e agachou em sua frente, apoiando as mãos nos joelhos da mesma.

— Não chora, Vilu. Eu tenho o número dele, podemos ligar e tentar conversar. Eu explico o que aconteceu — diz, preocupado com aquela garota que ele considerava uma irmã.

— Não é assim, Fede. Ele não vai querer ouvir. Disse tantas mentiras naquele dia. Não posso esperar que ele me perdoe por telefone. Ele tinha que ver que eu estava lutando pelo nosso amor, coisa que ele sempre fez e eu não. Preciso vê-lo novamente e falar tudo o que sinto — diz entre soluços enquanto tentava secar as lágrimas com as costas das mãos.

— Mas você não está lutando, Violetta. No primeiro obstáculo, você desistiu.

— É claro que desisti. Não tem mais nada a ser feito — diz frustrada.

— Claro que tem. Sempre há uma opção.

— Ta. Então o que eu devo fazer? — tenta se acalmar.

— O que você acha que deveria fazer? — joga de volta com um sorriso.

Eles ficaram se olhando por alguns segundos, enquanto Violetta tentava raciocinar o que ele havia dito. O que Federico queria dizer com aquilo? Olhou a sua volta, encontrando o painel eletrônico de vôos. Foi então que entendeu.

— Preciso ir pro México, dizer toda a verdade pra Leon! — diz caindo na realidade.

Por sorte, Violetta havia trazido suas economias na bolsa, caso precisasse. Comprou a passagem para o próximo voo livre para o México. O voo sairia em 5 horas e teria conexão no Brasil.

Se Violetta fosse pra casa, seu pai sem dúvida a proibiria de viajar. Federico precisava voltar para Santa Fé, pois teria aula no dia seguinte. Então, Violetta teria de ficar no aeroporto sozinha pelas próximas 5 horas, o que não seria muito confortável.

— Tem certeza? Se quiser eu fico. A gente passeia um pouco por Buenos Aires até dar a hora de você ir — insiste Federico.

— Tenho certeza, sim. Não conseguiria aproveitar o passeio, estou muito nervosa. Além do mais você tem que voltar. Precisa descansar bem porque amanhã tem aula — responde calmamente.

— Tudo bem. Qualquer coisa, me liga. Toma cuidado lá — diz a abraçando.

— Okay. Sabe que te amo.

— Sei. E eu também — começa a se afastar. — Ah, Vilu.

— O que?

— Traz ele de volta — sorri.

— Pode deixar — sorri de volta. — Tchau.

— Tchau.

Enquanto esperava, Violetta se remexia no banco de tanta angústia. Jamais imaginou que seria capaz de sair do país, sem avisar praticamente ninguém, para ir atrás do seu ex-namorado. Três anos atrás, só a ideia de fazê-lo já a assustaria.

Mas naquele momento, a única certeza que ela realmente tinha era que tinha que ir pro México.

Olhando ao seu redor, Violetta se abraçou à blusa que Federico havia lhe dado. As pessoas que ali se despediam, choravam de tristeza e diziam palavras de conforto umas pras outras. Isso a fez recordar de quando viu Leon pela última vez. Ele estava tão feliz quando se encontraram, e ficou tão abatido quando ouviu tudo o que ela havia dito.

Já as pessoas que ali se reencontravam, sorriam largamente e choravam de alegria. O coração de Violetta se acelerou. Como seria seu reencontro com Leon? Feliz? Talvez não...

Apesar da demora, do sono, do frio e do cansaço, Violetta embarcou no avião, e logo ele decolou por volta de meia-noite. Pois é... Ela estava indo pro México.

–-----

Após o voo de 13 horas, com conexão na Venezuela, e mais 20 minutos no táxi, Leon finalmente chegou em sua casa. Estava exausto. Era de manhã e em menos de uma hora ele deveria ir para a empresa, para a reunião com os sócios.

Adentrando a casa, não encontrou ninguém, exceto os empregados que lhe cumprimentaram educadamente.

Subindo para o primeiro andar, ele adentrou o quarto da irmã e a encontrou dormindo. No quarto dos pais, viu que sua mãe dormia também. Seu pai estava no Brasil, tentando fixar mais uma das representes de sua empresa ali. Com isso, Leon era quem ficava responsável por toda a empresa, algo que ao mesmo tempo em que era interessante, também era frustrante.

Abriu a porta de seu quarto e sem a mínima paciência para trocar de roupa, deitou na cama de camisa e calça social, assim como o sapato. Tentou dormir, mas estava tão desesperado para que aquilo se realizasse que seu corpo ficou alerta.

Com os olhos fechados, Leon deixou seus pensamentos fluírem para Violetta, como sempre. Não gostava de faze-lo, mas pensar nela o aliviava, como se ela fosse um calmante para ele. Bom mesmo seria poder estar com ela. Ah... Sem dúvida. Sentia muitas saudades e se segurava a cada dia para não voltar para a Argentina e falar com ela. Sabia que não poderia fazê-lo, já que ela não sentia mais o mesmo. Provavelmente nem o amava mais. Nada podia ser feito.

Não que não fosse feliz, porque ele era. Estava com a família. Mas era a mesma felicidade, ou até menor, de quando não conhecia Violetta. Faltava algo em sua vida, que na época ele não sabia o que era. Naquele momento ele sabia exatamente o que faltava, ou melhor, quem. Mas não poderia ter...

Seu celular começou a tocar na cabeceira de sua cama, onde carregava a bateria. Ele o pegou e atendeu o mesmo.

— Fala Marcos — diz com voz sonolenta.

Marcos era seu braço direito na empresa. Havia sido contratado por seu pai, especialmente para ajudar Leon no que precisasse. Basicamente era um cara legal.

— Senhor Vargas, só estou ligando para saber se foi bem de viagem e avisar que em 30 minutos a reunião com os sócios começa — diz formalmente.

— Carlos, sinceramente tem que parar de me chamar assim. Já me basta a secretária. É só Leon.

— Claro... Leon — corrige envergonhado.

— Respondendo a sua pergunta: sim, fui bem de viagem, mas não consegui encontrar um bom gerente ainda. Terei de voltar na semana que vem. Reserve um voo pra mim, sim?

— Claro! Pra que dia da semana?

— Sexta.

— Tudo bem. Mais alguma coisa?

— Não. Te vejo daqui a pouco — respondo.

— Sim, senh... Leon.

— É assim que eu gosto. Até mais.

— Até.

Encerrando a chamada, Leon sorriu. Era estranho estar com 18 anos e já dar ordens. Poucos meses atrás era ele quem as recebia.

Mas liderar tinha seus pontos fortes e fracos. Um exemplo de ponto fraco? Ter de ir a centenas, ou melhor, milhares de reuniões como a que teria de ir naquele dia.

Levantou-se da cama sem muito animo e caminhou para o banheiro. Tomou um banho rápido e vestiu uma camisa social vermelha, calça social preta e sapato social preto, arrumando os cabelos molhados em um topete perfeito.

Saindo do quarto encontrou a mãe e a irmã, brincando no tapete da sala.

— Oi, mãe! — diz sorridente.

— Oi, meu filho. Como foi a viagem? — pergunta o abraçando calorosamente.

— Foi ótima! — responde, sem querer preocupar a mãe com os assuntos da empresa. — Oi, La!

— Leon! — diz alegremente, voltando sua atenção ao irmão.

Ele se agachou e a abraçou rapidamente. Depois, deu-lhe um beijo estalado na bochecha. Como amava a irmã!

— Desculpe, mas tenho que ir pra reunião — diz olhando para a mãe.

— Tudo bem! Vá em paz, meu filho — beija sua bochecha.

Leon foi para a cozinha e pegou uma maçã, pois não comia nada desde que fez conexão na Venezuela e comprou alguns salgadinhos numa loja.

E mais uma vez ele ia passar a tarde inteira na empresa do pai...

–----

Violetta nunca havia imaginado que um voo poderia ser tão cansativo. Não havia comido nada, muito menos dormido, pois a ansiedade não deixava. Quando desceu do avião no Brasil para o voo de conexão, uma aeromoça até lhe perguntou se estava tudo bem, sinal claro de que Violetta estava mal.

Agora, enquanto o avião pousava em Guadalajara, Violetta entrou em desespero por não ter conseguido pensar em nada pra dizer a Leon. Ela até tentou escrever algo, mas nada lhe vinha à cabeça.

Após desembarcar, Violetta pegou um táxi e deu o endereço da casa de Leon (que havia conseguido com Federico) ao taxista, levando cerca de 20 minutos para chegar.

Respirando fundo, tocou a campainha. Não demorou muito tempo e o portão se abriu, saindo de lá uma coisinha minúscula a abraçando pelas pernas.

— Vilu! — grita Laura com um sorriso.

— Oi, Laura. Que saudades! — diz Violetta, disfarçando seu estado de cansaço e a pegando no colo.

Violetta, nem percebeu a presença de Sra. Vargas ali, até o momento em que pegou Laura.

— Violetta, o que faz aqui? — pergunta Sra. Vargas, surpresa.

— Sra. Vargas, me desculpe incomodar. Sei que deve me odiar por ter terminado com o Leon, mas tenho que dizer que tudo o que fiz foi pela felicidade dele. Fui enganada, pois me fizeram acreditar que eu estava deixando-o infeliz e agora que eu descobri tudo eu... — dizia rapidamente.

— Calma Violetta — interrompe com um sorriso. — Olha, você está muito branca. Comeu alguma coisa?

— Não, eu não consegui comer. Vim pra cá de última hora, inclusive meus pais nem sabem que estou aqui. Preciso falar com o Leon!

— Nossa! Você está realmente desesperada. Infelizmente, Leon foi pra empresa à algumas horas e só vai voltar depois das 19h — responde.

— Então eu vou lá falar com ele.

— Espera. Antes, coma alguma coisa e lave o rosto. É capaz de você desmaiar nesse estado — diz a puxando pelo braço.

Violetta aceitou relutantemente mas não ficou muito tempo. Foi para o banheiro e lavou o rosto, retirando toda a maquiagem e despertando. Apesar de ser 14h, ela tomou café para ficar mais alerta, enquanto comia um sanduiche.

Após uma longa conversa com Violetta, Senhora Vargas, viu a sinceridade dela e resolveu ajuda-la, lhe dando o endereço da empresa. Torcia para que seu filho voltasse a sorrir como meses atrás.

Violetta, pegou um táxi e seguiu, rumo a empresa. Agora sim, ela iria falar com Leon.

Chegando a empresa, seu coração disparou. Estava muito próxima de Leon e logo o veria cara a cara. Adentrou a empresa e se aproximou vagarosamente da mesa da secretária.

Ela conversava no telefone, e não pareceu notar a presença de Violetta.

— Não... Não, desculpe. Senhor, não insista. O Senhor Vargas não vai atender ninguém hoje, a não ser os clientes dos Estados Unidos — dizia e isso preocupou Violetta. — Mas pode marcar uma reunião para amanhã.

Violetta deixou de prestar atenção ao resto da ligação, tendo uma ideia. Então esperou pacientemente a secretária encerrar a ligação e voltar sua atenção para ela.

— Posso ajudar? — pergunta sorridente.

— Han... Mister Vargas — diz Violetta, puxando o "Var" com sotaque. — Reunião... Negócios

— Yes, are you here for the meeting with Mister Vargas? (Sim, você está aqui para a reunião com Senhor Vargas?)

— Yes, I do (Sim, estou) — Violetta responde com o pouco inglês que possuía.

— What is your name? (Qual é o seu nome?)

— Miss... Janett Clarinson — inventa.

— Okay. Just wait 5 minutes. Set down, please (Tudo bem. Só espere 5 minutos. Sente-se, por favor).

— Okay, thank you (Tudo bem, obrigada) — responde num misto de felicidade e nervosismo.

— You're Welcome (De nada) — diz, caminhando para a sala ao lado, provavelmente a de Leon.

Violetta se sentou na cadeira acolchoada, completamente ansiosa. Havia mentido, mas precisava ver Leon. Como ele deveria estar? Bonito, sem dúvida. Isso não mudaria com o tempo. Ela sorriu de lado com esse pensamento.

Os segundos pareciam se arrastar, mas finalmente a secretária autorizou sua entrada na sala.

Violetta se levantou e caminhou devagar, sentindo as pernas amolecerem. Parecia que a qualquer minuto ela cairia ali mesmo. Adentrou a sala e encostou a porta.

Leon estava sentado na cadeira presidencial, observando a vista da cidade pela parede de vidro, de costas para ela. O coração de Violetta parecia que ia sair pela boca de tão forte que batia. Estava tremendo. Caminhou alguns passos para o centro da sala, sem consegir se mover mais.

Leon estava muito cansado e queria ir pra casa. Mas os clientes dos Estados Unidos não paravam de chegar. Resolveu ficar de costas para aquela cliente, assim ela notaria que tinha de ser rápida.

— Well, we can start now, Miss Janett. I have a little time (Bem, nós podemos começar agora, Srta. Jannet. Eu tenho pouco tempo) — diz, com voz cansada.

Violetta não conseguiu pronunciar uma só palavra, respirando apressadamente. Leon estranhou essa atitude. Então, se virou na cadeira e ficou paralisado, achando que estava tendo uma visão. Eles se encaráram pela primeira vez em três meses.


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Notas finais do capítulo

MDS....... E agora????
Tive que por no Pov's Autora pra poder mostrar o ponto de vista do dois, então os próximos dois caps serão com euzinha narrando kk.
Essa será nossa última semana juntos... Vou postar quita o cap 49 e o cap 50 (Epílogo), será postado na sexta pq eu não queria judiar de vcs e faze-los esperar até terça q vem kkk. Já terminei de escrever e falta só postar, mas eu já to sentindo saudades...
Então até quinta :/



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