Os representantes da magia - A dama da neve escrita por Amanda Julien


Capítulo 6
Ester – a fuga


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei. Demorei uma semana para postar isso, mas é que eu estava muito ocupada com a escola. To digitando na pressa agora, então...



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Passei a maior parte do dia dormindo. Até que não aguentei e acordei por fome. Fome de sangue

Me encolhi. Eu não devia estar assim. Eu acho. Mas ainda não era noite e meu estômago doía.

Não consegui mais dormir. O restante do dia demorou a passar. Na verdade foi provavelmente uma meia hora... Meia hora que se arrastou para mim. Mas enfim o sol se punha. Espiei pelo buraquinho de onde o sol costumava entrar, mas não vi nada.

― Sempre tentam isso ― a voz do idiota do Bruce disse ― quando estão realmente desesperados. Não preciso dizer que não da certo

― O que você quer, idiota?

Ele pareceu indignado

― Como um demônio como você acha que pode me tratar assim?

― Você jurou me matar ― falei apenas auto o suficiente para que ele ouvisse ― do que mais posso ter medo?

Seus olhos brilharam de raiva, mas eu o conheço bem o suficiente para saber que ele era um chantagista nato, então obviamente voltou a falar.

― Eu acho que você deve estar com fome, não é?

Ok, essa era uma pergunta estranha.

― Que tipo de pergunta é essa? Claro que estou! Mas você não teria motivo para se preocupar comigo. Por que a pergunta?

Ele riu, embora eu esteja até agora tentando entender a graça e foi embora. Vá entender. Dei um soco na parede e um dos blocos se moveu... Um centímetro ou menos, mas já era alguma coisa. “Sempre tentam quando estão muito desesperados” Bruce dissera. Claro que tentam. O que eu tinha a perder, afinal? Nada.

É, pode-se dizer que essa é uma vantagem em estar morrendo. Não há por que ter medo, se os outros te julgam não faz diferença. Você pensa algo do tipo “Há, quer saber não vou durar muito mesmo, foda-se o mundo.

Eu sei, sou sempre otimista assim.

Usei toda minha força empurrando o bloco, demorou, mas ele caiu.

― É muito pequeno ― murmurei. O buraco tinha mais ou menos o tamanho de... Bem, de um tijolo, mas olhei por lá.

Fui surpreendida por outro olho na abertura. Eu e o dono do outro olho gritamos. Não sei quem o fez mais fino.

― Quem está ai? ― perguntei.

― B-bem, e-eu sou... Quer dizer, meu nome...

Reconheci aquela voz.

― Arthur? ― não era possível. O que ele estaria fazendo aqui?

― Eu te conheço? ― perguntou e me olhou pelo buraco ― não me lembro de você.

― Claro que não lembra ― murmurei.

― O que?

― Nada ― falei, pois não queria ter que explicar a história toda ― esqueça.

Ele não estava convencido, mas até eu arranjar uma boa desculpa, não iria dizer mais.

― Então, por que você está aqui? ― perguntou ― O que você fez?

Até parece que eu vou dizer uma coisa dessas tão fácil.

― Que tal se você me disse-se primeiro?

― Você provavelmente não vai acreditar, mas... ― ele suspirou ― meu primo me raptou e me colocou aqui sem o Alexandro saber. Só não sei por quê.

― Tem razão, é difícil de acreditar. Quem é esse seu primo?

― O nome dele é Bruce. Conhece?

Senti uma mistura de surpresa e raiva. Como assim? O Arthur era parente do Alexandro e do Bruce?

― É, eu conheço. Parece que o mesmo cara nos mandou aqui.

― Pois é. O Bruce é muito idiota mesmo. Então... Mas isso volta no assunto inicial. Por que ele te colocou aqui.

― Bem... ― quando eu fiquei nervosa a fome voltou a apertar e as presas, eu senti o cheiro de sangue do garoto e minhas presas (que até aquele momento só estavam sob controle porque eu não tinha no que usá-las) e instintos me fizeram chiar auto quando percebi isso tentei me controlar, mas estava feito. Eu não conseguia mais parar de encarar Arthur como comida ― Droga, desculpe, eu realmente não queria. Urg ― um dos meus incisivos furou a parte de dentro dos meus lábios ― Sinto muito.

O que Arthur tinha feito nesse meio tempo? Bem, só se arrastado até o canto da jaula dele. Não o culpo.

― Ok, você é uma vampiro. Ta tudo explicado, menos como te pegaram.

― Nem eu sei explicar isso ― falei. Que foi? É verdade.

― Ahan, sei ― ele riu mesmo um pouco nervoso ― de qualquer maneira, faz ideia de como vamos sair daqui?

― Nenhuma. E você?

― Tanto quanto você.

Suspirei e me recostei na parede (de costas para o Arthur para que ele não percebesse minha fixação no sangue dele) me perguntando se conseguiria fazer alguma das magias antigas no novo corpo. Peguei uma pedra redonda e me concentrei. Parecia não ter mudado nada, mas eu a apertei, ela se quebrou. Não muito frágil, mas o suficiente para ser quebrado.

― Como eu não pensei nisso antes? ― sorri ― Arthur, eu tive uma ideia.

Colocamos meu plano em pratica. Primeiro a parede que nos levava para a liberdade, que ficava do lado do Arthur, (afinal, as lendas sobre a probabilidade de morte por ser mordido por um vampiro já me deixaram noites sem dormir) então eu deixei minha parede sensível.

― Quebra a parede e corre ― aconselhei.

― Não estava nem pensando em fazer diferente ― respondeu.

Me encolhi em um canto. Ouvi os passos do garoto correndo me contive o máximo possível.

Eu achei que ia conseguir. Eu juro que achei. Mas era mais forte que eu. Quando vi já estava em cima do garoto.

Se eu percebi rápido o que fiz? Não, nem um pouco, mas quando aconteceu, as lendas na minha cabeça não ajudaram de nada. Por que eu tinha que ouvir tanto essas coisas poxa?

Respirei fundo. Eu tinha que me concentrar. Pra começar... onde estamos?

Em um corpo estranho, perdida e com um companheiro ás portas da morte. Minha sorte é impressionante.


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