Faz duas semanas que não falo com bryan, ele passa todas as aulas me encarando como se eu fosse pular no meu pescoço a qualquer momento. Ele anda saindo com a mariene, e eu ando saindo com o Gabriel. Depois daquele trágico encontro no meu dormitório ele evita passar perto de mim, desvia de mim nos corredores, evita encontros inesperados no intervalo, mudou a maioria das aulas que fazia comigo , desvia de mim nos corredores, evita encontros inesperados no intervalo, mudou a maioria das aulas que fazia comigo e ajustou o horário para não nos encontrarmos quando estamos indo para os dormitórios, já que o dele é bem próximo do meu. Já o Gabriel e eu nos relacionamos demais, trocamos caricias e beijos, ele dorme no meu dormitório, eu durmo no dele, nós saímos praticamente todos os dias e agora fazemos todas as aulas juntos. Eu me pergunto como consegui errar tanto ao escolher meu namorado.

– no que está pensando? – Gabriel sussurra no meu ouvido, me fazendo pular de susto. Ele ri.

– em como errei em escolher a ele, e não a você. – disse. Ele beijou meu pescoço, me fazendo arrepiar dos cabelos até as unhas do pé. Estávamos no pátio da escola, no nosso ‘’cantinho’’, que era um lugar bem afastado no pátio que ninguém conhecia.

–mas você está comigo agora, não tem mais que pensar nisso. – ele foi distribuindo vários beijos no meu pescoço, soltei um gemido involuntário e ele riu. – o bom é que você sabe que perdeu seu tempo com ele, mas agora eu não irei deixar você perder tempo pensando nele.

–não estou pensando nele... eu disse que não ia pensar nele e não estou pensando dele.

–então vamos parar de falar dele. – me virei pra ele. Olhei no fundo dos mares azuis que ele usa como olhos e passei a mão por seus cabelos.

–vamos parar de falar. – disse e o beijei. – temos coisa melhor pra fazer com a boca. – disse e ele sorriu. Começamos a nos beijar mais intensamente, e então ele me abraçou, e ficamos assim até o sinal tocar para irmos para a próxima aula. Caminhamos de mãos dadas até a sala e nos sentamos em nossos lugares.

***

Depois que todas as aulas acabaram, Gabriel me disse que queria me levar em uma sorveteria que ficava perto do shopping, pois, segundo ele, era a melhor sorveteria da cidade. Ao chegarmos lá, ele foi até o balcão e fez nosso pedido, um sorvete de morango com cobertura de chocolate pra mim e pra ele, um de creme com cobertura de morango.

–eu tenho uma coisa pra te dar. – ele disse assim que nos sentamos.

–não precisa me dar nada...- eu comecei a falar, mas ele me interrompeu.

–preciso sim. É uma coisa simples. – ele puxou uma caixinha branca, pequena, como aquelas de anel de casamento, só que menor e em formato de coração. Era de veludo e, quando ele a abriu, vi que dentro tinham duas pequenas alianças de prata, uma delas tinha uma pedra verde, não muito grande, mas era linda. – não pense que eu estou te pedindo em casamento, relaxa. São... Acho que podemos dizer ‘’anéis de compromisso’’ - ele disse sorrindo. – eu quero levar nosso namoro a sério. – ele disse, enquanto retirava o anel da caixinha e colocava no meu dedo, e, milagrosamente, havia servido perfeitamente.

–como você conseguiu a numeração do meu dedo? – perguntei meio espantada.

–ah, eu tenho meus truques... – ele disse, enquanto retirava do bolso outro anel, um anel que eu já tinha desde a minha festa de 16 anos, que meu pai havia me dado.

–você pegou isso da minha caixa de joias? – disse sorrindo. – eu devia mandar te prender por roubar anéis alheios. – disse e lhe dei um tapa no braço. Peguei o a anel e o coloquei na bolsa, enquanto admirava o anel prateado com a pedrinha verde brilhando na minha mão.

–ah, eu sinto muito. – ele disse, depois me deu um beijo e voltou a tomar seu sorvete. Eu já estava quase terminando o meu quando ele disse : - eu, tem uma coisa no seu nariz.

–o que?- perguntei.

–aqui. – ele pegou a colhersinha do sorvete e passou ela no meu nariz, sujando meu rosto de sorvete de creme. Quase gritei de susto.

–seu maldito. – dei um tapa nele, o que o fez sorrir, e então ele começou a rir mais pelo meu desespero para pegar o guardanapo que ele havia tomado de mim, e que agora estava segurando acima da minha cabeça.

–isso mesmo, se aproveitando de mim só porque eu sou baixinha, né? – perguntei, enquanto pulava para tentar pegar de volta o guardanapo. Toda a sorveteria já estava prestando atenção no que acontecia, alguns até riam, mas logo voltaram sua atenção aos próprios sorvetes. Agradeci mentalmente por não estar muito cheio. – me devolve logo isso. – desisti de tentar pegar e resolvi apelar pra chantagem emocional. Cheguei perto dele para que ninguém mais ouvisse e disse : - me entrega, se não vou passar a dormir de calça jeans e trancar a porta do quarto durante a noite. – ele me olhou, fez uma careta e, finalmente, me entregou. Limpei o sorvete do meu nariz e o beijei.

–obrigado – ele disse. Fiquei meio sem entender, então ele continuou. – por fazer meus dias mais felizes. – e me beijou de novo.

Saímos da sorveteria e voltamos para o colégio. Ao chegarmos no estacionamento dos estudantes cruzamos com uma garota morena que acenou e sorriu para o Gabriel, e aquilo me irritou, porque eu a reconheci de cara. Era uma das muitas que ele havia pegado em seu tempo de crise emocional. Ela começou a andar em nossa direção, e eu vi que era a minha deixa. Comecei a me afastar com raiva, o que ele percebeu, pois tentou segurar meu pulso, mas eu logo me livrei dele e disse:

–vai conversar com sua amiguinha. – e comecei a andar em direção a entrada, mesmo de longe consegui ouvir a vadia.

–nossa, sua amiga é estressada né? Mas que bom que ela saiu, tenho que te perguntar uma coisa, você poderia passar no meu quarto mais tarde... – ela disse. Me virei pra ver o que estava acontecendo e, ao fazer isso, vi ela passando a mão no peito dele. – estou com saudades, Gabriel. O que aquela garota é sua? Ela não faz muito o seu tipo, não está saindo com ela, está? – comecei a andar em direção a eles, empurrei Gabriel pra trás e parei bem na frente dela.

–não, querida, ele não está saindo comigo, está me namorando. Então, por favor, vai procurar outro desesperado pra passar no seu quarto mais tarde, ele vai estar ocupado, pois já vai estar no meu. –disse. Ela me olhou, olhou pra ele, que estava com um sorriso bobo no rosto, e saiu.

–pode ter certeza que eu vou estar no seu quarto mais tarde. – ele disse assim que ela se afastou. Me abraçou por trás e beijou minha cabeça, mas eu logo me desvencilhei.

–pode passar, mas a porta vai estar trancada! – disse. – você estava todo no clima dessa vadiazinha. Nem sei o que teria acontecido se eu não tivesse voltado atrás, você com certeza teria aceitado e estaria... – ele me interrompe com um beijo.

–sabia que você fica a coisa mais fofa do mundo quando está com ciúmes? E fica ainda mais sexy quando briga comigo... – ele me olhou nos olhos e todo o motivo da briga sumiu da minha memoria, será que é assim quando se está apaixonado? Quando se está amando?– vamos pra dentro... – ele disse e nós entramos no colégio.