Controlados- Interativa escrita por White Rabbit, Soulless


Capítulo 7
Capítulo 6- Novo Mundo- Parte I


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que gostem!!! Aqui é o Murilo, o Khaos irá postar assim que ele tiver resolvido os problemas dele. Quais são? Nem sei, mas tudo bem.... curtam o capítulo!!



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Grim Kynuit

The Demon

Skillets- Whispers in the Dark

Bem-vinda Grim Kynuit aos Descampados do Cavaleiro Negro, você já está dentro de nosso novo mundo, a salvação da humanidade. Aqui você sentirá as mesmas necessidades do mundo real, terá de beber, comer, dormir, trocar de roupa, entre outras coisas. As moedas de ouro em sua bolsa podem ser chamadas de dracmas, com ela você poderá comprar diversas coisas. Para adquira-las você pode realizar missões, trabalhar e outras funções que serão encontradas. A propósito, graças a sua personalidade, você a partir de hoje é a Demônia. Tem o poder de projetar asas, ler pensamentos, invocar criaturas e outras habilidades que poderá aprender sozinha. Bem-vinda ao jogo, Grim Kynuit, a Demônia!

Após ouvir a voz robótica notou que estava mesmo com em umas campinas verdejantes que se erguiam até o horizonte onde algumas colinas se destacavam, o que mais chamava a atenção era o Castelo de Ferro gigantesco e as vilas que salpicavam o verde do local. Ela percebeu que agora vestia uma camisa vermelho-sangue com um sobrecasaco preto, usava uma calça preta bem colada ao seu corpo e botas de couro avermelhado, seus cabelos estavam soltos e na saco de sua cinta havia apenas uma adaga, alguns dracmas, pão fresco, água e alguns medalhões com símbolos estranhos. Em sua mãe projetara-se um pequeno tridente.

Ele era avermelhado e erguia-se ereto como uma lança, mas em sua ponta havia três lâminas bastante afiadas que se fossem colocadas de cabeça para baixo formariam uma pirâmide. Então ela poderia voar, poderia controlar as pessoas e muitas outras coisas. Ela olhou em volta, viu ao longe dezenove pontos negros que desciam as colinas na direção da vila mais próxima, sem dúvida eram os outros adolescentes. Ela precisava conversar com eles, precisavam discutir a situação em que se encontravam e começou a descer a colina em direção a vila central. Podia enxergar diversas casas de madeiras e pessoas que caminhava tranquilamente ao longe. Com toda certeza eram personagens programados, não existiam de verdade.

Talvez viver aquela realidade não fosse tão ruim, talvez seus dezenove companheiros fossem legais com ela, fossem seus amigos verdadeiros e ajudassem a esquecer o seu passado sofrido. A forma como fora arrancada de seu irmão pelos militares, mas ele deveria estar bem. Chegou ao fim da colina, a vila era bem próxima a mesma, tinha ruas cobertas por calcários e as casas quase que idênticas, feitas de madeira escura, no centro da cidade havia uma praça onde crianças brincavam junto a uma fonte que tinha o formato de um grifo e jorrava água para todos os lados. As pessoas andavam sem nem notá-la. Ela olhou ao redor, procurando pelos outros dezenove, mas como encontrá-los? Ela sequer tinha visto o rosto deles naquela sala, então nunca iria reconhecê-los e meio tantas pessoas!

Continuou andando a esmo pela vila, nenhum sinal dos outros. Queria poder encontrá-los, precisavam discutir a situação em que se encontravam o mais rápido possível. Apesar de interessante, aquele mundo podia ser uma armadilha. Continuou andando pelas ruelas da pequena vila, quando seguiu alguém tocar em seu ombro. Virou-se num reflexo dando de cara com um garoto de cabelos brancos e olhos curiosos, usava uma camisa e sobrecasaco pretos com alguns bordões dourados, calças pretas coladas e botas pretas, uma espécie de capuz se erguia atrás deles e ele trazia uma lâmina em mãos:

– Você é real não é?- ele perguntou, a voz dele soou macia aos ouvidos da garota- todos aqui são NPCs, programas de computador, mas posso ver que você é uma pessoa real.

– E como sabe disso?- ela indagou com certa ironia- acaso é vidente?

– Não, apenas percebi a insígnia de Lua Minguante flutuando acima de você- ele ergueu o dedo apontando o local, e realmente, lá estava uma Lua Minguante- todos os participantes devem ter um destes, deve servir para a nossa identificação.

Só então ela percebeu que acima do garoto flutuava a figura de um gavião, então agora ela sabia como identificar os outros participantes:

– Me chamo Nate Rivers, o Observador! E você é?

– Sou Grim Kynuit... A Demônia- falou com certa repulsa, recebeu aquele título graças ao seu clã

– Título bastante interessante, bom até agora você foi à única que eu encontrei.

– É melhor irmos procurar pelos outros- disse Grim com um meneio- precisamos discutir o assunto, poderia me ajudar?

– Bom, não tenho nada melhor para fazer- ele riu.

– Precisamos de um ponto de encontro...

– Tem uma taverna ali- ele apontou para uma estrutura de madeira de dois andares que ficava no centro da rua principal da vila- podemos nos encontrar lá.

– Então até mais ver, senhor Observador!

– Até!

Ela viu o garoto sumir no meio da multidão de aldeões, pelo menos não estaria sozinha. Teria dezenove pessoas com ela, exceto os milhares de personagens criados por computador que podiam lhe servir de amigos. Mas aquilo não era importante, o mais importante agora era achar os outros e decidirem como eles viveriam dali pra frente.

° ° °

Andava a esmo pela cidade a procura de outro que tivesse alguma espécie de símbolo reluzente acima da cabeça, mas devia haver uns quinze vilarejos naquela região, ela não poderia saber se todos os vinte estavam na mesma que ela. Talvez alguns nem tivessem saído ainda da colina verde onde foram postos. Ela não os conhecia, e sabia como algumas pessoas reagiam ao serem colocadas em determinadas situações- ela já passara por isso antes, e outros jovens de seu clã, tiveram um destino ainda pior- situações onde o desespero parece predominar e tudo o que vemos é o escuro.

Continuou andando por todas aquelas pessoas, nenhuma delas era real, eram apenas programas. E seguiam com suas vidas programas, seus passados criados artificialmente e o seu futuro já predestinado. Aquele mundo, aquela nova realidade. Se é que podia chamar de novo aquele projeto, sequestrar vinte jovens e usá-los como cobaias? Poderia ter dois significados, que eles confiavam demais naquela realidade, ou que eles desconfiavam demais dela. Ela preferia que fosse a primeira opção.

Mesmo imersa em seus pensamentos enxergou um símbolo brilhante flutuando em meio as pessoas, aquele era diferente, não era o mesmo do garoto que ela encontrava agora a pouco, era uma espécie de dragão chinês, enrolando-se em seu próprio corpo como se fosse uma cobra e cuspindo labaredas ao ar. Ela empurrou as pessoas irreais de seu caminho para chegar a o mais próximo que ela poderia possuir da realidade, os outros dezenove adolescentes.

A garota estava de costas e possivelmente desorientada, Grim tocou-lhe no ombro fazendo-a virar-se num reflexo, os cabelos da garota não estavam presos como os seus, mas sim soltos. Seus olhos negros e ao mesmo tempo sedutores pareciam analisar se ela seria ou não real, usava o mesmo conjunto de roupas que ela, com apenas algumas alterações nas cores:

– Bom- ela sorriu com sua voz melodiosa, Grim sentiu algo estranho, poderia passar o dia inteiro ouvindo aquela voz sem parar de se deliciar com a mesma- parece que eu não sou o único ser real aqui não é mesmo?

– Como percebeu que eu era real?- a garota apontou para a insígnia que cintilava acima de sua cabeça- deixa pra lá. Parece que todos os vinte foram trazidos para os...

– Descampados do Cavaleiro Negro! Foi o que a “voz” falou- a garota cruzou os braços- dentre tanto tinham de ter me colocado nisso.

– Você não é a única desafortunada por aqui.

– Não sou muito de acreditar em sorte- ela disse num sorriso forçado- prefiro dizer que são as chances que temos. Algo que meu mentor costumava chamar de “probabilidades”.

– Mentor?

– Deixa pra lá, minha vida não é... interessante- ela disse num tom sério, mas sem retirar a sua melodia- você não vai querer saber dela... Como se chama?

– Grim!

– Prazer, sou Soraya! Sabe dizer se os outros dezoito se encontram na região?

– Bom, eu encontrei apenas outro garoto, e vamos fazer uma reunião na taverna e... a propósito qual o seu título?

– Tem importância?- Grim acenou positivamente- Criadora de Dragões.

Como não percebera logo de cara, afinal, a insígnia que cintilava acima de sua cabeça era o emblema de um dragão. Ela tinha vergonha de se intitular um Demônio, mais ainda assim disse o seu título e indicou a garota o local onde ficava a taverna. Faltavam agora encontrar os outros dezessete adolescentes que foram aprisionados junto a ela naquele estranho mundo.

° ° °

Com toda certeza, ela seria premiada. Afinal a conceituada e renomada cientista, Elisabeth Milvester iria ganhar centenas de elogios por ter criado o mundo perfeito. A mulher ria-se do próprio futuro. Todos duvidaram que um dia ela fosse conseguir, mas ela precisava de apenas a tecnologia certa e de mentes limpas que pudessem ser transportadas com facilidade. E aqueles vinte vieram mesmo a calhar.

Aquela sala era o seu mundo e o seu universo, aquele pequeno cubículo era tudo o que ela possuía de valioso, o lugar onde criara a realidade e a máquina que abrigava mentes, e que agora, estava completamente vazio, não fosse pelos vinte televisores acoplados a parede e a poltrona de couro que ficava no vácuo da sala. Ela tinha de assistir e anotar como seres humanos reais iriam reagir ao se ver diante de uma nova realidade.

Tudo tinha de dar certo, ela sentia-se uma heroína, iria salvar a humanidade. Ou pelo menos a parte sã que restara dela. Sabia muito bem que nem todos iriam ter o privilégio de serem salvos e teriam de adaptar-se ao planeta assim mesmo. Os perrapados, os marginais, os pobres, os sem-teto, eles eram descartáveis para o governo, não iriam servir de nada. Ela queria poder dar a todos a oportunidade de ser salvo, mas ela só não podia e sabia bem disso.

Sabia que apenas os ricos e os influentes iriam ser transportados primeiros, e que depois a classe média e os militares, pois estes teriam um serviço a cumprir. Na verdade, apenas o mundo mudaria, mas ela sabia que o sistema continuaria o mesmo de sempre. Ela queria mudar isso, queria destruir aquele sistema ridículo. Ela era criadora da realidade, fora ela que inventara todo aquele maquinário, ela que mesmo sendo humilhada pelos colegas cientistas salvara todos eles, que queriam saber de tudo, mas no fundo eram tão sábios quanto uma rocha ou menos que isso.

Ela tinha tudo em suas mãos, e já sabia o que fazer. Sim, era o que ela tinha que fazer. Desabou em sua poltrona de couro, observando os televisores. Adolescentes. Mentes jovens. Apenas cordeiros, peões dos governantes, se morressem por causa da humanidade, em breve seriam esquecidos, ela tinha pena deles, afinal ela os colocara ali não era? Mas tudo daria certo, as marés estavam a seu favor... pelo menos por enquanto!

° ° °

Grim Kynuit

° ° °

Elisabeth


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que o capítulo não tenha ficado... chato!!! A partir do próximo, vocês vão conhecer um pouquinho de cada personagem, como eles reagiram e quem eles eram antes, e depois, digamos que... os jogos vão começar!!