Caminhos Traçados escrita por RQLMS


Capítulo 21
A detenção e a reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Oii gente :3 Tudo lecal com vocês? Bom ta aqui o capítulo para vocês e a partir do capítulo 28 eu vou começar a riscar alguns nomes na minha lista de personagens para narração de capítulos okay? O primeiro que vai narrar vai ser o Harry U-u Beijin e boa leitura, a gente se vê nas notas finais negada.



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Assim que terminei de cantar a música meu corpo se estremeceu. Um segundo de silêncio se passou e foi o segundo mais longo da minha vida inteira e depois pude escutar o som de palmas, olhei para a plateia e todos me aplaudiam, eu consegui, eu cantei. Eu C-A-N-T-E-I mesmo!

Olhei para a primeira fileira onde meus amigos estavam sentados e só vi Matheus e Jason.

Suspirei e saí do palco, voltei para o camarim e no momento em que eu pisei no chão do camarim a Geovanna caminhou até mim.

— Não vou dizer que você foi ruim, porque não foi, mas vou falar que sou muito melhor, porque eu sou. – ela disse e esbarrou propositalmente em meu ombro, subindo para o palco. – E a propósito, você e as duas idiotas estão ferradas no final da aula, não me preocuparia com teste de teatro se fosse você, isso se você não for eliminada – ela completou e subiu para o palco, mas antes dela subir eu segurei o braço dela e falei:

— Que eu saiba a única idiota aqui é você – falei e ela sorriu irônica. – Eu não tenho motivo algum para ser eliminada -

— Veremos no final da aula – ela disse e puxou o braço que eu segurava.

Bufei e fingi que não tinha escutado oque ela disse, mas porque eu, a Sofia e a Laura estamos ferrados no final da aula? Ah como seu me importasse com o que aquela oxigenada diz, tomara que ela caia do palco e taque a cara no chão.

Eu estava caminhando para o provador, para trocar minha farda quando a professora Karolinna veio até mim:

— Sua apresentação foi ótima! Eu não sabia que tínhamos uma aluna que sabia usar os tons de voz dessa forma na nossa sala! – ela disse e eu sorri

— Obrigada professora – falei e ela sorriu - Sua nota vai ser avaliada, mas com essa voz aí pode ter certeza que algum papel bom vai ser seu – ela disse e por um instante eu acreditei que essa loucura toda de conseguir o personagem principal poderia dar mesmo certo. Sorri e olhei-a – Acho que você e a Geovanna seriam ótimas parceiras de palco, a voz de vocês duas é igualmente encantadora – ela completou e me sorriso se desfez.

Parceiras de palco... Não! Não com a Geovadia! Nunca!

A professora me abraçou desleixadamente e acenou indo embora, corri para o provador e troquei minha farda novamente.

Saí do camarim e estava caminhando até a porta do auditório, as pessoas já estavam saindo e hora ou outra alguém falava comigo e dizia que me apresentação tinha sido ótima, eu estava ficando feliz até que eu cheguei à porta do auditório e minha felicidade foi se desfazendo por duas razões:

1- Bruno estava lá na porta, e eu automaticamente lembrei de que ele não estava sentado na primeira fila do auditório como ele me prometeu, nem no auditório ele estava.

2- Ele estava conversando com uma garota e estava segurando uma presilha de cabelo brilhosa.

Não que eu seja daquele tipo de menina possessiva que odeia ver o namorado conversando com outra menina, mas é que ele já não tinha ido ao meu teste e agora estava falando com uma menina...

Admito que talvez eu esteja com um pouquinho de ciúme dele com a outa menina, mas não... Eu poderia até me desentender com o Bruno, mas ele não iria me trocar por outra menina, com certeza não.

Aproximei-me deles dois e Bruno olhou para mim e me lançou um olhar nervoso, falou algo para a garota e caminhou até mim.

Ah que ótimo, agora ele virou o imã das garotas...

— Fê eu... – ele começou

— Você não veio ao teste – o interrompi

— Fê tem uma explicação para isso... – ele disse

— Claro que tem uma explicação isso, para isso e para a garota que você estava conversando né! – falei raivosa.

— Fê se acalma! – ele aumentou o tom de voz e eu suspirei.

— Eu fiquei tão nervosa, e você não estava aqui, todo mundo estava aqui, a Lala, o Matheus, a Sofia e o Jase, até o Harry estava aqui Bruno! – disse baixinho e baixei o olhar.

Eu estava nervosa para fazer esse teste, estava nervosa porque se eu fizesse algo errado, o plano de dar o troco na Geovanna iria ir todo por água abaixo, mas eu estava confiante para fazer aquele teste, e era importante Bruno estar ali, era importante para mim.

Bruno caminhou até mim e sem falar nenhuma palavra abraçou-me, eu não tinha mais o que falar e acabei cedendo o abraço. Os braços dele estavam em volta da minha cintura e meu rosto encaixado no pescoço dele, senti aquela fragrância leve e viciante dele. Que cheiro conhecido...

— Aquela menina que estava falando comigo se chama Júlia, ela é colega de quarto da Geovanna. Ela e a diretora me barraram na hora em que eu estava entrando no auditório, eu vim correndo porque a Lala me avisou muito tarde que o teste tinha sido adiantado, mas quando eu cheguei aqui a Júlia e a diretora não me deixaram entrar, elas disseram que era para eu te avisar que você, a Laura e a Sofia estavam de detenção e a Júlia podia provar que vocês três tinham colocado um animal no quarto dela e da Geovanna, a Júlia queria te eliminar do teste e eu tive que convencer ela a não fazer isso, acabou que a Sofia e a Lala foram retiradas do auditório – ele sussurrou tudo de uma vez no meu ouvido e eu olhei-o confusa.

— Nós já estamos aqui – Sofia falou colocando a mão no meu ombro, separei-me do abraço do Bruno e encarei Sofia e Laura.

— A Júlia e a Geovadia colocaram a diretora contra nós três – Laura disse.

— Como assim? – perguntei sem entender

— Estamos de detenção, vamos ter que fazer tarefas para o colégio – Sofia disse.

— A Júlia disse que nós três tínhamos colocado um rato no dormitório dela e é claro a diretora não acreditou porque não tinha de onde a gente tirar um rato, mas você sabe como eu fico quando estou sobre pressão né Fê, eu acabei admitindo ter colocado o rato lá – Laura falou nervosa.

— Merda – praguejei e Bruno começou a rir

— Ah meu deus, vocês colocaram mesmo um rato lá! – Bruno disse em meio á uma risada

— Na verdade foi mais a Lala, mas nós meio que estávamos na hora da fuga – eu disse e Bruno assentiu confuso.

— Agradeça ao Bruno, ele conseguiu que a Júlia não te tirasse do teste – Sofia falou

Sorri e encarei Bruno. Por deuses, toda vez que eu acho que ele fez algo de errado, ele está sempre fazendo a coisa certa, acho que eu acabo sendo meio idiota quando desconfio dele.

Bruno se aproximou de mim e me deu um selinho rápido.

— Não me assuste assim de novo Emo – falei e ele sorriu.

— Dessa vez a culpa foi minha, descumpri minha promessa – ele disse e colocou delicadamente a presilha de cabelo que segurava no meu cabelo.

— Dessa vez eu acho que posso relevar – falei e ele sorriu, olhei as meninas e ambas me encararam com cara de: Tem-algo-que-não-contamos.

— Oque foi? – perguntei desconfiada

— Nada é que vocês são muito fofos juntos – Sofia disse nervosa

— Nós três vamos ter que cozinhar o almoço no refeitório hoje e limpar as duas piscinas depois de amanhã! – Laura disse e eu arregalei os olhos.

Ah que ótimo! Virei empregada da escola!

— Droga Laura! Tem que se controlar mulher! Não pode falar tudo de uma vez só porque está sob pressão! – Sofia repreendeu

— Mas o que? – perguntei incrédula – Eles não podem manda duas alunas do terceiro ano do ensino médio para cozinhar e limpar as piscinas! –

— Na verdade eles podem sim. – Bruno disse e eu lancei um olhar mortal para ele que se encolheu atrás da Sofia.

— Isso é melhor do que ficar presa por duas horas na sala de detenção, lá é assustador, tem um monstro que escraviza os empregados dele – Sofia falou fazendo uma careta de medo.

— Na verdade é só um professor que faz os alunos da detenção escreverem 50 vezes “Não devo ser rebelde”, mas é quase a mesma coisa que um monstro que escraviza os empregados dele – Laura falou movimentando a cabeça para cima e para baixo em afirmação.

Revirei os olhos e quando eu ia falar algo à campa bateu.

Nossa, meu dia está sendo maravilhoso, começou as aulas e nem café da manhã eu tomei!

Retirei um papel com os dias e horários e olhei-o.

Como o colégio é de tempo integral tinha quatro tempos de aula antes do almoço e cinco tempos depois do almoço. Isso significa que antes do quarto tempo eu iria ter que sair de sala para nada mais, nada menos que: Cozinhar.

Caminhei com as meninas até a sala e adentramos a mesma, todos estavam conversando. Laura sentou do outro lado da sala e encontrou com Matheus e eu, Bruno e Sofia sentamos no mesmo lugar de sempre, Jason já estava lá.

Não demorou muito para a primeira professora entrar, depois a segunda, depois a terceira e antes do quarto tempo de aula começar, eu, Laura e Sofia saímos da sala e nos direcionamos ao refeitório.

Nós íamos cozinhar o almoço. Se ninguém morrer envenenado com a nossa comida, já podem até entregar o diploma para nós, porque a Laura não cozinha muita coisa, eu sei fritar ovo e fazer macarrão instantâneo e a Sofia eu desconfio que não sabe fazer nada.

O refeitório estava deserto, não tinha ninguém a não ser a tia gordinha do refeitório, claro.

Caminhamos até o balcão onde a tia do refeitório estava, partiu virar escrava Isaura por aqui -_-

— Ah que ótimo! Vocês chegaram – ela disse tirando a rede do cabelo e o avental. – Se virem, porque hoje eu estou de férias, FINALMENTE LIVRE!! – ela gritou e saiu correndo do refeitório, mas acabou tropeçando e tacando 130 quilos de gordura dela contra o chão, mas se levantou depressa e continuou correndo, gritando algo como: NADA VAI ESTRAGAR MINHA LIBERDADEEE.

Eu e as meninas nos entreolhamos assustadas e atravessamos o balcão, adentrando o lugar onde se faz as comidas do refeitório e fizemos um círculo entre nós três.

— Essa tiazinha me assustou – Sofia falou

— É ela saiu correndo daqui, isso é um sinal para a gente dar no pé, daqui também – concordei.

— Vocês estão querendo se mandar daqui e ir para a sala de detenção? Lá é mais assustador que aqui! – Laura esbravejou – Cozinhem logo ou eu vou empurrar vocês duas dentro daquele lixo ali – ela completou e apontou para um lixo cheio de abelhas ao redor.

— É hora de cozinhar! – Sofia disse e colocou o avental nela

— É isso mesmo! Tá na hora de por a mão no macarrão meninas! – Laura disse

— Eu acho que o certo é mão na massa – Sofia contrariou e acabou levando um tapa na cabeça

— E macarrão se faz com o que idiota? – Laura praguejou

— Eu sei lá, quando eu estou com fome eu não ligo de saber do que o macarrão é feito, eu ligo de comer né! – Sofia disse

— E se for veneno? – Laura perguntou

— Ué, se for veneno vai ter aquela caveira no rótulo né – Sofia disse

— É verdade, é melhor a gente olhar os rótulos desses macarrões que ter por aqui por que... – antes de Laura terminar de falar eu a interrompi

— GENTE! Nós só temos 30 minutos para fazer o almoço para uma cambada de alunos de barriga vazia – eu disse – não podemos ficar perdendo tempo –

— Temos que olhar os rótulos – Laura disse

— Eu concordo com a Fê, estamos perdendo tempo – Sofia disse

— Temos que olhar os rótulos – Laura disse

— Obrigado Sofia – eu disse

— Temos que olhar os rótulos – Laura disse e eu e a Sofia lançamos um olhar mortal para ela. – Tudo bem, esqueçam os rótulos, mas se todo mundo morrer envenenado aqui a culpa não vai ser minha! –

— É mais fácil eu morrer envenenada com a nossa comida do que morrer envenenada porque não sabiam que tinha veneno no macarrão – Sofia falou.

— Mas ia morrer envenenada do mesmo jeito – Laura disse

— GENTE! Parem com isso e vamos cozinhar logo! – gritei e as meninas assentiram – Vão preparando o macarrão, o arroz e o feijão logo que eu vou na sala da diretora-decote avisar que já estamos preparando o almoço – Falei

— Sim senhora! – Sofia e Laura disseram em coral.

Saí do refeitório e fui até a sala da diretora, o corredor estava frio, parecia um ótimo cenário para alguém que está em um dia triste, mas meu dia poderia estar qualquer coisa menos triste.

Uma brisa de vento bateu no meu rosto levando meus cabelos lisos para trás e fazendo com que a presilha que Bruno havia me dado caísse do meu cabelo.

O tempo realmente parecia estar com cara de dia chuvoso, como aqueles dias que você está na casa da sua avó e separa aquele seu livro favorito junto com um chocolate quente e um edredom e passa à tarde todinha lendo enquanto lá fora está chovendo muito. Eu tinha saudade desses dias, talvez algum dia eu volte a fazer isso.

— Ah presilha, já tinha me esquecido de você, parece até que é invisível – falei baixinho e me abaixei para juntar a presilha que tinha caído na porta do banheiro masculino, mas no instante em que eu me abaixei para pegar a presilha eu vi outro objeto além da presilha, era um colar, mas não era um colar qualquer, era o colar que o Harry tinha me dado.

Essas coisas estavam me perseguindo, já podia até dar um nome: As relíquias da Fernanda, o cordão mais poderoso de todos do capitão do time de basquete e a presilha da invisibilidade do Emo e... É ainda faltava um para completar as relíquias da Fernanda.

Fiz uma nota mental para me lembrar de que o próximo objeto que eu ganhasse fosse minha terceira relíquia, já estava até me sentindo Fernanda Potter.

O colar estava ali, jogado no chão, por alguma razão, eu dei ele para a Geovanna, mas porque ele estava ali jogado... Peguei o cordão e olhei-o

Era a minha lembrança, minha lembrança do Harry, talvez pensando agora por outro lado eu tenha sido meio grossa naquele dia que eu briguei com eles no refeitório, talvez eu estivesse de cabeça quente demais e tenha me precipitado em dar minha lembrança do Harry para ela, mas de alguma forma não me arrependo de ter dado esse colar para ela, porque agora minha única lembrança recente do Harry é que ele estava mentindo e que eu estava sendo enganada.

Existem várias coisas que machucam o coração de uma menina, mas ser enganada por alguém que ela confiou é a pior de todas.

Abri o fecho do cordão, tirei o pingente de coração que estava nele e deixei o cordão no mesmo lugar. Guardei o pingente de coração no meu bolso e olhei para o cordão jogado ao chão, eu guardei o pingente porque algo em mim dizia, ou melhor, sentia que pelo menos algo das palavras que Harry me falou eram de verdade, como palavras que vieram do coração e por isso eu guardei o pingente, mas o cordão eu deixei lá porque eu sabia que mesmo as palavras dele sendo verdadeiras ou não, eu havia sido enganada e o cordão representava o outro lado que eu não podia trazer comigo. Tinha um lado do Harry que eu amo, mas também tinha outro que eu nunca vou poder chegar a amar.

Flashback – On

Harry... Eu... – começei a falar, mas ele me interrompeu.

— Está tudo bem – ele falou – Eu sei que você ainda não está á vontade sobre esse négocio de ficar ou comigo ou com o Bruno, e eu não vou te forçar a nada, Nanda, essa é uma escolha sua, eu só quero que você saiba que eu gosto de você tanto quanto ele pode gostar, mas isso não quer dizer que você tenha obrigação de ficar com um de nós dois, um dia você vai escolher quem você ama e isso não tem que ser agora – ele falou e uma onda de alívio me percorreu.

Flashback – Off

Encostei-me e na parede e encarei o pingente, será que era errado levá-lo comigo?

— Você deveria ser uma memória esquecida – cochichei baixinho olhando para o cordão.

Agora eu estou ficando maluca, falando com cordões e presilhas...

— Deveria? – uma voz que eu conhecia muito bem falou, era o Harry, ele estava do meu lado.

— Oque você está fazendo aqui? – perguntei assustada

— Eu estava no banheiro, eu acho. – ele disse e eu me dei conta que estava na porta do banheiro masculino, que droga.

— Isso não importa – falei e comecei a caminhar até a diretoria, mas Harry segurou meu braço.

— Me escuta! – ele disse

— Eu não tenho absolutamente nada para escutar – falei, e tentei me soltar de Harry, mas ele me empurrou para a parede.

— Nanda, eu não sei se você vai querer escutar isso ou não, mas eu vou falar mesmo assim – ele falou e eu encarei ele.

Eu já tinha me esquecido de como era olhar para os olhos do Harry, era como se os olhos dele pudessem ler minha mente, como se soubessem meus segredos mais profundos, isso era um grande problema, porque um dos meus segredos mais profundos era que embora ele tivesse feito tudo errado, uma pequena parte do meu coração se recusava a não gostar dele.

— Eu fiz tudo aquilo sim Nanda, eu não vou esconder de você que eu fiz parte de todo aquele plano, mas... – ele baixou o olhar e eu o encarei.

— Mas, oque? – perguntei

— Eu não sei como explicar isso, eu sou um completo idiota. – ele falou e eu estremeci, eu ainda me lembrava de quando eu falei isso para ele na enfermaria, no dia que tudo aconteceu.

Flashback- On

— Mas e o jogo... – perguntei e olhei para ele

— O pessoal termina outro dia – ele falou

— Eu sou uma completa idiota – falei e suspirei

— Completa ainda não. – ele disse e se aproximou de mim.

Flashback – Off

— Eu não quero que você me explique nada – falei e tentei me soltar dele, sem sucesso, ele continuava me segurando contra a parede. Ele suspirou e voltou a me encarar.

— No começou eu queria você porque você era bonita, mas você era uma garota muito difícil, o que eu não conseguia entender até porque TODAS as meninas gostam de mim e eu não precisava conquistar as meninas para tê-las, e ai esse Emo apareceu e você se entregou para ele do jeito que não tinha se entregado para mim, e isso foi horrível, eu fiquei com muito ciúme, só então eu percebi que eu estava gostando de você, gostando de verdade, mas eu já tinha perdido você, perdido para ele – Harry falou e eu o encarei incrédula.

— Você foi a primeira Nanda, a primeira que eu gostei, a primeira que eu senti ciúme, a primeira que eu me abri sobre minha vida e a primeira que eu perdi. – ele disse – A Geovanna estava armando um plano para separar você do Emo e eu deixei o meu egoísmo ser maior, acredite em mim, eu me arrependi muito disso. Acabou que o plano deu certo, mas eu não achei que você fosse chorar por ele, ele não era nada, mas você chorou e eu me senti o pior cara do mundo, porque eu sabia que isso era culpa minha, você não estava chorando por causa dele, estava chorando por minha causa. E nós fomos ao shopping e eu só tive mais certeza que eu estava perdidamente apaixonado por você, e eu estava me sentindo um lixo, porque naquela altura do jogo eu já sabia que você não era do tipo de garota que gostava de alguém por coisas surperficiais, mas tente me entender, é a primeira vez que eu realmente me apaixono por alguém, eu não sabia oque fazer, se eu te contasse você iria me odiar, mas se eu não te contasse eu iria ter conviver com isso, e na hora eu escolhi conviver com essa mentira porque eu não sei se eu suportaria ser odiado por alguém que eu amo, e eu não posso suportar continuar sendo odiado, por isso eu peço desculpas, mas dessa vez é uma desculpa de verdade. – ele falou e eu não sabia oque fazer nem falar.

— Eu nunca disse que odeio você – falei e ele sorriu – Mas você me magoou –

— Eu sei – ele disse – Eu queria saber se você é capaz de me perdoar –

— Sim Harry, eu perdoo, mas eu não sei se algum dia eu vou esqueçer disso – falei - Não se preocupe, eu não peço que esqueça de tudo isso, apenas queria que você me perdoasse. – ele disse e me soltou.

Abaixei-me e peguei o cordão que eu havia deixado no chão, coloquei o pingente no cordão e guardei no bolso.

Isso foi como um alívio no meu coração, como se eu houvesse tirado um peso que eu carregava nas costas, algo no meu coração acelerava quando eu me lembrava do que o Harry falou, eu sentia que eram palavras verdadeiras. Harry era como um tipo de garoto errado, mas que estava fazendo a coisa certa pela primeira vez. Eu sentia algo tão errado fazendo algo tão certo.

Olhei para Harry e ele sorriu, aproximei-me dele e o envolvi em um abraço, ele arregalou os olhos e correspondeu o abraço, no instante em que ele me abraçou de volta eu pude inalar o cheiro da colônia dele e a imagem de Bruno me veio a mente, Harry tinha cheiro de colônia masculina, um cheiro forte e agradável, já Bruno tinha um cheiro leve e viciante, eles dois eram tão diferentes.

Como eu já tinha pensado uma vez... Os olhos das pessoas nunca mentem, eles sempre irão revelar elas, e os olhos do Bruno eram como a escuridão da noite, ao mesmo tempo no qual, os do Harry eram como o azul da manhã, um deles era meu dia e o outro era a minha noite, isso me deixava frustada de certa forma por talvez não saber conviver sem um deles.

Soltei-me de Harry e o encarei, eu ainda tinha que falar com a diretora e terminar o almoço.

— Eu tenho que ir – falei

— Obrigado por me perdoar, de novo. – ele disse

— Só não peça desculpa mais uma vez porque da próxima eu não sei se vou conseguir desculpar –

—Não se preocupe, eu já entendi que você não é como as meninas do colégio, e é exatamente por isso que se eu tiver que lutar com o meu sangue por isso, eu vou lutar. – ele disse e eu estremeci, olhei para ele e ele sorriu, devolvi o sorriso confusa.

— Como assim lutar com seu próprio sangue?? – perguntei e olhei ele.

— O Emo ainda não te contou? – Harry perguntou

— Contar oque? –

— Deixa para lá Nanda, ele é teu namorado, ele que tem que te falar isso – ele disse

— Se você diz – falei e ele assentiu, acenei indo embora e ele sorriu.

Tomei novamente meu caminho até a diretoria e continuei pensando em tudo que acabara de acontecer.

Meu dia realmente estava sendo cheio.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?



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