Era uma casa simples, pequena e sem reboco. A cama era de solteiro, um colchão velho, e a roupa de cama segunda linha. Thara estava deitada no peito de um homem magro, de aparência simples, e jovem.

–E agora, delicinha, o que você vai arrumar?-

–Não sei. A briga dos dois parece ter sido feia, quero saber se eles estão bem. E preciso votar com um dos dois, pra sustentar a gente.

–Eu consigo sustentar a gente

–Cala a boca, você ganha um salário-mínimo. E eu nunca iria vir morar com você aqui, nesse muquifo. Você é só meu objeto.

–Sou seu objeto- o homem respondeu. -Seu escravo. Faça o que quiser de mim, minha rainha.

Aquele era o melhor amante de Thara. Sabia dos outros, e não se importava. Com ele, não precisava fingir qualquer amor ou sentimento. Era o que mais lhe dava prazer, e lhe dava prazer a qualquer hora. Até mesmo enquanto Albert ia trabalhar, aquele homem era capaz de ir. E enquanto Thara estava com tesão, o que era sempre, ele estava disposto a satisfazê-la. O defeito dele era ser pobre e feio.

–Você é meu escravo. Uma rainha não deve andar com um escravo. Mas deve servir.

Thara sentou-se no colo dele. E transaram.

Albert dava o dinheiro. Richard a consolava quando ela estava triste. E aquele homem lhe dava prazer.