Ódio escrita por Noni, Yorihime Frances de Libra, Vênus Salerinean


Capítulo 1
àquele que cometeu o pecado da gula.




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Ódio

àquele que cometeu o pecado da gula.

– por Paola Tchébrikov



Era tudo o que Saya sentia naquele momento: ódio. Um sentimento emergente que fazia seu coração palpitar. Suas pernas não doíam. Seu corpo não doía. Quem dirá seu coração?

Os longos cabelos negros jaziam soltos, como raramente acontecia. Os olhos carmesins brilhavam na noite escura e fria. Como um sonâmbulo, Saya transitava pelas ruelas e becos daquela cidade barulhenta à procura de seu maior inimigo, aquele humano asqueroso que ousara usá-la como um brinquedo quebrado.

E pensar que havia, inocentemente, o adorado como se fosse um deus... Não, Fumito não chegava sequer aos pés dos humanos. Ele era muito pior do que os animais asquerosos, que enganavam a presa para matá-la.

Saya não era uma pessoa inocente ou pura. Tinha sua cota de pecados e, melhor do que isso, reconhecia todos. Mas aquele homem era um monstro capaz de fazer tudo para conseguir o que queria. Ele havia matado pessoas apenas para testá-la, para criar aquele jogo ridículo que, no fim, não resultou em nada.

Vestindo as roupas que havia roubado de uma loja qualquer, uma saia limpa e um sobretudo seco, prosseguiu em sua busca eterna pelo humano que havia a feito de tola.

Fumito pagaria. Saya passaria o resto de sua existência procurando-o.

Tocou o tapa-olho com dedos firmes. Nunca se esqueceria da sensação que sentiu diante do tiro dado por ele. Toda aquela doçura havia sido enganosa. Ele fizera tudo aquilo apenas para provar a si mesmo que possuía o conhecimento escondido do mundo.

Saya fora tratada como um espécime raro, apenas. Odiava isso.

Dando um passo adiante, saiu do beco onde se encontrava e conquistou as ruas daquela cidade movimentada. As pessoas ao seu redor sorriam, conversavam e caminhavam como se não houvesse preocupações em suas mentes. As luzes dos postes, dos outdoors e dos comércios causavam uma sensação estranha nela.

Sentia como se estivesse em outro mundo. O lugar onde achava ter crescido parecia combinar mais consigo do que ali. Mas tinha uma missão e não desistiria dela tão cedo.


Mataria Fumito, nem que fosse sua última ação naquele mundo.


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