A canção do lobo e da leoa escrita por Moonwing


Capítulo 9
Capítulo 8-As sete espadas


Notas iniciais do capítulo

-Eu sei que demorei a postar. Peço desculpas. Tive alguns contra-tempos, mas, agora prometo que ao menos tentarei atualizar com uma frequência maior. A meta é um capítulo por semana.
—Alguns "spoilers" da fanfic vão estar contidos aí. Isso se explica pelo fato deste capítulo se passar obviamente depois da batalha de Winterfell ocorrida no ultimo capítulo.
—Existem alguns personagens bem conhecidos dos leitores de "Dança dos dragões" na história. Você consegue identificá-los?



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Em poucos dias a caravana acabou se mostrando um fiasco. Mal haviam chegado ao Vaufreixo e os problemas começaram a surgir. O inverno tornou as provisões escassas e caminha lenta e árdua.

E este estava longe de ser o ultimo dos problemas enfrentados por Galleon. A maioria dos guerreiros desanimou assim que a neve começou a cair novamente. Os civis que os acompanharam debandaram de volta para suas casas amaldiçoando o cavaleiro andante.

Todo o reino estava agora tenso como a corda de um arco e logo descobriram o porquê. Os rumores que diziam que um dos Stark havia retornado do além-túmulo reclamando sua vingança.

–É a mais pura verdade.-Diziam taberneiros-O lobinho veio de Skagos montado em um unicórnio. Matou o Bolton pai e o filho dele também.

–O garoto é um fantasma, estou dizendo.-Um homem cego de um olho falava-Um dos homens da Companhia dourada que sobreviveu disse que nenhum escudo ou armadura poderia parar a lança dele. Disse também que o fantasma dos Reyne de Castamare cavalgam junto ao exército nortenho.

–E que tem um lobo gigante negro como a noite.-Outras vozes juntavam-se a estas-Dizem que ele é um Warg e um troca-pele que nem o irmão era.

Ao ouvir estas notícias, o coração dela disparou e seu sorriso se alargou. Pensou que se tratava de Robb Stark-seu primeiro amor-até saber que tratava-se de Rickon Stark, o mais novo dos filhos de Eddard, e quando conheceu era apenas uma criança.

–E o que tal trivialidade tem com isto?-Galleon questionou um dos taberneiros.

–Tem merda na cabeça, rapaz? O sol de Dorne deve ter queimado seus miolos. O tal Stark veio com um exército de Skagos. Come a carne de seus inimigos derrotados. Para onde acha que ele vai?-Respondeu o taberneiro-Ele vai vingar sua família caída. Ele vai destruir as gêmeas e depois vai atrás dos leões no oeste. Quando chegar lá, não vai diferenciar leões, chacais ou cavaleiros. Aceite o conselho de um velho e fique longe do oeste agora, meu rapaz.

Galleon protestou severamente contra isso, mas, muitos de seus seguidores que restavam entravam sabedoria nestas palavras. Era fato que o exército nortenho tornou-se temido e as histórias cresciam de forma absurda. Alguns falavam que o lobo de Rickon poderia crescer conforme sua vontade, outros diziam que o inverno tornou-se mais severo quando ele chegou, Alguns afirmavam que Rickon era na verdade um demonio e Skagos era um portal do inferno para a terra.

Myrcella pessoalmente não acreditava em nada disto. Nem mesmo acreditava que o exército de Rickon poderia ser tão grande assim, pelo menos não até juntá-los ao poderio das terras fluviais. Mas, encontrava alegria no fato de que seu irmão ainda vivia, mesmo com poucas chances de vitória frente ao poderio de Aegon.

Mas agora ela tinha seus próprios problemas. Deixou seu emprego para seguir a caravana como servente na esperança de conseguir uma passagem segura para Rochedo Casterly. Agora o grupo resumia-se apenas a dezessete pessoas.

Ficaram em uma estalagem e o pouco dinheiro que recebeu de despedida de Tom estava acabando. Sentia muita saudades de lá e seu trabalho na estalagem foi muito menos desconfortável do que agora na caravana. Isso era, provavelmente, uma ironia do destino.

"Não posso desanimar agora. Estou mais perto do que antes. Se eu contar para eles quem sou talvez eles me levem até lá"

Contudo existia a possibilidade deles a levarem direto para Aegon e receberem uma boa recompensa enquanto ela seria morta e humilhada nas ruas de Porto Real. Não diria nada até saber se seria mais vantajoso ao grupo leva-la até Rochedo Casterly.

"Talvez seja bom a caravana acabar. Um número menor será melhor para os meus planos"

Já ao dia seguinte , logo de manhã, ela viu que dois homens de caravanas estavam de partida. Haviam discutido com outro membro da companhia que restava. Um dornês de cabelos loiros e de aparência bela chamado Gerris Drinkwater.

–Sor Gerris.-Ela falou com uma voz solicíta-O que houve aqui?

–Apenas mais dois desertores deste barco furado, Joanna.-Ele disse abanando a cabeça.

–Acho que não podemos culpá-los, não?-Apertando os braços uns contra os outros pelo frio-Se vamos encarar uma jornada assim no inverno é preciso de um bom proposito, não?

–É verdade. Na realidade eu acho que não seria mal um pouco daquele ouro de Rochedo Casterly não seria mal.

"E o que estaria disposto a fazer por esse ouro, sor?"

Ela sabia que ele e seu companheiro Sor Archbald Yronwood haviam sido exilados por alguma falha anterior com seu príncipe dornês. Gostava dos dois e sempre ficava perto de ambos para evitar ser vítima de alguma violação. No enttanto, não era tola a ponto de confiar plenamente neles e sabia que poderia ser uma má ideia revelar sua verdadeira identidade a uma dupla de dorneses.

–Então isso quer dizer que vai continuar também?-Ela perguntou.

–Ainda não sei. Não é como se eu tivesse algum lugar para ir. E você, Joanna?

–Queria ir para o Oeste. Lá é minha terra natal e talvez eu encontre meu tio lá. Só que uma pobre donzela sozinha nunca teria chance.

–Entendo.-Ele falou a encarando-Desejo sorte. Converse com Galleon, afinal, ele é bem interessado em você.

Ele deu um sorriso a ela deixando-a corada. Sabia bem que do que ele dizia. Galleon constantemente flertava com ela as vezes. Não era tão incomum os homens jogarem charme para ela, até verem sua orelha desfigurada, e a maioria desistia logo depois. Mas não foi difícil para ela perceber que Galleon não tinha planos de casamento com uma bastarda desfigurada. Ele tinha grandes ambições para ele e o irmão mais novo.

"Imagina se soubesse que esta cortejando a verdadeira princesa dos sete reinos"

Após a breve conversa com Gerris ela saiu para encontrar a outra garota que restava da caravana, até então, sua melhor amiga ali. A bravosiana conhecida como Raya estava junto com Sor Archbald Yronwood verificando as montarias.

–Roubaram um cavalo.-O grande cavaleiro Arch bufava de raiva-Avisei para Galleon que isto aconteceria.

–Não reclame tanto, Arch.-A garota dizia o encarando com seus olhos cinzentos-Galleon não tem culpa tambbém.

–Aposto que foi aquele sujeito da campina. Quero ganhar meu cabelo e perde-lo novamente senão foi ele.

–O que houve?-Joanna interrompia-O que se passa aqui?

–Roubaram um dos nossos cavalos, Joanna.-Raya disse virando-se para a amiga-E agora Sor Arch esta chorando como um bebêzão.

–Este era um dos bons, Raya. Que os outros carreguem aquele pomposo ladrão de cavalos.

Tanto Raya quanto Myrcella riram dos resmungos de Arch.

–Mais duas pessoas deixaram a caravana.-Joanna falou melancólicamente.

–Pelo visto não vamos chegar no oeste.-Raya suspirava-Uma pena eu tinha négocios lá.

–Com esse baixo número nem sequer podemos esperar enfrentar os chacais.-Arch dizia em um tom lamuriento.

–E o que você mais queria no oeste, Arch?-Joanna indagava-Apenas enfrentar os chacais?

–Confesso que um pouco daquele ouro faria bem para um homem em minha situação.-Deixou escapar um fraco sorriso-E um bom abrigo para o inverno seria agradável também.

"Sim! Acho que posso dar um jeito nisto"

–De qualquer forma eu sei que eu vou para o oeste.-Raya dizia abaixando o capuz e revelando seus cabelos castanhos-Tenho dívidas a pagar.

–Vá ter com Galleon sobre isso. Mas com o mau humor dele eu duvido que ele lhe trate bem após esse enorme disparate.

Myrcella saiu dos estábulos deixando-os a sós com suas discussões sobre cavalos ou qualquer coisa que estivessem discutindo. Só o que importava agora era chegar ao oeste e para a segurança da família que lhe restava.

"Poderia revelá-los minha verdadeira identidade, mas correria um alto risco de que eles decidam que é mais vantajoso me levar até Aegon."

A neve caía fraca hoje e até algumas crianças estavam brincando fazendo bonecos com os flocos acumulados ao chão. Lembrou-se de Tommen e de como seu irmãozinho ficou quando os dois foram para Winterfell. Boas lembranças eram mesmo uma faca de dois gumes.

Sem perceber ela também estava fazendo seus próprios bonecos de neve. Um deles era especialmente gordo e representava seu pai. O segundo era menor e era sua mãe. O terceiro era menor ainda sendo seu irmão Tommen.

"Seria tão bom se pudesse traze-los de volta assim"

–Gosta de neve, Joanna?-Raya dizia enquanto se ajoelhava para fazer bonecos de neve também.

Myrcella quase derrubou suas esculturas com o susto. Raya fazia isso constantemente, aparecia em um lugar como se estivesse ali desde sempre. Ela dizia ser ligeira como uma corça. Em momentos como este era fácil acreditar.

–Um pouco. Não gosto das nevascas, mas, uma neve tão fraca como essa é até bonita. -Estava esculpindo outro boneco também que seria seu meio-irmão Edric -E você, Raya?

–Não muito-Ela respondeu mordendo o lábio -Mas conheci uma garota que gostava.

Ela se retirou com um ar tristonho e não foi difícil para ela perceber. Até os bonecos de neve pareciam sem-sentido agora. Ela havia pensando em fazer um de seu irmão Joffrey também, era cruel e implicava com ela, porém, ainda era seu irmão e seu sangue.

"Uma tolice de criança" -Ela pensava enquanto desfazia os bonecos- "São apenas bonecos e nenhum deles pode me levar para casa. Devo fazer isso por minha própria conta"

Entrou na estalagem novamente e decidiu falar com Galleon. De uma forma ou de outra ela precisava sair daquele lugar. Subindo as escadas até o quarto dele sentiu uma ansiedade crescente.

"Ele vai me levar até Rochedo Casterly, fará isso pelo ouro, certamente"

Encontrou a porta meia-aberta. O quarto parecia iluminado mesmo no entardecer. Ouviu vozes a conversar. Conforme se aproximou, a diálogo tomava uma forma mais clara para a jovem. Se esgueirou no corredor para ouvir a conversa antes de entrar.

–Essa maldita caravana acabou, maldito seja duas vezes o lobo negro.-Essa voz ela reconheceu como sendo de Galleon.

–Ora, e você achou que seria diferente? Estamos no inverno, Galleon.-A voz era de Minus, um Tyrosh amigo de Galleon com cabelos tingidos no mais gritante azul-Esta é uma época ruim para aventuras.

–Mas eu estava contando com isso. Seria um bom abrigo para o inverno.-Galleon respondia em tom irritadiço.

–É mesmo, de acordo com minhas contas temos apenas oito pessoas, isso contando conosco, e duas delas são mulheres.

Ela abriu um sorriso ao escutar isso. Com a caravana acabando e a necessidade de Galleon por um abrigo era muito mais fácil convence-lo a levá-la até Rochedo Castlerly no lugar de entregá-la para o rei Aegon.

A conversa não durou muito depois disso e logo Minus retirava-se do quarto de Galleon. Quando saiu encontrou Joanna no corredor e abriu um tenro sorriso. A menina corou um pouco, pois via além do que o simples gesto de Tyrosh mostrava.

–Ele está ali, Joanna. Quem sabe não o deixa com bom humor novamente?

–Só se ele estiver interessado em uma boa conversa. –Ela respondia em um tom repreensivo-É tudo que ele terá de mim hoje.

Ele limitou-se a sorrir enquanto caminhava assobiando. Myrcella nunca confiou muito no Tyrosh e sempre o julgou um traidor. Mas, Galleon e ele eram amigos de longa data e lutaram juntos em alguma guerra.

Esperou até Minus sumir de sua vista pelas escadas e finalmente cruzou a porta. Encontrou o menino de 11 anos, Derek, irmão mais novo e escudeiro de Galleon. Tinha cabelos castanho-escuros bem cortados. O garoto estava servindo vinho ao irmão e com um aceno despachou o menino do quarto os deixando a sós.

–Quer vinho, Joanna?-Oferecia-lhe uma taça-É muito bom, posso lhe garantir.

“Muito bom, aposto. Uma boa safra. Forte o suficiente para eu me despir”-Ela quase disse isso, porém, sabia que tais palavras não ajudariam em sua causa.

–Não, eu agradeço, mas para o assunto que quero tratar prefiro estar sóbria.

–Então pode sentar-se na cama de Derek ou então na minha.

–Não, eu prefiro ficar de pé. Quero saber o que pretende fazer agora que a caravana acabou.

O sorriso dele desapareceu.

–E o que deveria fazer?-Ele sentava-se em sua cama enquanto pressionava a têmpora com as mãos-A maioria desistiu, mas, eu ainda sou um cavaleiro protetor. Preciso ir para algum lugar e jurar minha espada para alguém.

–E Aegon?-Ela indagou-

–Aegon.-Ele olhava para janela-Eu poderia ir diretamente naquele castelo mas o que eu receberia? Primeiro haveria recompensas para a Companhia Dourada e outros mil senhores na minha frente. Os Lannisters são mais generosos nesse aspecto.

–Então só está juramentando sua espada apenas por dinheiro?-Ela dizia em um falso tom de indignação-Não acha que deveria ser um mercenário ao invés de um cavaleiro?

–Não diga coisas que não sabe, Joanna-Ele respondia com uma revolta-Sabe como é difícil a vida de um cavaleiro protetor? E quando eu me for o que será de meu irmão?-Ele apertava as mãos de raiva enquanto falava-Então não venha ouse me tomar por um mercenário.

–Desculpe.-Ela soltava um suspiro enquanto falava-Eu não pretendia ofende-lo, sir. Eu entendo bem como a vida pode difícil. Mas você pretendia alcançar uma senhoria?

Ele soltou uma amarga risada.

–Senhoria? Ora, isso seria muito bom. Mas, sejamos sinceros eu não acho que os Lannisters vão ser tão generosos a ponto de darem uma senhoria para um homem vindo da baixada as pulgas.

–Creio que isso possa ser resolvido. Preciso que reúna todos os que ainda estão na caravana.-Ela caminhava em direção a porta.

–Que os outros a carreguem, Joanna. Do que está falando, por acaso? -Ele dizia confuso.

–Da melhor oportunidade de sua vida.

A noite demorou a encontrá-la depois disso e foi difícil para ela concentrar-se em outra coisa. Galleon certamente iria querer levá-la para o Rochedo e receber uma boa recompensa por isso, mas não poderia dizer o mesmo dos outros.

Quando a hora dos fantasmas chegou ela estava nos estábulos com apenas uma vela a iluminar o local. Olhou para todos os lugares que seus olhos conseguiam enxergar com a fraca iluminação para evitar esterco, animais ou qualquer visitante indesejado.

–Cedo demais não acha, Joanna?-Uma voz feminina era ouvida dentro do estábulo e de costas para ela.

Myrcella virou-se assustada e quase deixou cair a vela que carregava. Encontrou Raya sentada em palha com um sorriso travesso no rosto. Myrcella suspirou de alívio por ser apenas ela.

–Assustou-me, Raya.-ela respondeu ainda aturdida-Sempre faz isso.

–Desculpe-me, Joanna. A tentação provou-se demais para eu resistir.-Ela respondia em meio à risadinhas.

–Parecia que estava aqui desde sempre mas eu não a vi. Como faz isso?

–Em Braavos você pode aprender coisas muito interessantes se procurar nos lugares certos.

Myrcella olhou no chão e sentou-se em frente a jovem. Sempre suspeitou que Raya não era bravosiana de verdade, mesmo com seu sotaque, ainda havia algo de familiar nela. A menina tinha um bom conhecimento de Westeros também. Mas desde que se conheceram sempre houve apenas bons sentimentos entre as duas.

–Chegou aqui primeiro do que eu?-Myrcella perguntava com grande curiosidade.

–Talvez sim ou talvez não-Raya apenas deu de ombros-Vou deixar você pensando sobre isso.

–Quem me dera ter só isso para pensar. Temo que meus outros problemas engoliram este com avidez.

–É sobre isso que viemos tratar? Derek não me deu muitas palavras quando veio falar comigo sobre isso.

–Ele raramente tem muitas palavras quando esta perto de você._Myrcella dizia com um sorriso.

–Oh, maldade sua dizer isso, Joanna.-Ela ria também-Ele é um bom menino digo apenas isso.

Durante um tempo as duas conversaram de forma descontraída. Falaram sobre o estalajadeiro e a forma como ele olhava para Gerris e o dornês parecia nem mesmo reparar. Falaram sobre comida, rapazes, neve e algumas histórias que aconteciam. No fim, Myrcella estava bem relaxada e mais confiante.

Demorou um pouco para os outros finalmente chegarem. Entraram com lamparinas e capuzes. Myrcella contou cinco deles e soube exatamente quem eram de longe. A antiga princesa aliviou-se ao ver Arch e Gerris entre eles. Gostava dos dois dorneses e sabia que o sentimento era recíproco.

–Como vocês são lerdos-Raya esbravejava com eles enquanto se levantava-Pensei que nos deixariam aqui o inverno todo.

–Demoramos porque andamos por todo canto à procurar você-Gerris respondia imediatamente.

–Trouxemos vinho.-Minus dizia-Não dá para fazermos uma reunião dessas sem um pouco de vinho.

–Concordo. Passe para cá.-Arch dizia pegando uma taça e sentando-se no chão.

–Espera de quem são essas taças?-Gerris indagava pegando vinho e sentando-se ao lado de Arch.

–De alguém que não vai sentir falta delas.-Minus respondia imediatamente-Arrisco dizer que ele tem mais taças do que precisa ter.

–Isso não é importante.-Galleon interrompia -Agora sentem-se todos e vamos escutar o que Joanna tem a dizer.

Todos sentavam-se formando um círculo. Ela tomou um gole de vinho antes de começar.

–Sei que agora vou dizer algo que parece surreal, mas asseguro-lhes de que é verdade. Juro pelos sete que não há mentiras em minhas palavras.

Então ela começou a contar-lhes tudo. Seu verdadeiro nome e como perdeu sua orelha; Conto-lhes como fugiu de Dorne; O que fez desde então e o motivo de vier fugindo desde então. Quando terminou, Galleon, Derek e Minus estavam em estado de choque. Gerris e Arch não pareciam surpresos e Raya se havia se surpreendido pouco demonstrou.

–Vocês Westerosi são bons em se fingirem de mortos.-Raya dizia.

–Mas...espere...você sabe o que dizem de sua mãe...e de você?-Derek dizia nervosamente.

–Sei o que dizem.-Ela respondia rispidamente-E é mentira. O casamento de meus pais nunca foi feliz, mas minha mãe não dormiria com meu próprio tio.

–Mas você e seus irmãos não tem nada de seu pai.-Gerris dizia calmamente-Pelos menos é o que alegam.

–O que isso prova?-Myrcella respondia cada vez mais irritada-Já viu os filhos dos Starks? A maioria deles parecia somente com a mãe e tenho certeza que lady Catelyn jamais trairia seu marido.

–E mesmo que ela fosse, e daí?-Raya falava com seriedade-Vamos nos concentrar no que importa.

–Bastarda ou não, Joanna...quero dizer, Myrcella tem sangue dos leões e será bem-vinda no Rochedo-Galleon falava.

–E as boas-vindas vão se estender para qualquer um que me leve até lá. Os Lannisters sempre pagam suas dívidas.-Myrcella tentava ao máximo passar confiança-Uma boa recompensa os aguarda. E se possível até mesmo uma senhoria para você, Galleon. Os Clegane ganharam suas terras quando um deles salvou meu avô.

–Não tenho amor nenhum por Lannisters.-Arch dizia, mas logo depois abriu um sorriso-Mas gosto de você, princesinha. É uma boa garota. E não vou recusar o ouro.

–Eu também não, grandão.-Gerris falava-E como temos poucas pessoas não precisaremos dividir muito o ouro. Parece perfeito para mim.

–E temos um risco menor do que o plano anterior.-Minus comentava-Uma boa aventura para ficar na história.

–Sem aventuras.-Arch dizia seriamente.

–O que me diz, Raya?-Myrcella perguntava.

A jovem mordeu o lábio pensando.

–Como eu disse, tenho negócios no oeste então eu irei sim. Mas depois disso eu vou para as terras fluviais. Tenho negócios lá também.

Ela sorriu para Myrcella que sorriu de volta.

–Isso será ótimo.-Galleon dizia-Eu estarei com você, lady Myrcella. Juro que a levarei para o oeste.

–Mas dizem que Rickon Stark vai atacar o oeste depois de destruir as gêmeas.-Derek dizia um pouco assustado-Dizem que ele não é humano e não pode ser morto.

–Isso é bobeira, garoto.-Arch respondia com uma careta-O rei Aegon dará cabo dele tal como fez com Euron e Stannis. E ele não vai atravessar as gêmeas tão facilmente.

–Isso eu discordo. Se tudo o que ouvi com relação aos Starks e aos Skagosi for verdade o dragãozinho terá problemas com esse lobo-Raya agora respondia.

–Lobos e dragões, que os outros carreguem os dois.-Gerris dizia-Mas vamos levar você para o oeste, Myrcella e em segurança.

–Obrigado à todos.-Myrcella dizia.

–Acho que esse grupo de cuzões merece um nome.-Minus comentava.

–Que tal as sete espadas?-Gerris agora falava erguendo a taça de vinho.

–Mas eu uso um martelo.-Arch protestava.

–Vão ser as sete espadas então.-Galleon levantava sua taça animado.

–Que nome ridículo.-Raya falava, porém, levantava sua taça também.

E então os sete beberam e festejaram ali mesmo naquele estábulo. Para a maioria, o número sete era um sinal de sorte. Para Myrcella, porém, aquele número era um mau agouro. Ela ainda se lembrava do que aconteceu quando viajou em um grupo de sete pessoas.


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Notas finais do capítulo

-Alguns podem estar confusos com relação a morte de Roose Bolton. "Mas Rickon matou apenas Ramsay no capítulo anterior", alguns dirão, e eu respondo que é verdade, porém, ele atacou logo em seguida o Forte do Pavor. No próximo capítulo teremos mais detalhes desse ataque.
—Outros podem achar que Myrcella esta muito "inerte" por ainda não chegar no oeste. Mas eu digo que isso não é verdade, pois ela já saiu da Marca de Dorne e alcançou o Vaufreixo. Nossa leozinha esta mais perto de casa do que antes.
—E no próximo capítulo teremos Rickon prestes a fazer algumas alianças improváveis e as consequências da batalha de Winterfell começam a surgir.



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