Os escolhidos escrita por Willian Thiago


Capítulo 3
Conversa na caverna -pt 1


Notas iniciais do capítulo

"Adália não podia negar que estava se sentindo cada vez mais atraída por Steve''



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–aiai...

–Se eu tivesse pelo menos uma carne de porco assada aqui...

–aquele porquinho fujão me paga!

–hum... Resmungou Steve enquanto acordava do seu sono de dois dias.

–ah... até que enfim acordou, eu mesma tratei de cuidar dos seus ferimentos, e esses curativos eu peguei da mochila dos soldados mortos no chão.

Nesse momento Steve se levanta, e percebe que está sem camisa e que seu peito se encontra todo enfaixado com bandagens brancas bem limpas, assim como sua cabeça que tem uma gaze que passa bem no meio de sua testa.

–poxa, mas como eu vim parar aqui nessa caverna? Pergunta Steve.

–Logo depois de você ter caído montanha abaixo, eu pulei pra te salvar, você bateu a cabeça durante a queda e foi caindo inconsciente em um pequeno rio que passava bem no fundo de um precipício que ficava de um dos lados da montanha, foi sendo levando pela correnteza até parar em uma ilha e eu por sorte vim sendo carregada pela água também até parar no mesmo lugar que você.

–nossa, que sorte a minha.

–mas isso não é tudo, logo depois disso eu tentei te reanimar mas você não respondeu nem deu sinal de vida, daí...

–perae! Você fez respiração boc...

–affs, nem me lembra dessa parte Steve. No momento em que Adália disse isso suas bochechas ficaram vermelhas e ela olhou para o chão tentando se esquivar do olhar de Steve, não que ela estivesse sentindo algo por ele, era só que estava envergonhada de ter que dizer “certas coisas’’

–tá deixa... continua.

Adália pulou a parte em que ela fazia respiração boca a boca com Steve e consequentemente pulou também a parte do seu encontro nada amigável com Roinc (isso mesmo! Roinc tinha sobrevivido! Salve o Roinc kkkk)

–está bem, depois disso eu te arrastei para essa caverna e fui buscar as bandagens e os primeiros socorroscom os soldados, foi fácil chegar até lá por que estava de dia e você sabe tão bem quanto eu que os monstros não saem a essa hora, então fui e voltei de lá duas vezes e...

–por que duas vezes? Interrompeu Steve.

Adália continuando...

–Na primeira eu fui pegar os medicamentos e as bandagens, você estava sangrando muito e sabia que se não fizesse nada certamente você morreria.

–bem, como você bem sabe levei quase que um dia todo pra chegar onde os remédios estavam, assim que cheguei tratei de pegar o quanto de comida e remédios podia carregar e voltei pra caverna onde você estava, isso por volta do crepúsculo da tarde já estava quase anoitecendo.

–você me abandonou sozinho aqui? Nossa, quanto carinho hem? Disse Steve se levantando do chão e indo se sentar em um tronco de arvore ao redor da fogueira, Adália provavelmente a havia feito com gravetos de madeira da selva, já que tinha delas ao monte no chão.

–parece que você está bem, pelo jeito eu fiz um belo trabalho. Respondeu Adália.

–é... e por que você voltou lá pela segunda vez?

Continuando...

–Bom, quando anoiteceu eu percebi que do lado de fora da caverna tinham vários zumbis e outrosmonstros, eu aproveitei a noite para fazer essa fogueira aqui e coloquei mais outras quatro bem na entrada da caverna deixando eles do lado de fora, porém percebi que eles já sabiam onde eu e você estávamos e que não tardaria até que mais e mais criaturas atacassem enquanto agente dormia, daí tive a ideia de ir buscar armaduras, espadas e arcos para mim e para você logo que amanheceu.

–e nesse tempo todo eu estive dormindo? Interrompeu Steve pela segunda vez.

–sim, você dorme igual uma pedra sabia? Adália não conteve uma gargalhada.

Ignorando o comentário dela, Steve continuou.

–quer dizer que eu fiquei desmaiado por dois dias?!

–um e meio na verdade.

–espera, mas tem uma coisa que você ficou de me responder, se lembra?

–aah... Sim, como foi que te encontramos certo?

–e como que aqueles soldados morreram! Isso você tem que dizer.

–Steve... A noite foi feita pra dormir, amanha nós conversamos pode ser?

–não! Você vai dizer agora! Steve nesse exato momento sentiu uma pontada na cabeça, uma forte dor de cabeça atacou ele.

Adália percebendo isso disse:

–Como você está vendo, você precisa descansar. Sério Steve amanha conversamos.

Apesar da curiosidade ser enorme, Steve reconheceu que Adália estava certa. Adália ajudou Steve a se deitar e foi acender as fogueiras na entrada da caverna, enquanto acendia a última fogueira ela ouve Steve perguntado...

–Adália, e agora? O que vai ser daqui pra frente?

–não sei... só sei que eu vou continuar a missão.

Steve não entendeu nada daquela resposta, mas o sono já estava batendo à porta, o sono era tanto que ele adormeceu enquanto pensava na provável resposta...

***

#era uma vez, três porquinhos;

era uma vez, dois porquinhos;

era uma vez, um porquinho,

lalalalala...#

Uma garotinha cantava enquanto atirava pedras em um lago congelado, era inverno, e a neve que caía dava ao ambiente um cenário branco, parecia que todo o mundo tinha sido trocado por lã de ovelha. Sua família estava comendo algumas frutas do lado de trás da casa, ela estava ao longe... vendo tudo aquilo, aquela cena que ela daria tudo para durar para sempre... o vento... o vento fazendo seus cabelos ruivos balançarem e cobrirem o seu rosto... o pinheiro grande e verde, a única coisa verde naquela imensidão branca. Se lembra das manhas de verão em que passava o dia brincando com seus irmão debaixo da sombra do pinheiro, do balanço feito de couro das vaquinhas, que balanço, seu pai sabia mesmo fazer um.

No meio de todo aquele paraíso surge uma figura estranha, ela tem um tom escuro que é totalmente o contrário do branco da neve que estava caindo naquele fim de tarde. Por mais incrível que pareça a figura parece não notar a presença dela, anda de cabeça baixa sobre o lago congelado, as roupas que usa estão todas rasgada e algumas partes queimadas, não usa sapatos, um garotinho, parece ter a mesma idade que Adália, parece estar com fome, vou ajudar? Será que vai me fazer mal? Estou com medo...

–oi...

Ele nem me notou, parece não ter escutado...

–OI!

Agora ele me viu, ele parou de andar, não, ele está andando de novo, está vindo pra cá, vou o chamar pra brincar.

–quer brincar? Perguntou Adália.

–não...

sua voz era fraca, parecia precisar de água.

–quer?

Ela puxou uma garrafinha de couro tingida de vermelho, seu pai tinha feito para ela a uns dois anos.

Ele bebeu...

–Quer? Minha mãe quem fez pra mim.

–sim...

Ele comeu uns quatro biscoitinhos daquele pacotinho, tinha ainda uns 6 dentro...

–por que você está todo machucado?

Ele não respondeu, apenas desviou o olhar, olhava para o chão agora...

...

–Por que fez isso? O garotinho falou.

–minha mãe disse que ajuda a curar os machucados.

Adália com toda a inocência da sua infância tinha dado um beijo na bochecha do garotinho...

–aonde você está indo?

O garotinho não respondeu, quando ele virou de costas sua camisa estava toda rasgada, Adália pode ver vários cortes feios, pareciam garras de algum animal feroz, outros pareciam batidas, estavam roxos, sangravam pouco naquele momento, parecia que a criança não tinha mais sangue pra sangrar... e foi, foi andando e deixando Adália para trás, deixando ela com a visão que marcou toda a sua infância...

–aaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuu... Steve acabara de acordar e estava em pé.

Adália abre os olhos e vê ele na porta da caverna sem camisa e sem os curativos que ela tinha feito, via vários machucados pelas suas costas, até por que ele estava de costas para Adália, por um segundo ela se lembrou do menino dos seus sonhos, ou melhor, dos seus pesadelos, mas logo o pensamento fugiu.

–já acordou? Nossa nem vi. Steve se encontrava bem, os ferimentos que antes jorravam rios de sangue agora se tornaram apenas manchas roxas pelo seu corpo.

–você está bem mesmo. Adália disse.

Aquela foi uma manha normal, trataram de ir buscar alguns cogumelos pelo pântano onde se encontravam, fizeram um ensopado de cogumelos, tinha ficado relativamente bom se fosse levar em conta a situação em que eles estavam.

–Adália, vem aqui.

–o que?

–olha...

Eles estavam no topo da montanha (a mesma montanha de que Steve tinha caído três dias atrás) viram o por do sol juntos, logo depois desceram a montanha e seguiram a pé pela margem do rio até a caverna onde eles estavam vivendo, vivendo não, onde eles estavam sobrevivendo!

Adália não podia negar que estava se sentindo cada vez mais atraída por Steve, mesmo ela sendo uma capitã durona, no fundo era muito sensível, pena que Steve não era nada (nadinha mesmo! Nem um tiquinho!) sensível, viveu por vários anos sozinho, não sabia mais nem o que era se apaixonar, na verdade, ele nunca soube o que é se apaixonar, quando era muito pequeno foi forçado a viver sozinho, não conheceu nenhuma garota, bem, somente uma, mas isso foi quando ele era muito pequeno...

–E agora? Vai me contar o que aconteceu?!

–agora sim. Adália chamou Steve para se sentar em volta da fogueira como na noite anterior.

–vou te contar de uma forma bem resumida o que aconteceu, até por que é uma missão altamente secreta!

–fala logo. Disse Steve enquanto pegava um pouco de ensopado de cogumelo que estava cozinhado na fogueira.

***

–eu sou a capitã do exército do reino de Téfires, a mais ou menos quatro meses atrás eu recebi um convite do próprio rei para um almoço que iria ter no castelo real, era uma raridade quase um milagre algum soldado ser convidado para ficar na presença do rei, ainda mais pelo próprio rei. Chegando no castelo tinha uma mesa enorme com os pratos mais diversificados e coloridos que eu já tinha visto, as melhores comidas já preparadas e...

–Adália. dá pra parar? Vai direto ao ponto pode ser?

–aiai... está bem. Continuando...

–durante o jantar o rei falou que a princesa, sua filha havia sido vitima de assassinato, mas não era um assassinato comum, tinha sido envenenada! Três dias antes ela foi encontrada desmaiada no chão do seu quarto, sua pele estava pálida, seus lábios com um tom escuro, estava morta!

–nossa, mas o que você tem haver com isso? Por que chamaram você em vez de um médico?

–calma Steve...

–após elaborarem vários testes, os médicos do reino disseram que ela não estava morta, e sim em um estado de coma permanente, que iria fazer com que ela morresse aos poucos, cada dia sua vida ia se esvaindo, até que ela morresse. Se valendo de técnicas médicas ele disseram que poderiam mante a princesa viva, ou quase viva por um período de cinco meses no máximo, depois disso nada nem ninguém poderia trazê-la à vida novamente.

Desesperado o rei buscou ajuda dos mais variados médicos do reino, e até dos reinos vizinhos mais ninguém soube dizer a cura para o mal, então sem mais esperanças de que poderia salvar sua amada filha o rei buscou a ajuda de bruxas, mandou que seus soldados fossem buscar o maior número de bruxas que conseguissem e que trouxessem elas ao reino, as bruxas são seres místicos que vivem pelo mundo desde que ele foi criado, todo o conhecimento de várias gerações estão armazenados em centenas de livros que elas escrevem e escondem. Porém, as bruxas são seres traiçoeiros, se recusaram a dizer a cura, por isso o rei condenou todas à morrerem queimadas!

–nossa, minha mãe me contava histórias de bruxas quando era pequeno, não sabia que elas existiam de verdade. Achava que eram apenas história pra crianças teimosas dormirem. Disse Steve.

–pois saiba que elas existem, e que são muito perigosas! Tem o domínio de toda a energia, tanto a energia escura quanto a energia usada para encantar nossas armaduras, espadas e etc.

–sim, continue a história Adália que agora fiquei curioso. Disse Steve enquanto colocava mais ensopado no seu prato.

–Está bem, logo após isso o rei ficou sabendo de um tal de Pether, na verdade uma bruxa disse isso ao rei para se livrar da fogueira, diziam que ele era um feiticeiro, que era como uma bruxa só que diferentemente delas não possuía um gênio mal, também disseram que ele tinha a maior biblioteca já vista em todos os continentes, e que certamente ele saberia a cura para o mal da princesa.

–nossa... acabou a sopa. Steve interrompeu a história mais uma vez.

–vem, vamos ficar aqui, eu sei que você já comeu uns seis pratos disso. Disse Adália ironicamente.

Ambos se sentaram na entrada da caverna e ficaram olhando para as estrelas no céu, imaginando que logo após as montanhas tinha todo um mundo para explorar, repleto de bruxas, magos, feiticeiros e reinos...

–que tal continuar Adália? Disse Steve se encostando-se à parede da caverna.

Continuando...

–Depois foi fácil achar esse tal de Pether, a bruxa tratou de nos levar pessoalmente até onde ele vivia, era muito longe de tudo e de todos.

***

Chegando lá, eu pessoalmente falei os problemas que a princesa tinha e de toda a história do envenenamento e das bruxas até como chegamos até ali, ele ouviu tudo silenciosamente. Logo após meu discurso demorado ele se dirigiu a uma das estantes de livro, estava empoeirada, de lá puxou um livro todo preto, a capa era feita de couro costurado a mãos e tinha um símbolo muito parecido com a lua minguante.

–este é um livro que guardo a muito tempo. Ele me disse.

–depois disso folheou o livro, o livro estava escrito em uma língua estranha que eu não entendia, mas tinha várias figuras, parecia falar de alguns rituais que envolviam as duas energias do mundo e um método de como dominá-las, até criaturas místicas, criaturas de três metros de altura totalmente negras, outras criaturas verdes que explodiam outras que andavam se arrastando e muito mais, nesse momento ele para de folhear o livro e mostra uma imagem de uma criatura de três cabeças, que voava e que soltava pulsos de energia escura, o nome eu não me lembro bem mas parecia se chamar ENDER BOSS, uma criatura da dimensão mágica que podia ser invocada usando cinco areia das almas e três cabeças de ENDERMAN, quando a criatura fosse morta ela iria dropar a essência da vida, sua essência de vida na verdade, a ESTRELA DO NETHER, um artefato tão poderoso que poderia trazer á vida qualquer criatura que estivesse morta, poderia regenerar qualquer tecido do corpo morto, literalmente trazia à vida tudo que tocasse nela.

–entendi, então vocês estão em busca dessa tal de estrela do nether pra trazer a princesa de volta à vida certo? Perguntou Steve.

–exato.

–E vocês conseguiram?

–ainda não. Mas eu estou perto de conseguir....

–como assim Adália?!

Nesse momento Adália se dirige até sua bolsa e puxa um saquinho preto.

–olha.

Com muito orgulho Adália abre o saco e mostra duas cabeças de enderman, na verdade o crânio deles que era muito semelhante à cabeça.

–então Steve, eu vou terminar a missão, você me ajuda?!




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Notas finais do capítulo

esse capítulo foi meio longo kkkk mas valeu por ter lido até o fim :) desde já agradeço a todos que estão comentando e acompanhando a história. bjuuuuuuuuuuuuussss!!!



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