Caminhos Traçados escrita por RQLMS


Capítulo 39
Um pedido especial 10 anos depois


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente ;3 NÃO PULEM ESSAS NOTAS DE INÍCIO. TEM COISAS IMPORTANTES.
Bem gente, to aqui, eu tentei mesmo postar pelo menos mais um cap semana passada porque eu só tinha postado um, mas eu não consegui, só tenho certeza absoluta que eu vou ter wifi nas segundas, masss, deixando isso de lado.
*Aprausus para nós negada* hoje está fazendo cinco meses e quatro dias... Não espera... É quatro mesmo, que CT foi publicada. E gente, só falta mais um cap (Que no caso é o próximo) para fic acabar. E eu já estou aqui prevendo como vai ser minha vedenha sem entrar no Nyah e ir direto para as atualizações ver os comentários de vocês, vou sentir tanta falta. porém, não é hora de choramingar, é hora de ficar feliz gente, Caminhos Traçados foi minha primeira fic, e com certeza não vai ser a última, já estou fazendo um rascunho de outra fic original para postar, mas pelos meus cálculos eu só vou publicar ela no início de fevereiro, que é quando eu vou ter voltado da minha viajem (viajo agora dia 1 de dezembro), estou pensando em colocar o nome como: A Nerd e o Popular . OK, esse nome está muitooo estranho, eu sei, mas num é culpa minha se eu não tenho criatividade pra nome gente. (OK, pode ser culpa minha sim "_"). E eu ia pedir para você me colocarem como escritora favorita de vocês, é só clicar no nome Caminhos Traçados alí em cima e vai abrir a página pricipal da fic, é só ir baixando um pouco que vocês vão ver essa opção, porque quando eu postar a próxima fic, ela vai aparecer nas atualizações de vocês, até porque eu não tenho uma data certa, mas é no começo de Fevereiro, finalzinho de Janeiro, e por último eu tenho uma notícia bem legal: Eu quero uma co-autora para minha próxima fic, e se um de vocês quiser ser é só se manifestar nos comentários ou me enviar uma MP ;D
Enfim gente....
Boa Leitura.



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“Mas sabe o que eu aprendi? Que a felicidade é igual uma borboleta, quanto mais você tenta encontrar e trazer ela para você, mas ela foge, aí um dia você se distrai e ela pousa no seu ombro”

E o que ela estava aprontando?

Começamos a atravessar o campus e eu tinha que levantar meu vestido levemente para ele não encostar-se à grama e sujar. Eu já estava começando a ficar apreensiva com isso.

Uma surpresa? No meio do campus?

– Agora você vai ficar aqui, paradinha viu? – Helô disse suavemente

– Mas porque? Porque aqui? – perguntei e ela sorriu

– Espero ser tão sortuda quanto você mãe – ela disse e minha feição só ficou mais confusa – Espero encontrar mesmo alguém que me complete da forma que ele te completa –

– O Bru? – perguntei e sorri

– Eu mesmo – escutei uma voz vinda de trás de mim, pisquei levemente quando a ideia de “surpresa” e “Bruno” se fundiram na minha mente e isso foi seguido de um calafrio repentino que me percorreu todo o corpo.

– Boa sorte com isso papai – Heloisa disse e sorriu – Tchau, minha missão já foi cumprida aqui – ela completou e se virou, começando a ir embora rapidamente.

Me virei encarando Bruno e me permiti sorrir levemente.

Ele estava como da última vez, como da última vez que eu o tinha visto em um baile.

O terno preto, sem gravata (Eu me lembrava do nosso primeiro baile, quando eu tinha perguntando por que ele não estava usando gravata e ele tinha respondido ”Eu não sei colocar aquilo, e me aperta, então eu não coloquei”), o sapato social e o cabelo levemente bagunçado com a franja já crescida sob o rosto, as mãos dentro de ambos os bolsos da calça e é claro, aquele sorriso indescritível.

– Você está tão linda – ele sussurrou e eu sorri

– Você também – falei e ele se aproximou de mim – Mas cadê a gravata? – perguntei divertida e ele sorriu.

– Na verdade, eu ia pedir para você me ajudar a colocar, eu não sei como botar aquilo – ele disse e eu abri um sorriso grande.

Eu conseguia comparar ele com o Bruno pequeno, o Bruno de treze anos. Eu podia ver as semelhanças e as diferenças. Podia ver ele quando era menor e tinha o cabelo castanho liso jogado sob o rosto em forma de franja, igual estava agora, podia lembrar do terno sem gravata dele, igual estava agora, poda lembrar dos olhos negros como ônix que conseguiam me passar uma tranquilidade inquestionável, igual estavam me passando agora e podia lembrar daquele sorriso... Mas o sorriso dele de agora, é melhor do que o de antes.

– Sabe de uma coisa? – ele perguntou – Você foi a melhor coisa da minha vida –

Sorri e me aproximei dele, a distância entre nós dois era mínima, tanto que se um de nós desse um passo para frente, nós iríamos nos esbarrar. E foi isso que eu fiz, dei um passo para frente enlaçando o pescoço dele com meus braços, afundei meu rosto estava na curvatura do pescoço dele e aos poucos comecei a me sentir embargada pelo cheiro dele, eu amava isso, já era parte de mim, era como todas as manhãs quando eu acordava e vestia a farda do colégio e depois quando voltava para vestir a mesma roupa e ir dormir eu percebia que a roupa estava com o cheiro dele, algo que também acontecia com Sofia. No mesmo instante senti os braços fortes envolverem minha cintura e me levantarem levemente do chão.

– Eu tenho uma surpresa para você – ele sussurrou

– Achei que a surpresa fosse um Emo lindo que não gosta de colocar gravata e tem o melhor abraço de todos –

– Não, esse Emo aí só faz parte da surpresa, mas ele não é a surpresa, não exatamente –

– Como assim? – perguntei quando meus pés atingiram delicadamente o chão novamente.

– Antes da surpresa eu queria te fazer umas perguntas – ele disse meio receoso

– Faça – falei sorrindo.

– No futuro, como você acha que vai ser? Eu quero dizer... depois de hoje, depois da formatura quando a gente for embora do colégio, pra onde você vai? Vai ver sua mãe? Ou vai ficar aqui na cidade? E depois disso? Como vai ser? –

– Depois da formatura eu vou viajar é claro, vou ver minha mãe, eu tenho que a ver, sinto falta dela todos os dias, mas isso não vai mudar nada entre nós dois, eu vou voltar, claro que vou. –

– Mas e depois disso? E a faculdade? E uma casa? Você quer ter uma casa? – ele perguntou me encarando.

– Claro que sim, eu vou fazer dezoito anos daqui à dois meses, tenho que procurar algum trabalho , algum jeito de me sustentar sozinha, porque eu quero fazer uma faculdade, quero ter uma casa, um carro talvez, mas eu quero fazer isso sozinha, não ter que depender de ninguém, e se eu tiver que depender, quero pelo menos ajudar a pagar as coisas, pagar a casa e a faculdade, não sei, quem sabe com vinte anos me casar, ou vinte um, não importa, quero só ser feliz com alguém, com você – falei e ele sorriu – Isso responde suas perguntas? –

– Sim, responde – ele disse – Bem, eu já estava certo que iria te fazer essa surpresa mesmo, mas se eu fizer errado você tem que prometer que não vai rir de mim, tem que ser especial – ele falou e eu franzi o cenho.

– Bruno, o que você... – antes que eu pudesse completar minha frase ele se ajoelhou e meu corpo inteiro entrou em choque.

Era como se as batidas do meu coração estivessem ligadas em uma caixa de som e eu pudesse escutar a quilômetros de distância. Eu não podia acreditar que iria ser o que eu estava pensando, ele... Ele iria mesmo fazer isso?

Senti um calor envolvendo minha mão esquerda e a puxando para frente.

Meus dedos tremiam e eu acho que ele percebeu isso, pois sorriu e apertou delicadamente minha mão contra a dele. Porém não era somente minha mão que tremulava, eram minhas pernas também e por um instante eu agradeci por estar com um vestido longo e ele não poder ver o quanto eu estava nervosa e com medo de falar algo que me envergonhasse porque eu já não estava com total controle das minhas palavras. E se eu falasse palavras desconexas? Ah meu deus.

Calma Fernanda, calma.

– Fernanda Collins – ele começou e meu corpo estremeceu com a suavidade da voz dele, ele parecia calmo, mas eu percebia o pleno nervosismo que os olhos dele manifestavam – Eu já cheguei a pensar várias vezes se eu realmente conseguiria algum dia estar aqui, ajoelhado na frente de alguém, e também já pensei se esse alguém iria me fazer tão feliz quanto eu pensava, mas eu também não sabia se essa felicidade toda existia de verdade. Mas como ela não poderia existir? Ela existe para mim a todo instante que eu estou perto de você , ela existe até mesmo quando eu penso em você, ela existia quando eu tinha só treze anos e voltou a existir quando eu já estava no meio dos dezessete anos e já tinha assumido que essa felicidade, esse amor, não eram reais. Mas sabe o que eu aprendi? Que a felicidade é igual uma borboleta, quanto mais você tenta encontrar e trazer ela para você, mais ela foge, aí um dia você se distrai e ela pousa no seu ombro, e você Fê, eu não sei como descrever o quanto eu preciso de você, todos os dias e todas as noites da minha vida, e eu quero estar do seu lado em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins, não preciso ter uma vida perfeita, eu só preciso ter uma vida com você – ele pausou e sorriu para mim- Então, voltando ao início, Fernanda Collins, você gostaria de ser minha noiva? Gostaria de comprar uma casa comigo, e depois em qualquer domingo de manhã sentar na mesa e procurar um trabalho para conseguirmos pagar nossas faculdades, e quem sabe em um, dois ou três anos casar ? – ele perguntou e suspirou pesadamente, em seguida olhou para mim.

Minhas pernas estavam bambas.

A essas alturas eu conseguir controlar minha respiração era um milagre, pena que eu não podia falar o mesmo das minhas lágrimas, eu podia sentir a segunda lágrima descendo lentamente pela minha bochecha.

Abaixei-me lentamente até ficar frente a frente com o Bruno, que me encarava inexpressivo talvez, talvez ansioso ou receoso, eu não consegui saber.

Inclinei-me para frente e deitei lentamente minha cabeça no peito dele, em seguida apoiei minha mão também sob o peito dele.

Eu não podia acreditar que isso estava mesmo acontecendo. Não podia acreditar que eu estava sendo pedida em noivado.

Aspirei profundamente o cheiro leve e viciante que Bruno tinha e sorri. Estava tudo tão diferente e ao mesmo tempo tão igual, como no baile do oitavo ano quando ele havia se declarado para mim pela primeira vez, eu nem poderia me permitir imaginar que alguns anos depois ele estaria fazendo a mesma coisa, só que em outra data, em outro baile, e com outro pedido.

Eu sentia meu coração acelerado e minhas pernas tremulando, e não conseguia me controlar, não conseguia controlar o que eu sentia, como nas tardes em que eu sentava no local secreto da minha casa que Harry e Bruno haviam descoberto e então começava a chorar. Meu local secreto era como minha lembrança mais próxima dos Lancaster, porque depois que eles tinham ido embora tudo havia perdido a cor, tudo havia ficado tão escasso e silencioso, não haviam mais risadas nem guerras de bolinhas de neve, tampouco abraços e até mesmo aquelas conversas que pareciam bobas que eu tinha com eles que depois começaram a fazer tanta falta: “Tchau Bruno, tchau Harry” “Ué, porque tchau? Ta expulsando a gente é?” Harry perguntava divertido. “Eu achei que vocês já tinham que ir” falei. “ E nós já temos, é que o Harry gosta de fazer drama em despedidas” Bruno falou e em seguida levou um empurrão de Harry. Olhei para os dois e sorri.

Senti uma mão acariciar minhas costas e sorri. Eu tinha muitas lembranças com Harry e Bruno, mas já estava mais do que na hora de ter outras, maiores e melhores.

– Como eu sei que você é bom em biologia, eu vou falar – sussurrei e escutei um resquício de risada vinda dele – O tamanho do meu amor por você é da quantidade que se tem quando se soma todos os átomos presentes em todas as pessoas do mundo, e a quantidade é... –

– Infinita – ele respondeu passando os braços ao redor da minha cintura e descansando o rosto levemente em meu ombro.

– E isso significa um sim, meu amor – completei e senti ele me apertar ainda mais contra ele, como se pudesse nos fundir em um só.

– Sua mão esquerda - ele completou e eu estendi minha mão para ele que a segurou delicadamente.

– Fecha os olhos – ele pediu e eu o fiz.

Senti algo gélido ser colocado no meu dedo, e sorri interiormente, tinha dado perfeitamente no meu dedo, como se houvesse sido feito só para mim.

Um pedido de noivado. Foi o pedido mais perfeito de todos, pelo menos para mim, porque tinha sido do jeito dele, do jeito do Bruno, da forma como ele tinha pensado algum dia.

– Já pode abrir os olhos – ele disse e eu abri

Era um anel dourado e tinha um cristal grande o enfeitando, contrastava com os detalhes em cinza do meu vestido preto, o que me fez rir levemente.

Olhei para ele e encontrei seus olhos focados nos meus.

– Que loucura não é? Isso tudo, toda aquela distância desde aquele primeiro baile até o dia que eu cheguei aqui, eu nem imaginava que algum dia eu estaria tão perto de você de novo –

Ele soltou uma risada

– Você me acertou uma almofada – ele disse e eu soltei uma risada também.

– Ainda bem que eu nunca erro minhas pontarias – falei e ele sorriu

– Quem imaginaria isso não é? Que depois de eu ter que ir embora da cidade, depois de ficarmos tão longe, depois de tanta coisas que nos fez irmos nos esquecendo aos pouquinhos, nós iríamos acabar aqui, abraçados –

– Sabe o que é isso? – sussurrei e ele negou – Se chama Caminhos Traçados, minha mãe sempre me falava sobre isso, Caminhos que se traçam algum dia e permanecem, caminhos que se encontram, se perdem e se acham, caminhos que se esbarram e se separam, caminhos que brigam e algum dia fazem as pazes, dizem que à laços nesse mundo que não importa quantas vezes se rompam, sempre vão se juntar novamente, e nós somos Caminhos Traçados –

Ele olhou para mim e sorriu se aproximando.

Aos poucos eu já me percebia o beijando.

++++++++++++++++++++++++++

– Nós temos um baile para ir não temos? – falei quando nós estávamos atirados na grama olhando para o céu estrelado. Ele estava contando as estrelas comigo, havíamos escolhido uma, era um das mais bonitas, havíamos a chamado de Maria Luiza, ele achava bonito o nome Maria, já eu gostava de Luiza, então juntamos ambos os nomes e chamamos aquela estrela assim, era nossa estrela.

– Só falta minha última surpresa – ele disse e eu o encarei

– Ainda tem mais? – perguntei sorrindo

– Tem uma que eu acho que você vai gostar um pouco –

– O que? –

– Você sabe que a escola disponibiliza uma passagem de viajem todo verão para os alunos, não sabe? – ele perguntou e eu assenti começando a me animar com o tom que ele estava falando, como se tivesse algo muito bom para me contar. – Então, eu pensei um pouco nisso, e acho que você e o Harry talvez tivessem razão, talvez esteja na hora de eu encarar logo a realidade, talvez esteja na hora de eu mudar a realidade, mudar a realidade com a minha mãe, com o que aconteceu porque eu fiquei com medo, porque eu não tive coragem de enfrentar, então eu tomei uma decisão e... É, eu decidi usar a minha passagem –

– Ah meu deus Bru, isso significa que... –

– Sim Fê, hoje à noite, quando você embarcar naquele avião para voltar para aquela cidade, eu vou estar lá com você –

Abri o melhor sorriso que eu tinha e o abracei com todas as minhas forças.

– Eu quero que você saiba que eu tenho muito orgulho de você sabia? Que eu te amo muito por isso e que eu tenho certeza que tudo vai dar certo, ou pelo menos nós vamos tentar, com tudo que temos –

– Eu também te amo, muito – ele disse e beijou minha testa rapidamente.

– Vamos Bru, nós temos um baile pela frente - falei e entrelacei minha mão com a dele – E é claro, ainda temos que colocar a gravata –

Ele revirou os olhos.

– Nem casamos e já tenho que colocar aquele treco apertado – ele disse e sorriu, me fazendo sorrir também.

10 anos depois...

Narração Fernanda - On

– Manhêêê - gritava uma voz infatil

– OIIII meu bem – gritei

– Onde a senhora tá? –

– Na cozinha – falei e guardei a jarra de suco de maracujá na geladeira

– Oi mãe – falou a pequena garotinha quando adentrou a cozinha, ela carregava um livro e um lápis nas mãos e estava descalça, vestida apenas com um vestidinho de alças branco cheio de flores roxas. Os cabelos ondulados e castanhos estavam presos em uma trança e os olhos negros estavam radiantes.

Ela ficou na ponta dos pés e colocou o livro em cima da mesa, em seguida arrastou a cadeira e se pendurou na mesma até se equilibrar e ficar sentada.

– Oi princesa – falei e a olhei.

Ela soltou uma risada longa e eu a olhei confusa, sem saber se me contagiava com a risada que a mesma havia dado ou se tentava entender pelo que ela estava rindo.

– Mamãe a senhora está parecendo um unicórnio rosado – ela disse risonha e eu direcionei meu olhar para a janela de vidro que estava em cima da pia, o reflexo bem claro que eu conseguia enxergar mostrava uma mancha rosada gigante em cima da minha testa.

Não me contive, e ri também.

– Estraguei minha surpresa – falei e ela abriu um sorriso gigante

– Surpresa? – ela perguntou

– Adivinha o que a mamãe fez de sobremesa –

– Sorvete! – ela disse instantaneamente

– Errou - falei e me aproximei dela com o semblante divertido – Tem duas chances de acertar se não vou te encher de cosquinha – falei e ela soltou outra gargalhada e pulou da cadeira se afastando de mim

– Bolo de chocolate – ela disse se escondendo atrás da cadeira, ela tinha o semblante risonho.

– Quaseeee, só mais uma tentativa errada e você vai virar a garota cosquinha –

Eu dava a volta na mesa e ela ia para a direção contaria, sorridente.

– Última chance – cantarolei e ela me olhou divertida, mas parecia que ela estava olhando para trás de mim, e não para mim.

Ela estava quase para falar algo quando eu senti dois braços envolvendo minha cintura por trás e depositando um beijo estalado no meu pescoço.

Sorri.

– Papaiiiiii – a garotinha gritou e sorriu também.

– Deixa eu adivinhar também – Bruno falou assim que olhou para mim – Torta de morango – ele disse e eu sorri e me virei para ele o dando um beijinho rápido na boca.

– Acertou – falei

– Ebaaaaaa – gritou a garotinha – Mamãe fez torta de morango, mamãe fez torta de morango – ela cantarolou e se agarrou na perna do Bruno que tirou suas mãos da minha cintura e levantou a pequena no colo dando-lhe um beijo estalado na bochecha

Haviam se passando dez anos desde a formatura no colégio.

Muitas coisas haviam mudado, outras estavam do mesmo jeito.

Depois da noite da formatura, eu e Bruno embarcamos para minha cidade, meu reencontro com a minha mãe tinha sido melhor do que esperava, mas não podia dizer o mesmo do reencontro do Bruno com a mãe dele.

Dona Patrícia estava magra e doente também, talvez pelo fato de ter ficado sozinha por tanto tempo, ou talvez pelo fato de não sair de casa, não movimentar o corpo, ela estava debilitada. Quando bruno a viu ele ficou muito abatido, se sentiu culpado também por ter deixado ela tanto tempo sozinha, por literalmente ter abandonado ela, e então decidimos ficar na minha cidade, iríamos fazer tudo o que fosse possível pela mãe dele, talvez tinha sido esse o motivo pelo qual eu desisti de todos os sonhos de profissão que eu tinha, e criei um sonho maior e melhor, um sonho pelo qual eu realizei e me orgulho até hoje de ter escolhido a profissão que eu escolhi, eu ajudo muitas pessoas hoje em dia, segui o ramo de fisioterapia, e hoje sou uma das melhores fisioterapeutas da cidade.

A mãe dele sofria de depressão e tinha dificuldade e dores para se movimentar depois de muito tempo tão parada, ela passou por um tratamento de seis meses em uma clínica e precisou da minha ajuda também como fisioterapeuta dela, com muito esforço ela se recuperou, hoje em dia ela é pedagoga na escola que a minha filha estuda.

Bruno era empresário nas E.L (Empresas Lancaster) que tinha sido fundada pelo avô dele e do Harry, e que ele havia assumido.

Com 24 anos eu me casei com Bruno, estava todo mundo no casamento, minhas madrinhas eram minha mãe e Sofia e meu padrinho era Jason, já os do Bruno eram Laura e Matheus, e a mãe dele também.

Quando eu havia completado 25 anos descobri que estava grávida da Maria Luiza, que tem quatro anos hoje em dia, no começo eu fiquei assustada, mas depois não tinha como evitar a felicidade me que invadia, iríamos ser uma família, uma família de verdade, maior e melhor.

– Posso comer um pedaço da torta mamãe? – Maria perguntou

– Não princesa, acabei de fazer, tem que ficar um pouco mais na geladeira e tem que dar para todo mundo também – falei e sorri

Bruno tentava tirar a gravata, mas já estava toda embolada.

– Certas coisas nunca mudam – falei e puxei a gravata levemente desenrolando ela até tira-la dele e depositar um beijinho na bochecha dele

– Jason e Matheus vão almoçar com a gente? – Bruno perguntou aceitando meu beijinho na bochecha dele e em seguida se sentando na cadeira da mesa de jantar e puxando Malu para sentar nas pernas dele.

– Vão sim, eles e as meninas –

– Ebaaa, Gui vai almoçar com a gente! – Maria comemorou e começou a brincar com os botões do terno do Bruno.

Laura e Matheus se casaram um ano depois do meu casamento com Bruno e tiveram um filho, de cinco anos hoje em dia, ele se chama Guilherme, ou Gui, é bem loirinho e tem os olhos da Laura.

Sofia e Jason noivar recentemente, e ainda não tiveram filhos.

Até nossa vizinha, Jasmyne entrou em clima de casamento, ela se casou com Caio, um homem pelo qual Sofia ficava dizendo que era feio, mas nem era tão feio assim, olhando-o como a Jasmyne ele era até bem bonitinho.

– E esse daqui é você papai, e essa daqui é a mamãe, e essa daqui sou eu – Maria apontava os desenhos que ela havia feito e mostrava para Bruno que olhava os desenhos e sorria – E aqui é o sol, eu coloquei um óculos de sol no sol, para ele não ficar cego porque ele é muito brilhante, o senhor quer ver como o sol é? Lá no jardim dá para ver ó, vem cá papai – ela desceu do colo dele e saiu correndo da cozinha.

– Vai lá para ela te mostrar o sol – falei e ele sorriu e se aproximou de mim.

– Você é que precisa de umas cócegas – ele disse me beijando demoradamente e saindo da cozinha logo em seguida para ver o sol que a Malu queria tanto mostrar

Sorri e peguei o celular do Bruno que estava em cima da mesa

Tinha duas mensagens, abri as duas e uma era do Jason que dizia: Eu e a Sofia temos algo muiitooo importante para falar no almoço (E não Bruno, ela não está grávida ‘-‘ Pelo menos eu acho, ah meu deus, eu tenho que ver se ela tomou aquele remédio que a médica dela tinha receitado pra não engravidar, nos espere no almoço!) e a outra era da Laura que dizia: Emooo, quando sair da empresa, avisa a Fê que o Gui tem um presentinho pra Malu.

Sorri e bloqueei a tela do celular, era bom saber que algumas coisas ainda estavam como antes, não tínhamos deixado de ser como antes. Caminhei até a varanda que ficava de frente para o jardim, obsevei Bruno e Maria.

Bruno estava sentado na grama e Maria estava em pé, ao lado dele.

– Consegue ver o sol papai? –

– Não, é muito brilhante –

– Espera, eu vou desenhar um óculos de sol para o senhor poder olhar –

– Desenha, eu quero um beeem grandão – ele disse sorrindo

– Espera, mas não dá para olhar com o papel no rosto –

– Eu consigo – ele disse e ela olhou surpresa pra ele

– Sério papai? –

– Sim, mas é um segredo, não pode contar para ninguém dos meus poderes –

– Que legal! – ela disse e pulou, o abraçando.

Sorri e subi as escadas, eu tinha que tomar banho e me arrumar para o almoço ainda, então era melhor aproveitar enquanto o Bru, tomava conta da Malu.

Jason disse que ele e Sofia tinham algo importante para contar.

Será que era algo grave?


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Notas finais do capítulo

Bom negos, é isso, Jason e Sofia tem uma coisinha bem importante pra contar, quem sabe é sobre o Harry não é?... Eu não sei ¨_¨ *fumaçinha misteriosa*
E se você não leu as notas iniciais, vai lá e lê, porque eu dei uns avisos.
Beijosss gente



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