– Leon - digo com puro alívio.
– Oi Vilu, feliz aniversario - diz calmo com voz cansada.
Não queria sair de seu abraço, apertava-o com mais força e ele fazia o mesmo. Sentia sua respiração pesada e o seu perfume tão reconhecivel me invadir.
– Desculpe o atraso - fala e pelo seu tom percebo que sorri.
– Desculpe? - pergunto me afastando - você esta aqui - sorrio e encosto nossas testas. Vou passando as mãos por seu rosto tentando memorizar cada traço e começando a chorar
– É.....estou - Sorri e eu sorrio também - Vilu, não chora...
– Eu te amo - o corto tentando enchergar seu rosto atravez das lágrimas e vejo que Leon esta com os olhos marejados.
– Eu não tenho duvidas de que te amo - e assim que diz isso damos um beijo molhado.
Finalmente pude beijar Leon novamente e esse era meu melhor presente: sentir seu calor, seus braços me protegendo, seus labios macios e ternos, sem contar o simples fato de ele estar ali.
Meu coração batia feito um louco, num ritmo desconjuntado enquanto a minha respiração ficava descontrolada e eu movia os meus dedos cuidadosamente pelo rosto dele. As mãos dele memorizavam o meu rosto, do mesmo jeito que as minhas mãos faziam com o rosto dele, e, nos breves segundos que nossos rostos se afastaram ele sussurrou meu nome, para depois voltar a me beijar novamente.
Apesar de eu não me importar em ficar ali pra sempre, tivemos de cessar o beijo.
– Nunca mais eu fico longe de você - diz olhando em meus olhos.
– Tem razão. Foram os piores tres meses da minha vida - digo seria.
– Hãn....desculpem interromper - diz um homem com roupa militar, atras de Leon.
– Tudo bem - diz Leon me soltando - Vilu, este é Andrew, e Andrew esta é Violetta.
– Ele não tinha morrido? - pergunto.
– Foi apenas um engano - diz Andrew - E é um prazer conhecer a famosa Violetta - sorri.
– O prazer é meu - digo sorridente - Obrigada por trazer Leon à salvo.
– Foi ele quem me trouxe a salvo - diz e Leon olha pra ele com cara de reprovação.
– Que historia é essa? - pergunto.
– Te explico depois - diz evazivo.
– Precisamos ir Leon - diz Andrew.
– Eu sei - diz e se vira pra mim - vou ver minha familia. Eu vim do aeroporto direto pra ca - explica.
– Tudo bem - digo.
– Aqui, seu presente - ele pega um pacote que estava na mão de Andrew.
– Obrigada, mas nem precisava - digo - vai à minha festa?
– com certeza - sorri - agora tenho que ir - me beija - te vejo na festa - se afasta, mancando.
Não queria que ele fosse mas não tinha escolha, ele precisava ver os pais e Laura.
Entrando em casa vejo que todos começam a se arrumar.
– Olha quem voltou - diz Angie sorrindo - gostou do presente?
– Vocês sabiam? - pergunto.
– Claro, nos e seus amigos sabiamos - diz papai sorridente.
– Conseguiram esconder bem - digo.
Subi pra meu quarto e abri o presente de Leon. Era um vestido roxo, tomara que caia, rodado da cintura pra baixo. Me encantei por ele.
A festa se iniciarias às 19:00, e como ja eram 18:20 quando eu acabei de me arrumar, decidi ir ver Leon.
Papai me deixou na casa de Leon e ja foi pra festa com mamãe e Federico. Eles tinham de chegar cedo e eu chegaria um pouco mais tarde para fazer "uma entrada" na festa.
Abrindo a porta sou recebida pelo Senhor Vargas com seu Smoking, todo apressado, gritando "Vamos logo, Larissa". Ele disse que Leon estava tomando banho e eu me sentei no sofá.
Logo Larissa desceu com Laura em seu colo. Eles foram pra festa e me deixaram la esperando Leon se aprontar.
– Mãe - grita Leon - preciso de ajuda.
Eu subi as escadas, sem entender o que ele falava. Ao chegar ao seu quarto eu abri a porta e o vi sentado na cama com a calça preta do Smoking e o sapato social preto. Mas o que me assustou foi ver que em seu ombro havia um enorme curativo.
– O que é isso, Leon? - pergunto assustada me aproximando.
– Nada, só um machucado - diz indiferente - Uau, você esta linda - olha pra mim.
– Obrigada, mas o que aconteceu com você? - pergunto.
– me ajuda que eu explico - se levanta e eu concordo pegando sua camisa e o ajudando a coloca-la cuidadosamente. Enquanto eu abotoava sua camisa ele me explicou tudo o que lhe aconteceu.
– Você esta fraco e mesmo assim veio pra ca? - pergunto abotoando o ultimo botão.
– Sim, eu tinha que te ver no seu aniversario - diz sorridente - a dor não é nada, logo passa.
– Eu sei....mas mesmo assim vou ficar de olho em você - digo dando nó em sua gravata borboleta.
– Que bom - sorri e fica em silencio, me observando acertar a gravata torta.
– O que foi? - pergunto.
– Não sabia que você ia fazer tanta falta - sorri olhando em meus olhos.
– você me fez mais - digo e o ajudo a por o colete. Então por fim colocamos o casaco do smoking e o abotoamos
– Obrigado, é bom ver que cuida de mim - diz.
– O prazer foi meu - digo sorridente. Ele se inclina pra me beijar mas eu o impesso colocando minha mão em sua boca - Estamos atrasados.
– Okay, mas vou te roubar esse beijo uma hora ou outra - ri.
Chegamos ao local da festa em 10 minutos. Às 19 hrs em ponto em entrei na festa, com o braço enganchado no de Leon.
Tive de comprimentar toooodos os convidados e isso levou algum tempo, sem contar que Leon se cansou e teve de sentar, me deixando sozinha para seguir dando um "oi" pra cada convidado.
Quando acabei, eu voltei à mesa onde o tinha deixado, e la vi todos os meus amigos conversando animadamente.
– Se divertindo sem mim? - pergunto me aproximando e ficando atras da cadeira de Leon.
– olha a aniversariante ai - diz Fede sorridente, com um copo de refrigerante na mão.
– É...gostou do nosso presente? Foi um sacrificio esconder isso de você - diz Fran.
– Amei, não poderia ser melhor - digo abraçando Leon pela clavicula - Foi bom também te ver Fede - sorri pra ele - você e Ludmi não deviam estar nos Estados Unidos?
– Conseguimos uma folga pra te ver - diz Ludmila toda alegre abraçando Fede de lado.
Antes que a conversa proseguisse, Alex chega alegre, cumprimentando todos em geral sem perceber a presença de Leon.
– Muito boa a festa, Vilu - se vira pra mim - a propósito, você esta linda.
– Obrigada - digo incomodada e sinto Leon se contrair (com minhas mãos em seus ombros).
– Ela ficou realmente linda - diz Leon - com o presente que eu dei - insinua.
– E você é...???? - diz Alex desconfortavel.
– Leon Vargas - diz estendendo a mão, e Alex me olha assustado por se lembrar QUEM era Leon. Logo depois aperta a mão de Leon.
– Sou Alex - diz serio.
Logo a conversa foi tomando rumos diversos, muitas vezes com muitas risadas e brincadeiras.
Depois de um tempo todos quiseram cantar. E assim foram, indo tanto como em casais quanto em grupos de amigos. Eu não cantei porque queria ficar com Leon. Mas logo providenciaram um banco para Leon sentar e cantar conosco.
Cantamos: Hoy Somos Más, Ven y Canta, Ser Mejor, On Beat e....queriamos cantar mais, mas o DJ queria voltar ao trabalho e tivemos de descer do palco.
Apesar de eu acha super brega (principalmente para um aniversario de 18 anos) e de recusar que eles o fizessem, foi cantado o parabéns e eu apaguei as velinhas, às 21:30.
Enquanto eu e Leon dançavamos calmamente (eu com as mãos entrelaçadas em seu pescoço, com a cabeça encostada em seu peito e o rosto virado para sua garganta , e Leon com as mãos em minhas costas) , eu pude realmente sentir paz. Saber que ele estava ali, comigo, bem, vivo....era tranquilizador.
Parecia que o tempo havia parado, só existia aquele momento. Apesar de a música lenta ja ter acabado ha muito tempo e de todos estarem dançando animadamente no ritmo de uma musica agitada, eu e Leon seguimos nos movendo devagar, sem nos importar.
– Meu amor, você percebeu que a musica lenta acabou faz tempo? - digo rindo quebrando o silêncio entre nós.
– Percebi mas....senti tanta falta de te-la assim que eu não quero te soltar tão cedo - brinca.
– No que esta pensando? - pergunto curiosa.
– Me diz você - segue com o tom de brincadeira.
– Eu estava tentando acreditar que você esta aqui - digo - agora você.
– Eu estava pensando que você tem 18 e eu 17, então eu sou mais novo - brinca e nos dois rimos - Falando serio, agora. O que eu estava pensando é que nosso amor é muito forte, ja superamos separações, tempo, distancia, medos, traumas, guerras... - rimos fraco nessa ultima parte.
– Eu também acho - digo pensativa - as vezes eu me perguntava se esse amor podia acabar com o tempo, mas nunca acabou, assim que eu escutava seu nome ou via algo e/ou alguem que me lembrasse você, eu sentia aquele amor, e sabia que ele permanecia vivo - digo e ficamos em silêncio por um tempo.
– Esse....Alex - diz e eu fico tensa - ele....gosta de você, neh?
– Hã....sim...como sabe? - digo com caltela.
– Ele não para de te olhar enquanto dançamos - diz com voz ameaçadora. Eu olho pra mesa onde ele devia estar e vejo que nos observa enquanto conversa com André.
– Hum - tento parecer indiferente.
– Vilu, você... - ele ia dizer algo mas foi interrompido por Papai.
– Queria pedir a atenção de todos, por favor - diz papai no microfone.
Todos param de dançar, conversar e a musica é desligada. A atenção é voltada para o palco.
– hoje apesar de ser o aniversario da Violetta eu gostaria de fazer um pedido - ele olha pra mim e sorri. Ai meu Deus, ele vai... - Eu achei que nunca me apaixonaria novamente, mas uma pessoa apareceu na minha vida e mudou tudo. Tenho medo que essa pessoa va embora....por isso eu não posso mais esperar - tira uma caixinha de veludo preto do bolso e se ajoelha na direção de Angie - Angeles Saramego, você aceita se casar comigo?
Um "Owwnnn" ecoa no local e todos ficam na expectativa da resposta.
Angie estava a alguns passos do palco e se aproxima devagar. Vejo de longe que algumas lagrimas escorrem por seu rosto.
– Eu.....aceito - diz (começando a abrir um sorriso enorme) no microfone. E todos começam a aplaudir, gritar e fazer barulho alegremente. Papai deu o maior sorriso que eu vi, colocou a aliança em seu dedo e após se levantar a beijou, fazendo todos aplaudirem ainda mais.
Eu não percebi, mas chorava silenciosamente. Leon foi limpando minhas lagrimas carinhosamente com o polegar, sorrindo pra mim. Eu simplesmente abracei-o sentindo a alegria de te-lo ali e de ter uma família completa.
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Apesar de ja serem 2 da manhã, eu e Leon não nos importamos em caminhar calmamente pelo jardim enorme de minha casa, de mão dadas. Leon ja havia deixado a gravata borboleta pindurada em seu pescoço, e seu casaco repolsava em meu ombro por conta do frio.
– O que achou do aniversario? - pergunta olhando pro céu.
– O melhor de todos: papai e Angie vão se casar, você voltou, sou maior de idade.... - rimos.
– Vai ficar melhor com o presente - diz.
– Mas você ja me deu - digo sem entender - alias, onde você comprou esse vestido se veio direto do aeroporto me ver?
– Eu fiquei num hospital na Italia, e assim que sai eu fui procurar seu presente. Assim que vi esse vestido na vitrine, eu sabia que ficaria perfeito em você - sorri me olhando de cima a baixo.
– Entendo....voltando ao assunto: porque outro presente?
– ja lhe dei meu presente, mas esse eu e nossos amigos compramos juntos - diz misterioso.
Havia uma coisa apoiada num tripé bem no centro do jardim. Ao nos aproximar eu percebo que é um telescópio.
– Um telescópio! - digo alegre e Leon sorri.
– Pra você ver as estrelas sempre que quiser - diz.
– Obrigada, Leon. Eu amei - digo.
– Vem, vou te mostrar Sírius - diz e começa a ageita ro telescopio até, olhando pelo visor - Pronto, olha - me deixa colocar o olho no visor. Era muito legal ver a estrela mais,de perto.
– Sírius é uma estrela binaria, ou seja, tem duas estrelas que formam uma só - explica - essa enorme é Sírius A, e a pequinininha é Sírius B (N/A: gente, pega no Youtube pra vcs verem, é muito linda).
– Uau - digo encantada - incrivel.
– Você é que é incrivel - diz e eu volto minha atenção para ele.
– Filho, vamos - grita Sr. Vargas.
– To indo, pai - grita de volta sem tirar os olhos de mim.
– É incrivel como eu não consigo matar essa saudade - digo com um sorriso fraco - você realmente tem que ir?
– Eu posso me esforçar a ficar acordado.
– Não, você esta machucado, tem que dormir e descançar - digo - temos bastante tempo pra matar a saudade.
– Eu sei, mas foi tanto tempo longe que eu não quero te deixar. Finalmente te tenho de volta - sorri formando suas covinhas.
– E eu tenho você - digo sorridente
– Eu te amo - diz e antes que eu pudesse responder ele me beija. Calmo e sereno como só Leon fazia. Realmente, o meu lugar era ao lado de Leon, disso eu não tinha dúvida.
– Eu também te amo - digo rindo fraco - agora vai se não eu não te solto mais - ele sorriu, pegou meu rosto entre suas mãos, e depositou um beijo delicado em minha boca.
– Até sempre, Vilu - diz e começa a se afastar.
– Até sempre, Leon - sorri.
Entrando em casa eu tomei banho e fiquei no quarto tentando organizar os presentes, era taaanta coisa.
– Vilu, não foi dormir ainda? - pergunta Angie entrando.
– Não, eu....preciso organizar isso - digo jogando alguns sacos de presente no lixo.
– Eu estou de saida, mas antes eu queria te dar uma coisa - ela se senta na minha cama e eu me sento ao seu lado curiosa - quando sua mãe fez 18 anos, sua vó deu uma corrente pra ela. Quando sua mãe se foi....ela quis que eu a usasse mas eu neguei, eu queria dar a você. Então... - ela me entrega uma corrente com um pingente de um leão que rugia em pé.
– é lindo - sorri.
– Minha mãe disse que ela teria sempre coragem, como um leão, valente - ela sorri
– gostei muito, obrigado - a abraço.
– Posso te perguntar uma coisa? - pede quando nos afastamos.
– Claro - digo.
– Você se importa de eu me casar com seu pai?
– claro que não. Eu AMEI a ideia, vocês tem o meu apoio. Não teria pessoa melhor pra ser minha outra mãe, mãe - digo sorrindo.
– Quem bom, Vilu - sorri - você sabe que eu nunca ocuparia o lugar de Maria.
– Eu sei - a abraço - me deixa ver esse anel! - digo animada. Ela estica a mão e eu vejo um lindo anel com uma pedra de diamantes - que lindo, me apaixonei.
– Só pelo brilho da pra ver que custou uma fortuna - diz pensativa.
– Com esse anel, eu to começando a pensar na possibilidade de me casar - digo rindo.
– Olha que menina assanhada - diz rindo. Angie realmente era otima pra ser mãe, era amiga, brincalhona, seria, sabia ter calna em resolver problemas...
– Claro - digo sorridente - papai me mataria.
– Isso eu não sei, agora matar o Leon seria bem provavel - brinca e rimos juntas - em fim, eu tenho que ir - se levanta.
– Boa noite, mãe - digo quando ela ja estava na porta. Ela sorriu, como se pensasse em algo e respondeu.
– Boa noite, filha - me surpreendi mas sorri.
Ela fechou a porta e eu deixei aquela bagunça de presentes num canto pra ir dormir.
Dessa vez eu poderia ter a certeza de que o amanhã não seria inesperado. Seria simplesmente normal....do jeito que devia ser, do jeito que eu havia ansiado nesses 3 meses.