A Alma escrita por Julie Stew
Notas iniciais do capítulo
Gosto de Letícia e realmente acredito no melhor das pessoas, e também acho que todas as ações erradas tem uma história por traz que 'justifica' aquele ato.
Gosto de lembrar da minha vida antes das almas colonizarem o planeta. Eu tinha a vida que todos invejavam e queriam ter eu morava em Manhatthan, uma exclusiva ilha na cidade de Nova York onde a maioria dos moradores são milionários. Nova York com eu amo aquela cidade sinto falta dos prédios cinzas e de como a moda e as pessoas tornavam aquele lugar o mais mágico e colorido de todos.
Todos dizem que a família é a coisa que mais difícil de ser lembrada pela saudade que nos trazem. Não para mim, eu consigo me lembrar de meus pais, minha mãe era uma francesa ruiva e meu pai um magnata de olhos verdes e a verdade é que eles nunca ligaram para mim e por esse motivo não sei o que é a falta desse amor fraternal já que não tive irmãos e fui criada por babás, mas sinto falta das festas, dos meus amigos, dos desfiles, do luxo e de tudo aquilo que foi retirado de mim quando as almas tomaram nosso planeta.
Me lembro do dia em que tive de fugir eu estava fazendo compra na Bendel's com a minha melhor amiga Carlie e do nada todos começaram a correr e nós não entendiamos o porque, e em um instante apareceram vários caras de branco dizendo que nós devíamos acompanha-los porém eu e Carlie não queríamos ir e e como estávamos num canto perto da saída de emergência nós fugimos. Lembro que tivemos que correr muito, que batemos em um desses caras com nossos Manolos, lembro do medo e de quando ela foi pega. Achávamos que aquela loucura só estava acontecendo em Manhatthan afinal aquele lugar era a capital da loucura e quando estávamos atravessando a Ponte do Brooklyn outros caras vieram na nossa direção então fomos obrigadas a pular no mar para nos salvar, mas Carlie era muito frágil e não havia tido aulas de natação como eu. Ela não sobreviveu a queda.
As almas retiraram tudo o que eu amava, todos os meus sonhos, toda a minha vida e eu não entendia como eles conseguiram perdoa-las! Tudo bem que Cal, Peg e Sunny eram uma exceção.
Nate me encontrou quase morta, eu estava encostada em uma pedra tentando recuperar o folego e ele estava no porto e quando ele me olhou percebeu que eu ainda era humana e que estava fugindo, e ele me ajudou a sair da água e com o tempo encontramos mais humanos. E conseguimos um abrigo nos túneis subterrâneos mais conhecido como esgoto ficamos lá por um tempo até os Buscadores irem embora, Nate tinha ido buscar comida e não voltava e quando ele retornou veio acompanhado com um alma o que nos trouxe certo espanto. Uma alma? e ele ainda era humano. Nate considera esse momento crucial na nossa existência Cal salvou nossa vida diversas vezes que o apelidamos de O Redentor. E então eu finalmente entendi o sentido de família que é estar junto com pessoas que você ama, e eu sempre invejei isso em Jamie ele tinha a família dela ali os Stryder ou família dos lunáticos como ele chamava. Não sei dizer o quanto minha vida mudou quando eu conheci ele e agora aquela garota da infância dele apareceu e mexeu com tudo. Ele é o único motivo de eu passar por todo o perigo que é ir das cavernas na selva para as cavernas no deserto. Eu faria qualquer coisa por ele.
– Por que é mesmo que você não gosta dela? - perguntou Nick novamente esta manhã.
– Onde esta Jamie agora? - lhe respondo com outra pergunta.
– Só por que eles são amigos?
– Amigos? Jamie não correria atrás dela como um cachorrinho se gostasse dela apenas como amigo.
– Você esta vendo coisa onde não tem! Isso é apenas ciúmes! Fique calma uma hora essa 'doença' passa.
– Você já amou alguém?
– Eu amo e você sabe muito bem disso. Odeio ser tratado como a segunda opção - ele diz ao se levantar e colocar a roupa - Você sabe que eu amo você! Amo tanto você ao ponto de estar jogando minha amizade com Jamie no lixo. - ele diz e sai.
– Nick! Volte aqui! - digo enquanto colo as roupas de qualquer jeito. Escuto passos no corredor e olho esperando ver ele e me deparo com a razão dos meus problemas. Julie. A alma que comandou a invasão do planeta Terra, que tirou tudo de mim.
– O que você esta fazendo aqui? - pergunto.
– Você esta traindo Jamie! Com o cara que é o melhor amigo dele! -- ela diz.
– Não é nada do que você esta pensando! - tento me defender enquanto penso numa boa história para justificar o por que de estar aqui neste horário e com Nick.
– Então o que é? Por que você esta ajeitando sua roupa? Ou porque você esta escondida aqui? Afinal ninguém passa por aqui pelo menos não numa hora dessas. Eu vou contar tudo a Jamie quando ele chegar!
– Ah! Você não vai contar não! Eu não vou deixar! Você não vai tirá-lo de mim! - empurro ela contra a parede.
– Ele não é um objeto para que alguém roube ele de você!
– Ele é meu namorado!
– Ele é um corno você quer dizer!
– Sua vaca! - pulo em cima dela e a jogo no chão, bato na cara dela me esquecendo momentaneamente a promessa feita a Jamie de me tornar amiga dela, arranho seu braço e continuo batendo nela tentando descontar toda a raiva guardada e acumulada em meu peito. Raiva por ela ter roubado minha família, meu lar, meu mundo e por tentar roubar meu Jamie. Ah eu o amo! Apesar de tudo o que eu faço e de todos os erros eu o amo! E ela não iria tira-lo de mim! Me levanto vitoriosa e quando dou um passo sinto um leve puxão no meu cabelo e me viro para joga-lá novamente contra a parede só que dessa vez com toda a força.
A parede começa a tremer e o teto também assisto em câmera lenta uma parte do teto esmagar suas pernas e outra cair em direção ao seus rosto. Grito, eu precisava deixa-la ali. Jeb, Jamie e Melanie me comeriam viva pelo que eu fiz com ela.
Chego na porta do quarto de Nick apavorada e conto-lhe tudo o que aconteceu.
– Eles vão me matar!
– Não tem como saberem que foi você!
– Você acha que ela esta morta?
– Pelo que você disse a queda da pedra, a concussão que ela deve ter tido e a quantidade de sangue que ela deve ter perdido ela já deve estar morta! Só vamos fingir que isso não aconteceu! Eu não posso perder você! - ele me abraça enquanto meu corpo treme - Ninguém vai te machucar.
– Eu queria te amar o tanto que você me ama - desabafo.
– Uma hora você vai - não vou queria dizer a ele eu amo Jamie! E agora eu estou morta.
Após um tempo escuto a voz de Ian no corredor chamando Jeb e naquele momento sei que eles a encontraram. Talvez morta. Espero que morta. Jamais imaginei que desejaria tanto a morte de alguém, mas agora sinto que é a minha vida ou a dela.
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A opinião de alguém mudou? Me contem o que vocês acham!