Dois Palhaços E Muita Confusão escrita por Charbitch


Capítulo 2
She Won't Come Back


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu não tive nenhum comentário :(... Alguém comenta, por favor XD.



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Ok, eu suponho que deva parar de divagar. Está na hora de agir. Sábado. São três horas da manhã. Eles devem atacar agora. No jornal está escrito que ela e o tal Ragazzo costumam atacar nesse horário em baladas movimentadas. E hoje uma balada que enche mesmo é a Black Queen. É lá que as patricinhas gastam o dinheiro dos pais em cerveja. E lá vamos nós...

Eu resolvi caprichar na produção, só para a Arlequina se derreter ainda mais com a minha presença. Eu coloquei uns óculos escuros e passei o perfume com cheiro de morto que ela adorava. Pronto, a Harleen iria pirar no meu visual. Hoje eu detonaria o Ragazzo e a recuperaria, ou o meu nome não seria CO-RIN-GA! Atenção, crianças! O Príncipe Palhaço do Crime vai passar! Eu cheguei à balada que não era muito longe do meu esconderijo, respirei fundo, dei o meu melhor sorriso maquiavélico e falei:

_Hora do show!

Com alguns tostões furados, paguei a entrada. Eu tive alguns problemas com o porteiro, porque ele dizia que eu era um criminoso e eu não era bem vindo. Eu disse que já havia cumprido a minha pena e que tinha o direito de entrar. Ele, então, permitiu a minha entrada. Eu entrei todo galante, me achando... Mas... Havia um pequeno problema: O Ragazzo e a Arlequina viraram notícia, ou seja, todo o mundo sabia agora quem eles eram, assim eles teriam que se trajar de outra forma para não serem reconhecidos. Aonde eu quero chegar com isso? O fato é que eu poderia não reconhecê-los caso eu os visse! Não, nada de ser negativo!

E Vejam só! Eu reconheci a Arlequina em meio à multidão. Realmente ela não estava trajada como a Arlequina. Ela estava vestida como uma garota normal. Os seus cabelos loiros estavam desamarrados, chegando até a cintura. Os seus olhos azuis brilhavam. Um rapaz estava com ela. Provavelmente o Ragazzo. Ele também estava diferente, como eu imaginava. Ele tinha uma peruca preta que ia até metade das suas costas para cobrir a cabeleira original. Nada de cartola prateada. Havia também umas lentes de contato verdes para esconder os olhos violeta, que, querendo ou não, chamavam bastante atenção. As suas vestes não eram prata como de costume. Eram de uma pessoa comum. Os dois estavam bem disfarçados, realmente, mas eu poderia reconhecer a minha parceira do crime Arlequina em qualquer lugar. Ela não podia me enganar. Nós não tínhamos segredos. Ao menos até o momento em que ela resolveu partir. Porém, chega de ficar só pensando e analisando. Um pouco mais de ação, por favor! Eu, então, furtivamente, comecei o início do meu plano: Ouvir a conversa dos dois e descobrir o que eles pretendiam para aquela noite:

_Então... – murmurou a Arlequina – Chega de ficar de bobeira! Vá seduzir uma riquinha carente qualquer e veja o que você consegue tirar dela, rápido!

Ragazzo assim fez. Como queria ser discreto, tentou se aproximar de uma garota que estava meio que, deslocada. Ela era alta, com seios fartos, branca, ruiva e dos olhos verdes. Eu senti um pequeniníssimo, quase imperceptível arrepio só de vê-la. Ela era muito bela. Eu apenas observei como era o modus operandi do Ragazzo para seduzir a moça. Ele, discretamente, tomando o máximo de cuidado para que ninguém visse, lhe exibiu o amuleto, rodopiando aquela porcaria pra lá e pra cá, hipnotizando a pobre ruivinha. Os seus olhos verdes, então, esbranquiçaram-se e ela se tornou uma espécie de zumbi, ficando parada e de boca aberta. Ele então a beijou. O beijo do mal. Ele assim lhe arrancou um anel de ouro com diamantes, num gesto súbito. Ele falou, calmamente, como se estivesse fazendo algo bom e não ruim:

_Dê-me todos os seus outros pertences, benzinho...

Ela o obedeceu, sem qualquer tipo de contestação. Ela estava realmente hipnotizada. Ela lhe deu a carteira e todos os seus anéis com pedras preciosas, além de uma pulseira com dezenas de brilhantes encrustados, que com certeza valia uma fortuna. Ele, então, deslizou a sua mão áspera pelo rosto da patricinha ruiva e disse, com uma falsa doçura:

_Quando eu estalar os dedos, você nem vai dar pela falta do que eu roubei, ou seja, tudo ficará como se nada do que ocorreu agora tivesse acontecido, está bem, meu docinho?

Ela balançou a cabeça assim como uma lagartixa, assentindo. Ele então – PLEC! – Estalou os dedos. Ela, de fato, não se lembrou de nada e perguntou a ele, como se nunca tivesse visto o cara:

_Olá, quem é você?

_Ninguém, lindinha... Ninguém mesmo...

E voltou para perto da Arlequina, mostrando com orgulho todas as joias e todo o dinheiro que conseguiu. Ela parecia muito satisfeita.

SATISFEITA COMO NUNCA ESTEVE QUANDO ESTAVA COMIGO.

Chega, cara! Para com esses pensamentos idiotas. Já está mais do que na hora de começar uma conversa com a Arlequina. Eu esperei o tal Ragazzo sair de perto dela e resolvi colocar o meu plano em prática. Eu teria um tempo considerável, pois ele disse que não voltaria sem antes seduzir três garotas. Depois que ele o fizesse, fecharia a cota da noite e iria embora junto com ela. A ação teria que acontecer logo. E lá fui eu...

Eu puxei a Arlequina pelo braço esquerdo para um lugar mais reservado. Ela me deu um belo beliscão que doeu até na alma:

_Deixa de safadeza cara! Eu não sou uma vadia que você acha que pode agarrar e fazer o que bem entender... – ela ficou boquiaberta ao perceber que era eu e não um tarado qualquer. Eu tirei os óculos escuros e disse com um sorriso meio idiota, aquele sorriso que sempre a seduzia:

_Então, Harleen... Já chega desse joguinho, está bem? Volte comigo para o nosso esconderijo e não me olhe com essa cara, ok?

_Nem pensar! – disse ela, tirando discretamente um canivete suíço do bolso e apontando-o para o meu pescoço.

_Você não ousaria, minha Harleen! – falei bem baixinho.

_Ah, não? – disse ela, com um sorriso cínico que eu nunca havia visto antes. Ela raspou a lâmina da faca do canivete pelo meu braço, gerando um pequeno corte – Verdade, eu ousaria coisa muito pior! Então fica longe de mim se não quiser ver algo pior do que essa demonstração que eu acabei de fazer no seu bracinho, está bem, pudinzinho da mamãe?

Eu engoli seco.

_Está bem...

Ela guardou o canivete no bolso e disse, num tom cruel:

_É assim que eu gosto!

Ela se virou de costas. Eu a havia perdido para sempre. Mas eu não me daria por vencido. Coloquei a minha mão no seu ombro e disse, num tom meio que desesperado, como se estivesse no meu leito de morte:

_Mas... Mas... Mas essa não é você!

_E desde quando você se importa com quem eu sou?

Eu tentei pensar em algo para lhe dizer, mas as palavras não saíam. Por quê? Porque o que ela falava era verdade. Eu nunca me importei com ela. Por que eu estaria me importando com ela agora? Talvez por... Será?

_Eu... Você... Nós...

_Nós, nada, seu Coringa! Isso acabou. Adeus! – o seu olhar tentava parecer raivoso, mas havia um rastro de tristeza nele. Ela ainda me amava. Ela ainda me... Me... Ou não...

Ela, então, voltou para o centro da festa e foi de encontro ao Ragazzo. Ele lhe mostrava mais e mais joias de valor inestimável. Ela parecia encantada, muito encantada mesmo.

Os dois, assim, saíram da balada.

E eu fiquei lá... Com aquela cara de tonto, sem entender o porquê de ter levado um toco da pessoa que mais me amava no mundo todo...


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Notas finais do capítulo

Não se esqueça de comentar XD.