Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 35
Capítulo 35 - Desistência


Notas iniciais do capítulo

Faaaaala Povo!!!
Demorou mais voltei kkkk
Espero que aproveitem o cap ;)



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Pov's Violetta

É fim de Janeiro, mas certamente isso não faz tanta diferença. O que faz diferença é o tempo que estou longe da maioria dos meus amigos e a saudades que eu começo a sentir.

Depois das festas de fim de ano Fran e Marco foram para a Itália fazer Música, Diego voltou à Espanha para entrar na Faculdade e Broadway e Cami foram para o Brasil começar uma nova vida, cursando Administração. Naty e Maxi seguem em Buenos Aires com projetos de dança e canto. Alex voltou pra França e provavelmente fará Administração enquanto faz música. Federico e Ludmila no momento estão no Chile fazendo Shows, e também fizeram a prova para entrarem na mesma faculdade que eu (a Universidade Nacional del Litoral) e já sabem que passaram pois a faculdade fez questão de ligar para as duas "estrelas" dando as boas notícias.

– Se você não descer agora, eu vou sem você, Leon! - grito irritada, andando de um lado pro outro pela sala da casa de meu namorado.

– Nossa, quanto amor e consideração você tem por mim, Vilu - diz descendo as escadas rapidamente enquanto abotoa o penúltimo botão de sua camisa - Fico lisonjeado.

– Eu sei! É meu objetivo de vida te fazer se sentir amado - brinco ajeitando a gola de sua camisa.

– Nem sei porque deixei que você me apressasse. Nem poderia dirigir meu carro até a faculdade, por que não tem carteira de motorista - comenta.

– AINDA, meu querido - digo sorrindo enquanto vamos em direção à garagem - espere até eu criar vontade e verá o que é uma verdadeira motorista.

Estamos à caminho da Universidade Nacional del Litoral onde vou saber se fui aprovada ou não. Apesar de eu ter feito a prova aqui em Buenos Aires, a Faculdade fica à 102 Km da capital Buenos Aires, então já vejo quão longa será a viagem de 5 horas e meia.

São 7 da manhã de uma segunda-feira, quando partimos. Os pais de Leon estão viajando a negócios, e Papai e Angie estão viajando à Praia de La Plata para conhecer o lugar onde se casarão daqui a três meses. Então Leon se ofereceu pra me levar, já que eu não fazia a minima ideia de como chegar à cidade de Santa Fé de ônibus.

A maior parte do caminho fomos ouvindo música. Eu perguntava coisas aleatórias para Leon de vez em quando, ele respondia curtamente e ficava em silêncio. Provavelmente era porque estava muito cansado.

Paramos em uma lanchonete ao meio-dia e lá almoçamos hamburgers.

– Você está bem, Leon? - pergunto colocando minha mão sobre a sua que repousava sobre a mesa. Ele olhava para seu copo de refrigerante pensando distante.

– Hã? - pergunta, voltando para a Terra.

– Você está bem? - repito - Está muito pensativo hoje.

– Estou - diz após um tempo.

– Você mente mal - comento enquanto ele desvia o olhar - olha pra mim, Leon - ele olha - O que aconteceu?

– Nada - diz sério, enquanto o encaro - ok, eu... só estou preocupado com a Academia Militar.

– Por que?

– Porque se eu não passar, não sei o que vou fazer da vida.

– Você vai passar, Leon - enfatizo.

– Como pode ter tanta certeza?

– Porque sei que você ama o que faz - entrelaço nossos dedos - vai dar tudo certo - sorrí.

Ele que estava com o rosto virado, me olhou desconfiado, então sorriu.

– Como consegue fazer isso? - pergunta calmamente.

– Fazer o que?

– Fazer todas as minhas preocupações desaparecerem com um sorriso - diz pegando minha mão e depositando um beijo nela.

Da lanchonete até a universidade foram mais 30 minutos de viagem, então chegamos ao nosso destino.

A faculdade estava lotada de pessoas tentando conferir seus resultados, por isso levei cerca de 20 minutos até chegar à lista de aprovados.

Procuro meu nome naquela lista q parecia infinita. E la estava: Violetta Castillo - Aprovada.

Fiquei tão feliz que passei o caminho de volta inteiro com um sorriso bobo no rosto, enquanto Leon repetia a cada 10 minutos: "sabia que ia passar".

Chegamos em casa às 18h. Papai e Angie estavam na sala assistindo um filme e comendo pipoca.

– Oi Pai, oi Mãe - digo com um sorriso largo no rosto.

– Eai, passou? - pergunta Angie.

– SIM! - grito a abraçando.

– Parabéns! - diz meu pai enquanto eu e Angie ficamos pulando abraçadas e dando gritinhos igual crianças.

– Qual é a idade mental das mulheres, Germán? - pergunta Leon divertido enquanto papai ri.

Me solto de Angie e vou para o lado de Leon.

– Engraçadinho - digo dando um tapa fraco em seu braço - e como foi na praia?

– Tudo ótimo. O lugar vai ser praticamente deserto e alugamos uma casa de praia para os convidados - diz Angie - nem acredito que vamos nos casar - olha pra meu pai com um sorriso bobo e ele retribui o sorriso.

– Eu também - diz.

Não entendia como eles ficavam minutos admirando um ao outro sem dizer absolutamente nada. As vezes eu achava que era uma indireta para que as pessoas os deixassem à sós.

– Tenho que ir pra casa - disse Leon no meu ouvido, não querendo atrapalhar o momento de meus pais.

– Eu te acompanho - digo baixo.

Nos afastamos vagarosamente, e logo estávamos fora da casa.

– Tchau Vilu - disse.

Eu fiquei parada no portão, esperando um beijo de despedida, mas Leon começou a ir em direção ao seu carro.

– Ei - chamo.

Ele se vira confuso.

– O que?

– Vem aqui - peço. Ele se aproxima desconfiado - mais perto - digo e ele se aproxima mais. Então o abraço.

Seus braços me circundam fracamente.

– O que ta acontecendo? - pergunto me afastando de seu abraço.

– Como assim? - pergunta.

– Desde aquela noite em que você se assustou com o video-game, ta muito estranho. Você quase não me toca nem beija mais e, além disso, nesses últimos dias anda muito pensativo - digo, então seguro suas mãos.

Ele ia se afastando do toque mas pensou melhor por um momento e manteve nossas mãos unidas, no entanto sem entrelaça-las (como sempre fazia).

– Viu? - digo procurando seus olhos.

– Eu só... - balança a cabeça exasperadamente - só quero ter mais cuidado perto de você.

– Porque?

– Porque essas coisas que tem na minha cabeça não podem ser controladas, de uma hora pra outra elas se ativam e eu posso machucar alguém... Você principalmente - suspira fechando os olhos - eu não consigo suportar a ideia de te machucar, nem sei o que seria capaz de fazer comigo mesmo se isso acontecesse - termina com a voz embargada.

– Você nunca me machucaria e disso eu tenho certeza, Leon - digo carinhosamente.

– Não é tão simples assim.

– É claro que é - digo.

Solto minhas mãos das suas e as passo, subindo calmamente por seus braços definidos até chegar em seus ombros largos e segura-los firmemente. Ele instintivamente envolve um braço fracamente em minha cintura e com a outra mão segura a lateral de meu rosto calmamente. O calor de sua palma era tão bom que movi o rosto fazendo-o acariciar sem nem se mexer, e me aproximei mais.

– Consegue sentir o calor? Porque eu sim, sinto que em seus braços nada pode me acontecer, mesmo sabendo do tamanho de sua força e do que é capaz de fazer. Na verdade me sinto bem mais protegida aqui do que em qualquer outro lugar do mundo - digo sorrindo.

Ele suspirou com um sorriso leve no rosto, em sinal afirmativo.

– Amo você - conclui me beijando fracamente.

Segurei-o firme pelos ombros e aprofundei o beijo. Ele hesitou no primeiro momento, mas se deixou levar, me envolvendo com os dois braços e apertando contra seu peito de mármore. Pude sentir seu coração batendo rapidamente enquanto sua respiração se descompassava com a minha.

Beijei-o mais calmamente, nos separando após um beijo tranquilo.

– Amo você - sussurro perto de seu rosto.

– Como é possível eu amar você cada dia mais? - pergunta com um sorriso largo, me segurando confortavelmente em seus braços.

– Me diz você - sorri.

– Se você não entrar agora, eu irei te buscar, Violetta! - grita papai de dentro da casa. Achei estranho ele ter sentido minha falta com Angie lá dentro.

– Tchau - abraço Leon rapidamente e me solto de seus braço - Estou indo! - grito para meu pai.

– Tchau, Vilu - diz entrando no carro.

Fechei o portão somente quando eu não pude mais ver o carro de Leon.

Entrando em casa eu fui pro meu quarto. Deitei em minha cama completamente exausta, apesar de estar morrendo de fome. A essa hora Olga devia estar preparando o jantar, então esse pensamento me confortou.

Em cima de minha escrivaninha, o notebook me deu o aviso de uma chamada de vídeo em grupo. Coloquei o notebook em meu colo e aceitei a chamada.

– Oooooi, Vilu! - gritam Fran, Marco, Cami, Brodway, André, Maxi, Naty, Diego, Ludmila e Federico. Todos em casais, exceto André e Diego.

– Oi galera! - digo animada.

– Finalmente você chegou. Eu tava morrendo aqui de tanto esperar - diz Ludmila.

– Todos estávamos - comenta Broadway.

– Nossa, a que devo a espera tão longa de vocês? - pergunto divertidamente.

– Passou na Faculdade? - perguntam Naty e Maxi ao mesmo tempo.

– Não... - digo triste abaixando a cabeça. Todos começaram a me consolar ao meu tempo, então não aguentei e comecei a rir. Eles pararam, completamente confusos - Era mentira. Eu passei! - gritei feliz.

– Haaaaa! - as meninas gritaram de alegria e os meninos ficaram sorrindo.

– Se eu estivesse ai, você ia levar um tapa, Viloletta Castillo - diz Fran fingindo estar nervosa. Eu sorri.

– Por mais que seu tapa seja doloroso, eu gostaria que você estivesse aqui para me da-lo - suspiro com um sorriso fraco - todos - enfatizo.

– Nós também - todos dizem.

Talvez a vida tenha que ser assim, as vezes temos que nos distanciar de pessoas que são muito importantes pra nós, mas não significa que elas percam seu valor em nossos corações...

Pov's Leon

Chegando em casa eu encontro Laura engatinhando pela sala indo em direção ao seu brinquedo favorito, um cachorrinho de pelúcia. Peguei o brinquedo e fiquei agachado, esperando ela chegar ao seu destino (onde o brinquedo deveria estar).

Ela parou confusa, levantou a cabeça e olhou pra mim, que estava com um sorriso.

– Leon! - diz devagar enquanto sorria.

– Oi, La - digo feliz, pegando-a no colo e lhe entregando o cachorrinho de pelúcia - vamos ver o que o papai e a mamãe estão fazendo.

Chegando a sala de jantar, meus pais estavam sentados à mesa conversando seriamente sobre algo. Assim que me viram eles ficaram em silêncio e sorriram.

– Oi Filho, como foi com a Violetta? - pergunta minha mãe.

– Ótimo, ela passou! - digo orgulhoso me sentando.

– Leon... Temos que te contar uma coisa - diz meu pai sério.

– O que aconteceu? - pergunto sentindo Laura puxar meus cabelos fracamente.

– Você passou na prova. Ligaram hoje avisando - diz minha mãe sorrindo.

– Isso é... Isso é ótimo! - digo sorridente, então fico confuso - porque estão assim? A notícia não é boa?

Coloquei Laura no chão pois ela estava inquieta em meu colo, logo ela já estava na sala, brincando.

– Sim - diz meu pai - o problema é que eles sorteiam para qual unidade da Academia Militar os aprovados serão escalados. E você foi designado para San Salvador de Jujuy - conclui, nada feliz.

Parei por um instante. A distancia de BA para San Salvador de Jujuy é de aproximadamente 1.700 km. Se eu só tinha os fins de semana pra ir pra casa e ir pra faculdade da Violetta, eu passaria quase 20 horas dirigindo para chegar até minha casa, depois levaria nais 5 horas e meia para chegar à Faculdade da Vilu, e depois levaria 15 horas pra voltar. Isso daria no total, mais de 40 horas só de viagem, sem levar em conta o transito e sendo que eu só tinha 48 horas livres antes de voltar para a academia. O que eu faria? Ficar 3 horas com meus pais, 3 horas com a Violetta e torcer pra chegar à tempo? Como eu aguentaria essa rotina durante quatro anos?

Então eu entendi. Eu não poderia vir pra casa nem pra faculdade nos fins de semana. Eu teria que ficar lá.

Olhei-os firmemente.

– Então parece que eu não vou ser um militar - concluo secamente me levantando. Começo a me retirar.

– Não seja fraco, Leon Vargas - meu pai diz aumentando o tom e se levantando. Eu parei e me virei pra ele.

– Eu não sou fraco! - aumento o tom, me igualando ao seu - e se quiser eu tenho um monte de cicatrizes pra provar isso.

– Você lutou por isso e conseguiu, e agora quer por tudo a perder? E dai que não vai ver a Violetta?

– "E dai"? - repito incrédulo - essa garota me transformou, fez do meu mundo um lugar melhor quando eu voltei da guerra destroçado. Ela é tudo pra mim, e eu não posso simplesmente abandona-la e seguir minha vida como se nada tivesse acontecido - digo avançando para a mesa.

Minha mãe seguia sentada, completamente assustada.

– Ta vendo? Isso não é bom pra você, Leon. Ela te prende, te impede de fazer o que quer, e você é um tolo que não percebe isso - aponta o dedo.

– Ela não me impede de fazer o que eu quero, porque o que eu quero é estar com ela! - grito mais alto.

– Aja como homem e honre seus objetivos - me olha com olhos flamejantes.

– É isso que um homem faz, ele assume compromissos, faz sacrifícios, ele faz de tudo para não magoar o simples e doce coração de uma garota, ele FICA! - aperto a ponta do dedo indicador sobre a mesa sem desviar de seus olhos.

– Você esta hesitando. Aidan fez o mesmo antes de morrer - diz sabendo que pegaria na ferida.

– Não mencione o nome do meu irmão! - grito tão alto que parece que meus pulmões vão explodir, dando um tapa forte e firme na mesa.
Sinto as lagrimas encherem meus olhos mas não escorrerem. Por um segundo, tudo ficou em silêncio. Fiquei encarando-o sem desviar o olhar, minha mãe se levanta.

– Já basta! - tenta gritar mas sua voz é fraca.

– Estou farto disso - digo ainda irritado mas sem gritar.

Me retiro da sala de jantar. Na sala, passei por Laura que brincava tranquilamente. Peguei meu capacete, a jaqueta e as chaves de minha moto.

– Aonde você vai? - pergunta minha mãe preocupada, quando eu já estava na porta. Me virei pra ela.

– Preciso respirar, logo eu volto - digo usando o último pingo de controle e tentando sorrir mas não obtendo resultado.

Na garagem, montei na minha moto já com a jaqueta e o capacete. Dei partida e pisei no acelerador.

Lagrimas escorriam sobre minhas bochechas, e aquela dor de criança voltou à tona em meu coração. Enquanto eu passava pelas casas e prédios, sabia exatamente onde tinha quer ir.


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Notas finais do capítulo

Já volto causando neh? kkkkk
Gente, vou postar toda terça-feira.
Vocês devem se lembrar que eu disse que ia fazer uma fic com minha amiga Millena, mais conhecida como Miimi. Acho que ela vai me matar mas eu vou contar: a fic será do gênero Leonetta e se chamará Além do Seu Olhar. A fic ainda está em produção, mas podem ter certeza que nós estamos bolando uns esquemas muito loucos para o enredo kkkkkk.
Bom, é isso. Até terça:)