A Alma escrita por Julie Stew


Capítulo 11
Capítulo 10 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo! Espero que gostem!



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– Que tal azul e prata? - disse Mamãe.

– Prefiro vários tons de azul! - afirmou Bia.

– Quero azul e dourado - digo encerrando a discussão. Estávamos discutindo sobre os detalhes da minha festa de 16 anos, mas eu já estava cansada queria ir para o meu quarto me deitar.

– A festa é sua.- Bia falou resmungando.

Esse é o problema de deixar Bia e mamãe tomando conta de tudo, elas reclamavam das minhas ideias opostas as delas.

– Obrigada. Já posso ir? - pergunto.

– Pode. Já terminou de arrumar as malas?- perguntou mamãe.

– Terminei sim. Papai já as colocou no carro.

– É uma pena não podermos ir. Aproveite, querida.

– Tchau. - digo para ambas e mando um beijo pelo ar.

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– Sol Brilhante, Dia Longo. - escuto Pet dizer assim que saio do carro, ela corre e me abraça.- Como foi a viagem?

– Cansativa.- eu havia saído de Albuquerque e ido ate San Diego de avião, e foram as piores 5 horas da minha vida, eu havia adormecido no avião e tido o mesmo pesadelo de sempre.

– Que cara é essa? Que desânimo. Venha vamos melhorar essa cara! Vou te mostrar seu vestido. - ela agarrou minha mão e me conduziu para dentro de sua casa ate o seu quarto. Era confortante estar longe de casa, parecia que meus problemas só existiam lá.- Olha que lindo. - ela tira do seu guarda roupa um vestido florido, alegre e de cores vibrantes, exatamente o oposto do que eu estava nesse instante, mas exatamente minha antiga 'eu'.

– Perfeito.- eu lhe digo e sorrio.

– Amanhã chegaram as coroas de flores, mandei fazer a sua azul, porque sei que essa é a sua cor preferida.

– Obrigada! Amanhã é o grande dia. Que sapato eu usarei?

– Essa sandália aqui. - ela pega uma sacola que estava ao lado de sua cama e entrega para mim - Um presente! Sei que aconteceu algo e também sei que você não quer me contar, e eu respeito sua decisão.

– Obrigada- digo enquanto abro a sacola, dentro há um par de sandálias douradas estilo gladiador, mas não eram quaisquer par de sandálias eram as sandálias que eu sempre quis mas nunca encontrava. - É maravilhosa!- Abraço-a forte, lembro-me de Melanie nesse momento e meu coração se aperta, Pet era a melhor amiga que eu poderia ter e eu jamais permitiria que algo de ruim aconteça a ela.

– Agora sim! Um sorriso de verdade!- ela ri e aperta minhas bochechas. - Não importa o que tenha acontecido sempre estarei aqui! Mas me conte as novidades! Algum avanço com o gatinho? Agora vocês tem finalmente 'alguma coisa'? - Pet diz se referindo a Austin.

– Não, e nós temos alguma coisa, somos amigos, por mais que eu quisesse que fossemos algo a mais. E você?

– NENHUMA! Nunca me apaixonei, espero me apaixonar como você.

– Quem irá dançar com você amanha?

– Meu melhor amigo, mas isso não interessa. - ela faz uma cara de criança emburrada e eu rio.

– Vamos dormir, pois amanha será um grande dia!

– Sim! Sim! Vai ser mesmo!

Pet e eu nos enfiamos embaixo do cobertor de sua cama para dormirmos juntas como fazemos há anos. Deito minha cabeça no travesseiro, fecho meus olhos, mas minha mente não quer se desligar, tento adormecer apreciando o quarto de Pet.

É um quarto grande, no estilo colonial. Decorado com várias flores, uma grande penteadeira, na parede contraria a sua cama King Size, toda decorada com pentes de prata, vasos de perfumes e flores de verdade. Um grande e colorido tapete e uma poltrona rosa-bebê. E sua cama que a cada mês tinha um edredom diferente, o desse mês era laranja. Na parede da porta varias porta-retratos de amigos e familiares, encontrei varias fotos nossas, e na parede oposta uma janela colônia que continha uma linda cortina cinza-prateada. Parecia o quarto de uma princesa, ou melhor, de uma verdadeira Flor da Noite.

Pet tem a perfeita aparência de uma Flor da Noite, cabelos dourados e um rosto angelical. Eu tinha medo que esse planeta a afetasse, mas ela não mudou. Adormeço pensando nisso.

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Olho para um lado e para o outro e tudo o que eu vejo é areia laranja, montanhas laranjas, cactos e herbáceas. Meu cérebro capta o lugar em instantes. Um deserto.

Ouço os passos atrás de mim, se aproximando, e começo a correr mais rápido. Minha garganta pede água, meu corpo não aguenta dar mais um passo, mas eu não paro de correr.

' Não posso ser pega!'

Esse pensamento me deixa atordoada, olho para trás e vejo pessoas vestidas de preto e armadas. Buscadores. Reconheço os cabelos loiros-palha de Austin e me assusto, corro ainda mais após ver isso. Eles estão mais longes agora, se eu entrar nas formações rochosas, eles jamais me verão.

Há uma entrada que ninguém jamais perceberia, mas de alguma forma eu sabia. Corro e entro rapidamente torcendo para que eles não tenham me visto. Pulo ao perceber mãos em minha cintura, esta escuro mais eu sei quem é. Jamie.

–Fiquei com medo de te perder novamente.- ele diz mas é interrompido pelos Buscadores entrando. Eu precisava proteger Jamie. Austin pega a arma e mira em Jamie, e em instantes atira.

– Nããããooooooooo!

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– Ei! Calma! O que foi?- Pet me chacoalha e rapidamente sou trazida a realidade. Foi um pesadelo. Um pesadelo.

– Nada não!

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A festa de Pet aconteceria em seu próprio jardim, como um luau, e todos vestiam cores vibrantes. Olhei para meu reflexo uma última vez, meu cabelo estava em cachos bem soltos e com apenas duas pequenas tranças laterais, meus olhos estavam marcados com lápis bem preto, bochechas rosas e lábios com gloss, só faltava a coroa de flores que eu encaixei rapidamente. Perfeita. O vestido havia se ajeitado perfeitamente ao meu corpo e as sandálias eram confortáveis.

Pet estava linda com um vestido tropical frente única, seus belos cachos louros estavam presos em um coque e ela também tinha uma coroa de flores em seu cabelo. Seu rosto estava o mais angelical possível com uma maquiagem bem leve. Pet dançou com seu pai e melhor amigo.

A festa estava maravilhosa, flores por todos os lugares e as tradicionais mesas foram trocadas por pufes. Estava tudo como Pet sempre quisera, mas eu não estava no clima. Após dançar um pouco entrei alegando estar com dor de cabeça. Daqui a alguns meses será a minha, Austin provavelmente dançará comigo, se Jamie estivesse aqui ele dançaria, mas eu o havia perdido e havia perdido Mel também. Abracei-me com meus braços como se isso fosse tapar o buraco que eu escondia de todos, como eu passava todos os dias com minha irmã e minha mãe, mas assim que a noite chegava eu chorava.

Eu estava quase entrando no quarto de Pet, quando alguém segurou meus braços, olho para trás e Kathy é que esta segurando meu braço.

– Olá Querida! Podemos conversar?

– Claro!- eu digo e ela me conduz ate o jardim voltando para a festa mais para uma parte mais calma.

– Sua mãe me contou que o que houve. Sinto muito, eu fui a Confortadora desse corpo e daquela alma.

– Corpo? - digo irritada, eu não a deixaria falar assim de Melanie, Mel não era apenas um corpo.

–Sim, o corpo resistente.

Resistente.

– Ela resistiu?

– Sim, uma humana bem forte.

Melanie não havia morrido quando uma Alma foi inserida em seu corpo, ela viveu mais um tempo. Essa noticia acalmou meu coração.

– Obrigada! Tenho que ir! - digo e vou embora.

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– Tem certeza que você já tem que ir?- Pet me pergunta no portão de Embarque do Aeroporto.

– Preciso ir. - A abraço fortemente.- Obrigada!

– Eu que agradeço.

Eu aceno para seus pais, e entro para embarcar o avião, para voltar para casa. Para a origem dos meus pesadelos, da minha dor.


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Notas finais do capítulo

Gente obrigada por lerem a minha fic, vocês são demais! Obrigada por esse ano!