Chamas do Dragão escrita por Melzinha


Capítulo 10
Capítulo X- "Revelações Dolorosas"




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Chamas do Dragão

Capítulo X

Por Mel

Revelações Dolorosas

Ryu demorou a pegar no sono depois de todo tumulto. Descobertas estranhas, pavores repentinos, dores sentimentais. As câmeras de segurança não captaram nada da queda ou do resgate de Sakura, a ultima cena registrada é a de Li e Kinomoto juntos conversando no jardim...Havia algo estranho naquilo tudo. Ela estava toda machucada e nisso não havia dúvida alguma, mas como uma pessoa que já estava no jardim caíra do terraço? Talvez tenha ocorrido depois da conversa deles...Talvez ele tivesse dito algo a ela que teria estragado tudo...Algo que a deixara triste a ponto de se jogar da varanda...Seria por isso que o chinês sentia-se tão culpado? Naquele hospital, em cada olhar que ele lançava sobre a moça, havia uma nítida culpa...

Cada vez que pensava em algo relacionado aos sentimentos do chinês pela menina, seu mundo se tornava mais turvo. Seria possível que eles estivessem apaixonados? Na verdade não se importava com o que Li sentia, mas sim com os sentimentos da herdeira Amamyia.

"Amigos de infância" A voz do guerreiro ecoava em sua cabeça lhe trazendo calafrios.

Tentara dormir de tarde, mas seus sonhos com Sakura foram picantes de mais. Sentia-se um adolescente ao ver os lençóis sujos depois de tantos pensamentos profundos e extasiantes. Aquela menina era a prova viva de que deuses andavam sobre a terra em forma humana. Sua pele acetinada era tudo o que sempre desejou para si. Como a flor que floresce no meio de um inverno seco encantando a todos com a sua beleza singular. Seria Sakura um anjo disfarçado? Quando a viu entrar naquele baile, teve a impressão de que a garota fosse cantar algo que o seduzisse ao alto mar e depois lhe afogaria levemente, como uma sereia dos contos dos navegantes...

Levantou-se com uma convicção diferente. A queria, a desejava, precisava dela e não seria aquele chinês intrometido que mudaria alguma coisa... Eles não poderiam estar apaixonados, ou poderiam? Lembrou-se com raiva da forma em que 'eles' se olhavam. Sim, a culpa existia e isso era inegável, mas havia algo mais... Seria um estúpido se não tivesse percebido os olhares carinhosos que ambos trocavam. E o que o incomodavam não era o fogo dos olhos âmbares e sim o brilho das sedutoras esmeraldas.

No hospital, ela olhou para o guerreiro da forma em que sempre desejou que ela o olhasse.

Sentiu a água quente limpar seu corpo fazendo os longos cabelos colarem em suas costas. Os olhos verdes-água escurecidos pela emoção das lembranças. Tinha que haver um jeito... Tinha que existir um plano...A cercaria de todos os lados. Daria toda a atenção que uma mulher merecia. Levaria flores, jóias, chocolates. A convidaria para jantares, óperas, teatros. Compraria vestidos, bolsas...

Enxugou-se apressado, colocando a roupa em seguida. Não esperaria mais um segundo para colocar seu plano em prática. Compraria as flores mais lindas da loja e as levaria pessoalmente. Afinal, o que uma pessoa que acabara de quebrar as costelas estaria fazendo agora?

UUUUUUU

Sakura (Gritando): "Abaixa!"

Ainda de roupão, com os cabelos úmidos, um pé imobilizado e muito dolorida, a mestra das cartas atacava a criatura horripilante com seu novo báculo. Com dificuldade posicionou-se para um outro ataque, dessa vez, mais de perto. Syaoran, que tentara de tudo para impedi-la de lutar, atacava o gato medonho com a magia da água na tentativa de proteger a todos, mas infelizmente não estava funcionando. Kero e Yue investiam contra as bolas de pelos vivas que o monstro soltava em suas direções, dando mais tempo para os guerreiros reagirem.

Tomoyo estava encolhida no canto da sala, dormindo, cercada por um campo de força mágico. Sakura achou mais seguro colocá-la sob a magia do sono depois que a vira gritar apavorada e quase ser atingida pela criatura em um dos ataques.

Sakura: "Trovão!". Os raios refletiram pelo apartamento. O sofá explodiu jogando espuma e madeira para todos os cantos. O monstro foi atingido no braço e rugiu de dor olhando com ódio para a mestra das cartas, que se encolheu de medo.

Monstro: "Eu vou acabar com você...".

Syaoran (Perto dela): "Precisamos ser mais precisos".

Sakura: "Ele é muito rápido". O monstro esquivou de novo de seu ataque e a carta trovão acabou explodindo a mesa.

Kero (Vendo os pedaços de madeira voarem): "Essa coisa vai acabar com a casa toda".

Yue (Explodindo uma outra bola de pelos): "Isso não vai parar nunca?".

Monstro (Chegando mais perto dos feiticeiros): "Dessa vez... a princesa vem comigo".

Syaoran: "Você não vai levá-la para lugar nenhum, bicho feio".

Li o atacou novamente conseguindo ferir a perna do animal com sua espada. Yue e Kero desintegraram as bolas de pelos usando a magia da lua cheia, que combinava ambos astros celestiais em um só ataque em massa e se colocaram na frente da mestra, que sentia fortes pontadas na região do tórax hora ou outra, seu pé imobilizado tirava totalmente sua agilidade.

Syaoran (Percebendo o cansaço da menina): "Você está bem?".

Sakura (Sincera): "Eu sinto muita dor ainda".

Syaoran (Vendo o monstro se contorcer): "Droga! Eu falei para você não lutar"

Sakura: "E o que você queria que eu fizesse?"

Syaoran: "Eu sei lá!" (Nervoso): "Eu teria pensado em alguma coisa".

Sakura (Alterada): "Você precisa parar com essa mania de pensar que tudo esta debaixo do seu controle. Eu NAO sou sua funcionária e essas NAO são as corporações Li".

Syaoran: "Eu não quero brigar com você Sakura".

Sakura: "Então para de me tratar como se eu fosse inválida!".

Syaoran (Sentido): "Você não entende nada mesmo" (Olhou para o monstro): "Eu só estou tentando te proteger! Eu não quero cair no mesmo erro de novo".

Sakura (Um pouco arrependida por ter gritado): "Não foi sua culpa" (Baixou o tom de voz) : "Quantas e quantas vezes eu vou ter que repetir que não foi sua culpa?".

Syaoran (Triste) :"Você não entende..."

Sakura (Próxima a ele segurou o definido rosto entre as mãos): "Não...É você quem não entende".

Ela encostou o rosto do peito do rapaz que a abraçou por instantes que pareceram horas.

Sakura: "Nós estamos juntos nessa. Nós somos uma equipe e vai dar tudo certo" (Sentiu uma lágrima escorrer, o que chamou a atenção do rapaz): "Por favor" (Fechou os olhos e mais lágrimas rolaram): "Por favor, para de se culpar".

Syaoran: "Eu nunca me perdoaria nunca" (Limpou as lágrimas dela): "Se algo acontecesse a você".

Sakura (com um meio sorriso): "Para alguém que me odeia você está sendo bem carinhoso".

Syaoran (Aproximando-se dela) : "Agora é sua vez de parar. Eu não odeio você, nunca odiei você...eu só...(Engoliu seco) Não sou o mesmo Syaoran de anos atras".

Sakura (Sincera): "Eu não me importo com isso...As pessoas mudam o tempo inteiro".

De repente, numa explosão de magia negra o gato que antes se contorcia de dor no chão do apartamento, fora recarregado por algo sobrenatural e levantou-se emanando uma presença duas vezes mais forte, assustando a todos. O chinês colocou-se na frente dela elevando seus sentidos com o coração em saltos, resultado da conversa que há pouco tivera. Queria tanto responder que sim, mudara. Ela o mudara, sem saber... Que ele a amava tanto que até doía pensar no quanto. Até quando as coisas seriam difíceis entre eles?

Syaoran (Gritando com raiva): "Deus do fogo, vinde a mim".

Rajadas de fogo saíram de sua espada e acertaram o monstro que uivou vomitando algo vermelho na direção deles. Yue os protegeu com o escudo do eclipse, enquanto eles se recuperavam para contra-atacar com eficácia. Sakura respirou fundo tentando controlar a dor, mas estava piorando a cada segundo, ainda não estava bem.

Yue (Preocupado): "O que sente, mestra?".

Sakura: "Ainda sinto fisgadas... Será que tem outra dose daquele remédio?".

Yue: "Tem na bolsa da Tomoyo, mas agora (Olhando ao redor) Não dá para chegar até ela".

Kero (Avaliando o terreno): "Eu posso chegar até ela".

Sakura (Firme): "Você não vai a lugar algum...Não quero que ninguém corra perigo por minha causa (Se posicionou) Vamos, eu agüento.".

Syaoran (Com um brilho estranho no olhar): "Eu vou".

Sakura (Brava): "Já disse que não quero".

Syaoran (Maroto): "Somos uma equipe, estamos JUNTOS nessa.".

Sakura (Revirando os olhos ao reconhecer suas próprias palavras): "Você é louco" (Riu de nervoso): "Olha só como estão as coisas... E alem do mais, isso pode acabar chamando a atenção dessa criatura para Tomoyo".

Syaoran (Sincero): "Não aguento te ver com dor".

Sakura (Corando um pouco): "O que você tem hoje?"

Syaoran: "Coragem"

Sakura (Concentrou sua presença olhando para o monstro): "Como se você tivesse medo de alguma coisa...".

Se ela soubesse o medo que ele sentira ao pensar que poderia perdê-la, com certeza não falaria isso.

Syaoran: "Ultimamente não sei de mais nada".

Sem que ela quisesse, sem que ela esperasse seu coração parou na boca por instantes. Ele estava diferente. Ele agia diferente, quase 'humano' novamente, palpável, tangível. Um brilho perdido do menino que conhecera no fundo dos olhos âmbares... pena que 'clima' nenhum poderia sobreviver ao calor daquela batalha.

Alheio a tudo o que se passava dentro da irmandade, Ryu se aproximava com um gigante buquê de rosas vermelhas. Teve a impressão de ouvir ruídos estranhos, mas pensou ser coisa da sua imaginação. Até pensou que o quarto vizinho estivesse dando uma festa, mas se não se enganava... O apartamento de Sakura era o maior da faculdade, e ela não tinha vizinhos a não ser os do andar de baixo, que estavam de férias no Havaí.

Subiu as escadas odiando o fato do elevador estar fora de serviço. Murmurou algo consigo mesmo, mas logo parou com sua reclamação quando quase morreu do coração ao ver a porta estourar em sua frente trazendo uma Sakura de roupão segurando um baculo brilhante, Li com as roupas rasgadas empunhando uma espada de fogo, um anjo e um leão alado para a escada da irmandade. Não sabia o que pensar. Suas pernas tremeram, a vista embaçou totalmente.

Ryu (Atônito) : "Sa-Sa-Sa-kura?".

A gota d'água fora o gato gigante e horrendo que saiu pelo buraco onde antes havia uma porta.

Ryu: "Me-me-meu De-Deus".

Foi o que conseguiu balbuciar antes de desmaiar. A mestra das cartas olhou surpresa para o empresário desfalecido nas escadas da irmandade. As flores espalhadas pelos degraus.

Syaoran (Reparando nas rosas): "Que ótimo, justo agora esse idiota resolve fazer uma surpresa".

Li usou a magia do escudo para protegê-los dos ataques insistentes.

A menina correu até o empresário, preocupada e totalmente imune ao ciúmes do guerreiro, que quase invocou magia para explodir a cabeça de Ryu.

Sakura: "Ryu?" (Colocou a mão sobre o pulso do rapaz) "Droga, ele desmaiou." (Procurando por algum sangramento) "Acha que ele foi atingido?".

Kero: "Não...Creio que não" (Disse após avaliar o rapaz) "O que me preocupa é que ele nos viu".

Yue: "Daremos um jeito". (Olhou para cima, percebendo a presença de Clow no telhado) "Podemos envolvê-lo com a magia do sono, e colocá-lo de volta na cama...Ele vai achar que sonhou com tudo".

O monstro não deu mais tempo aos heróis discutirem o assunto e voltou a lançar bolas de pêlos vivas, dessa vez com o dobro do tamanho. Li envolveu o rapaz com o escudo, enquanto a mestra das cartas se preparava para atacar. O chinês invocou o fogo novamente sabendo que até agora era o ataque mais eficaz, sem se desfazer de seu escudo. Sakura também percebeu a eficácia do fogo e em um estalo soube o que fazer.

Sakura (Olhando para Li): "Fogo, eu também escolho você".

Juntamente com a magia do chinês a carta dançou ao ritmo das rajadas criando labaredas circulares. O báculo brilhava de forma intensa cegando os guardiões. O ataque fora maior do que antes usado por ela e seu cetro mágico começou a pesar. Li percebeu a magia da menina oscilar e se colocou atrás dela. Encaixou sua espada entre as asas das borboletas, criando um novo desenho, uma nova arma que estabilizou tanto a magia como a dona dela. Com a outra mão, segurou a cintura fina. O ataque foi tão forte que o animal não agüentou e desintegrou-se em partículas brilhantes de cristal. Partículas essas, que voaram pelos céus, desaparecendo na atmosfera.

Assim que o ataque cessou, a mestra das cartas cambaleou ofegante e sem olhar para Li que ainda a mantinha presa em seus braços, perguntou.

Sakura: "Como você percebeu? (Respirou fundo) "Como soube que a sua espada se encaixaria no meu báculo?...".

Syaoran: (Apoiando o queixo na cabeça dela): "Não sei, eu só sabia o que era para fazer".

Sakura (Soltando-se dele): "O que está acontecendo com a gente Syaoran? Por que eu tenho a impressão de que preciso de lembrar de algo importante, toda vez que estou com você"

Syaoran (Sincero): "Eu não sei...Mas eu também preciso lembrar, seja o que for".

Não demorou para que Eriol e sua escolta entrassem pela janela, aplaudindo a performance.

Eriol: "Vocês descobriram sozinhos como derrotar os monstros".

Misuki (Sorrindo): "Estou muito orgulhosa de vocês".

Yue: "Foi por isso que não interferiram?" (Desviando o olhar): "Eu já havia percebido a presença de vocês no telhado do prédio".

Eriol (Aproximando-se): "Eu sempre estarei por perto, mas há coisas que vocês terão que descobrir sozinhos...Porque na verdade, eu fui criado, para servir o poder maior desse universo e não comandá-lo".

Sakura (Confusa): "O que você quer dizer com isso?".

O inglês sorriu misteriosamente e aproximando-se tocou a nuca da mestra que desmaiou imediatamente em seus braços.

Syaoran (Apavorado): "O que você fez com ela?"

Li sentiu o sangue ferver e afrontou o inglês o ameaçando com a sua espada. Suas pernas bambaram.

Syaoran: "Responde!" (Ele chegou a cuspir enquanto falava) "O que você fez com ela?".

Clow o fitou com os olhos calmos, cheios de sabedoria. Milhares de coisas passaram na cabeça do chinês. Seria o mago o grande inimigo?

Eriol: "A lua desapareceu por completo...O feitiço está pronto agora".

Tudo começou a girar e dentro de uma bolha brilhante de tele transporte os quatro foram levados ao altar do templo. Tudo finalmente se esclareceria...Chegara o momento. Enquanto isso, Spinel e Yue com a ajuda da magia das areias mágicas, que faziam e desfaziam dunas, concertavam toda a bagunça causada pela luta. Viam coisa por coisa voltar a seu devido lugar como se nada houvesse acontecido.

RubyMoon tratou de se encarregar de Ryu que hora ou outra resmungava algo engraçado... Kero pegou uma sonolenta Tomoyo nos braços e se tele transportou para o templo Tsukimine. Seria importante que a morena também escutasse tudo o viria.

Eriol depositou Sakura em uma tábua de mármore, Li imediatamente correu para perto da menina segurando sua delicada, gelada ao toque. Arrepiou-se por inteiro, pensando em um ritual sacrificial ou coisa parecida.

Syaoran (Desconfiado): "Isso era realmente necessário?".

Eriol: "Sakura não está recuperada e talvez o feitiço seja demais para ela, por isso se ela dormir, poderá assimilar muito melhor tudo o que virá" (Sorriu aproximando-se do rapaz): "Agora é a sua vez de descansar"

E tocando a nuca dele, viu o chinês cair com cabeça sobre a barriga de Sakura. Eriol, com um pouco de custo, o posicionou ao lado da mestra das cartas. Tomoyo chegou na hora em que Li desmaiara e se apavorou ao vê-los daquela maneira, em sua mente imaginativa pensara o mesmo que Li, que o tal feitiço era um ritual negro e que eles iam sacrificá-los... Tentou soltar-se de Kero, mas foi impedida de tocá-los por Misuki.

Misuki: "Não se preocupe..."

Bastou essa palavra para uma luz brilhante envolver o casal e fazê-los flutuar.

O feitiço começara

E as lembranças também...

UUUUU

Nas terras nórdicas entre Asgard e as cordilheiras existia um reino chamado Lynea, conhecido como o reino do coração da terra. Território sagrado que escondia um segredo tão precioso quanto as ruas de pérolas.

A fonte de poder do universo. As chamas do dragão.

Liderados por um rei bondoso e um sacerdote justo, Lynea prosperava e a paz e a fertilidade reinavam brilhantemente fazendo daquele pequeno lugar o local mais lindo do mundo, um oásis na terra do gelo.

Diferente do que todos pensavam, as chamas do dragão não ficavam dentro de uma adaga ou guardado num templo dentro de uma arca, muito menos queimando em uma tocha eterna. Elas queimavam como um sol nascente dentro de duas preciosas esmeraldas que flutuavam no altar, aguardando o dia em que o escolhido chegaria para usá-las com sabedoria e perpetuar a paz no universo.

Gerações e gerações passaram-se até que chegou a época em que Yang, o grande imperador chinês invadiu as terras sagradas. O dia que começara com a celebração do nascimento da princesa herdeira, tornara-se negro como a noite. Sedento por poder, o imperador invadiu o templo matando o sacerdote e chegando ao lugar do altar em que a chama estaria, mas para a sua desgraça...Não havia nada ali. Amaldiçoou Lynea com toda sua força...Chorou naquele templo, despejou sua raiva e frustração por ter falhado, socou a tábua de sacrifícios. Uma decisão errada para um coração tão corrupto. O mal jamais sobreviveria num templo de luz.

Ao tocar o altar com as mãos sujas de sangue inocente, fogo santo caiu dos céus o consumiu na mesma hora... As preciosas esmeraldas haviam desaparecido para sempre, ou assim se pensava...O paradeiro delas era um mistério, um segredo guardado apenas por Lila, a nova sacerdotisa do templo. Lila era apenas uma aprendiz quando a invasão aconteceu e ao ver a morte de seu mestre, fugiu com as esmeraldas colocando a própria vida em perigo... No alto do penhasco, recitou as palavras que mudariam o destino do universo.

Lila: "Que a chama volte a que de fato pertence...Brilhe no coração mais puro do universo e que lá viva pela eternidade..."

A pedras viraram luzes que flutuaram até o céus, voltando na forma estrelas...Rodearam o templo, em seguida Lila, até chegarem ao castelo... A nova sacerdotiza as seguiu tentando descobrir o que aconteceria com sua terra sem a proteção da chama sagrada...Com medo de que as chamas explodissem tudo ao redor. Mas surpreendeu-se ao ver as luzes flutuarem sobre a princesa e desapareceram no mesmo instante em que o neném abriu seus brilhantes olhos verdes. Finalmente a guardiã da chama havia nascido.

Sakura gemeu com a recordação, juntamente com Li. Tomoyo assistia a tudo como um filme. As cenas das memórias flutuavam pelo templo, causando-lhe um misto de sentimentos.

A princesa crescera em sabedoria e graça tornando-se uma pessoa bondosa e amorosa, sem jamais saber do poder que possuía. Ela era comparada com o sol nascente. Haviam lendas sobre sua beleza que traspassavam as cordilheiras. Uns diziam que ela era uma deusa, outros pensavam que anjos começaram a encarnar em humanos, alguns mais imaginativos a chamavam de sereia... Mas o que eles jamais imaginavam é que a beleza dela era pureza de um universo inteiro, refletida em carne. A escolhida pelo universo para perpetuar a paz.

Quando a menina completara dez anos, seus pais acharam prudente que ela aprendesse a lutar, porque algum dia outra invasão poderia colocar novamente tudo a perder. As lembranças daquele fatídico dia ainda ecoavam por Lynea. As perdas foram dolorosas de mais.

Foi assim, que apenas aos dez anos de idade a princesa conheceu os irmãos Kay e Syaoran, filhos do general da guarda real, o melhor amigo do rei. Havia algo diferente com o caçula da família. Ele era lindo como a lua e forte como as rochas. Algo que chamava a atenção das pessoas...Algo que chamava a atenção da princesa. Sakura cresceu com os dois, divertindo-se a todo tempo. Kay era três anos mais velho do que ela, e Syaoran apenas um. As garotas da corte eram loucas pelo menor e aos poucos o ciúmes que Kay sentia começara a mudar os sentimentos que sentia pelo irmão. Nunca entendera, como eles sendo filhos dos mesmo pais eram fisicamente tão diferentes?

O tempo passou e a paz sempre prevalecera nas terras nórdicas... As responsabilidades reais a impediam de sair. Sempre estava ocupada. A princesa obedecia seus pais com muito carinho e fazia com boa vontade tudo que eles a mandavam fazer e foi em uma dessas missões que escutara as mulheres da corte falando sobre Syaoran. O Seu Syaoran. Seu coração estava apertado de saudades. O amava com todas as suas forças...Mas percebera que não a única a nutrir sentimentos pelo caçula do general.

Na noite da festa da colheita, a princesa estava sentada no trono ao lado de seus pais observando o povo dançar alegremente agradecendo a fartura daquele ano. Viu o general chegar acompanhado dos filhos e uma tristeza profunda atravessou-lhe a alma ao ver Syaoran acompanhado por uma dama, mas sorriu educadamente percebendo um rubor diferente no rosto do rapaz. Kay estava emburrado em um canto do salão. Ele bebia mais do que o normal. Há um tempo escutava histórias de seus espetáculos e suas noites fora de casa. Sentiu um pouco de pena do amigo.

Um rapaz aproximou-se de Sakura e a convidou para dançar. Ela ficou um pouco receosa, mas ao ver o olhar de aprovação de seus pais aceitou o convite. Ao levantar-se os olhares admirados a seguiram até o centro do salão. Vestida com um vestido branco esvoaçante, feito da mais pura seda. Todos estavam encantados pela beleza da menina e mesmo dançando não conseguiam tirar os olhos dela, que graciosamente divertia-se no meio da pista. Distraída, ela não percebeu quando o guerreiro se aproximou e sem querer trombou com o amigo, que olhava de forma estranha para o rapaz com quem dançava.

Syaoran (Seco): "Se importa se eu continuar daqui?".

Rapaz (Itimidado): "Não-Não Senhor"

E reverenciando interrompeu a dança com a princesa, que logo começou a dançar após breve cortesia.

Sakura (Rindo): "Pobre rapaz, isso é abuso de autoridade, sabia?".

Syaoran (Rindo também): "Ele fez uma cara tão engraçada".

Sakura :"Fez mesmo" (Sorriu) "Eu estava me divertindo, fiquei com pena agora. Se você continuar afastando todos os rapazes de mim, morrerei solteira".

Syaoran (Aproximando-se dela): "Isso não vai acontecer".

Sakura (Um pouco triste): "Não mesmo, uma hora meus pais se cansam da minha demora e acabam arranjando um pretendente para mim".

Ela o sentiu contrair um pouco.

Syaoran (Preocupado): "Eles já falaram alguma coisa sobre isso?".

Sakura (Sorrindo tristemente): "Meu prazo acabou. Eu tinha até hoje para escolher um noivo... Agora só me falta esperar a escolha deles".

Syaoran (Chocado): "Isso é injusto".

Sakura: "É o peso da minha coroa, além do mais... Sentimentos são coisas que não deveriam existir não é verdade?" (Confessou): "Eles só nos servem para nos fazer sofrer".

Syaoran (Sentido): "Por que está dizendo isso?".

Sakura: "Porque eu estou apaixonada por alguém, mas infelizmente esse alguém não está apaixonado por mim".

O filho do general segurou-se para não estourar com aquela informação. Ele a amava tanto que até doía o peito. Desde pequeno sentia algo por aquela linda mulher. Uma pessoa tão bondosa e doce que parecia ser de mentira. Quando fizera quinze anos tentara várias e várias vezes se declarar, mas o medo de perder a amizade dela o fizera recuar varias vezes. Aos dezoito, quando a princesa terminara o treinamento, perdera em muito o contato com ela. A via esporadicamente, as obrigações reais a tornaram prisioneira do seu próprio destino. Sempre inventava uma desculpa para parar na frente de seu balcão para observá-la de longe. Em uma noite a viu com um vestido de seda branco, apoiada na sacada observando as estrelas. Pensou que seu coração sairia pela boca. Desde então, todas as noites, quando as luzes se apagavam, ele se escondia no jardim para vê-la de longe...

Syaoran: "Apaixonada?".

Sakura (Soltou outro sorriso triste): "Para você ver como são as coisas...(Deu um soquinho de leve no braço do amigo) "Princesas também têm sentimentos, sabia?".

Ele a trouxe mais para perto. Sua vontade era gritar, fugir dali, mas aproveitou seu momento com ela, sentindo sem perceber que tudo escorria por seus dedos. Naquela noite sabia que a veria na festa e de tão ansioso suas mãos suavam. Queria tanto estar perto dela que mal conseguia raciocinar. Sentia falta das longas conversas que tinham, do sorriso espontâneo toda vez que alguém brincava. Vestiu-se pensando nela, seguiu seu caminho pensando nela. Não esperava encontrar o Lorde de Anylaia no caminho e muito menos a filha dele, que fez questão de enroscar em seu braço e quase colocar tudo a perder. De manhã comprara um presente para a princesa, mas em seu coração fez a única coisa que poderia, iria ajuda-la, nem que isso lhe custasse o próprio coração.

Syaoran (Com a voz baqueada): "Talvez eu possa ajuda-la" (Riu tristemente): "Ainda temos até o final da noite, podemos encontrar esse rapaz e sei la! Obriga-lo a casar com você".

Sakura (Incrédula): "O que você está dizendo?".

Syaoran: "Estou dizendo que ajudo você".

Sakura (Desesperada): "Você não entende!".

Syaoran: "Como não?" (Sorriu): "É impossível existir alguém que não esteja apaixonado por você nesse reino".

Sakura (Sentida): "Syaoran para".

Syaoran: "Eu estou falando sério, vamos encontrar esse rapaz e-".

Sakura (Nervosa): "Eu não quero".

Syaoran: "Por que não?"

Sakura: "Porque eu amo você, droga!" (Suspirou colocando as mãos nas têmporas): "Esquece...Esquece que você ouviu isso".

Ela fez uma breve reverência e saiu apressada em direção a lagoa sagrada, seguida pelo guerreiro e acompanhada pelo olhar preocupado de seus pais.

Syaoran (Tentando alcança-la): "Sakura, espera!".

Sakura: "Volta para festa"

Syaoran: "Você quer parar de correr?" (Um pouco bravo) : "Eu quero conversar com você".

Sakura (Séria): "Eu sou sua princesa e ordeno que volte para a festa e me deixe em paz".

Ele respirou fundo. O certo seria obedecer, mas quem disse que a vida era certa? Encurtou a distância entre eles e a beijou apaixonadamente. Tocou nos cabelos cor de mel que brilhavam na luz da lua cheia. As lanternas brilhantes, soltadas todo ano para agradecer a fartura, criavam um clima mais romântico nos céus de Lynea. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa ele começou.

Syaoran: "Eu sempre amei você...sempre..todos os dia da minha vida você é a primeira coisa que eu penso ao acordar e a ultima coisa que eu penso ao me deitar...". (Fez uma pausa) : "Eu nunca tive coragem de te contar isso porque a ultima coisa que eu queria era perder sua amizade".

Sakura (Arregalando os olhos): "O-O que?".

Syaoran: "Eu amo você" (Riu) "Eu amo você, entendeu?".

Sakura: "Mas..co-como? Eu te vi com Maya e eu achei que-".

Syaoran: "Acho que vou ter que te dar outro beijo para te provar que estou falando sério".

E sem pensar duas vezes a abraçou e a beijou, agora mais solto. Aquilo parecia a coisa mais certa que existia no mundo. Tê-la assim em seus braços.

Sakura (Com os olhos brilhando): "Eu amo você Syaoran"

Syaoran: "Eu tenho uma coisa para te entregar"(Enfiou as mãos no bolso) : "É um presente que comprei hoje de manhã quando-" (Fez uma pausa): "Quando decidi que hoje seria a último dia que eu passaria sem ter você do meu lado".

Sakura (Sorrindo): "A vida nos surpreende tanto..."

Syaoran: "Abra, minha flor".

E com os olhos verdes mais brilhantes do que nunca, Sakura viu impressionada a borboleta de ouro branco com as asas de águas-marinhas finamente lapidadas, presa a um cordão cravejado de pérolas pequeninas azuis.

Sakura: "Xiao Lang! (Chamou-o da forma que só os seus pais o chamavam) "Que lindo... eu nunca imaginei ganhar algo tão lindo".

Syaoran (Aproximando-se dela): "É uma borboleta, porque significa eternidade".

A mestra das cartas e o guerreiro que ainda flutuavam no mar de lembranças começaram a repetir as falas, como se tivessem realmente vivendo o momento. Os batimentos cardíacos se elevaram e Misuki começou a recitar um mantra.

Syaoran: "E eu não aceito estar ao seu lado nada menos do que isso".

Sakura (Surpresa): "O que?"

Syaoran: "Casa comigo, Sakura.".(Abraçou-a novamente): "Casa comigo, minha flor".

Sakura (Rendida ao carinho): "Eu...".

Syaoran (Afagando os cabelos dela): "Não quero te forçar a nada, mas não posso me dar ao luxo de te perder"

Sakura (Sorrindo): "Ser sua esposa é o que eu mais quero Xiao Lang".

O beijo que deram fora avassalador e ao mesmo tempo tocante. Era um sim...Ele a teria para sempre consigo. Queria pular de alegria. Como alguém poderia ser tão feliz daquele jeito?

Kay (Os vendo aos beijos em frente a lagoa): "O que vocês estão fazendo?"

Assustados, pararam o gesto pensando ser outra pessoa, mas ao notarem que era Kay relaxaram. Sakura correu até o amigo dando-lhe um abraço apertado, surpreendendo o rapaz, que travou.

Sakura (Afastando-se dele): "Você esta cheirando a bebida".

Kay: "Eu vi vocês dois aos beijos na lagoa..." (Com raiva) "O que vocês estavam fazendo?"

Sakura (Sorrindo): "Em breve seremos cunhados...Não é legal?".

Kay (Sentindo o pânico o corroer): "Co-Como assim?".

Syaoran (Um pouco sem graça): "Eu a pedi em casamento".

O rapaz de cabelos acinzentados sentiu o mundo rodar. Casamento...Então eles já estavam juntos há um tempo? Um tempo quanto? Como assim casar? Sakura era dele, só dele...Havia perdido terreno para o idiota de seu irmão. Como fora tão cego? Era tão óbvio que os dois estavam apaixonados que se sentiu um estúpido.

Kay (Fora de controle): "VOCÊS NÃO PODEM ESTAR JUNTOS! NÃO PODEM".

Sakura (Assustada): "Kay, o que foi? Por que você esta reagindo assim?".

Kay (Apertando os braços delicados): "OLHA PRA MIM! VOCÊ ME AMA...E NAO A ELE". (Chacoalhando-a): "Isso não pode ser verdade...".

Sakura: "Você está me machucando".

Syaoran (Arrancando a princesa do irmão): "O que deu em você? Ta louco?".

O primogênito empurrou o irmão com força, que reagiu dando-lhe um soco no rosto. O nariz sangrava loucamente. Ajoelhou-se tentando estancar a hemorragia, mas o alcool o impedia de pensar direito.

Kay: "Você sempre quis TUDO o que era meu"(Os olhos escurecidos de raiva) "Você roubou o amor dos nossos pais... Você sempre ganha as lutas...Mas NÃO vai tirar Sakura de mim, escutou? NÃO VAI".

Syaoran (Nervoso): "Você está passando dos limites".

Desesperado Kay segurou as pernas de Sakura derrubando-a no chão, que gritou apavorada, obrigando Syaoran a deferir outro soco no irmão, que cada vez apertava a menina com mais força.

Kay: "Eu te amo, eu te amo...Você é minha, minha, minha".

Sakura (Gritando): "Eu ordeno que pare agora" (Falou bem perto dele) "Você não pode acusar o Syaoran de me tirar de você, porque eu NUNCA fui sua".

Kay (Cuspindo): "Isso é o que vamos ver" (Riu maldosamente): "Você irá se arrepender disso...".

Essa fora a gota dagua, o caçula levantou o irmão com uma só mão pressionando-o contra o carvalho. Ao ouvir a voz alterada da princesa, guardas começaram a brotar prontos para defendê-la. A cena seguinte os chocou.

Guarda1: "O que houve aqui?".

Guarda2: "Ha sangue nas roupas da princesa".

Sakura: "Kay ele..."(Olhou para o futuro cunhado): "Bebeu de mais".

Kay (Chorando): "Não bebi não" (Gritando): "A vida não me vale mais de nada".

Sakura (Com pena): "Levem-no com cuidado para o castelo e chame o medico real, ele irá ajuda-lo" (Olhou para Kay): "Vai ficar tudo bem, isso vai passar".

Kay (Desesperado): "Eu não quero ir para lugar nenhum sem você".

Sakura: "Façam um chá com ervas do campo para ele..."

E com dor no coração a princesa viu o primogénito do general chorar ao ser arrastado para longe. Olhou para o noivo e o viu com o olhar perdido, segurando a mão com a qual golpeara o irmão.

Syaoran: "Eu machuquei o meu irmão".

Sakura: "Para me proteger".

Syaoran (Sentido): "Eu o fiz sangrar" (Olhou para os céus) "Deus, eu machuquei sangue do meu próprio sangue".

A princesa abraçou o guerreiro com carinho.

Sakura: "O que acha que vai acontecer?".

Syaoran: "Eu não sei" (Beijou a testa dela) : "Eu não sei".

Foi a ultima vez que viram Kay em Lynea. Ele se tornou a desgraça da família não só por ter desertado, mas pela desonra que a bebida lhe causara. A princesa enviou mensageiros atrás do menino, mas eles nunca voltavam com respostas...E com o tempo, as notícias foram abafadas e tudo o que se pensavam era no majestoso casamento real.

Abençoados pelos monarcas, o reino e a sacerdotisa de Lynea, a princesa e o guerreiro casaram-se no templo sagrado, recebendo grandes honras. O casal entrou no altar acompanhado por Lila. Era tradição que noivo e noiva antes da consumação carnal, recebessem uma benção particular dentro da sala sagrada e longe de todos, mas diferente dos outros casais, aquele conheceria a verdade na noite de seu casamento.

Lila contou a história do dia do nascimento da princesa, despertando dentro dela o poder da chama do dragão adormecido há vinte e um anos dentro do coração da nobre. Com a espada dourada da justiça cortou superficialmente o pulso do guerreiro e o da princesa, cruzando o sangue dos dois. De agora em diante, ele não seria apenas seu marido, ele seria o guardião da chama, para sempre. A sacerdotisa entregou cartas mágicas para a princesa e disse que com elas, ela poderia se proteger.

Lila: "Toda vez que a chama estiver em perigo, haverá um criador de cartas que irá protegê-la".

Tomoyo sentiu uma lágrima solitária escorrer por seu rosto. Era por isso que sua prima não conseguia esquecer Li. Eles se amavam há milênios atrás. Estavam conectados por juramento e sangue. Esse era o motivo desse amor avassalador... Como se apaga um amor assim?

Havia anoitecido em Lynea, e apenas as velas iluminavam o quarto do jovem casal. Sakura, com as túnicas nupciais, aguardava a chegada do marido aos aposentos. Ele estava conversando com o seu pai. Ao ouvir a porta abrir sentiu seu coração pular. O guerreiro a olhou com tanto amor, que era impossível não se sentir tocada por isso. O nervosismo nítido no ar.

Syaoran (Encantado): "Você está linda".

Sakura (Encabulada): "Estou ansiosa...".

Ele a tomou pelos braços e colocou-a sentada na cama, pegando a vasilha com oleo de rosas e água para seguir a tradição. Tomou os pés delicados e despejou o liquido sagrado olhando-a apaixonadamente.

Syaoran: "Deus do povo de Lyena" (Começou a orar): "O que eu peço é que eu posso ser um marido correto. Que os meus olhos não se desviem para os lados... e que as minhas atitudes possam sempre alegrar o coração da minha esposa.

Beijou-lhes os pés. As pernas... e numa noite mágica se entregaram um outro para todo sempre.

Passara-se três anos desde o casamento, príncipe e princesa aprendiam juntos os afazeres reais e guiavam o povo com ordem e decência e o amor que tinham um pelo outro apenas crescia. Tudo estava perfeito em Lynea até que Ming, filho de Yang, resolveu se vingar da morte do pai e com um exercito de sombras, invadiu a terra sagrada numa noite de inverno.

Ainda tão jovem, a princesa fora obrigada a lutar uma guerra sangrenta e ver seus pais morrerem pela espada vingativa de Yang. Suja pelo sangue de milhares, a princesa defendia as terras nórdicas com a própria vida. Nada se encaixava direito naquele contexto. havia um mistério mal resolvido. Como Ming soube como entrar no castelo, se ele era protegido por magia? Havia algo muito errado nessa história. Havia um traidor entre eles e não se surpreenderam ao encontrar Kay.

Sakura (Com sangue no canto boca): "Como pôde? Você cresceu comigo...Meus pais te tratavam iguais a mim...Como pôde nos trair desse jeito?".

Kay : "Eu vendi a minha alma para as trevas para ter você e é isso que eu vim fazer" (Riu) "Busca-la pessoalmente afinal, pessoa desalmada não tem sentimento".

Bastou dizer isso e o corpo do rapaz foi transformado em uma cobra gigante aterrorizando os soldados da terra sagrada. XiaoLang lutou contra o irmão, uma luta sangrenta e cheia de dor, jamais imaginou passar por isso, mas não teve escolha. Precisava proteger sua esposa, sua princesa...

Kay: "Eu vou matar você Syaoran".

Syaoran: "Não faça isso irmão" (Triste): "Não quero lutar com você".

Kay: "Não precisa lutar" (Riu): "Apenas deixe-me matá-lo".

Eles lutaram fortemente enquanto Sakura socorria alguns feridos. Quase vomitou ao ver o corpo do sogro despedaçado daquela maneira. Tentou ser forte, queria ser capaz de ajudar o seu povo. Foi quando a chama do dragão despertou dentro dela fazendo-a flutuar. Suas roupas, antes uma armadura de ferro foram transformadas em seda da mais pura qualidade, semi-transparente. Sua espada transformara-se em um cetro mágico. Começou a ler os nomes das cartas, recitando uma por uma vendo um ataque em massa ser produzido contra Kay, que caiu em cima de Ming, matando o imperador por asfixia.

Kay revidou jogando espinhos venenosos na direção da princesa, espinhos esses que a matariam em segundos se Syaoran não tivesse recebido o ataque no lugar dela.E foi com a maior dor do universo que Sakura viu seu reino queimar ao mesmo tempo em que os espinhos de Kay atravessavam o abdomem de seu marido. Ela gritou desesperada, correndo até ele...

Sakura: "Xiao Lang...Xiao Lang por favor..." (Viu sangue escorrer pela boca do rapaz) "Fala comigo meu amor...por favor".

Syaoran (Abrindo um sorriso fraco): "Você precisa ser forte...".

Sakura: "Eu não quero, eu não me importo...(Olhando em volta só via destruição) Por favor...Não me deixa".

Syaoran: "Se algum dia, se em alguma era eu voltar a viver na terra...(Tocou o rosto delicado) tenha certeza de que esse homem sempre, não importa o que aconteça, sempre...amará vo..você".

Foram as ultimas palavras de seu amado marido. Sakura surtou, seu choro fora tão alto que ecoou pelas cordilheiras, despertando o poder supremo da chama do dragão, e com a espada de seu marido, atacou o monstro...Mas parecia insuficiente. Foi então que a borboleta que Syaoran lhe dera começou a brilhar e unir-se ao seu cetro poderoso, que agora era capaz de canalizar sua energia e transferir na forma de ataque. Entre as asas, encaixou a espada do marido e atacou Kay, chamando o poder de todas as cartas criadas por Lila. Kay foi atingido em cheio no coração. As sombras que o haviam dominado gritaram na presença da Luz e se dissiparam para os confins do universo, sendo encerradas para sempre no limbo.

A princesa se aproximou do corpo do marido e depositou um beijo, percebendo que o rosto dele ainda estava quente. E com uma coragem que jamais pensou em ter, clamou pelas forças que regiam o universo, chorando.

Sakura (Levantando o centro): "Por favor...Me deem forças."

E olhando para o abismo, abraçou o corpo do guerreiro e jogou-se para a morte. Lynea havia desaparecido, juntamente com a chama. A alma dos dois, agora entrelaçadas renasceriam quando o mal voltasse a atacar o mundo. Um amor tão forte como as tradições do universo.

O chinês e a mestra das cartas foram depositados no mármore novamente. Caíram em sono profundo,e com a magia da afaga, Eriol os levou para suas respectivas camas. Quando acordassem tiram muitas coisas para resolver.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Aeeeeee!!! Fogos de artifício!!! Eles se lembrarammm!! Uhuuuu!! E aiii??? O que acharam??? Beijosss